Mercy escrita por Jupiter


Capítulo 20
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

Finalmente postando no dia certo, eu espero que vocês gostem ♥



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Querido diário, hoje foi um dia daqueles, um dia que morri milhões de vezes.

— Kuznetsov, Born to die.

 

28 de Fevereiro

Lebanon, Kansas, Hospital Público Estadual

 

Ainda era cedo no Kansas e o hospital como sempre, funcionava com a sua máxima capacidade e mesmo sendo bem cedo até o último andar onde ficava os casos mais complexos como o da Nuria onde geralmente era vazio e silêncio estava movimentado.

Sam e Dean andavam de um lado para o outro no corredor se cruzando em um determinado ponto, tentando achar a melhor maneira de não surtar enquanto esperavam o momento em que poderiam entrar no quarto e finalmente os dois pudessem ficar ao lado da morena. Pessoas como Mary e Amara já tinham sido avisadas de que a morena estava acordada, mas nenhuma das duas podiam sair de onde estavam para ir ver ela ou no fundo nem mesmo queriam se envolver ainda mais nessa situação, que era o caso da Mary e pessoas como o Castiel que somente queriam essa informação porque era de interesse dele já que estavam prontos para dar início a mais um plano.

O Doutor Bradley finalmente saiu do quarto e em seu rosto a expressão de tranquilidade foi mais do que o suficiente para fazer com que Dean e Sam parassem de tentar cavar um buraco no chão andando.

O médico que parecia ser quase tão loiro como o Dean se aproximou dos Winchester e sorriu levemente ao ver que a Nuria não era a única ansiosa ver mais do que só os médicos, os familiares dela também estavam animados para ver ela; todos que estavam dentro do quarto da morena saíram menos a enfermeira encarregada de acompanhar ela durante as primeiras vinte e quatro depois de acordar do coma.
— A Senhorita Hickman está bem, ela está acordada e já perguntou pela mãe e pelos Senhores mas mesmo assim o caso dela ainda é sério então uma enfermeira está acompanhando ela; vocês podem entrar mas tem que tomar cuidado para não deixarem ela muito agitada porque ela já está tomando calmantes e não queremos aumentar a dose porque seria perigoso para ela. -o médico falou com calma e paciência.
— Por que é perigoso para ela? -Dean perguntou rápido tentando saber o máximo sobre a saúde de sua protegida.
— Ela acabou de sair de um coma bem sério a base de diversos remédios e alguns tratamentos, e mesmo que agora já esteja acordada temos que tomar muito cuidado com o que ela ingere principalmente com os remédios. -quis médico falou começando a andar de volta para o quarto que tinha acabado de sair, e pela janela que tinha ali eles puderam ver a morena deitada na cama olhando para o teto como se fosse a coisa mais legal que tinha dentro do quarto.
Sam entrou no quarto na frente do Dean andando com calma até a lateral da cama, fazendo a enfermeira dar alguns passos para trás assim dando espaço para que os dois homens se aproximam mais da cama.

Mesmo não querendo os olhos castanhos da Nuria foram atraídos para os lindos olhos verdes do loiro que nem ao menos tentou esconder o sorriso por ver que a morena estava bem mesmo aparentando estar cansada e fraca.
— Você demorou para acordar, estávamos preocupados com você, achei que sua mãe fosse trazer o céu à terra se tivesse um jeito de salvar você. -Sam falou atraindo a atenção da morena para ele.
No momento em que a Escuridão foi citada na conversa Nuria se sentiu agitada, ela não sabia a quantos dias estava desacordada mas se lembrava de que a última pessoa que viu com clareza foi a sua mãe, a mesma que jurou amor por toda a sua eternidade e fez com que seu coração magoado passasse pela calmaria.
— Cadê ela? Eu preciso dela. -a morena falou tão baixo que se os dois não estivessem tão concentrados nela não teriam escutado; mas mesmo assim Dean que esteve distante nos últimos tempos não conseguia compreender aonde a conversa estava indo e quem era a mãe dela.
— Ela veio te ver ontem mas não pude estar aqui hoje, estão pedindo muito dela então por isso pediu para te entregar uma carta e dizer que queria com todo... -Sam começou a falar mas foi interrompido pela Nuria.
— Que queria com todo o coração estar ao meu lado. -a morena terminou o que o mais novo dos Winchester tinha a dizer surpreendendo ele por ser exatamente o que ela tinha a dizer.
Mas antes que qualquer um pudesse dizer algo sobre tudo que estava aconteceu ali a enfermeira que até então estava em silêncio no canto do quarto se aproximou da morena vendo que ela estava começando a ficar acelerada então tudo que os Winchester conseguiram fazer foi entregar o colar que os médicos haviam retirado quando ela acordou e o colar feita com a pedra do cajado, e a carta escrita pela Amara.

Aquela seria a primeira noite da Nuria no hospital que ela não teria a companhia e os cuidados do Sam o que já vinha acontecendo há mais tempo do que só os dias que ela esteve em coma no hospital mas também quando estava doente no Bunker, ele esteve ao seu lado. E enquanto o moreno voltava para o lugar que ele chamava de lar junto com o seu irmão, os seus pensamentos não eram muitos diferentes dos da Nuria.
Não era como se a morena tivesse aproveitado os dias que tinha ficado no hospital, mas aos seus olhos aquela noite parecia ser a pior de todas; mesmo que estivesse com sono e com o seu corpo cansado e dolorido ainda sim não conseguia dormir ou apenas ficar deitada na cama tentando descansar.
— Enfermeira, por favor, eu não estou me sentindo bem. -a morena falou chamando a atenção para si depois de quase vinte minutos tentando achar um jeito de se sentir confortável.
— Eu vou comunicar o médico. -a enfermeira respondeu mesmo que a Nuria tivesse falado muito baixo, ainda sim ela escutou se aproximando e chegando a sua temperatura enquanto chamava o médico pelo botão perto da cama.
A Nuria estava bem mais quente do que sentia e deveria estar, a sua voz estava ficando mais fraca e no momento em que o Doutor entrou no quarto a morena se curvou vomitando no lixo que estava na lateral da cama as poucas coisas que tinha comido naquele dia. O médico correu até ela e mesmo que não fosse trabalho dele, ele segurou os cabelos da morena assim impedindo que caísse em seu rosto e acaba se sujando.
— Vamos fazer um exame de sangue procurando por infecções e corte os medicamentos, vamos fazer raio X de todo o corpo, também corte a alimentação, agora vai passar a ser somente através da veia e vamos deixar ela em observação de risco por doze horas. -Doutor Bradley falou pro residente que entrou no quarto enquanto ajudava a morena a voltar a ficar deitada.
— Qual a ordem que o Senhor quer que aconteça as coisas? -o residente falou anotando tudo que lhe foi dito na ficha da Nuria.
— Comece avisando o responsável por ela, e cortando os remédios e a comida, e assim que o responsável dela chegar vamos levar ela para os exames. -o médico falou fazendo um aceno com a cabeça para a enfermeira e saindo do quarto.
Não demorou muito para o Samuel entrar correndo no quarto depois que o médico saiu, ele encontrou a Núria deitada de lado na cama e estava pálida ela não parecia mais a mesma pessoa que ele havia deixado no hospital horas atrás.

— Ainda bem que eu não trouxe o Dean junto, ele ia colocar esse hospital a baixo depois de ver a situação em que você está. -Sam falou se aproximando da Nuria depois de conversar com a enfermeira sobre quais eram os riscos.
— Ele sabe que você tá aqui? -a morena perguntou com a voz fraca enquanto se sentava na cama com a ajuda da enfermeira.
— Ele já estava dormindo quando o hospital me ligou, então deixei um recado mas não acordei ele. -Sam respondeu com a voz calma, fazendo carinho nos cabelos da Nuria que só naquele momento ele percebeu que eram longos como ele sempre achava atraente.
Na realidade aquela era a segunda vez desde que a Nuria chegou na vida dele que o Sam estava percebendo o quão linda e graciosa ela era; ele ainda se lembrava da primeira vez que viu ela, ela estava parada no pé da escada do bunker com o rosto um pouco sujo como se tivesse saído de um lugar que estava pegando fogo, e a junção da arma em mãos e os cabelos presos como se eles tivessem vida própria que deixava ela sexy, mas no momento em que foi desarmada pelo Dean e criou o escudo em volta de si ela também dava medo nas mesmas proporções que estava poderosa e graciosa. Depois daquele momento ele usou o máximo de mau humor que pode para manter a morena longe dele, isso até o dia em que ela acabou ficando doente por culpa dele, então depois daquele momento Sam fazia o que podia para ajudar.
— Acho que estou com um pouco de sede, você pode pegar um pouco de água pra mim? -Nuria falou baixinho pro Sam tirando ele de seus pensamentos e só então percebendo que a morena estava até mesmo de olhos fechados e ele ainda estava fazendo carinho em seus cabelos.
— Você acha? Devia ter me falado antes, estou aqui pra cuidar de você. -Sam falou entregando o copo com a água e ajudando a morena a ficar mais ereta para não se molhar.
— Eu só notei agora, não vamos criar um problema por isso. -Nuria falou entregando o copo de volta, mas antes que pudesse deitar novamente se curvou vomitando a pouca água que tinha bebido.
Sam e a enfermeira que estava no quarto tentaram não demonstrar que estavam assustados com a reação rápida que a morena teve ao beber a água e logo passar mal, fazendo a enfermeira adicionar em sua ficha que até mesmo água tinha que ser evitado até descobrirem o que ela tinha e como fazer ela melhorar.
— Tá tudo bem, eu te ajudo a se deitar. -Sam falou depois de ver a Nuria ainda curvada como se não tivesse mais forças para voltar a sentar ou se deitar novamente.
— Obrigada. -ela respondeu se deitando mais para o lado da cama deixando um espaço para que o moreno pudesse se sentar ao seu lado.
E no momento que o mais novo dos Winchester sentou ao lado da Nuria arrumando o seu travesseiro quando ela se virou para virar deitar quase que de lado e de frente pra ele, quando a coberta dela desceu um pouco ele pode ver que ela estava usando uma de suas camisas que agora servia como pijama para ela; suas mãos foram quase que sem o seu controle levadas até o cabelo da morena e voltando a fazer carinho até que ela conseguisse descansar ou até mesmo dormir.
Aquela era uma noite fria, e toda a semana estava a ter o mesmo destino ou até mesmo pior o que preocupava aqueles que viviam naquela cidade mas principalmente o Sam que sabia que não seria fácil ficar no hospital em tempo de frio e chuva. Nuria conseguiu descansar quase que uma hora com o conforto e tranquilidade que o moreno estava passando pra ela.
Quando o Doutor Bradley voltou para o quarto ele ao mesmo tempo que se surpreendeu por já ter um responsável da sua paciente ali, não se surpreendeu por ser especialmente daquela paciente, que aos seus olhos mesmo que ela tenha passado pelo que ele acreditava que havia sido tortura, ela era umas das pessoas mais amada pelas pessoas que estavam à sua volta.
— Vamos levar a Senhorita Hickman fazer os exames agora e quando ela retornar vamos colher o sangue aqui no quarto mesmo. -o Doutor falou e dois enfermeiros homens entraram no quarto para levar a morena, durante todo o caminho Sam foi ao lado da Nuria acompanhando ela mas teve que se manter do lado de fora esperando.

Todas as alas do hospital por onde a Nuria passou até chegar na sala de exames estava frio mas no momento em que passou pela porta da sala o frio que sentia foi duplicada e um arrepio passou pelo seu corpo como uma sensação ruim, mas diferente do problema com o frio que foi resolvido com mais um cobertor o arrepio e a sensação ruim ainda estavam ali até o momento que saiu da sala e encontrou alguém em quem confia que era o Sam. No momento em que o moreno ficou ao seu lado a primeira coisa que a Nuria fez foi estender sua mão e a agarrar a mão do Sam que sendo maior que a sua praticamente cobria ela.
O caminho de volta até o último andar passou bem rápido, e assim que chegaram no quarto a enfermeira encarregada de cuidar da morena tirou seu sangue ela saiu por um momento do quarto deixando somente os dois no quarto. Os medicamentos para dor já tinham sido cortados a quase duas horas e agora a falta deles estava começando a se mostrar presente na morena, ela mal mantinha os olhos abertos e quando conseguia era possível ver dor neles.
— Como você se sente? -Sam perguntou se sentando na cama do lado que a morena não estava conectada aos aparelhos, se encostando nos travesseiros e ficando lado a lado com ela.
— Eu sinto muita, muita dor. -Nuria falou se aproximando mais do Sam apoiando sua cabeça em seu peito e sentindo o calor do corpo dele que parecia ser a melhor forma de não morrer congelado pra ela que estava sentindo como se estivesse lá fora somente de pijama.

[...] 1° de Março

No Bunker, Dean acordou cedo mesmo sabendo que não precisava fazer nada em especial naquele horário mas ainda sim levantou seguindo até o banheiro para começar o seu dia mas quando olhou para o seu criado mudo encontrou um bilhete do Sam que fez com que tudo que estava em seu plano sobre o que poderia fazer naquele dia mudou.

"A Nuria passou mal durante a noite, e precisaram de alguém para ficar com ela então estou indo mas deixei você dormindo. Quando acordar vá até o hospital e troque de lugar comigo."

O loiro se arrumou rápido e saiu mesmo sem tomar café apenas correu até o lado de fora do bunker, encontrando somente o impala lá fora então ele soube que o seu irmão estava usando o carro da morena.
Quando Dean chegou no hospital foi rapidamente até o último andar vendo pela janela que o Sam já estava acordado mas a Nuria que estava deitada quase que por cima dele ainda continuava dormindo mesmo que não parecesse estar realmente descansando. Ele entrou devagar no quarto no mesmo momento em que uma enfermeira saia encontrando o moreno que parecia tenso como se estar ali fosse um problema.
— Preciso que você sente aqui no meu lugar, e o resto você sabe o que fazer. -Sam falou quando Dean se aproximou e com a ajuda do loiro saiu de baixo da morena deixando ele se sentar em seu lugar.
No momento em que Dean sentou no lugar que o moreno havia passado a noite, alguns gemidos de dor e de desconforto vindo da Nuria foram ouvidos pelos Winchester o que fez com que o coração deles se apertasse no peito, porém no momento em que o loiro trouxe a morena para mais perto dele os dois puderam se sentir mais confortáveis mesmo que ainda não estivesse tudo bem.
— Por que ela parece tão cansada? E por que ela só está conectada ao soro, cadê os remédios? -Dean perguntou baixo arrumando as cobertas que estavam escorregando da morena e mostrando que ela usava uma camiseta do Sam como pijama.
— Ontem um pouco depois que saímos daqui ela começou a se sentir estranha mas só horas depois ela piorou e foi quando me ligaram atrás de alguém para ficar com ela como responsável. -Sam respondeu se esticando como um gato depois de um cochilo e acenando com a mão saiu do quarto para ir em direção ao que chamava de lar.
Depois de passar toda uma noite dormindo e acordando todo o tempo que ficou deitada durante a noite, Nuria nos braços do Dean conseguiu dormir, o seu corpo reconhecia aquele calor e se sentiu à vontade suficiente para conseguir ficar mais do que uma hora deitada sem precisar se mexer por continuar sentindo dor. Poderia ser dito que aquele sentimento era por causa que eles se conheciam, ou porque eles eram amigos, ou porque o loiro havia sido destinado a proteger a Nuria mas poucos depois de conhecerem a história deles diria que o real sentido para aqueles sentimentos eram porque eles estavam se apaixonando.

 

[...]

 

Nuria não se surpreendeu por ter ido deitar nos braços do Sam mas somente ter dormido e acordado melhor nos braços do Dean, era algo que ela sentia mas não sabia explicar o porque acontecia. Ela acordou no momento em que a enfermeira entrou no quarto anunciando que a morena iria tomar banho naquele momento e com a sua ajuda lavar os cabelos, porque logo depois o medico iria passar pelo quarto e ela não teria mais a oportunidade mas quando Dean se levantou da cama e estendeu as mãos ajudar a Nuria a ir até o banheiro, o médico entrou no quarto.

— Fico feliz que você esteja melhor Nuria, passei por aqui durante a madrugada e você não estava bem mas parece que agora já está melhor. -o médico falou mantendo o olhar entre o prontuário da morena e ela.

— Eu me sinto melhor, mas prefiro conversar com o Senhor em particular. -a morena falou e Dean entendeu saindo do quarto mesmo que não fosse o que ele queria.
— Eu vi seu namorado indo embora pela manhã, aposto que ele terá um misto de emoções; ficará feliz quando você contar pra ele que você vai receber alta hoje mas acho que não tão feliz quando souber que você ainda está doente. -o médico falou se referindo ao Sam como namorado da morena.
— O que eu tenho? -Nuria perguntou séria não dando muita atenção para a parte em que as pessoas achavam que ela e o moreno eram um casal.
— Os seus órgãos estão começando a falhar, ontem você passou mal exatamente por esse motivo, os medicamentos que estávamos te dando para dor quase matou você mas quando tiramos os remédios e fizemos os exames ficou claro o que estava acontecendo. -Doutor Bradley falou entregando um envelope com os resultados dos exames e ele não sorria mais.
— Eu não sou médica mas sei que essas palavras não são boas, "os seus órgãos estão começando a falhar". -a morena falou pegando o envelope e guardando ele embaixo dos travesseiros.
— Não sabemos ao certo quanto tempo de vida fora do hospital você ainda tem até que você precise ser acompanhada por profissões e mantida conectada a máquinas vinte e quatro horas por dia. -ele falou e mesmo não sendo a primeira vez que desse aquela notícia para alguém, aquele olhar era diferente de todos os outros e isso feriu seu coração.
— O que eu posso fazer para que meu tempo dure mais? -a morena perguntou desviando o olhar do seu médico para qualquer lugar que não fosse ele.
— Não tem muito que você possa fazer, até que comece a surgir os sintomas de qual órgão vai parar primeiro e só então podemos começar o tratamento específico mas até lá quando se sentir mal tome essa medicação. -o Doutor entregou uma folha com a prescrição dos três remédios.
— Por favor, não conte a ninguém sobre o meu estado, não quero que nada mude. -Nuria falou com os olhos cheios de lágrimas mas não derramou nenhuma.

A enfermeira como tinha falado ajudou a morena a tomar banho e a lavar os cabelos, que com a ajuda do Dean ele foi seco com o secador; ela tirou a camiseta que estava usando de pijama e com carinho e auxílio do Dean colocou as roupas que estavam em uma mala no canto do quarto mas na hora de colocar os sapatos mesmo ela tentando dizer que não precisava o loiro colocou nela como uma típica cena de Cinderela, o que para a enfermeira que ainda estava no quarto era muito errado por ser claro que existia sentimento entre eles, mas pra Nuria era o somente o seu protetor cuidado dela até nos mínimos detalhes e o mesmo aconteceu na hora de colocar o casaco de frio.
Durante todo o caminho do quarto até a entrada do hospital onde o impala estava estacionado, Dean foi carregando a mala com coisas da morena e com o outro braço envolveu a sua cintura como mais uma forma de cuidado; mas para o loiro algo no silêncio da Nuria indicava que ela não estava tão bem quanto dizia estar, e para ele que conhecia segredos sabia todo aquele segredo iria consumir ela.
Naquela tarde, Sam foi surpreendido pela Nuria chegando no bunker e descendo as escadas com a ajuda do seu irmão que carregava a mala dela mas ele foi ainda mais surpreendido quando tudo que a morena fez ao parar nas frente dele foi falar de algo que não deveria ser importante agora.
— Eu quero a pedra do cajado. -ela falou simples e direta deixando o moreno sem dizer nada somente apontando a pedra que estava em cima de uma das mesas.
Nuria pegou a pedra do cajado que havia sido transformado em um colar em cima da mesa e o envelope dentro da mala e saiu da sala sem falar nada, indo em direção ao quarto que pertencia ao Sam mas que ela não se importou em entrar lá e trancar a porta. Para aqueles que viram a morena andarem sozinha até o quarto sem se importar de levar mais nada ou conversar com alguém, ela era somente alguém mal humorada que somente não queria ficar sozinha.
Mas na realidade e naquele momento a Nuria era muito mais do que aquela simples pessoa, ela era a garota que tinha o sonho de se tornar uma bailarina famosa e conhecer o mundo com o seu talento mas que agora não passava de mais uma pessoa no mundo que não estava feliz; ela havia deixado um sonho de lado e se transformado de uma pessoa forte e decidida para alguém que estava sentada no chão atrás de uma porta se isolando do mundo, em sua frente os papéis que haviam destruído todos os seus planos e que indicavam que sua morte já tinha data marcada estavam espalhados no chão e molhados por lágrimas que ela só se permitiria derrubar agora que estava sozinha.
— Por que você vai me matar, os poderes que eu tenho já não é castigo o suficiente? Eu preciso sofrer mais? -a morena perguntou chorando de forma que seu corpo tremia como se quisesse se livrar de todo o peso que estava carregando sozinha.
— Eu já não tinha forças para viver do jeito que estava, como posso fazer isso agora? Você me odeia a esse ponto? Eu fiz algo pra você? Por que você não pode simplesmente me matar ou me deixar tentar ser feliz? -Nuria falou agarrando o colar da sua mãe com uma mão e usado a outra de apoio para sua cabeça que estava apoiada em seu joelho.
Aquela não era uma posição boas para qualquer pessoa, principalmente para a Nuria, mas pra ela estar com dores no corpo não importava tanto quanto a dor que sentia em seu coração.
Ela era uma garota que teve o seu sonho lindo transformado em um destino cruel.


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Notas finais do capítulo

roupas Nuria: https://www.polyvore.com/cap19/set?id=192010505
O próximo capítulo sai daqui 15 dias como é a programação normal, mas já quero adiantar que ele vai ser um capítulo cheio de emoções e amor... espero que tenham gostado ♥ Até o próximo



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