Go Rogue! escrita por Dani Tsubasa


Capítulo 28
Capítulo 28 – Confie na Força


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo contém uma foto de Beau Gadsdon pintada com lápis de cor e uma ajudinha de um efeito do instagram pra dar mais vida às cores, para dar a vocês uma ideia de como seria Hope com 8 anos. =D



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Capítulo 28 – Confie na Força

Jyn acordou de um sono tranquilo e relaxante, levando alguns segundos para abrir os olhos. Quando finalmente o fez ficou entre o susto e a confusão. Ela não estava mais no medbay. Onde estavam Cassian, Hope, K-2 e todos os outros?

— Shh... – uma voz familiar fez seu coração disparar, não de medo, de saudade.

Uma mão suave afagou o topo de sua cabeça e ela sentiu alguém sentar na cama atrás dela. Tomando algumas respirações para reunir coragem, Jyn se virou, finalmente reconhecendo o lugar em que estava e ficando ainda mais confusa e assustada. Era seu quarto, na sua pequena casa em Lah’mu, tinha certeza disso!

— Não se assuste, minha pequena – aquela voz que tanto amava falou com carinho, ainda acompanhada do afago em seus cabelos.

Jyn respirou fundo mais uma vez e olhou para cima, encontrando os olhos castanhos de sua mãe e um lindo sorriso nos lábios de Lyra. Estava linda, muito mais forte e saudável do que da última vez em que Jyn estivera com ela. A mulher segurava um embrulho de cobertores nos braços.

— Mamãe... – não conseguiu emitir mais que um sussurro.

Tomou a mão de Lyra nas suas e a beijou, em seguida permitindo-se chorar. Jyn não se importava que fosse um sonho ou uma alucinação, tudo que ela queria antes de perder sua mãe era tê-la abraçado mais forte, ter dito o quanto Lyra era importante para ela e que sempre sentiria sua falta. A mais velha esperou pacientemente que a filha se acalmasse, acariciando os dedos de Jyn com o polegar e secando seu rosto quando ela parou de chorar e as duas se olharam de novo.

— Estou ficando louca?

— Não.

— Isso é um sonho?

— Para aqueles que têm a Força consigo, sonhos nunca são simplesmente sonhos, querida – Lyra respondeu deslizando os dedos pelo colar no pescoço de Jyn.

— Por que está aqui?

— Você está um pouco perdida, e sei que é capaz de encontrar o caminho, mas não faz mal ter mais alguma luz.

— Me desculpe...

— Você não tem culpa de nada, Jyn. Nunca teve.

— Eu queria ter feito mais, ter dito mais, ter entendido mais.

— Você era apenas uma criança de oito anos. Crianças deveriam apenas brincar e aprender naturalmente, nem você nem muitas outras deviam passar por aquilo... Me perdoe por aquele momento, e me perdoe por não carregar você em meus braços quando tropeçou entre as rochas. Era uma chance de salvar todos nós e eu não queria perdê-la. A pior coisa que eu fiz foi deixar você sozinha naquele dia.

— Eu entendo – Jyn respondeu, pensando instantaneamente em Cassian – Você também não tem culpa de nada, mãe.

Algum tempo se passou em silêncio.

— Eu não tenho palavras pra dizer o quanto estamos orgulhosos de você, Jyn. Você sobreviveu e fez tudo aquilo... E agora você acendeu mais uma chama, e ela é um das coisas mais lindas que já vi na minha vida – Lyra sorriu olhando para a bebê adormecida.

— Ela é uma das melhores coisas que já me aconteceu – a rebelde respondeu com outro sorriso – Mas... Estou assustada. Não sei como vou fazer isso.

— Meu amor, nenhuma mãe sabe até acontecer. Viver no meio de uma guerra não deixa tempo e oportunidades pra ver e aprender. Você vai descobrir naturalmente, deixe Hope ensinar você. Eu também não sabia de muita coisa quando você nasceu. Daqui algum tempo vai ser tão natural... E você não está sozinha. O pai da minha neta é um grande homem. E vai ser um grande pai, além de já ser um grande marido.

Lyra exibiu uma expressão satisfeita em seu rosto ao ver o brilho e a felicidade nos olhos de Jyn ao pensar em Cassian.

— Não tenha medo. E se tiver, enfrente-o. A Força sempre estará com vocês.

— Papai...

— Acho que você gostaria de ver mais uma vez os campos e a praia.

Jyn hesitou, aqueles dois lugares lhe traziam lembranças ruins. E no momento ela mal tinha energia para se levantar sozinha no mundo real, estava exausta depois de horas seguidas de dor e esforço. Como seria nos sonhos?

— Você pode fazer isso. Dentro do seu coração pode ir aonde quiser.

Jyn sentou-se devagar, não sentia dor e seu corpo não parecia pesado e esgotado como estava antes de perder a consciência no hospital. Não estava mais usando as vestes bege do medbay, vestia roupas parecidas com as que ela usaria em uma vida normal em Lah’mu, e seus cabelos estavam soltos. Colocou seus pés para fora da cama e calçou as botas que encontrou. Antes de levantar olhou para Hope, dormindo calmamente nos braços de sua avó.

— Mamãe...

Lyra entendeu. Colocou a neta delicadamente sobre o colchão e envolveu a filha num forte abraço. Jyn a agarrou com força. Lyra afagou seu cabelo e suas costas e beijou seu rosto. Ficaram bons minutos daquele jeito.

— Eu te amo.

— Também te amo, Jyn – sussurrou com carinho no ouvido da filha – Seu pai está lá fora, acho que ele também quer segurar a neta.

Separaram-se e Jyn observou sua mãe pegar a neta de volta com um sorriso e todo o carinho e cuidado do mundo. Depois caminharam pela casa, que estava exatamente como Jyn se lembrava, até saírem para os campos verdes. A brisa suave fez seus cabelos esvoaçarem e ela agradeceu por o céu estar ensolarado e não nublado como naquele dia que a atormentaria até o fim de seus dias. Lyra caminhou calmamente, para dar a Jyn a chance de observar com atenção cada detalhe do lugar. Andaram por alguns minutos até chegarem à praia onde as ondas batiam nas rochas escuras que a cercavam. Jyn sentiu seu coração acelerar mais uma vez ao reconhecer a silhueta de costas para elas, observando o oceano e o horizonte.

— Papai!

Galen se virou para as três e ele também parecia mais bonito e mais jovem do que antes. Seu rosto se iluminou com um sorriso e ele abriu os braços para receber Jyn que correu em sua direção e se atirou em seu abraço. O homem a girou no ar até devolvê-la ao chão e continuar o abraço, acariciando os cabelos claros enquanto Jyn escondia o rosto em seu peito, deixando novas lágrimas correrem.

— Nós fizemos isso! Nós fizemos! Foi destruída! – Foi a primeira coisa que veio em sua cabeça, e ela ergueu o rosto para encará-lo.

Galen sorria. Ele secou suas lágrimas, como sua mãe fizera minutos atrás.

— Estou orgulhoso de você, Jyn. E diga aos outros que também estou orgulhoso deles.

— Eu vou dizer – ela falou com a voz ainda um pouco embargada, devolvendo o sorriso.

— Eu te amo, Estrelinha.

— Também te amo, papai.

Jyn não o deixou ir por quase dois minutos, até se afastarem e olharem para Lyra, que andou até eles ainda mais feliz do que antes.

— Ela tem os olhos de Jyn – falou para o marido – E se não tivesse os cabelos do pai, pensaria que temos nosso bebê de volta.

Galen recebeu a neta dos braços de Lyra e a olhou sorridente. Os olhinhos verdes estavam abertos agora. Hope emitiu pequenos murmúrios, e Jyn não sabia explicar como, mas entendeu que ela se sentia feliz e segura.

— Vocês estarão bem – Galen falou para a filha.

— E vocês?

— Aquele mal não existe mais, Jyn. Não perca a esperança, Estrelinha. E agradeça a ele por nós.

— Cassian?

— Por salvar sua vida, especialmente na torre.

Jyn entendeu que Galen não se referia a momentos específicos e sim ao amplo significado da palavra “vida”. Sem Cassian ela ainda estaria num campo de prisioneiros enquanto o universo era consumido pela Estrela da Morte.

— E por Hope – Lyra completou – Confiem na força, Jyn.

— Obrigada por estarem aqui.

Os dois sorriram para ela e a abraçaram. Jyn beijou a cabecinha da filha e fechou os olhos, querendo gravar cada segundo da sensação daquele momento. E isso era a última coisa que ela se lembrava.

— Ela está estável, deve acordar logo – uma voz robótica falou.

— Ela não vai precisar do bacta então? – Cassian perguntou em tom preocupado.

— Não. Eu deixei um tanque preparado por precaução, mas não. O primeiro parto é difícil, tenente Andor. Pode ou não haver complicações, e a tenente Erso não teve. O sofrimento dela pareceu maior porque é sua primeira criança. Será mais rápido e menos desgastante daqui em diante, caso tenham outros filhos – Jyn ouviu uma médica dizer.

Ela não abriu os olhos ainda, sentia-se pesada e cansada outra vez. Passos se distanciaram, o droid também não falou mais, outros passos se aproximaram e ela finalmente abriu os olhos quando ouviu os murmúrios de Hope.

— Você está horrível – K-2 disse a Cassian sem cerimônia.

O tenente estava sentado numa cadeira ao lado da cama de Jyn, parecendo cansado, mas feliz, e com o cabelo um pouco bagunçado.

— Eu sei, Kay – foi sua única resposta.

Chirrut, Baze e Bodhi estavam de pé ao lado do droid, Chirrut segurava Hope nos braços.

— Vejo que esteve numa visita agradável, Jyn – o monge falou.

Ela sorriu para todos, sendo imediatamente retribuída quando perceberam que estava acordada.

— Ela é linda, irmãzinha – Baze falou.

— Parece que copiaram você – Bodhi lhe disse.

— Jyn! – Cassian se virou para ela quase desesperado, levando uma mão a seus cabelos e os alisando de leve, afagando seu rosto com a outra.

Ela tinha visto Hope e perdido a consciência em seguida, imaginou que ele estaria assustado quando ela acordasse.

— Estou bem – respondeu o puxando para perto dela e selando seus lábios rapidamente, sem se importar que estivessem sendo observados.

Quando Cassian se acalmou, se virou para Chirrut, na intenção de perguntar o que ele queria dizer com “visita”. O monge sorria e Hope parecia tão calma em seus braços quanto nos dos pais.

— Ela é como você, Jyn. Ela brilha.

— Assim você vai assustá-los – Baze falou – A criança acabou de nascer.

— As chances da criança ter um gênio similar ao de Jyn são de 70% – K-2 comentou – O lado bom é que certamente herdou as habilidades de ambos em mecânica e combate.

— Não é dessa luz que ele está falando – Baze disse ao droid, conseguindo arrancar pequenas risadas do grupo, incluindo de Jyn e Cassian, que esqueceram imediatamente suas intenções de repreender o droid.

— Mesmo quando não está lutando, Jyn brilha – Chirrut voltou a falar – O que Hope fará sobre isso, cabe a ela decidir. Ela tem a Força, e a Força está com ela.

— Você pode explicar o que disse agora? – Bodhi perguntou.

— Jyn poderia nos contar.

Todos olharam novamente para sua líder rebelde. Após milagrosamente todos sobreviverem à Scarif haviam se tornado parte oficial da tripulação de Cassian. Ele era o capitão da Rogue Two, e Jyn ainda era a estrategista principal da equipe. O monge caminhou até a cama de Jyn, desviando de K-2 como se pudesse vê-lo, o que intrigou os demais mais uma vez, apesar de já estarem acostumados, e colocou Hope nos braços da mãe, antes de voltar para o lado de Baze.

— Eu vi papai e mamãe. Hope também viu – Jyn dizia enquanto acariciava o pequeno nariz da filha e sorria para ela, recebendo um sorriso de volta da pequena.

Nenhuma palavra, só olhos arregalados e olhares interrogativos.

— Papai disse que está orgulhoso de mim – foi a primeira coisa que Jyn contou, olhando para Cassian profundamente – E me pediram pra agradecer a você por salvar minha vida. Não só na torre, toda a minha vida. E por Hope.

Os outros não entenderam bem, mas sabiam, especialmente Chirrut, que Jyn estava se referindo a acontecimentos de Scarif passados quando os dois estavam sozinhos, achando que todos estivessem mortos. Cassian envolveu a mão da rebelde com a sua e seus dedos se entrelaçaram. Com a outra mão ele fazia carinho nos poucos fios de cabelo da filha. O casal trocou um sorriso seguido por “Eu não disse?”, que Cassian falou baixinho apenas para Jyn.

— Eles também disseram que estão orgulhosos de todos nós – Jyn continuou, agora fitando todo o grupo dos Rogue One, inclusive K-2.


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Notas finais do capítulo

Como puderam ver, todos sobreviveram nessa one. =D

Recomendo, e MUITO, que leiam o novel de Rogue One se puderem. Já vi muita coisa que não tem no filme, incluindo a reação de doer no coração de Jyn no momento em que vê sua mãe ser morta, como Galen a treinou desde pequena para se proteger, que destino levou o corpo de Lyra, como ela realmente morreu (diferente da morte patética do filme, no livro Lyra morreu com honra, deixando um considerável ferimento em Krennic antes), onde Cassian esteve e o que estava fazendo antes de ir resgatar Jyn em Wobani, isso incluiu passagens por Coruscant e outros planetas, também é dito qual nome falso Jyn estava usando quando foi presa e enviada a Wobani, até da mãe de Bodhi já vi informação, isso só do que li até agora, que não é nem 20% do livro ainda.

Rogue One tem até agora três novels, que em ordem cronológica são "Catalyst", eventos antes de Rogue One, que mostra como Galen e Lyra se conheceram, como Galen foi engando por Krennic, de quem era um velho amigo, e como fugiu com sua família quando percebeu (provavelmente também aborda o nascimento de Jyn, no 1° ano das guerras clônicas); "Rogue One - A Star Wars Story", que é o que estou lendo, o que foi utilizado como base pro filme; e "Rebel Rising", que fala do tempo em que Jyn viveu com Saw até ser abandonada por ele. Espero ansiosamente que lancem um novel sobre Cassian, porque sinceramente... Me irrita não sabermos praticamente NADA além de que ele começou a lutar com 6 anos, nasceu em Fest, e parece que viveu com tios por um tempo após perder os pais antes dos 6 anos. E bem que no meio disso podiam revelar como ele conheceu K-2 e o fez vir para o lado da luz.

Algumas das coisas que citei aparecem no filme, mas apresentadas tão rapidamente que mal temos tempo de absorver, realmente recomendo que leiam o novel.



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