No dia seguinte…Casa da Alya-08:00 AM

Nino tamborilava os dedos sobre a escrivaninha do escritório,enquanto sentia seu cérebro queimar na tentativa de bolar alguma estratégia para convencer Marinette sobre a inocência do seu melhor amigo.

No entanto seu sentimento de culpa crescia à medida em que lembrava da última vez em que viu a amiga,aquela discussão e a gritaria poderiam ter sido evitadas pelo silêncio de Nino,mas agora não havia como voltar atrás... já estava feito.

 Porém mesmo assim as tentativas para uma reconciliação não seriam desperdiçadas,Nino faria de tudo para poder voltar a se aproximar de Marinette... só não sabia como,e era essa confusão que o atormentada e lhe tirava o sono.

—...humm...amor…-Derrepente a reflexão de Nino fora interrompido pela voz sonolenta da mulher que vinha do quarto ao lado,fazendo o mesmo se deslocar para o outro cômodo rapidamente.

—O que foi amor?-O moreno se aproximou de Alya com um olhar preocupado.

—... Você não dormiu?-A mesma se esforçava para abrir os olhos para encarar o marido.

—Não…

—Você amanheceu?!!-Alya quase saltou da cama ao ver o olhar exausto de Nino.-Eu não acredito nisso!! Vêm dormir agora!!

—Não estou com sono.

—Claro que não está!!-A jornalista se levantou da cama com os nervos à flor da pele.-Aposto que deve ter se entupido de café a noite toda!

—Acertou!-Nino dera uma leve risada e em seguida abraçou a mulher, depositando um beijo em sua bochecha.-Não se preocupa Mozão...isso não vai se repetir.

—Você já disse isso umas mil vezes…-Alya resmungou se virando para o marido,desta vez com um olhar preocupado.-E quantas vezes eu tenho que dizer que eu me preocupo com você ein?!Não somos mais adolescentes de 15 anos pra ficar madrugando desse jeito, principalmente no meio da semana.

—Foi por uma boa causa está bem?

—Sempre é…-Alya se desprendeu do abraço e fora até o escritório enquanto seu marido insistia em “persegui-la”.-Agora se me der licença eu preciso terminar a minha pesquisa…-Assim que se sentou na escrivaninha,a jornalista se deparou com inúmeras reportagens sobre a prisão de Adrien abertas em seu computador, percebendo o motivo de seu Marido não ter dormido naquela noite.-Eu sei que está preocupado com ele,mas tudo vai dar certo.-Alya puxou Nino pra perto e lhe deu um beijo doce acompanhado de um forte abraço.

—Será mesmo?Tem tantas pessoas contra ele por aí...Tanta gente acusando ele…-Nino enterrou o rosto nos braços de sua mulher.-Eu me sinto tão mal e incompetente de ver o meu melhor amigo sendo preso injustamente e não poder fazer nada pra mudar isso!

—Eu sei...eu sei…-Alya suspirava enquanto consolava o marido.-Mas saiba que você não e nunca vai ser um incompetente,o Adrien é o cara mais sortudo do mundo por ter um amigo como você...Meu amor, você já está fazendo o suficiente ao acreditar na inocência dele...isso já é o bastante.

—Mas eu…-Derrepente o casal fora interrompido pelo telefone que começara a tocar estridentemente.

—alô?-Alya atendeu rapidamente o aparelho-Ah sim é ela mesma...quem gostaria?Sim,eu conheço ele... nós estudamos juntos no ensino médio.O meu marido também estudou com ele...Ah certo mas que dia?

—Quem é?-Nino susurrou.

—É a polícia…-Alya tampou o telefone para responder a pergunta, depois disso voltou a ligação até encerra-la.

—Eles tem alguma notícia sobre o Adrien?!

—Não...Mas querem que a gente preste um depoimento falando sobre ele.

—Quando?

—Daqui a pouco...por isso a gente tem que sair daqui o mais rápido possível pra poder chegar na delegacia a tempo.-Alya não pensou duas vezes e saiu vestindo a primeira roupa que encontrou no caminho enquanto Nino fazia o mesmo,por fim partindo até a delegacia.

Enquanto isso a alguns Quilômetros dali -Penitenciária de Paris.

Era pra ser mais um dia “normal”na vida de Adrien,contando nos dedos os dias que lhe restavam para sair daquele lugar que ele “carinhosamente” apelidou de inferno.No entanto cada dia  parecia uma eternidade,cada hora,cada minuto parecia interminável...O pior mesmo era ter que aguentar ficar sem nenhuma noticia de seus amigos do lado de fora(pois a “atualização” de Nathaniel só tinha servido para aumentar sua apreensão e medo).

  Mas o Agreste procurava manter a calma ou pelo menos a sua sanidade diante daquela reviravolta tão repentina que vivenciava,embora fosse quase impossível mante-la,principalmente quando via as noticias no jornal numa televisão velha que era disputada pelos detentos no refeitório.

  Naquele dia em questão,Adrien optou por não prestar muito atenção nas noticias(já que sua cabeça estava concentrada no tão esperado julgamento)Porém ao ver uma reportagem com sua "ex-namorada",Lila...Não conseguiu tirar os olhos do televisor:

“Lila estava cercada por fotógrafos e jornalistas enquanto saia da delegacia,a mesma estava com uma aparência abatida e tentava esconder seu olhar com seus óculos escuros.Até ser abordada por uma repórter :

—O que você tem a dizer em relação ao seu noivo?Você acredita que ele possa ter cometido uma atrocidade dessas?

—Obvio que não!!Ele é tudo pra mim...ele jamais faria isso com ninguém!

—Mas e as provas contra ele?

—Você chama aquelas mentiras caluniosas de provas?!Não há prova alguma que ele matou aquele indigente...Prova nenhuma!-Lila parou de responder as perguntas e se retirou do local,fugindo da multidão de jornalistas e adentrando em um carro preto.”

—Não pode ser...-Adrien murmurou ao observar um detalhe quase imperceptível,assim que Lila se virou para a repórter,seu cabelo que estava preso em um rabo de cavalo acabou mostrando uma jóia incomum e familiar na sua orelha...O brinco de Ladybug.

Naquele mesmo instante o loiro paralisou aonde estava e tentou processar o que tinha acabado de ver,ele não conseguia acreditar nas teorias que seu senso comum formulava em sua mente.”Ela não pode ser a Ladybug!Não é possível!””Eu não lembro de ter visto ela usar esses brincos antes...Não pode ser...”.Também porque a mesma havia lhe desferido inúmeras facadas e tentado matá-lo anteriormente,Ladybug jamais faria aquilo(ou pelo menos era o que o loiro pensava).

  As lembranças das lutas com a sua parceira fazia com que Adrien se questionasse,não havia possibilidade nenhuma daquela mulher ser uma heroína como a Ladybug...O que permitia o Agreste suspeitar de que ela havia roubado aquele miraculous.

—Que estranho...Eu entreguei a Tikki para o guardião,mas não sei se o miraculous estava com ele também.Ele disse que entregaria a Ladybug...Mas...NÃO TEM COMO ISSO SER POSSÍVEL!!ELA NÃO PODE SER A LADYBUG...Espera um pouco,quando cheguei lá ele tinha sido atacado...será que não foi atacado de novo quando fui embora?!-Adrien ficou ainda mais desesperado e tenso do que estava antes,não conseguiria mais ficar um dia atrás das grades com mais aquela “novidade”,por isso decidiu bolar um plano para recuperar seu miraculous e sair de uma vez por todas daquele lugar.