Uma Adorável Mulher. escrita por Maria Vitoria Mikaelson


Capítulo 9
Capítulo 9 - Atos Surpreendentes.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem do capítulo!
Boa Leitura!



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       Ponto de vista: Castiel Blancherd.

          Ela me manipulou e eu cai direitinho, em nenhum momento, suspeitei que tudo aquilo era um teatro, Lindsay até chorou e fez uma voz de coitadinha, enquanto me enganava. A Gilbert tinha aquele senso de justiça, pelo qual parecia lutar com unhas e dentes, que nunca pensei que ela fosse capaz de se utilizar de meios errados e sórdidos para conseguir o que queria.

         Depois que Lynn me deixou sozinho naquela sala, não senti a costumeira raiva que me consumia cada vez que eu era feito de bobo por alguém — o que eu não acontece o que frequência. — Na verdade, custo a admitir que o que senti foi decepção. Achava que aquela mulher com fúria no olhar, tinha a integridade como principal característica, mas, estava errado, ela é igual a todas as mulheres. Eu considerava que se fossemos jogar, que iriamos ser limpos um com o outro, e que isso até ia me render alguma diversão. Mas, Lindsay não joga para ganhar, ela joga para quebrar e humilhar e nada mais além disso, importa para ela.

                  Fui para casa, com um gosto amargo na garganta, e enchi a cara, perguntando a mim mesmo, porque eu ligava. Por que o que quer que ela tenha feito para mim, importa? Eu nem gosto dela. Eu não suporto esse jeito atrevido, e questionador dela, não suporto a forma como ela sempre tem que me responder com deboche, e nem suporto o jeito que ela me encara, sibilando cada palavra, mexendo os lábios da maneira mais lenta que pode, como se eu fosse um idiota, para não entender, se ela falasse normalmente.

           Em algum ponto, a campainha da cobertura tocou, e uma versão de mim meio cambaleante foi até lá e atendeu. Foi ai que conheci a loira platinada, com que logo mais passaria o resto da noite e o começo da manhã.

                De forma simpática e um tanto envergonhada, ela me comunicou que era minha nova vizinha — havia se mudado faziam duas semanas — e que algo havia acontecido com a eletricidade do apartamento dela, ela queria saber se o meu também estava com esse problema. Contei que não, mas, lhe disse que poderíamos ligar para o sindico para resolver isso.

                 A mesma concordou, e eu fiz o que falei, logo depois que a garota esperasse no meu apartamento, até que a luz do seu fosse consertada. Isso, porque a esse ponto eu já havia me atraído por ela. Logo descobri que a garota, morava com seus pais, mas, que eles estavam viajando a trabalho.

         Conversa vai, conversa vem, já estávamos atracados no sofá, ignorei o fato de que eu não gostava de transar com garotas que morassem perto de mim, para não haver possibilidades depois delas virem atrás de mim novamente, e transei com ela, já tendo checado, que a mesma tinha dezessete anos e onze meses, ou seja, era só um mês até que ela fosse maior de idade.

             Quando amanheceu, o primeiro pensamento que atingiu minha mente, foi que eu tinha uma reunião importante, acabei ligando para Íris, para lhe comunicar que eu não iria a essa, só que dessa vez, isso não se devia ao fato, de eu não querer trabalhar com coisas chatas dessa vez, se devia ao fato de que eu não queria ver a Lindsay. Não depois do que ela fez.

              Então, quando a minha vizinha acordou, ignorei o protocolo de sempre, e a ofereci mais alguns rounds de diversão, já alimentando a ideia de que Lindsay viria até mim, explodindo de raiva, e veria isso, e quem sabe odiasse a situação, tanto quanto odiei sua manipulação.

                Foi o que aconteceu, ela fez seu típico discurso dramático, cheio de pose, expulsou a garota envergonhada dali, e continua com seu posicionamento de “Eu sou Lindsay Gilbert, a porra de uma egoísta que só se preocupa com si mesma”

                   Achei que só ela fosse agir com palavras como sempre, mas, sua loucura ultrapassou isso, quando Lynn decidiu que seria uma boa punição acabar com todo meu estoque de whisky caros, que custaram quase os meus rins. Ela estava pirada, e eu estava revoltado por ela ainda querer bancar a vítima, senhorita mandona dali.

            Por isso, me utilizei do controle que eu sei, nitidamente que eu exerço sobre ela, e a joguei sobre aquela mesa, nos mantendo em uma posição que até então, só alimentava os pensamentos indecentes que eu sentia em relação a ela. Esse era o problema, eu sei que tenho um controle sobre ela, mas, ela também, mesmo que ainda não tenha notado, exerce um sobre mim. Enquanto eu a faço perder a cabeça, ela me deixa acuado, porque, quando eu fico próximo assim dela, eu sinto coisas...Que até agora, não estão claras para mim; Desejo, atração, curiosidade masculina? Eu não sei.

         Então como notei que retrucar não iria causar um efeito tão grande quanto eu esperava causar nela, decidi que o que faria, era ignorá-la, até a mesma reconhecer que foi uma vadia ao me manipular e pedir desculpas por isso. Eu só voltaria ao nosso joguinho animado, quando ela cedesse. Porque no fim, eu sei que ela gosta desse  tal joguinho.

              Passei todo o dia útil de trabalho, fingindo que a Gilbert nem existia, e isso foi bom de certa forma, não ficar perto dela, fez com que eu pudesse me concentrar em outras coisas, como na banda, acompanhei o ensaio deles, e conversei um pouco mais sobres as músicas incríveis de Lysandre com ele.

             O cara era legal demais, para ser irmão de Lindsay, era calmo, civilizado, e com certeza não parecia adepto a surtos ridículos e farsas inconvenientes. Tenho que admitir, que aquela diferença de personalidades me deixou curioso, quero dizer, pelo que ele comentou de seu irmã mais velho para mim, o cara era tão certinho quanto ele, o que afinal, os diferenciava de Lindsay?

         Certo, tudo bem que ontem, em meio a toda manipulação, ela me contou que foi praticamente criada pelo pai, mas, o que será que esse Liam tem, para ter transformado a filha nessa pessoa? Digo, quando o conheci, ele parecia ser um idiota sim, mas, não vi nada de anormal nele, para que pudesse explicar quem Lindsay era.

                  De toda forma, não dei voz as minhas dúvidas, ficar longe de Lindsay, incluía não querer saber nada dela além do que eu já sabia.

             Mas, é claro que em algum momento, o destino tinha que nos colocar em uma situação, que nos forçava a estarmos juntos. Isso aconteceu na saída do trabalho, quando por coincidência nos encontramos no corredor principal da gravadora, Iris no chamou ao mesmo tempo, e desviando nossos olhares fomos até ela.

             Ela tinha dois envelopes chiques em mãos, e hesitando entregou um para cada um de nós. Nem me dei ao trabalho de abrir, conhecia a ruiva o suficiente para saber, que o que quer que fosse, a mesma explicaria mesmo que eu fizesse isso.

—São convites para a inauguração da casa de festas PHOENIX. Seu pai mandou dois pela tarde, um para você e outro para Lynn, ele quer que ela esteja na festas pois disse que existem alguns artistas muitos bons que se apresentarão lá, e seria bom uma advogada apresentar o termos dos contratos logo de cara, caso você goste de alguns deles. O coquetel, começa daqui a duas horas. — olhei para ela incrédulo.

        Eu lutei o dia todo, para me manter indiferente a presença de Lindsay Gilbert, e agora, e teria que aguentá-la em uma festa, por que meu pai decidiu que eu preciso dela, quando eu claramente não preciso.

             Aliás, é típico do Noah, sempre comunicar as coisas em cima da horas.

—Eu não sei se... — Lindsay ia se negar a ir, eu sabia, por isso antes que ela o fizesse, eu a interrompi, logo que dei um suspiro frustrado.

—Será útil se você for. — falei, engolindo a droga do meu orgulho, porque eu sabia que se ela não aparecesse comigo nesse evento, meu pai encheria meu saco. Lindsay parecia surpresa, não sei se por minhas palavras, por eu estar falando com ela, ou por ambas as coisas.

—Okay, tudo bem...Nos encontramos lá, então. — acho que por hoje, depois da situação de mais cedo, estávamos cansados de discussões.

           Logo vi ela me dar as costas, a medida que ia rumo ao elevador.

[...]

               Algumas horas depois...

                Fui de táxi para o evento, já que não queria render fofocas paras os paparazzis surgindo lá com minha moto, levando em conta que ainda não tinha me dado ao trabalho de mandar meu carro para o conserto. Logo, trajando um dos meus ternos mais caros, posei para as fotos de costumes, tudo pelo título de presidente de uma gravadora famosa.

            Quando passei pela entrada V.I.P, já avistei algumas mulheres, que com certeza, estavam se perguntando quem seria a sortuda que iria para a cama comigo dessa vez. Apenas ri disso, e com maestria, alcancei um copo de whisky, da bandeja de um dos garçons que passavam por mim.

           Circulei por todo o lugar, conversando com pessoas do meu interesse, e desviando avidamente de pessoas que precisavam terem seus egos amaciados. Não tinha paciência para esse tipo de ladainha.

—Mal chegou, e já está enchendo a cara. — reconhecia aquela voz de longe, afinal a ouvia desde que nasci. Me virei e sorri com desdém, ao me deparar com meu pai.Ele sustentava uma expressão de desaprovação como sempre, e também como de rotina, não estava com minha mãe. Ela não suporta esses tipos de eventos, cheios de gente e barulho.

—Sabe como é, álcool causa a ilusão de que essas pessoas são interessantes. — falei balançando o copo no ar.

—Onde está Lindsay? Lembro de ter mandado um convite para ela também. — ignora minhas últimas palavras e faz seu questionando.

—Ela deve estar chegando, ou nem vem, tanto faz, não ligo, fiz minha parte ao dizer que seria legal se ela viesse. — menciono dando de ombros.

—É bom que ela venha mesmo, levando em conta o que ouço sobre ela, a mesma é competente no que faz, e é ótimo que a gravadora possa contar com esse apoio. — rasga elogios a irritadinha.

—Okay, quando eu a encontrar, posso dizer a ela para dar um autógrafo a você, quem sabe até uma selfie. — debocho, e estou prestes a me afastar dele, e dar-lhe as costas, quando meus olhos alcançam a entrada do evento, e eu fico estático.  Lynn acabara de chegar, mas, não era a Lindsay que eu sou acostumado a fitar, era uma mulher que aparentava ser completamente diferente do que venho visto por dias.

               Seus vestidos justos, e discretos de sempre, cobertos por um blazer clássico, foram substituídos por um que não aparentava ser do seu estilo normal. Com um decote generoso, o mesmo enlouqueceria até o mais fieis dos homens. Destacava ainda mais sua cintura fina e suas pernas torneadas. Linda era pouco para defini-la naquele momento, ela estava deslumbrante.

          Seus olhos verdes, que brilhavam até mesmo em meio aquelas luzes exageradas, encontraram os meus, e em passos firmes, ela veio até nós e abriu um sorriso quase forçado ao se deparar com meu pai.

—Desculpem-me pela atraso, o trânsito estava caótico. — se justificou, alheia ao fato de que eu quase pateticamente babei, ao vê-la chegar.

—Tudo bem, querida, eu entendo, estamos em New York afinal, a propósito é um prazer finalmente conhece-la, sou Noah Blancherd. —diz a cumprimentando com dois beijos no rosto.

—O prazer é meu. — ela responde educadamente, quando se afastam.

—Então, como está sendo trabalhar com meu filho? — meu pai questiona, como se eu não estivesse ali, ouvindo tudo.

—Um saco. Seu filho é um idiota egocêntrico. — sua sinceridade ao lidar com Noah, quase me faz rir. O mesmo arregala os olhos, ao notar que ela não tem papas na língua, e pigarreia.

—É, acho que deve ser complicado mesmo. — fala me olhando incrédulo.

—Complicado? Castiel é um porre, vem cá, vocês pensaram em internato para jovens problemáticos, quando ele era um adolescente? Bem, não importa, tenho contatos, e garanto que mesmo agora, eu conseguiria uma vaga para ele, em uma dessas instituições. — discursa sem sutileza.

—Chega de show, Lindsay. — o olhar que lanço a ela, faz com que ela note, que deve parar por um tempo.

—Enfim, você parece ser adorável, Noah. — diz, antes de sem a menor delicadeza, eu a puxar para perto de mim, e força-la a caminhar rumo a próximo do palco.

             A mesma me encarou, assumindo de volta sua posição de defesa, que se baseava em ataque, a medida que eu procurava em sua expressão, alguma explicação para seu recente comportamento.

—O que estava fazendo? — indago sem entender.

—Tirando as esperanças dele, sobre você se tornar uma pessoa melhor, não é isso que você quer? Que ele acredite que não tem salvação? Que eu não sou capaz de te transformar em um se humano, ou ao menos um profissional digno? — quase grita, me desafiando a responder.

—O que eu quero é que pare, de supor coisas sobre mim, que pare de achar que pode tudo, porque comigo essa pose não cola. Você é chata, eu sou insuportável, supere. — peço com deboche, e ela revira os olhos.

—Você é tão babaca. — comenta, antes de se virar em direção ao palco e focar sua atenção lá.

                         O evento continua para mim, sem mais emoções. Assisti o show das bandas noas que tocaram, ao lado de Lindsay, sem nem entender o porquê, e ao que parece, ela estava achando aquilo um saco. Não era o tipo de coisa dela, afinal. Não me interessei por nenhum daqueles artistas, o que comprovou minha teoria de que vir até aqui, fora uma perda de tempo.

               Conversamos com algumas pessoas, mas, as que interessaram a Lynn, realmente, foram os velhos ricos, que precisavam de advogadas dispostas a tudo. Só sei que em determinado momento, a deixei com eles e fui procurar um lugar que pudesse respirar ar puro.

[...]

Ponto de vista: Lynn Gilbert.

            Acabei por insistência do mesmo, almoçando com Lysandre depois do seu conselho, a qual por horas, eu não soube o que fazer a respeito. Digo, correr atrás do Castiel e assumir minha culpa, requeria de mim, algo que eu nunca tive totalmente; humildade. No fim, decidi que deixaria aquela decisão para depois, e se alguém merecia desculpas, antes dele, essa pessoa era Florence.

                Em todo caso, ela não recebeu essa honra, já que meus planos de chamá-la para jantar, e tentar me redimir pelas coisas que disse, acabaram, quando Iris me comunicou sobre aquela inauguração, achei que Castiel repudiaria a ideia logo de cara e me dissesse coisas sobre quão indesejada seria minha presença, mas, ela teve sua primeira atitude sensata desde que o conheci, ao dizer que seria bom se eu fosse.

            Então, desde que cheguei a esse evento, tenho buscado maneiras de saber como me comportar em relação a ele, aquele meu instinto de implicar com ele, se acendeu logo que o vi aqui, mas, dessa vez, ele não parecia disposto a cair nisso, o que é estranho.

             Não suportei aquelas músicas que fui obrigada a ouvir, uma boa ópera ainda constava na minha lista de coisas agradáveis para se fazer, em vez disso.

         Tento me ocupar em meio a minha confusão emocional, me utilizando sabiamente daquele espaço, para conseguir clientes para o escritório Gilbert, e estou tão focada nisso, que mal percebo o momento que Castiel se afasta de mim.

               Mas, assim que noto, peço licença a todos, e finalmente tomo a decisão sobre o que fazer em relação ao conselho que meu irmão me deu. Ao procurar pelo Blancherd mais novo, encontro seu pai, que me diz que o viu indo em direção as escadas, que levam ao terraço, disse com desgosto que talvez ele  deve ter ido até lá para fumar.  O agradeci e seguir meu caminho.

            Tenho um pouco de dificuldades para subir as escadas de ferro em formato caracol, por causa dos meus saltos, mas, com esforço consigo, e a visão que tenho quando chego lá em cima, é de tirar o fôlego. Toda New York pode ser vista dali, brilhante e encantadora.

             Faz frio, e a falta de um agasalho me faz tremer um pouco, ignoro essa sensação, e dessa vez olho ao redor, encontrando Castiel, segurando no beiral do terraço, encarando a cidade a sua frente, com uma expressão séria.

               Suspiro, e de forma hesitante vou até ele. Quando o mesmo nota minha presença, revira os olhos, mas, não sai da posição que estava antes.

—Quer ouvir algo interessante sobre mim? — indago, mas, obviamente não obtive resposta. — Eu nunca pedi desculpas para alguém, é assustador, eu sei...Houve uma vez, em que eu tirei uma nota maravilhosa no colégio, mas, nesse mesmo dia, Lysandre foi elogiado pela professora por ter feito uma poesia linda, minha mãe ficou tão orgulhosa por ele, que nem ligou para mim...Ele tinha esse coelho de pelúcia, que ele  adorava, então, eu fique tão revoltada com essa falta de atenção, que eu o rasguei brutalmente, mas, sabe o que é o estranho? Quando ele viu o coelho despedaçado, ele sabia que fui eu, e ele estava devastado, mas, não contou aos nossos pais, no dia seguinte, ele agiu como se não tivesse doído e sorriu para mim, e eu quis de verdade dizer que sentia muito, mas, não consegui. Eu nunca consegui. — revelo, mas, devido ao meu histórico, Castiel não liga para minhas palavras, mesmo que eu saiba que elas o abismaram.

                Ser gentil, não ia adiantar com ele, Armin estava certo em partes, eu conhecia um pouco sobre como o Blancherd era, porque reconhecia partes dele em mim mesma, então o que eu tinha que fazer, era dizer o que eu iria querer ouvir.

—É o Liam. — somente quando digo aquilo, ele se dá trabalho de se virar e me encarar, sustentando uma expressão calma, misturada com seriedade. — Meu ponto fraco é o Liam, tudo, basicamente tudo em minha vida, gira em torno da minha obsessão pela aprovação dele, é o que me move, é o que me afeta, e é o que me machuca. — nada de nuances mais, eu fui direta. — Você sabe meu ponto fraco agora, e pode usá-lo contra mim, se quiser...Mas, você não vai fazer isso. — decreto convicta, e ele me encara, esperando que eu prossiga. — Isso não tem que ser um jogo, Castiel, ou até pode ser, mas, nós dois podemos sair vencedores, se eu conseguir consertar os erros idiotas que você comete, eu consigo tudo pelo que sempre lutei; A confiança do Liam, e se você me deixar te ajudar, vai tirar todas essas pessoas do seu pé...E okay, tudo bem se não confiar em mim, eu sei que não mereço sua confiança, depois do que fiz...Ainda mais, levando em conta que não posso te garantir que não farei de novo com qualquer outro...Não ligo se vai me contar ou não porque se tornou essa pessoa que é hoje, contanto que você aceite uma trégua mais longa... — fiz minha proposta, como a boa advogada que era.

—Eu não vejo vantagens nisso para mim, porque eu não me importo sobre as expectativas que colocam sobre mim. — quer soar indiferente.

—Não se importa agora, mas, vai...Em algum momento, notará que o que é agora, não é o suficiente, para eles suportarem vocês, e vai doer, vai doer muito, eu garanto que não ser o suficiente é a uma das piores dores que alguém pode ter...Então, aceita ou não? — ele fica em silêncio, refletindo sobre minhas palavras.

                    Sua resposta vem, quando em um ato inesperado, ele coloca seu smoking sob meus ombros, me protegendo do frio que atinge New York. Ele fica mais próximo a mim, ao meu lado, enquanto eu me encontro abismada com o que ele acabara de fazer.

—Você nunca será o suficiente se fizer isso por ele, tem que fazer por si mesma. — seu conselho me faz olha-lo com surpresa.

—E eu nunca vou te mudar, isso terá que partir de você, posso mudar sua ficha criminal, mas, não um coração partido. — quando digo isso, é a vez dele de ficar surpreso.

—Como sabe que é um coração partido? — questiona, não ligando para o fato de ter confirmado ali.

        É minha vez de fazer algo surpreendente aquela noite, pois sem controlar meu corpo, encosto minha cabeça no ombro de Castiel, e passo a observar a centena de prédios que aparecem de frente aos meus olhos.

—Sempre é um coração partido, o mistério é saber quem o partiu. O meu, quem partiu foi Liam. — sinto o coração de Castiel se acelerar, só que em determinado momento, seus braços deixam de estar tensos, e ele usa um deles para rodear minha cintura, enquanto eu dou um meio sorriso.

—Você é uma adorável mulher...Quando não está sendo uma vadia.  — me conta, e eu posso sentir que estar sorrindo.

—Cala a boca e me deixa suportar você por dois segundos. — peço sutilmente.

—Me suportar? Achei que me odiasse. — comenta divertido.

—Se eu te odiar, quer dizer que eu sinto algo por você, e eu definitivamente não sinto. — sussurrei, e depois disso, a única coisa que tivemos foi o silêncio.


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Notas finais do capítulo

Look da Lynn; http://www.polyvore.com/look_lynn/set?id=214802836
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