Uma Adorável Mulher. escrita por Maria Vitoria Mikaelson


Capítulo 8
Capítulo 8 - Sugestões Despretensiosas.


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo para vocês e dessa vez, venho com algumas novidades! Três na verdade!

1 - Eu não sei se eu já havia dito para vocês, mas, Castiel e Lynn tem uma música tema que é a "Helium" da cantora Sia, e como eu tenho um canal de traduções recém iniciado, postei a tradução dela, com um vídeo desse casal maravilhoso! Cá está o link! : https://www.youtube.com/watch?v=Tzmlc46cwiY

2 - Postei uma promo, com diálogos exclusivos do futuro da fanfic! Link; https://www.youtube.com/watch?v=sKCRVtR-vhU

3- E outra promo, que tem um baita de um spoiler! Link: https://www.youtube.com/watch?v=-zon3QzjARM

É isso!
Boa Leitura!



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Ponto de vista: Lindsay Gilbert.

Tive um remorso incomodo, assim que sai daquela gravadora. Eu não devia sentir isso, não devia me importar por ter feito algo errado para Castiel, ele já disse uma vez claramente, que queria ferrar comigo, eu só deveria me proteger disso, certo? Eu só me defendi, atacando antes que ele atacasse. Liam me ensinou cada passo desse processo, mesmo que indiretamente; Eu sempre o via, usando as fraquezas das pessoas, como munição contra elas, eu só estava sendo a advogada competente, que sempre sou.

          Droga! Por que eu estou me importando? Florence está certa sobre isso; Eu nunca me importo, passo em cima de qualquer um para conseguir o que quero, e quando consigo, não há nada que me tire o prazer de ter vencido mais uma vez.

            Aliás, não era só isso que estava me perturbando hoje, tinha um monte de coisas misturadas; A conversa que tive ontem com Florence, que no primeiro momento eu nem liguei. Essa história de que meu irmão irá conviver comigo agora, sendo um contato que eu sempre evitei e tudo que veio depois.

        Precisava fazer algo para tirar todo esses pesos de cima de mim, e enquanto o táxi me levava para a oficina que eu havia deixado meu carro para consertar. — Haviam me ligado para dizer que ele já estava pronto. — Decidi, que seguiria o protocolo comum e começaria pelo começo.

         Florence me acusou de não dar valor ao meu noivo, e de não me importar o suficiente com essa relação; Hoje mostrarei que me importo, não tanto quanto ela exige de mim, mas, eu me importo. É claro que me importo!

              Já com meu carro, aproveitei a sensação de liberdade que tive, enquanto dirigia, para bolar um plano de diversão para essa noite, que por fim acabou sendo a ideia de deixar Kentin decidir o que faríamos. Seria realmente bom, tirar meu estresse por todas as coisas que tenho passado ultimamente. Ficar com Ken  é bom, ele me acalma, porque perto dele, nada precisa ser complicado, e por mais que eu goste de vencer as complicações, até eu, preciso de um tempo de descanso.

           O expediente tinha acabado. Quase todo mundo já estava indo embora do escritório, quando cheguei lá, e conhecendo meu pai, como eu conhecia, tinha conhecimento que ele seria o último a sair, o que me alegrava, já que sendo assim, eu não corria o risco de encontra-lo, quando entrasse lá para encontrar Ken. Liam, com certeza se encontraria enjaulado em sua sala, como de costume, até resolver todos seus casos.

           Bem, conclui que como sempre, eu estava certa, quando assim que entrei, já dei de cara com Kentin na recepção, sem indícios da presença do meu pai ali. Meu noivo adotou uma expressão abismada, quando notou minha presença, e franziu as sobrancelhas, enquanto eu me aproximava, tentando soar dócil uma vez sequer em minha vida.

             Eu iria provar a Flore, o quão maravilhosa, eu podia ser como noiva.

—Por que parece tão surpreso em me ver aqui? Caso, não se lembre, eu trabalho aqui, mesmo que esteja um pouco ausente ultimamente...E caso, eu me lembre, meu noivo incrível, que merece um sequestro meu, também trabalha aqui. — brinco com um meio sorriso, a medida que seguro a sua gravata, e o puxo para mais perto de mim, ouvindo sua gargalhada harmoniosa.

—O que aconteceu com você? Por que está tão amorosa? — indaga desconfiando do meu comportamento.

—Nada...Só notei, que nós dois precisamos de um momento juntos...Pensei em fazermos algo diferente, sei lá, você decide. — ofereci divertida, e ele me dá um selinho, antes de fingir pensar no que podemos fazer.

—Eu proponho um jantar no Jade's, repleto do seu vinho predileto. — fala como se fosse uma ideia incrível, e eu o encaro meio frustrada.

—De que forma, fazer algo que sempre fazemos, torna a situação diferente? — aquilo é meio decepcionante. Quero dizer, com Kentin tudo é fácil, calmo e  sereno...Mas, tudo também é tão repetitivo, e monótomo. Sempre tínhamos que fazer as mesmas coisas, era uma rotina boa, mas, faltava algo naquilo, faltava emoção, faltava alegria, faltava algo mais. E até ali, eu nunca havia notado que faltava. Não até as palavras de Florence se repetirem novamente em minha cabeça.

         [...] — Porque você não está apaixonada por ele. Paixão, Lynn, tem a ver com a perda do controle, você tem que se arriscar, dar um salto sem saber o que tem no fim do precipício...[...]

—Podemos fazer algo diferente outro dia, hoje, estou clamando por uma boa comida, depois do caso que defendi mais cedo, me encontro exausto. — então era isso que nos tornaríamos quando nos casássemos; Dois advogados exaustos, que nunca tem tempo para de fato parecerem casados.

             Disfarcei meu desespero ao fazer aquela constatação, e assenti, forçando um sorriso.

—Jade's então. — concordei, porque discutir não era algo que eu queria fazer no momento. Ele sorriu também, mas, nele soou obviamente mais sincero do que em mim. O que nos diferenciava, é que  Kentin estava completamente satisfeito com o igual.

               Não demorou, para que estivéssemos no caminho de lá. Fomos em carros separados, porque ele dormiria em meu apartamento hoje a noite, e amanhã cada um iria para um lugar. Com toda certeza, praticidade é o lema do nosso relacionamento. Acho que no fim, é o lema da minha vida.

          Por eu ser uma Gilbert, consegui uma mesa mais rápido do que um piscar de olhos, e em questão de minutos já havíamos feitos nossos pedidos de sempre, e engatamos uma conversa sobre os casos novos do escritórios. Nos entendíamos muito bem sobre aquilo, discutíamos isso, como os brilhantes advogados que somos, e essa é a parte divertida, somos parecidos, temos interesses semelhantes, e ali eu me lembrei porque aceitei me casar com ele. Ken era a sanidade que eu precisava, depois da família conturbada que tive. Eu só preciso de alguém que me entenda, e dane-sem os poréns ou os contras.

         Nos servimos, ainda conversando sobre esse tipo de coisa, só que em determinado momento, eu me distraí olhando para as paredes daquele lugar, e me perdi na conversa. Era como eu já havia dito a Lysandre uma vez, o significado delas me assustava. Porque, nelas, eu tinha a certeza, que nem mesmo o mais forte do amores durava para sempre. Era a constatação que somos sozinhos.

—Você está estranha. — meu noivo nota, e deixa de lado sua sobremesa. — E Florence também passou o dia todo estranha. — comenta, como quem não quer nada. Reviro os olhos, e suspiro. — Vocês por acaso brigaram? — finalmente é direto.

—Defina briga. — peço com deboche.

—Ahn...Deixa eu ver, ela te dizendo algo que não te agradou, e você devolvendo de uma forma fria e cruel, para disfarçar o fato de que levou em conta? — adivinha com maestria, e ainda se utiliza da ironia no processo. Acho que ironia é um fator de lei, e essencial para lidar comigo.

—Ela te contou? — indago, arqueando uma sobrancelha.

—Ela não precisou. Esse é o resumo de qualquer briga, que você tem com alguém. — há uma pitada de acusação ali.

—Sério? É assim que vamos encerrar esse jantar? Com você destacando os pontos negativos da minha personalidade irritante? — questiono com desdém e ele me olha calmamente.

—Não estou te criticando, ou sei lá como isso soa para você. Só acho que devia falar com ela, Florence é sua melhor amiga, e você não deve perder isso, porque não sabe lidar com conselhos. — se ele soubesse porque brigamos, acho que não estaria tão empenhado em nos reconciliarmos.

—Está tão preocupado com isso, porque, ela é sua amiga também. — pontuo convicta.

—Estou preocupado, porque te amo, e porque sei as limitações que você tem em confiar em alguém, e você confia nela, quer mesmo dar sorte ao azar, para que em uma possibilidade remota, ela resolva desistir da amizade de vocês? — indaga, se utilizando de argumentos convincentes.

—Seja o que for que farei sobre isso, não vai ser agora...Aliás, agora, o que quero é ir para meu apartamento. — o jantar já perdeu o clima para mim, e todas minhas boas intenções não fazem mais sentido.

                      Ele concorda, e sem mais delongas pede a conta, deixando em aberto a proposta de tomarmos meu vinho predileto no apartamento. Bem, eu aceitei aquilo, e foi após algumas taças, que eu perdoei os pesares da noite, e me aproximei dele,  buscando ali, algum tipo de relaxamento, e tenho que dizer que consegui. Transamos aquela noite, depois de muito tempo sem isso, e foi melhor do que eu esperava, ou no fim, precisava.

[...]

            Algo que não acontecia, em muito tempo, ocorreu; Eu me atrasei, naquela manhã eu me dei ao direito, de descansar da forma que merecia, e isso de certa forma elevou me humor ao topo. Assim que me levantei, não encontrei Kentin, ele deixou um bilhete na geladeira, avisando que teve que correr para o escritório.

                   Por causa do meu atraso, não pude correr no Central Park hoje, mas, não liguei, com a sensação de leveza que se encontrava dentro de mim no momento, apenas me preocupei em arrumar-me para mais um dia de trabalho.

                No caminho para gravadora, passei uma cafeteria, e garanti o café de todos. Não teria um pedaço de mim arrancado, se fosse gentil uma vez na vida.

                 Tenho que admitir, que enquanto dirigia por Manhattan rumo ao meu destino, me preocupei pela primeira vez ao chegar a conclusão que Castiel não ficaria quieto depois do que eu fiz. Ele ia revidar e seria pesado, e eu preciso estar pronta para isso.

             Como mais um hábito conseguido em minha vida, a primeira pessoa que cumprimentei ao chegar lá, foi Iris, mas, ela não parecia nem de longe, tão feliz e animada quanto ontem. Ao contrário, ela se encontrava um tanto assustada.

—Ei! Trouxe cafés para o pessoal, até para o Castiel, escolhi café preto, é clássico, ele parece gostar do clássico. — ironizo, enquanto coloco a bandeja de isopor em cima da mesa dela. Seja lá, pelo quê, ela está aterrorizada, eu não perguntaria e estragaria meu humor. — As pessoas da reunião já estão ai? — indago, voltando o olhar para a sala de reunião, tentando ter a resposta antes dela falar.

—Justamente, todos estão, mas... — não deixo que ela termine, nesse momento não quero detalhes.

—Ótimo! Vou a sala do Castiel agora, instruí-lo sobre como deve se portar como presidente da gravadora. — lhe comunico, e ela me barra no meio do caminho.

—É isso que estou tentando dizer, Lynn, o Castiel não está aqui, liguei para ele, e o mesmo falou que não vem hoje. Seja por qual motivo ele vem se comportando bem pelos últimos dois dias, ou tem dado uma trégua para você, acabou, ele voltou a ser o Castiel. — aquilo estraga completamente meu humor.

                       Ele não fez isso. Droga! Ele não regrediu ao seu pior estágio de idiota, só porque, eu brinquei um pouquinho com ele. Esse babaca sabia, que tinha que estar aqui cedo. Eu havia deixado claro. Mas, é claro que tudo que importa para ele, é mostrar que não se abala com o que faço ou peço que ele faça.

—Okay, faça o seguinte Iris, enrole todos na sala de reunião, eu vou atrás do Castiel, e garanto que nem que seja em uma camisa de força eu o trarei  até aqui. — falei decidida como sempre sou, e pelo olhar que a mesma me lança, ela acredita em mim.

[...]

          Acho que nesse momento, o porteiro deve considerar que eu não tenho um pingo de amor próprio, por estar novamente em busca de pegar meu “Namorado” em flagrante, evidenciando que eu o perdoei desde a última vez que me “traiu”. Dessa vez, tive até que usar falsas lágrimas, para que ele não me anunciasse. Eu tinha a chaves extras sim, mas, se ele avisasse ao Castiel que eu estava ali, isso interromperia o espetáculo que eu pretendo fazer, se houver alguma mulher lá dentro com ele.

                Adentro a cobertura dele sem a menor cerimônia, e a cena que encontro lá, me faz quase vomitar todo meu jantar de ontem. No enorme sofá cinza, um Castiel completamente nu, coberto apenas por um lençol branco, se encontra transando com uma loira platinada, que geme algo que não consigo entender, a medida que ele se enfia dentro dela.

             Incrédula. Dou uma passo para trás, um tanto abismada por eles não notarem minha presença, e engulo a seco para me recompor. Eu me encontro abalada, por motivos que nem sei explicar, ou definir o que significam.

                 Suspiro, e para assumir minha postura de indiferença de sempre, me encosto na soleira da porta, e quando me sinto pronta para enfrenta-lo, ponho um sorriso falso no rosto, e pigarreio chamando a atenção da garota, que arregala os olhos, a medida que puxa um outro lençol que estava no chão para se cobrir.

                        Castiel me olha com diversão, a medida que cobre sua parte de baixo, e se levanta, ignorando a vergonha da menina. Ele não se importa com ninguém além dele, afinal. Dane-se essas mulheres com quem transa.

—Nojento, deprimente, enjoativo e...Ofensivo...Sim, é isso que eu acho sobre essa situação, mas, não acho mais ridículo do que você querer se vingar de mim por ser melhor que você, ferrando com sua própria gravadora...Sabe, o mais interessante sobre isso? É que você sabia que eu viria, e usou essa pobre iludida para me afetar de alguma forma, ao ver essa cena...Mas,ai vai uma novidade; Não me importo com você. — dei uma risada com escárnio após essa última frase. — E agora, eu te aconselho, a colocar uma roupa e vir comigo, antes que eu te processe por se aproveitar de uma menor de idade. — falo avaliando a garota, que ao se assustar com que eu disse, comprova minha teoria de ainda não ter dezoito anos.

—Vai para o inferno, Lindsay. — ele não liga mais para minhas ameaças, e demonstra isso com toda raiva que pode.

                  Saio do lugar que estou, e ando até ele em passos calmos olhando para o mesmo com desafio.

—Me force a ir. — peço com um brilho de irritação no olhar.

—Vai por mim, você não quer ver eu te forçando a fazer algo. — me comunica me encarando de forma perigosa.

—Sai daqui garota, isso não vai ficar bonito. — ordenei,  sem fitá-la, e em questão de segundos, a mesma catou suas roupas no chão da sala, e saiu correndo dali aos tropeços.

                   Forcei meu corpo a não olhar para o de Castiel coberto apenas por um lençol, e sai da frente dele, indo em direção a estante — adega — que o mesmo tinha. Estava repleta de Whiskys e vinhos caros que deveriam ser do apreço dele. Passei meu dedo delicadamente por elas, de costas para Castiel e sorri com desdém.

—Que não digam que eu não pedi educadamente. — falo, antes de sem a menor cerimônia, pegar a garrafa mais cara que reconheço ali e a jogar contra uma parede. Vendo seu vidro se espatifar de maneira dramática, junto ao seu líquido âmbar.

                Castiel se vira de olhos arregalados, quando faço isso,  e antes dele sequer reagir, jogo mais uma com toda raiva que sinto no momento, e devo acrescentar que isso é uma terapia entanto.

             Logo que ele finalmente reage, e está prestes a vir até mim, finalizo meu ato ao com um empurrão de cotovelo derrubar um fileira toda, vendo tudo aquilo ser desperdiçado.

                 Castiel me puxa para ele com fúria, não se preocupando se vai me machucar ou não, enquanto eu me encontro com o coração acelerado pela adrenalina que corre em minhas veias naquele momento. Estou tão assustada com o que fiz, quanto ele está abismado.

           É e ai que me lembro novamente, de algo que Florence disse; Ele te afeta, Lynn. E ninguém te afeta. Você é a pessoa com mais controle que eu conheço...Se você odeia alguém, você só manda essa pessoa se ferrar mentalmente, nunca desce do salto...Mas, com ele, é diferente, você retruca, cai no jogo...

—Você ficou louca? — ele grita em plenos pulmões.

                  Antes que eu responda ou sequer retruque, Castiel faz algo que me deixa incrédula, ele me ergue pela cintura, enquanto eu me debato, e me joga em seus ombros, como se eu fosse um saco de batatas, deixando minha bolsa cair no chão. Tento calcular qual será sua próxima ação, mas, com certeza não prevejo, que seria jogar toda a louça que tem na sua mesa de jantar para o lado, e me deitar lá com brutalidade, enquanto fica sob mim, prendendo meus pulsos na altura da minha cabeça e e me encarando com seus olhos azuis gélidos, enquanto eu ofego.

         Seu tórax nu, está em cima do meu corpo trêmulo, e nossas intimidades estão quase encostadas uma na outra, enquanto nos encontramos nessa posição. Assustada, tento formular o que falar, logo que meu corpo manisfesta um calor estranho com aquele contato.

—Pare de me desafiar, Lynn. — ele me ordena, em sua melhor posição de macho Alfa, enquanto me olha como se estivesse prestes a me devorar.

—Me solte, se não eu cancelo a denúncia por abuso de menor, e te acuso de me assediar. — ameaço, tentando me desvencilhar de seus braços, mas, continuando presa em suas garras.

—Não é crime, quando é consensual. — me lembra.

—Bem...Não estou concordando com termos algum. — é minha vez de lembra-lo.

—Mas, quer concordar...Você é forte, Lynn, se quisesse mesmo sair dos meus braços já teria feito. Mas, você não quer sair...Você quer saber, até que ponto eu vou. — sabe qual é a pior parte disso? Eu não quero saber até que ponto ele irá, mas, meu corpo sim.

                  Ali, acuada em meio ao seu aperto sútil, eu cheguei a obvia conclusão de que quando estava junto com Castiel, quase sempre havia uma tensão sexual envolvida, da qual eu gostava, mesmo que não admitisse.

                  E céus essa situação tinha tudo para ser insana para mim, só o que impedia ele de estar nu por completo era um pedaço de pano, e só o que me impedia de puxa-lo era o pouquinho de juízo e dignidade que me restavam.

             E admito de novo, que quando Castiel chegou mais certo, quase colando nossos lábios, a medida que eu respirava como se tivesse voltado para a terra, após ter passado muito tempo em baixo da água, eu quis que ele fosse até o fim, quis saber como seria.

              Só que para o meu bem, e acho que para o dele também, Castiel teve um surto de realidade, e se desvencilhou de mim, ficando em pé, numa distância segura, enquanto eu lutava para manter a compostura, a medida que saia de cima da mesa, e ajeitava meu vestido justo, que agora se encontrava amassado.

      —Não banque a mandona comigo, Lindsay, isso foi só mais uma prova do efeito que eu sei que causo em você. — falou de forma gélida.

—Eu te manipulei. Eu faço isso com todos. Supere, okay? — peço mudando de assunto, e cruzando os braços, para tentar passar uma postura de quem não se importa, tão bem quanto ele faz.

—Sai daqui. — a primeira vez que pede soa calmo, mas, não eu não o atendo, então ele berra da forma mais rude que pode. — Sai daqui. AGORA. — ordena apontando em direção a saída.

           Olho para lá, e suspiro.

—Você vai a reunião? — torço para ouvir um sim.

—Vou. E não, não é por você, é pela gravadora. — finalmente cede.

—Que bom, porque afinal, você não precisa se importar comigo, o bem da gravadora é nosso único ponto em comum. — comento séria.

—É. Você deixou isso bem claro ontem, Lindsay. — diz friamente, antes de me dar as costas, e rumar para seu quarto.

         Somente quando chego no corredor, é que me dou ao trabalho de desabar sobre tudo que aconteceu. Encostada em uma das paredes do prédio chique, solto a respiração que prendi antes de sair de lá, e olho ao redor, um tanto desorientada.

                Desorientada. Era assim que Castiel me deixava. E isso é preocupante em níveis catastróficos.

[...]

            A reunião não poderia ter sido mais tensa, enquanto eu explicava os novos termos, Castiel me olhava demonstrando toda raiva que sentia por minha existência. De todo jeito, descobri nela, que o Blancherd e eu, formávamos uma boa dupla, coisa que eu nunca formei com ninguém. Para comandar algo, deixávamos de lado nossas diferenças, e dávamos conta da situação.

                  No fim, algo em nosso poder de convencimento, e minhas ideias inovadoras, fez com que os associados antigos, aceitassem os novos termos e até ficarem felizes por eles, ignorando por sorte nosso atraso.

                  Castiel foi o primeiro a sair da sala, quando a reunião acabou, sendo seguido por eles, deixando somente nela, Armin e eu — que por toda reunião, pareceu orgulhoso do fato do amigo ter tomado um pouco as rédeas da situação. Enquanto, eu organizava algumas pastas, senti seu olhar recair em mim.

—O que aconteceu, para Castiel tratar você como se você tivesse matado o Dragon? — indaga de forma debochada, a medida que me encara. Franzo as sobrancelhas.

—Quem é Dragon? — questiono curiosa.

—É o cachorro dele. — responde rapidamente, acho que logo concluí que minha próxima pergunta é saber onde ele vive, já que na cobertura, não vi nenhum sinal dele. — Ele está na casa dos pais dele. Longa história. — esclarece e eu assinto.

—Eu fiz uma coisa. — não sou muito clara, me referindo a sua pergunta.

—Que coisa? — parece preocupado com a resposta.

           Mordo os lábios, e deixo os contratos de lado, por ora.

—Eu manipulei ele, e depois joguei isso na cara dele. — okay, agora a ideia não parecia tão inteligente, quanto pareceu no começo.

               Armin me olha incrédulo.

—Droga! Lynn...Castiel não lida bem com isso, okay? Ele odeia que o manipulem, ou que sejam falsos com ele...Se quer mesmo o ajudar a dar um jeito em sua vida, precisa que ele confie em você. — me comunica revoltado com minha ação.

             Aquilo me irrita.

—Ele confia em você? — quero saber.

—É claro!. — parece ofendido com a pergunta.

—Então por que você nunca o ajudou? Ou melhor, por que ele nunca deixou que você o ajudasse? Você é o melhor amigo dele, certo? Ele deveria te ouvir. — destaco meu ponto e ele ri com escárnio.

—Me diga você porque ele nunca  deixou que eu o ajudasse. — me pede, ou melhor, desafia.

—Como eu vou saber? — questiono confusa.

—Que tal, por que você é igual a ele? Como eu já disse uma vez, eu vejo que vocês tem as mesmas limitações em relação a confiança, e quando você conseguiu um pouquinho da dele, preferiu jogar fora, ao invés de investir, jogando limpo para conseguir ela por completo. — me diz, como se estivesse decepcionado de alguma forma comigo. Ele não devia, nem eramos amigos.

—Vou trabalhar. — aviso, ignorando suas palavras.

[...]

                Estava com alguns papéis nas mãos que precisava que Castiel assinasse, mas, assim que o encontrei no corredor, e estava prestes a solicitar que ele fizesse isso, o mesmo me ignorou completamente, e seguiu para o estúdio com os meninos da banda. Por que tudo tem que ser complicado com ele? E por que dessa vez, eu não estava pronta para ir lá e xingá-lo?.

—Ei! Que bom que te encontrei! Acabei meu ensaio agora, e pensei que seria bom almoçarmos juntos. — voltei a mim, parada ali naquele corredor, quando Lysandre veio até mim e me disse aquilo. Era a primeira vez que nos víamos hoje.

—Eu...Não sei...Eu... — não consigo falar, pois ainda estou concentrada no caminho que Castiel traçou ao me deixar para trás.

—Está tudo bem? — meu irmão indaga preocupado, tocando em meu ombro.

                Me volto para ele e suspiro.

—Eu fiz algo...Com o Castiel, algo que no momento me pareceu certo, ou justo para mim, mas, agora, sei lá, é como se eu estivesse arrependida, devido a isso, Castiel está me ignorando e complicando meu trabalho. — tento explicar de um jeito confuso.

—Já tentou correr atrás dele, e pedir desculpas? — Lysandre sugere calmamente.

—Não posso fazer isso. Eu nunca faço isso. Correr atrás. Cada vez que brigo com Liam, ou Kentin — o que acontece com frequência— Espero que eles superem e tudo fique bem. Nunca vou atrás deles com um “eu sinto muito”. — esclareço o obvio, e meu irmão dá um meio sorriso. Achando graça em minha anologia.

—Em todas essas brigas, você estava certa ou errada? — tenta me entender.

—Certa, é claro. — digo sem hesitar.

—E agora? — algo que também não acontece com frequência em minha vida, ocorre ali; Eu fico calada e não retruco.

             Afinal, Castiel merecia que eu corresse atrás dele?


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Notas finais do capítulo

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