Uma Adorável Mulher. escrita por Maria Vitoria Mikaelson


Capítulo 5
Capítulo 5 - Ao Mesmo Tempo.


Notas iniciais do capítulo

Depois de um século sem aparecer, eu voltei com um capítulo enorme para você, e para avisar também, que estou voltando as postagens aqui!
Espero que gostem e que comentem!
Boa Leitura!



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Ponto de vista : Lynn Gilbert.

Recebi a preocupante constatação que não era só Castiel que era confuso para mim. Tudo ao redor dele era, tudo que tinha a ver com ele era. E tenho que admitir com muita frustração, que nem mesmo seus negócios se livram disso. Logo que avaliava todos os contratos recentes que ele assinou sem a miníma responsabilidade, notei que Castiel não estava administrando uma gravadora, ele a estava levando para a lama.

       Enquanto eu fazia todo o trabalho, de ler aquele material, e não surtar com as conclusões que cheguei, o babaca que estava arruinando sua própria empresa, se encontrava na posição mais confortável possível, com os pés estendidos sob a mesa de vidro da sala de reuniões da gravadora,  teclando algo freneticamente em seu celular.

                  Quando seus olhos inacreditavelmente azuis notaram que eu o encarava, ele deixou o celular de lado, e me olhou com desdém, arqueando uma sobrancelha logo em seguida. Fazendo ele ficar ainda mais sensual naquele terno. Céus! Todos os caras ficam parecendo pinguins em ternos, por que Castiel Blancherd fica gostoso em um terno? É alguma pegadinha do universo para mim? Querem testar meus limites?

       Brinquei com a caneta em meus dedos, a qual eu fazia anotações em uma folha, das informações que eu extrai do banco de dados da gravadora, e engoli a seco, buscando uma maneira de me recompor, após quase babar pelo o fato dele ser um maldito cara quente, e acho que minha expressão de indiferença funcionou, porque ele logo fechou a cara. Ótimo! Sem brincadeiras!  Significa que ele não notou nada.

—O que foi? — ele quer saber, porque antes eu o encarava, deixando explícito meu descontentamento.

—Hum... — Eu não estava tão composta, afinal. — Eu avaliei a maioria desses contratos, e notei algo preocupante...Vocês não tem nenhum seguro, caso alguém queira romper um desses contratos...Nenhuma garantia de que não terão prejuízos...Nenhuma minúscula linha que dê a vocês poder, mesmo na perda. — explano tudo que li, e ele não parece nem ao menos preocupado.

—Somos a melhor gravadora de Nova York...Temos uma fama mundial, no meio musical, e no vinculo por fora, dos games que também fornecemos. Ninguém em sã consciência romperia um contrato conosco...Eles querem mais é que renovemos...Não precisamos de seguros para algo que não irá acontecer. — seu ego fala tão alto, que eu reviro os olhos, quando ouço aquela estupidez.

—Você conhece a Apple? — tenho que lhe explica-lo como aquilo funciona, e isso parece ser a maneira mais fácil. Ele faz uma careta para minha pergunta, e nem nega, nem assente. Por fim, o ignoro. — Ela é a empresa mais famosa de tecnologia...Todo mundo quer um Iphone de última geração. Todos a veneram ...Mas, em “todos” há exceções...Porque, nenhuma empresa é perfeita...Sempre haverá um problema, uma reclamação, ou um defeito que um entre mil arranjarão...E sabe o que fazem quando isso acontece? As pessoas trocam de marca...A Apple perde algo? Não, porque ela já recebeu o dinheiro durante a compra...Mas, uma gravadora vive dos lucros do artista, é uma troca contínua, até o fim de um contrato, e caso uma das partes desista, o mais esperto é que a outra não se ferre e por fim saia beneficiada disso, pela quebra do acordo. No mundo dos negócios não existe essa de "Nunca". Existe essa de pensar no amanhã e em todas as probabilidades. — Castiel me olhava com uma expressão estranha, enquanto eu gesticulava com as mãos, e lhe dizia tudo isso.

—E o que você sugere que façamos, senhorita sábia? — ironiza, e não o braço a torcer, sobre estar errado, ao não ter se precavido antes.

—A parti de agora, todos os novos contratos, serão redigidos por mim, sob os meus termos...E você dará um jeito para que todos os antigos sejam renovados, e um seguro rentável para a gravadora seja incluso nele. — a essa altura, não sabia como a gravadora, sobreviveu desde que Castiel assumiu a presidência.

—Os artistas antigos não se sentirão confortáveis com isso, já temos um acordo firmado de uma forma, alterá-lo deixaria eles furiosos. — retruca, como se não fosse uma boa opção.

                Suspiro por suas palavras, e pela milésima vez, me questiono onde me meti.

—A não ser que você dê a eles, uma falsa ideia de benefício. — comento como quem não quer nada.

—E eu faria isso como? — pareceu subitamente interessado, quando o que eu falei soou como uma coisa errada. Realmente, um cretino.

—Digamos que em uma possibilidade remota, você ganha 50% dos lucros deles...Você irá propor um novo contrato em que abre mão de 10% desses lucros. — apresentei minha ideia.

—É estupidez, perderemos dinheiro com isso. — Castiel nega.

—Se essas pessoas saírem da sua gravadora bruscamente, sem garantias, depois do tanto de dinheiro que você investiram nelas inicialmente...Vocês perderão o dobro ou triplo disso. — sou direta. — Vocês só darão a elas, uma ilusão de vantagem...E além do mais, só precisará usar essa tática para os contratos antigos...Os novos estarão satisfeitos com “Novos” termos. — ironizei na última parte e fiz um trocadilho péssimo.

—E se não for o suficiente? — quer saber, pois ser positivo não parece do feitio dele.

—Sei lá, você deve ter criatividade, use-a... Afinal, seu pai te deu a presidência por algum motivo. — dou de ombros, e volto meus olhos para a tela do notbook a minha frente, buscando novas formas, de organizar o estrago que Castiel vem fazendo com essa trágica administração.

            Ele permaneceu calado por um tempo, enquanto eu checava alguns gráficos, mas,  como é de seu costume estragar minha calma, o mesmo quebrou o silêncio, ao me surpreender com uma frase.

—Foi pela música. — olhei para ele, e observei sua expressão que contava quase com nostalgia.

—O que? — sem entender o motivo, me vi curiosa sobre isso.

—Foi pela música que ele me deu a presidência. Ela costumava me mover...Eu era música...Ele achou que se me colocasse para fazer, algo relacionado a ela, eu acalmaria meus ânimos e tomaria jeito. — admite com certo deboche, e eu quero dizer que não, mas, uma parte de mim, quis saber desesperadamente por que ele conjugou sua paixão no passado.

—Isso é ridículo...Seu pai te deu o comando de uma gravadora, porque você gostava de música...É como deixar alguém ser advogado, só porque essa pessoa gosta de ler. — dou minha opinião, porque qualquer um saberia que administrar uma gravadora tem a ver com uma pressão muito além de só escolher quem sabe cantar bem.

Meu pai  é velho...Talvez tenha perdido o juízo. — é o homem rude que conheci quando diz isso. E eu não deixo passar despercebido, o tom de sarcasmo que usa quando fala “Meu pai”, mas, resolvo deixar isso para lá por hora.

—Bem, você é jovem...E pelo que parece, nunca teve ele. — O mesmo tentou esconder, mas, eu vi que minha frase o havia feito sorrir, mesmo que por dois segundos. Não me apeguei ao que senti, quanto notei isso, apenas voltei ao meu trabalho e repeti inúmeras vezes, só para lembrar, os motivos que me faziam acreditar que eu nunca suportaria Castiel.

[...]

                A noite chegou em Nova York, tão rápido que eu nem notei as horas passando. O arranha céu da moderna gravadora, dava uma linda vista da cidade agitada perto de nós e por um momento me foquei  só nela, dando a mim mesma, alguns segundos de relaxamento.

              Castiel, que agora, por uma bondade do destino, havia se rendido, e aceitado ler os desastrosos contratos —  quais eu julguei e reconhecer seus erros. — Estava sentado em uma cadeira, como um ser humano civilizado faria, parou o que estava fazendo, e pelo canto do olho, pude notar que ele me observava, fascinada pelo ambiente ao meu redor.

—A maioria das pessoas gostam do silêncio, dizem que é bom para pensar...Mas, eu ao contrário de todo mundo, gosto do barulho, porque quando o caos se instala nos horários de pico em New York, eu não consigo ouvir meus pensamentos. — não sei porquê, mas, admito aquilo a Castiel e ao que parece, ele também não havia  entendido porque falei.

—Quem não quer escutar seus próprios pensamentos, é porque foge de algo. — O idiota não podia ouvir calado, não é mesmo?

                    Ele se levantou, fazendo sua melhor expressão de deboche e se aproximou de mim, vindo para o meu lado, apoiando seu cotovelo na mesa, e me olhando, com o rosto quase colado ao meu. Apertei o estofado da cadeira, a qual eu estava sentada, para controlar meus hormônios por conta daquela aproximação, e umedeci meus lábios, que haviam ficado secos de repente.

—Sabe do que eu fujo? De você. De casos como os seus, que são fúteis...Gosto de ajudar pessoas que realmente merecem minha ajuda. — sei que minha resposta não tem a ver com sua pergunta, mas, eu me encontro nervosa.

—Acontece que você não pode fugir para sempre...Ao menos, não de mim. — afirma chegando mais perto, dizendo isso em referência a minha última frase. Arfei com essa aproximação, e foquei em seus olhos.

               Dê uma resposta inteligente, Lynn, reaja!

—Eu estou aqui, não estou?...E sinceramente, nesse caso, fugir nunca foi uma opção. — ele se surpreende com minha postura, e o que eu esperava não acontece, ele não se afasta.

        Faça algo! Se afaste você.  — Meu cérebro gritou.

            Mas, por sorte, mais uma vez, o destino resolve ter pena de mim naquele dia e corta nossa proximidade, quando meu celular começa a tocar. Castiel se distancia com um sorriso malicioso nos lábios, e volta para o seu lugar.

            Pisco algumas vezes, e me levanto bruscamente, pegando o aparelho em cima da mesa, e atendendo a ligação sem nem olhar quem é.

Que bom que você atendeu, Lynn...Aconteceu algo, e você precisa vir para o escritório agora. — reconheço a voz de Florence e me ponho em alerta, quando ouço ela.

O que houve? — quero uma dica, antes de me desesperar.

Foi Parker, ele ferrou com o caso do senhor Rileys. — aquelas palavras, me fazem passar a mãos pelo meu rosto. Droga! Aquilo era previsível, mas, no fim, não era isso que eu queria que acontecesse. Rileys era um bom homem, que merecia ter seus problemas resolvidos.

Me dê dez minutos, e estarei ai, xingando o Parker, e mais uma vez, sem reconhecimento algum, resolvendo tudo. — falei convicta, antes de sem cerimônias desligar a ligação.

        Sob o olhar curioso de Castiel, reuni todas as minhas coisas e me vi pronta para finalizar, aquele longo primeiro dia de trabalho com ele.

—Onde vai? Achei que tivesse que se focar unicamente no meu problema. — pela minha expressão, é lógico que ele notou que a ligação tinha algo a ver com trabalho.

—E tenho...Mas, eu sou eu, e se vejo roupas desarrumadas pele uma cama, só volto a lavar as louças, quando tenho uma pilha de tecidos dobrados sob essa mesma cama. — era uma péssima metáfora, mas, era o que resumia o que era minha vida.

                      Ele cruzou os braços, e estalou a língua no céu da boca, como se dissesse que no fim não ligava para isso.

—E você não se importa nenhum pouco, com o fato de que eu já vou. — cantarolo, quando noto tarde mais.

—Queria ser educado e dizer que sim..Mas, não. Não me importo. — admite como o babaca que é.

—Okay...Sei que é inútil pedir, mas, será que só por hoje, para variar, pode não fazer nenhuma idiotice? Tenho essa situação preocupante para resolver agora, e quero me focar somente nela essa noite. Então, por favor se comporte. — quase imploro.

—Posso pensar no seu caso...Se me fazer o boquete que pedi a um tempo. — não perde a oportunidade de debochar.

             Olho para ele incrédula, mas, tenho que admitir, que a imagem de eu fazendo essa coisa depravada com ele, se passa em minha mente. Castiel arregala os olhos, por não obter minha resposta ofensiva imediata.

—Você considerou. — acusa, se divertindo as minhas custas.

           Resolvi sair por cima e falei;

—Precisaria  de mais do que um bom comportamento para ter isso de mim. — lhe conto e sem mais delongas, saí do mesmo ambiente que ele.

[...]

         Não cheguei ao escritório em exatamente 10 minutos, afinal eu estava a noite em Nova York, o trânsito não era nenhum paraíso, e o taxista que meu levou, não estava disposto a correr, nem mesmo ganhando mais para fazer isso.

                  Florence, como sempre a melhor informante, me deixou a par da situação por mensagens de texto. Mas, obviamente fora algo superficial. Havia me poupado dos detalhes.

        Praticamente corri para o último andar, quando cheguei ao escritório, não me preocupando em ser simpática e cumprimentar os advogados ou outros funcionários que passaram por mim durante meu percurso até lá.

               Entrei no escritório de Parker sem bater, e o mesmo praticamente me fuzilou com o olhar quando me viu, assim como fez com Florence, que havia em algum ponto do meu caminho até aqui, me acompanhado.

—Você ligou para ela? — gritou incrédulo, assustando o senhor Rileys que já devia estar completamente aterrorizado com toda situação que já estava acontecendo.

—Sim, ela ligou...Florence foi instruída a fazer isso, quando você estiver ferrando com tudo. — a defendi, batendo de frente com ele, sem medo algum das consequências.

—Saia daqui Lindsay, esse caso não tem nada a ver com você. — me lembrou disso, e eu grunhi frustrada.

         Ótimo comportamento, Lynn!

—Não! Não vou sair, não vou deixar que o senhor Rileys saia prejudicado disso, porque você é um incompetente...Estou pouco me importando com os créditos, fique com eles se quiser, tudo que me importa, é que um homem justo não saia perdendo em um caso, porque meu pai confia mais nas suas habilidades do que nas minhas. — protestei mostrando minha firmeza. — Flore já me explicou a situação...Como você pôde deixar que a Corton patenteasse a ideia da empresa Rileys, primeiro que você? — eu tinha que entender a idiotice dele.

—Deixei isso para meu estagiário, mas, ele não foi tão rápido. — se defende, tendo um péssimo argumento.

—Deixou para seu estagiário? — repito com escárnio. — A conta Rileys é uma das mais importantes que temos aqui, todo seu sangue e suor tinham que estar focado nesse caso...Qual é seu problema em realmente advogar? — praticamente berrei por uma resposta.

—A Corton deve ter algum funcionário infiltrado, que permitiu que eles, tivessem acesso ao aplicativo antes que chegássemos a patentear...Eles querem a grana, e se forem eles a lançarem, ganham muita. — disse o obvio, e o senhor Rileys se assustou com a possibilidade de ter um traidor em sua empresa.

                    A mente de Bryan Rileys era brilhante, digo, ele criava os melhor aplicativos para celular, e havia conseguido realmente uma fortuna com isso, mas, ao que dizia respeito a coisas judicias, ele era um ignorante, e por isso confiou em nosso escritório para resolver problemas como esse.

                 E a Corton era a empresa rival, que estava sempre a espreita, procurando algo em que pudesse dar um golpe para quebra-lo. E a burrice de Parker, ao que parece fora o ponto fraco que eles encontraram para fazerem o que queriam.

                Mordi os lábios e pensei rapidamente.

—Eles vão querer um acordo. — anuncio e Bryan franze as sobrancelhas, e se levanta da cadeira a qual estava sentado anteriormente.

—Um acordo? — quem faz essa pergunta é Parker, não ele.

—Eles não vão querer lançar o aplicativo, se houver um escândalo envolvido as vésperas deles fazerem isso...Suposições de trapaça tirariam a credibilidade da empresa...Eles vão ser cínicos o suficiente para oferecem um acordo, com a intenção de que Bryan não abra um processo contra eles...Vão argumentar dizendo que tiveram somente uma ideia tremendamente semelhante a dele, e vão querer sair de bonzinhos oferecendo uma quantia que soa extremamente conveniente. — adivinho todo processo que virá a seguir.

—E o que faremos quanto a isso? Eu tenho que aceitar o acordo? — Bryan está desesperado.

—Bem, digamos que o valor final do aplicativo te renderia basicamente 50 milhões de dólares...Eles serão um tanto gentis ao te oferecerem 5. — sou sincera e ele arregala os olhos.

—Eu perderia 45 milhões? — está incrédulo.

—Perderia...Se eu não estivesse assumindo o caso agora. — aviso, pouco me importando com Parker.

—Tem certeza que é tão boa assim, senhorita Gilbert? — o mente brilhante questiona, com um breve sorriso nos lábios. Parece que ele gostou da minha convicção.

—Quando eu estou em um caso, a única coisa que existe é, 0% de chance de eu perder. — o comunico.

—Eu não te cedi o caso, Lindsay. — Parker destaca seu ponto.

—Mas, vai...Porque, você não tem a miníma ideia de como vencer, e eu sei como desarmar a Corton. — me delicio ao falar cada palavra daquela. Era como o universo dizendo, que enquanto meu momento não chegava, eu teria o prazer de me destacar no momento que seria do Parker, se ele não fosse tão incompetente.

                   Nesse instante, o celular de Bryan começa a tocar, e eu olho para ele com convencimento.

—Quanto querem apostar, que é a Corton? — indago com deboche.

—O que eu devo fazer agora? — quer minhas instruções, e estarei feliz e dá-las.

—Atenda, e seja qual for a proposta deles, a aceite. — arregala os olhos para minha resposta. — Faça o que eu estou dizendo, e peça para que eles estejam aqui daqui a 15 minutos, com todo o dinheiro. — ordeno, sabendo muito bem como resolver a situação.

[...]

                A sala de reuniões do escritório Gilbert está cheio de advogados desconhecidos e provavelmente rivais, quando adentro a ela, lado a lado com Bryan. O mesmo tentava esconder seu nervosismo, para enfim executar as últimas instruções que eu lhe dei.

         Olhei para cada um ali, com superioridade e cruzei os braços, parando em meio aos telões de projeção de frente para sala.

—Vocês devem estar se sentindo espertos por terem passado a perna no Parker...Não se sintam...Até uma criança humilha ele. — inicio com certo escárnio, e alguns deles reviram os olhos.

—Não viemos aqui para receber acusações, Bryan Rileys aceitou o acordo, e nós estamos dispostos a ceder a ele, 6 milhões, se o mesmo não fizer confusão. — o mais sério entre eles, é o que diz aquilo.

—E se eu disser que tenho uma proposta melhor que essa?...Vocês a considerariam? — arqueei uma sobrancelha, quando questionei aquilo.

—Duvido que consiga uma melhor que essa, para ambos os lados. — me desafia.

—Você certamente não me conhece. — afirmo, olhando para o Rileys que me encarou com expectativa.

—Então faça seu melhor, querida. — o cara sério pede, e eu fico feliz em atende-lo.

—É o seguinte, se o patente não estiver no nome de Bryan Rileys até amanhã de manhã, o aplicativo será disponibilizado na internet gratuitamente online, daqui a exatas duas horas, e vocês perderão todo dinheiro investido que gastaram ao rouba-lo e o torna-lo utilizável...Mas, o melhor é que, se não fizerem isso de boa vontade...Eu vou processa-los por esse golpe, usando provas realmente legais...Levando em conta que Bryan é um homem precavido, e tem todos os detalhes da produção do aplicativo em seu computador pessoal. De acordo com as datas de criação, qualquer juiz notará que o trabalho foi feito por ele, antes de vocês se quer pensarem em lançaram, então vocês não terão argumentos para denuncio-la de plágio....O caso, é que de qualquer forma vocês perdem, e isso é um breve aviso para nunca se meterem  a espertinhos, com esse escritório. — eles engoliram a seco, com essa reviravolta.

—Bryan nunca lançaria o aplicativo gratuitamente, e perderia todos os milhões envolvendo isso. — um deles — a qual não me dou o trabalho de prestar atenção. — retruca, não querendo admitir que já acabou para o lado deles.

—Para ferrar vocês, depois de terem me ferrado? Eu não me importaria, daqui a dois meses, eu criaria um melhor e ganharia mais. — gosto da postura que o Rileys assume, quando diz isso, e lanço um sorriso para ele.

         E dito isso, eles não parecem ter mais defesas.

—Então...Parece que estamos entendidos. — bato o martelo, fingindo poder por uma vitória, que eu já sabia que seria minha.

[...]

         Exausta era um bom termo para me definir naquele momento, eu me encontrava assim tanto emocionalmente quanto fisicamente. Ao lado de Bryan Rileys, na recepção eu me encontrava vendo os perdedores indo embora, com o rabinho entre as pernas. Parker, devia estar em algum lugar por ai, se escondendo depois de seu fracasso.

                O homem que aparentava ter seus quarenta e poucos anos, me encarou com um sorriso certamente tímido nos lábios.

—Obrigado pelo que fez hoje. — agradeceu, se encostando no balcão de atendimento e finalmente respirando aliviado.

—Não preciso de agradecimentos, o escritório é pago para resolver seus problemas. — sou cordial.

—Mas, esse caso não era seu... E mesmo assim, você lutou por ele com unhas e dentes. — não desiste de dizer “Obrigado” e isso me faz sorrir.

                Não sei o que dizer, para destacar o fato de que estou feliz, em ter meu trabalho reconhecido por alguém importante como ele. Era assim, quando eu parava de advogar, eu abandonava o ego inflado por alguns instantes, somente para voltar a ser alguém normal.

                        Minha falta de palavras continuou, até que o elevador fora aberto, e de dentro dele um Liam Gilbert pronto para ir embora, segurando sua maleta saiu. Quando notou o fato de que estávamos juntos ali, ele franziu as sobrancelhas e se aproximou. Segurei minha vontade de revirar os olhos.

—Bryan, o que faz aqui tão tarde? — é claro que ele não tinha conhecimento da situação. Meu pai tinha uma regra bem peculiar; Se ele passasse uma responsabilidade para você — um caso, na maioria das vezes. — você devia resolve-lo, da forma que pudesse, sem atazana-lo para isso. Ele não queria saber dos meios, apenas das resoluções.

—Seu advogado Parker, quase me fez perder 45 milhões hoje. — o Rileys comunica isso, deixando claro seu desapontamento.

                 Em vez do meu pai se desculpar logo pelo Parker, seu olhar recai sobre mim e ele suspira.

—E o onde, minha atrevida filha se encaixa nisso? Pois se bem me lembro, a coloquei em um caso, que não a permitiria de estar aqui agora.  — Claro que ele só tinha que se focar em me criticar.

—Lindsay resolveu a situação com uma maestria impressionante. Sua filha é uma grande advogada, Liam. — meu pai se surpreendeu com o elogio, e eu não soube como reagir. — E tem mais, se quer que eu continue dando dinheiro para vocês...Lindsay terá que assumir minha conta. — decreta e meu pai arfa, enquanto eu tento esconder meu sorriso.

—Eu não acho que ela... — o mesmo ia negar, mas, eu o interrompo.

—Ele ia dizer, que ele não acha que eu tenha como agradecer por isso. Será uma honra, Bryan. — afirmo, não me abalando com a postura do meu pai.

—Sendo assim, eu já vou...Será bom trabalhar com você. — ele me surpreende, ao me dar um breve abraço antes de ir.

                  Me viro de dou de cara com a carranca de Liam, que não parece nem de longe satisfeito com essa situação.

—O que foi tudo isso, Lindsay? — ele indaga, me encarando com firmeza.

—Isso foi eu, provando algo que você já sabia. Eu sou uma boa advogada, Liam...Na verdade, eu sou a melhor de todas. — falo sem medo, e ele não diz mais nada, antes de me lançar um olhar frio e sumir das minhas vistas, indo em direção a saída.

                   Olhei para onde ele tinha saído e sorri convencida. Liam ainda ceder ao meu notável talento e nesse dia, ele se orgulharia de mim.

[...]

                 Só quando cheguei em casa foi que notei, que não havia jantado, e foi por isso que liguei para uma pizzaria qualquer, em busca de algo para comer. Felizmente, não demorou a chegar, e depois de alimentada, tomei um banho e sem me preocupar com mais nada, após aquele dia tão cheio de problemas, me joguei na cama e adormeci.

                        Achei que durante minhas horas de sono, eu teria paz, mas, estava enganada. Após um tempo dormindo, não sei exatamente quanto, meu celular começou a tocar sem parar, me acordando. Abri os olhos, fazendo uma careta, e de forma atrapalhada, deslizei o aparelho do criado-mudo até ele cair em minha cama.

            Eram quatro horas da manhã. Quem liga para alguém quatro horas da manhã? Aparentemente, a Iris liga.

—...Oi? — falei com a voz embargada de sono. Nem xingar, eu conseguiria a esse ponto.

Ahn...Oi...É...Me desculpe por ligar essa hora, mas, como agora você é tipo, a salvadora, sei lá, do Castiel...Achei que fosse interessante te contar, que por algum raio de motivo, ele me ligou e parece que se meteu em mais uma confusão...Em uma boate  no centro. — afundei minha cabeça no travesseiro ao ouvir aquilo e revirei os olhos.

Só pode ser brincadeira...Okay, me dá o endereço. — pedi exausta, e assim ela o fez.

 [...]

       Era quatro e meia da manhã e olha onde eu estava, em um beco que me levaria ao depósito de uma boate brega, a qual Castiel estava detido por tempo indeterminado. Ao que parecia, ele havia conseguido mais uma briga para seu histórico. Segundo, o que um dos seguranças me contou na entrada, tinha a ver com uma rixa do passado.

              Chegando lá, a primeira pessoa a qual encarai fora o dono dos olhos azuis mais tempestuosos do mundo, ele bufou por minha presença, e acho que até ouvi um xingamento direcionado a Iris.

             O outro cara, com quem brigou se tratava de um moreno muito bonito, chamado Viktor, e eu não me preocupei em saber os detalhes e motivações daquela discussão, só me foquei no no dono da boate que  queria chamar a policia, porque os dois quebraram muitas coisas caras durante a briga.

                  Seja advogada Lynn, volte a postura arrogante.  Foi isso que meu subconsciente me instruiu a fazer.

—O senhor não vai chamar a policia...Sabe por quê? Se fizer isso, eu processo essa boate, por estar deixando menores de idade consumir álcool, e antes que diga que eu não tenho provas, eu vi com meus próprios olhos, adolescentes de 14 anos, saindo daqui quando cheguei, ou até mesmo chegando... E não duvide das minhas capacidades de conseguir as filmagens das câmeras daqui, para provar meu argumento. — falei séria, e o homem não gostou da minha audácia. — Sei o que está pensando, em como seria bom, arrumar um daqueles seguranças com falsa moral para dar um jeito em mim, por minha idiota coragem em te desafiar...Mas, tenho uma ideia melhor, a policia não entra no caso...E o Castiel se responsabiliza pelos gastos. — negociei, e ele notou que eu ia até o fim.

—Feito, mas, amanhã, eu quero o dinheiro na minha mesa. — o homem avisou com uma postura assustadora.

—Você terá. — garanti, então apertei sua mão.

               Castiel não deu um pio, enquanto eu resolvia aquilo, e nem quando, já estávamos no beco, esperando pelo táxi que eu chamei, já que o próprio também havia vindo em um, quando nos despedimos ontem.

—Eu não vou dar nenhum dólar para esse babaca. — resmungou, enquanto tentava limpar o sangue que escapava de sua boca.

—Não vai mesmo. — confirmei e ele me olhou com desconfiança. — Eu vou denunciar essa boate, não vou deixar que um lugar que incentiva a juventude de garotos a se tornar uma porcaria, continue aberto...Não quero novos “Castiel” no mundo...Tirei algumas fotos, que servirão como prova, e quando o processo for aberto, eles irão realmente ter acesso as câmeras. — Castiel arregalou os olhos para minhas palavras.

—Ele vai se vingar, vai me denunciar também. — retrucou, achando que não pensei nos detalhes.

—Não vai não. Porque, ele não terá como provar que você quebrou algo. — expliquei, enfiando minhas mãos no bolso do sobretudo.

—Claro que tem. Com o acesso as câmeras, tudo estará registrado. — ele protesta, e eu reviro os olhos.

—Você brigou perto da pista dança, quebrou parte do aparelho de som...Esse idiota só pôs câmeras no bar, onde tragicamente para ele, são dadas as bebidas aos menores, porque é também, o lugar onde a caixa registradora está. — como as pessoas não observavam os detalhes mais óbvios?

—Como você sabe disso tudo? — indaga me avaliando com certa irritação.

—Quando entrei para te procurar, olhei cada parte daquele local deplorável. — digo dando de ombros.

—E o que te garante que o Viktor, não vai ficar no lado do dono, se ele me denunciar? — não era realmente alguém positivo.

—O fato obvio, que ele também estava na briga, e se confirma-la também sairá ferrado.  De novo, estamos no jogo, palavra contra palavra. — avisei, já xingando mentalmente o taxista que demorava para chegar.

—Isso tudo não soa como algo legal, senhorita moralidade. — não perde a oportunidade de debochar de mim.

—Às vezes os mocinhos precisam fazer coisas ruins para que os bandidos paguem. — lhe conto uma verdade.

              Voltamos aquele silêncio desconfortável que sempre temos juntos, e em determinado momento, não me controlo.

—Por que fez isso? Por que não atendeu meu pedido de não fazer burradas só por um momento? Você  sabe o quão cansada eu estou agora? Sabe tudo que eu enfrentei ontem? Qual é a porcaria do seu problema? — eu estava desesperada para saber.

—Era inocência da sua parte, acreditar que eu faria isso por você...Eu não deixei de ser assim nem após os pedidos da minha mãe...Por que deixaria por uma pessoa que é insignificante para mim? — falou com os olhos azuis gélidos.

—Então, era mentira...Seu comportamento ontem...Aquele no qual cedia a mim por um tempo, era fingimento. — noto quão burra fui, e ele ri com escárnio.

—Escute-me Lynn, já entendi que você está disposta a fazer um inferno para que eu me torne uma pessoa melhor e blá blá blá...Mas, você não me conhece...Eu também sei jogar, e eu vou te ferrar tanto, que você vai implorar para ir embora, para sair de perto de mim...Não vou mudar quem eu sou, por que uma mulherzinha metida a especial, se acha capaz de fazer tal coisa...Sabe, as garotas com que eu transo e descarto logo que faço isso? Você é igual a elas...Ontem, eu só me aproximei de você um pouquinho e todos os pelos de seu corpo já se arrepiaram...E esse é seu ponto fraco, o fato de ser mulher e de que não conseguirá resistir a mim...Você vai ficar desesperada para ter uma noite de sexo comigo...E quando isso acontecer, depois que isso acontecer, eu vou te humilhar e você por fim vai notar que é só uma qualquer também. — me ameaçou no seu tom mais frio e cruel.

—Acha que eu vou desistir do meus objetivos, para ter sexo com você? Você vai melhorar, e eu vou te forçar a fazer isso, e não, eu não vou desistir...Você não sabe do que eu abri mão para conseguir o que tenho agora...O que eu tive que fazer...E não vai ser um babaca idiota que me dirá que eu não sou capaz. Porque sim. Eu sou capaz de fazer qualquer coisa, quando eu quero. — eu também sabia falar alto.

                       Ele agarrou meu pulso e me puxou para ele de uma forma bruta, deixando nossos corpos praticamente colados, enquanto nos encarávamos com fúria. Sim, me coração se acelerou com aquele contato, e sim o ar me faltou por algum tempo. Mas, ele, Castiel também se sentiu afetado com essa proximidade. Ele estava com raiva, e eu podia sentir isso pela força de seu toque. Raiva de mim, e talvez raiva de si mesmo, por eu fazer ele sentir algo, ainda que fosse só raiva.

            O Blancherd me soltou, quando ouvimos uma buzina perto de nós, e eu apertei meu pulso, que estava doendo e olhei para ele com nojo, enquanto sem a miníma sutileza, ele me abandonou ali e entrou dentro do táxi. Olhei para o céu e nesse momento a neve começou a banhar New York. Era assim que eu estava, sendo alvo de palavras duras de Castiel Blancherd, em uma drugada gelada na cidade que nunca dorme. Tudo estava acontecendo para mim. Tudo ao mesmo tempo.

              Alguém quer minha vida?

                      Suspirei, antes de dar meia volta e finalmente, também entrar naquele táxi.


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Notas finais do capítulo

Lynn é minha geniazinha sim ♥
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