Uma Adorável Mulher. escrita por Maria Vitoria Mikaelson


Capítulo 42
Capítulo 42 - O Casamento.


Notas iniciais do capítulo

Apareci com o penúltimo capítulo e tenho que adiantar que ele está tão fofo que nem parece que foi eu que escrevi, optei por ele ser totalmente narrado pela Lynn porque o último será totalmente narrado pelo Castiel.
Dica: Leiam esse capítulo ao som de Helium da Sia, que é a música oficial do casalzinho.
Não tenho muito para falar aqui, espero que gostem e que comentem!
Boa Leitura!



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Ponto de vista: Lindsay Gilbert.

Era um fim de tarde alaranjado e brilhante, o lugar em que o casamento aconteceria parecia ser fruto de um sonho. Mas, era real, o mais real que eu podia querer. Escolhemos uma casa de campo nas extremidades de NY e o jardim da mesma seria onde aconteceria a cerimônia e a festa. Pela janela do segundo andar da enorme mansão, eu observava a organização lá fora, os convidados já haviam começado a chegar, digo, os mais sociais, pois nossa família e amigos íntimos já estavam instalados aqui fazem dois dias, já que fizemos um belo jantar de ensaio com eles aqui.

O quarto que eu estava hospedada era enorme e hoje estava preenchido de coisas de beleza; como maquiagem, secadores de cabelos, pranchas, joias e objetos do tipo. Eu já estava trajando o vestido que Leigh fez, apesar dos ajustes que tivemos que fazer de última hora — fruto do peso que adquiri por causa da gravidez, mas, que para meu irmão só se tratava de estresse — ficou perfeito. Exatamente como eu queria.

Eu estava sozinha, havia pedido isso a todos. Eu precisava, antes de finalizarem minha produção. Tinha que me despedir de alguma forma da garota imatura que eu era em alguns momentos para ser finalmente a esposa de alguém.

Fitei meu reflexo no espelho e me permiti chorar um pouco já que a maquiagem ainda não havia sido feita em mim.

Coloquei a mão sob minha barriga que já tinha uma elevação e sorri. No começo quando descobri que estava grávida, eu tive tanto medo, de não ser uma boa mãe, de não ser capaz de criar alguém digno. Mas, agora, eu me sinto tão emocionada em carregar uma vida, desde o momento que finalmente entendi o quão importante aquilo era, prometi a mim mesma que seria melhor que a minha mãe, que eu não desistiria do meu filho, mesmo que ele me pedisse isso. Eu lutaria por ele até o fim.

E quanto a Castiel, esse parece me amar ainda mais dado o fato de que espero um filho dele, está irritantemente protetor, mas, em contrapartida é fofo de um jeito fofo, aguentando meus enjoos que agora por sorte já estavam parando, e lidando com meus desejos loucos em momentos impróprios. Eu não tinha dúvida de que ele seria um pai maravilhoso.

Ouço uma batida na porta e suspiro enxugando meu rosto, sabendo que meu momento acabou. Falo um “entre” e me viro me deparando com a presença de Leigh, que com certeza veio checar meu vestido mais uma vez, e a equipe do salão de beleza.

Meu irmão me olha de cima a baixo e sorri emocionado, retribuo e sem dizermos nada nos abraçamos com carinho. Respiro fundo, agradecendo pelas mudanças que aconteceram na minha vida, que me permitiram estar aqui, sem mágoas, com ele. Com a minha família.

—É difícil aceitar que a minha Lilypédia cresceu, que vai casar, e que agora é chefe de um grande escritório. — fala quando nos separamos, parecendo a ponto de chorar. Assinto sorrindo. — Você é tão brilhante, Lindsay...Eu e o Lys...Nós nunca vamos nos perdoar por ter desistido tão fácil. — me comunica disso com dor.

—Hey... — chamo ainda sorrindo e com carinho seguro suas mãos. — Acabou. — falo convicta. — Temos uma nova chance, nunca é tarde. Você é meu irmão, e isso nunca vai mudar, então só vamos deixar para trás os momentos em que não estivemos juntos e aceitar que agora não precisamos mais nos separar. — solicito com sinceridade e ele concorda sorrindo antes de me abraçar mais uma vez.

Logo depois disso, começo a me arrumar oficialmente. Quando digo ao cabeleireiro como quero meu cabelo, Leigh sorri para mim e diz que Aurora vai adorar. A mesma não havia vindo conosco há dois dias, preferiu vir no dia exato da cerimônia, mas, ainda não tinha chegado. Eu não ficava nervosa por isso, sentia que ela viria.

Quando começaram a fazer minha maquiagem minhas damas de honra entraram no quarto já produzidas, Peggy estava com sua câmera em mãos, não perdendo a oportunidade de registrar nenhum momento da ocasião. Novamente, a mesma tinha exclusividade na divulgação de informações, mesmo que aquilo não fosse o estilo de matéria dela. Isso porque meu casamento virou um circo quando a imprensa descobriu que “Castiel Blancherd, presidente da maior gravadora de NY e Lindsay Gilbert herdeira de um dos grandes impérios de Manhattan se casariam”  e também que a banda dos meninos que era um sucesso estaria completa aqui. O local do casamento estava cercado de seguranças, e poucos jornalistas foram credenciados, apenas os que Peggy aprovou.

Esses já estavam lá em baixo preparando o palco da festa, já que seriam a atração principal da festa junto com meu então irmão Lysandre.

Logan e papai participaram do jantar de ensaio, foi incrível, meu irmão parecia tão completo com a presença de Liam em sua vida e quanto ao meu pai, ele parecia fascinado pelo filho caçula, orgulho escapava de seus poros. Eu não tinha inveja ou ciúme disso, ao contrário me sentia aliviada que meu irmão pudesse ter orgulho dele.

Quando me viu meu pai me parabenizou pessoalmente pelo neto, fez isso de modo discreto já que sabia que estávamos guardando segredo, mas, ainda sim parecia tão radiante com a noticia.

Sai desses pensamentos quando vi Flore balançar Dom para acalmá-lo, o mesmo parecia cada vez mais bonito, uma mistura perfeita dos pais realmente. Florence adoraria saber que nossos filhos cresceriam juntos.

—Estou irritada. — Peggy murmura se jogando na cama do quarto. — O Buffett ainda não começou a servir os docinhos. Eu preciso de açúcar para ficar bem humorada. — é totalmente Peggy ao ser irritadiça, mas, dessa vez parece ter um motivo.

—O que aconteceu? — Florence é quem pergunta.

—Kentin sugeriu inocentemente que talvez pudéssemos casar...Ridículo. — resmunga parecendo achar ele um estúpido.

—Achamos alguém que despreza a ideia de casar com o Kentin mais do que você  desprezava. — Flore finge comemorar e eu reviro os olhos. — Qual o problema de casar com ele? — agora indaga calmamente, sentando-se ao seu lado.

—Primeiro; nós começamos a nos relacionar há meia hora. — dramatiza. — E segundo; eu...Certo, eu não tenho motivos para não casar com ele, o cara me suporta é mais do que qualquer outro namorado já fez por mim, e ele transa bem. — parece frustrada em pela primeira vez não ter argumentos.

—Ele com certeza poderia ir mais rápido. — comento quando o maquiador começa a pintar minhas sobrancelhas e Florence arregala os olhos, Peggy por sua vez fica pensativa.

—Você não gostava das preliminares dele? Eu acho uma coisa bem sensual. — murmura mordendo os lábios dele.

—E não, não é estranho estarmos falando de como seu ex noivo transa com a namorada atual dele antes de você se casar com outro cara. — Florence ironiza e nós duas nos limitamos a revirar os olhos.

—Está incomodada? Se tiver, posso falar de como era transar com o Nathaniel. Ele ainda checa mil vezes se está com a camisinha?...Ah, eu acho que não, se não ele não teria te engravidado. — debocho e o maquiador parece assustado com a minha falta de vergonha na cara.

—Você transou com os namorados da suas duas dama de honra? — ele questiona chocado e eu assinto não ligando para seu espanto.

—E com o treinador de auto defesa dela; Dake West, quente para caramba, que por acaso estará aqui...E com metade dos caras da faculdade que ela convidou. — Peggy resume para mim e eu agradeço cinicamente.

—Seu futuro marido sabe disso? — ele indaga ainda abismado.

—O futuro marido dela transou com metade das convidadas. Resumo da ópera; um casal de depravados. — Peggy o comunica se levantando e indo até o frigobar, com certeza atrás de champanhe.

— Um casal moderno. — corrijo e Florence gargalha.

—Castiel não faz a mínima ideia que você transou com metade dos convidados não é? — nota com esperteza.

—Não mesmo. — admito, pois já adivinho a confusão que isso daria se ele soubesse.

Rimos mais um pouco das minhas aventuras sexuais, em um momento totalmente novo para mim, digo,  com amigas compartilhando segredos. Ao fim da minha produção, todos me deixaram sozinha de novo, iriam chamar Liam, já que como ele me levaria para o altar tinha que aparecer logo e talvez também precisássemos de um momento para nós.

Olhei de novo meu reflexo no espelho dessa vez pronta e me achei maravilhosa. É. Eu sou uma noiva linda.

—Lynn. — ouvi uma voz que eu reconheceria em qualquer lugar do mundo falar do outro lado da porta fechada e caminhei até lá, sem abri-la, apenas encostando minha mão na madeira e a fitando com os olhos marejados.

—Castiel. — chamo sorrindo, realmente feliz.

—Só queria me certificar que não vai desistir. — me diz tirando um riso de mim. — Sei que não podemos nos ver por causa daquela tradição, mas, eu quero que saiba que quando você se casar comigo, eu vou me esforçar cada bendito dia para te fazer feliz. — encosto minha testa na superfície tentando resistir ao choro. — Lynn. — chama de novo, quando eu não falo nada.

—Oi. — respondo quase em um sussurro.

—Você se arrepende algum momento desde que nos conhecemos? — entendo o que ele quer fazer, quer que comecemos isso da melhor maneira possível, sem o peso do “e se”.

—Não. — sou completamente sincera. — Eu não mudaria nada. — complemento. — Porque se eu mudasse não chegaríamos até aqui e eu não estaria tão feliz quanto estou agora. — é a mais pura verdade. Castiel parece respirar aliviado.

—Eu te amo. — me avisa.

—Eu te amo. — não quero que ele receba um “também”. Parece que estou só concordando.

—Te vejo no altar. — após falar isso, o ouço se afastando, mas, não tenho medo, sei que ele estará esperando por mim.

Estou tentando, mas, continuo caindo

Eu grito, mas, nada vem agora

Estou dando meu tudo e sei que a paz virá

Eu nunca quis precisar de alguém

A próxima pessoa que entra naquele quarto é meu pai, ele me olha de modo emocionado e dessa vez nem tentar fingir que não. Eu sei o que ele vê quando me olha agora; Aurora. Eu estou meio que a cópia dela. Finalmente aceitei minha parte Campbell.

—Você é uma bela noiva. — elogia sem destacar o que notou e eu dou um sorriso convencido.

—Eu sei. — concordo e o mesmo ri para mim.

—Você está feliz, Lindsay? — aquela parece ser sua grande pergunta, ele quer saber de depois de tanto sofrimento, tanta dor eu havia achado algo que me fizesse para de ser tão parecida com ele.

—Completamente. — é a única coisa que justifica eu estar me sentindo tão leve agora. — Eu tenho tudo que eu sempre quis; alguém que não vai desistir de mim, uma carreira consolidada e uma família. — no fim é melhor do que eu poderia querer.

—Quando te pedi para ficar com ele dois meses nem suspeitei que iria querer ficar uma vida toda. — admite e eu dou uma risada.

—Obrigada por isso a propósito. — debocho e meu pai surpreendentemente beija minha testa de modo longo.

—Você é incrível Lindsay. É mil vezes melhor que eu, em todos os aspectos, nunca duvide disso e por favor, continue sendo a pessoa que acredita em si mesma com todas as forças que tem...Porque no fim, não é uma coisa do legado Gilbert, é uma coisa só da Lindsay. — comovida eu dou um sorriso. — Pronta? — ele quer saber se estou pronta para ser mais feliz do que já sou? Com certeza.

—Sim. — é o que digo antes de aceitar o braço que ele me oferece.

Florence já sem Dom — ele provavelmente está com Nathaniel. — é quem fica responsável por anunciar aos convidados sobre minha entrada. Castiel já deve estar lá, nervoso, mesmo sem precisar, trajando um belo smoking que o deixa mais lindo do que já é e com um meio sorriso maravilhoso apenas esperando para ser direcionado a mim.

É, eu quis jogar duro

Achei que poderia fazer tudo sozinha

Mas, mesmo uma Super-mulher

Às vezes precisa da alma de um Super-homem

Me ajude a sair desse inferno

Seu amor, me levanta com hélio

Seu amor me levanta

Quando estou para baixo, baixo, baixo

Quando eu cair no chão

Você é tudo que eu preciso

 

Flashs me atingem logo no começo daquela noite e eu me seguro ainda mais em Liam durante meu percurso. Ainda não consigo ver meu futuro marido, isso me preocupa por alguns segundos, mas, logo me acalmo quando seus olhos tempestuosos me fitam. Meu sorriso é automático. É sincero.

A cada passo que dou, segurando aquele buquê de flores do campo tenho certeza do que quero mais ainda. Tenho noção que todos me olham naquele instante, mas, tudo que me importa é Castiel. Ele tem um sorriso tão convicto quanto o meu. Isso é bom.

De repente vejo outra pessoa que também merece minha atenção; Aurora me fita encantada e eu aumento meu sorriso. Deve gostar do fato dos meus cabelos estarem completamente lisos assim como os delas sempre foram, sem nenhum acessório a mais, nem mesmo véu quis colocar, a única coisa que o decora é uma pequena trancinha lateral. O penteado simples combina perfeitamente com o vestido sereia um pouco mais folgado, de mangas longas e repleto de renda que eu uso. Se adéqua tão perfeitamente a mim que nem parece que estou grávida. Não tenho mais vergonha ou pavor de dizer que pareço com minha mãe também.

Sigo andando enquanto a música que escolhemos para a entrada ressoa no ambiente e sem que eu sequer pisque eu chego ao altar. Liam me entrega a Castiel sob breves ameaças e o Blancherd ri, concordando com tudo e eu logo entreguei o buquê a Florence. Ela estava tão linda. Todos estavam. Logan como segundo padrinho de Castiel parecia realmente um homem agora.

Com as mãos entrelaçadas e nos olhando de modo firme a cerimônia se inicia. O padre fala o tradicional, e eu tento realmente prestar atenção, mas, tudo em que consigo me focar é no Castiel.

Foi chegada a hora dos votos e eu iniciei os meus um tanto nervosa.

— Eu sempre amei controlar as coisas, as pessoas e as decisões de todos, e achava que continuaria a seguir isso até meus últimos dias, então eu conheci você, que me tira todo o controle...E eu devia te odiar por isso, mas, na verdade eu amo, porque controlar tudo às vezes é doloroso, porque ao mesmo tempo que você pode se felicitar quando algo bom acontece, algo ruim pode ocorrer devido ao seu controle e a culpa será toda sua. Você foi a luz no meio de uma escuridão terrível, uma fraqueza que eu adorei adquirir, um erro que eu cometeria duas vezes. Nem em mil anos eu suspeitaria que aquele cara que eu conheci em um acidente se tornaria...O meu ponto fraco, porque é isso que você se tornou para mim, resumidamente, basicamente, tudo. —  Castiel me olha comovido e todos as nossa volta parecem estar emocionados com o momento. — Tente me vencer, Blancherd. Meus votos foram ótimos. — desafio e ele ri.

—Um dia você disse que eu precisava decorar seu nome porque eu agradeceria por tudo que fez por mim, e que eu pediria desculpas por tudo que fiz para você, então Lindsay Gilbert, obrigado por se tornar meu recomeço, meu caminho de volta para o meu eu verdadeiro e me desculpe por fazer o melhor voto de casamento que você ouvirá na sua vida. — nós dois rimos disso, acho que todos riram. Dito isso, o mesmo continua. —  Você é o amor da minha vida. E, talvez, exatamente por isso, eu saiba que nunca vou conseguir  desistir de você. Apesar dos seus erros, defeitos, medos. Apesar da sua maneira complicada de ser, da sua arrogância parecida com a minha, do seu ego inflado que não pode ser comparado ao meu. Apesar da sua mania de complicar o fácil, desistir do difícil, abrir mão de nós dois momentaneamente para me proteger. Apesar de tudo, você ainda continua sendo o amor da minha vida. E nem sequer as suas dúvidas ou a sua muralha de defesa constante me impedem de sentir um amor absurdo por você. Mesmo que a gente não concorde em nada e brigue por tudo. Mesmo que o nosso plural, vez ou outra, teime em ser apenas singular. Mesmo que o nosso quebra cabeças seja montado ao avesso. Mesmo assim, é o seu nome que o meu corpo grita nos momentos de solidão. É nos seus braços quentes que a minha crosta gelada se derrete. É em você que eu encontro tudo o que não quero, mas, tudo que preciso. A sua insanidade completa o meu lado mais sério e vice versa. O meu medo encontra forças na sua parte mais corajosa. Seu humor ácido ensina o meu mau humor constante a achar graça na vida. E a vida se colore quando você está comigo. É quando você tem paciência pra pintar todo esse meu mundo preto e branco, detalhe por detalhe, que eu vejo a minha hipótese ganhar certeza absoluta: você é o amor da minha vida.  — eu choro incapaz de fazer outra coisa quando ouço as palavras mais linda do mundo e quero logo que o momento do beijo chegue.

—Você ganhou. — admito quase aos soluços e o padre nos libera para trocarmos as alianças.

—E eu vos declaro marido e mulher. — declara parecendo emocionado com nós. — O noivo pode beijar a noiva. — não precisa pedir duas vezes, sob os aplausos e assovios de todos nos beijamos.

Eu casei com um homem que quando conheci não fazia nem ideia que ia ao menos suportar. Eu era mais que Lindsay Gilbert agora. Mais que a advogada cruel e manipuladora. Eu era Lindsay Blancherd e mesmo eu tão apegada a legados estou tranquila sobre ter aberto mão do que me definiu por toda vida.

A festa começou sob os cumprimentos de todos, pareciam felizes com essa união, não mais que Castiel e eu suponho. As pessoas já começavam a encher a cara quando o bar ao ar livre iniciou seu festival de drinks e a pista de dança foi aberta.

Florence dançava com Nathaniel de forma divertida, eles riam a cada segundo para o outro, estavam completamente apaixonados, não me espantaria se o próximo casamento fosse o deles.

Quando Castiel se afastou um pouco de mim para ir atrás dos meninos que logo começariam a tocar Peggy se aproximou já com uma bebida, e olhou na mesma direção que eu de modo debochado.

—Não acredito que chamou a vadia Dilaurentis. — comenta fitando Ambre em seu vestido verde caminhar pelo jardim de modo elegante.

—Eu gosto dela. — afirmo fazendo uma careta.

—Ela é uma vaca. — Peggy acusa.

—É exatamente por isso que eu gosto dela. — digo calmamente e Peggy gargalha.

—Já viu quem é o acompanhante dela? — indagou como se fosse uma grande revelação, quando ela disse isso foquei meu olhar no cara que veio com Ambre e fiquei chocada.

—Filha da pu... — sou interrompida por Peggy. Não acredito que Ambre trouxe ele para meu casamento.

—Desculpe, por que mesmo você gosta dela? — a jornalista ri da minha cara, enquanto meu olhar ainda está focado em Ethan Porter. Não por acaso o filho do senador, e não por acaso uma das minhas transas mais intensas na adega da casa dele.

—Não deixa esse cara chegar perto do Castiel, Ethan tem um grave problema em lembrar daquela transa cada vez que respira o mesmo ar que eu. — ordeno de modo firme e ela assente como se não fosse esforço algum.

Dito isso me afasto dela e vou em direção a Lysandre que tranquilamente está instalado em um dos bancos que decoram a festa.

—Hey, ainda não tinha te visto hoje. — comento me sentando ao lado dele, o mesmo se limita a sorri levemente para mim.  — O clima está bem nostálgico. — noto em relação a tudo. — Sendo assim, acho que meio que te devo um agradecimento. — admito e ele franze as sobrancelhas. — Por esse último ano, tudo que fez por mim, cada vez que me apoiou, foi bom te ter de volta a minha vida. — hoje é realmente meu dia de ser sincera. — E se você disser algo do tipo “estou orgulhoso de você” eu vou te agredir. — aviso do modo mais doce e ele gargalha.

—É bom ser seu irmão, Lindsay. — é o melhor que ele poderia ter dito.

Depois dessa nossa breve conversa os meninos começam seu show particular alegrando a todos, puxo Lysandre a força para a pista de dança, mas, antes de começar a me mexer sou tirada dele quando Valérie diz que a minha primeira dança oficial tem que ser com o Castiel. Não contrario isso, apenas a aceito ser segurada pelo Blancherd e danço com ele.

—Então, senhora Blancherd. Feliz? — o mesmo questiona enquanto nos balançamos no ritmo lento da música.

—Muito. — admito sorrindo de um jeito que nunca sorri antes. Sem mais delongas nos beijamos sob aquele céu iluminado.

—Eu tenho uma surpresa para você. — me comunica sob meu olhar desconfiado, então em questão de segundos ele se afasta de mim e corre até o palco.

Isso chama a atenção de todos, as pessoas olham na direção dele com curiosidade e isso só aumenta quando mesmo se senta de frente ao piano. Debrah — que infelizmente tee que ser convidada porque Castiel diz que era o certo. — faz uma cara chocada e eu me limito a me surpreender com o fato de que meu marido saber tocar piano.

—Essa é para você, Lindsay. — ele avisa sorridente, antes de apertar a primeira tecla e um som lindo sair dela.  — Nunca foi fácil. Achar palavras para acompanhar uma melodia. Mas, dessa vez há algo realmente em minha mente. Então, por favor, perdoe essas poucas linhas estranhas. —  a voz rouca dele cantou aquilo para mim e eu finalmente entendi porque Debrah parecia abismada, Castiel havia me dito basicamente uma vez que depois do que aconteceu entre eles, o mesmo não gostava de cantar, a primeira vez que voltou a fazer isso foi no dia do Karaokê. — Desde que eu te conheci, toda minha vida mudou. Não só meus móveis você trocou de lugar.  ( ela quebrou minha adega). — todos riem quando ele grita isso. — Estava vivendo no passado, mas, de alguma forma você me trouxe de volta. — choro um pouco com essa parte. Assim ele acelera mais no piano. — E agora eu sei, com base no meus histórico, pode não parecer a aposta mais segura, tudo que estou pedindo é que não me deixe, pelo menos nesse instante. —  aquela música não fazia mesmo o estilo do Castiel, mas, ele a cantou porque a mesmo um tanto que complementava a música que cantamos no karaokê.

Ele cantou aquele último verso sob muitos aplausos e quando ele voltou para mim e me beijou de modo intenso, eu só pude me sentir ainda mais sortuda.

As músicas animadas começaram a tocar e eu praticamente o forcei a dançar comigo. Armin para nossa surpresa se juntou a nós, isso porque Alexy o obrigou. O mesmo movia seus braços de um modo estranho, enquanto riamos dele. Então mais alguém se juntou a pista, uma Ambre animadinha começou a se remexer de forma exagerada e em um momento de distração acabou esbarrando em Armin, que irritado como já estava soltou um xingamento.

No entanto sua expressão logo se suavizou quando fitou Ambre. Castiel e eu reviramos olhos em sicronia.

— A pessoa certa tinha que vir até você, não é? — meu marido debocha, mas, Armin não olha para ele, sua atenção está totalmente focada em Ambre, e a dela nele.

—Lindsay, eu vou transar com o padrinho do seu casamento. — ela me avisa de modo convicto, e tudo que faço é dar de ombros e ignorar o fato de que estava com raiva dela por trazer Ethan.

               Depois desse momento divertido, Castiel e eu finalmente anunciamos a todos sobre a gravidez, recebemos olhares chocados, cumprimentos e parabéns. E foi nesse exato momento que decidi ter uma conversa definitiva com a minha mãe, que parecia emocionada com a noticia.

—Quando você tentou machucar o Logan naquela premiação, eu quis te odiar, mas, eu não consegui, porque eu sei que no fundo Liam também tem culpa na sua mágoa...Ele não foi lá o melhor marido do mundo para você... Mas, você também não foi lá a melhor mãe do mundo para mim. — ela me olha atentamente. — Só que eu vou ter um filho agora, e eu não quero, eu decididamente não quero que ele cresça em uma família desajustada, quero que ninguém falte para ele, como faltou para mim, então se você estiver disposta, podemos superar juntas, mãe...Podemos tentar . — ofereço como uma última cartada.

—Eu nunca soube lidar com você, Lindsay. — admite. — Você sempre foi como ele, tão forte, incontrolável, quando você cresceu e começou a olhar para Liam com aquele olhar de admiração, me perguntei o que havia comigo, porque minha filha, não conseguia ter aquele olhar para mim, achei de forma egoísta por muito tempo que a culpa era sua, mas, então eu notei que a culpa foi minha por não saber te amar do que jeito que você era. — revela e eu assinto chorando. — Vamos conseguir recomeçar, e eu prometo esse neto só terá amor vindo de mim. — a abraço de um jeito que sempre precisei abraçar. — Eu te amo, Lindsay. — me comunica de algo que duvidei.

—Eu te amo, mãe. — retribuo.

A festa continuou, o buquê foi jogado e para o ódio de Peggy quem o conquistou foi ela, nos despedimos de todos e seguimos em direção a nossa lua-de-mel, paga pelos pais de Castiel, que aconteceria na Grécia.

E eu com certeza aproveitei.

[...]

Alguns meses depois.

Havia uma comoção no estúdio, Armin ao lado de Peggy — os dois haviam se adorado quando se conheceram. — já aproveitava do champanhe que usaríamos na comemoração do sexo do bebê que ocorreria daqui a pouco aqui mesmo. Isso porque não somos um casal normal, e preferimos reunir as pessoas que eram importante para nós de modo simples do que fazer uma festa.

Kentin conversava com Ambre, em uma troca de casais, já que agora a mesma namorava Armin, bem, eles vem tento isso desde o meu casamento. Um casal estranho, porém o relacionamento dela com o gamer estava durando. Meu pai está em Londres, não pôde vir, então descobrirá pela vídeo chamada que logo será iniciada.

Valérie conversava com o filho que estava muito irritado comigo, já que eu sou a única aqui que já sabe o que todos querem descobrir e ainda não o contei. Descobri hoje pela manhã, quis fazer a ultrassom sozinha, porque eu queria que ele soubesse com todos outros para que Armin e eu pudéssemos zoar ele a vontade caso fosse uma menina.

Noah chegou mais perto deles e também começou a conversar com os mesmos.

Quando Nathaniel e Florence chegaram e ligamos para o meu finalmente me vi pronta para dizer. Castiel veio até mim ainda furioso, mas, eu não liguei em meses casada com ele eu descobri que sempre conseguiríamos fazer as pazes.

—O nosso bebê é... — todos me olharam em expectativa, enquanto eu segurava minha barriga. Castiel era o mais ansioso. — Na verdade são dois bebês. — o Blancherd me encara chocado e dá um passo para trás se apoiando em Noah. Armin gargalha da primeira reação do amigo. — Uma menina. — Castiel coloca a mão sob o coração dramaticamente. — E outra menina. — é minha vez de rir quando meu marido me fita parecendo prestes a desmaiar.

 Armin grita de forma animada enquanto todos riem.

—Isso meus caros amigos é o universo se vingando desse homem por tantos corações quebrados por ele, já não bastava dá-lo uma filha, lhe deu duas.Obrigado. — o melhor amigo dele debochou fingindo agradecer aos céus. — Lindsay, eu preciso morar com vocês, eu preciso ver cada surto dele, já imaginou quando uma delas chegar e dizer “papai, eu arrumei um namoradinho”. — Armin dramatiza rindo, parecendo achar aquilo brilhante.

—Lindsay, eu estou passando mal. — Castiel me comunica pálido e eu me limito a rir mais. Eu estava feliz. Em outros tempos eu iria querer muito que esse bebê fosse um homem e finalmente honrasse o legado que meu pai esperava, mas, agora, eu vou ganhar duas grandes amigas, não tem como ficar melhor.

—Concordo com o Armin, é o universo se vingando. — digo dando de ombros, fazendo um high five com o melhor amigo de Castiel.

—Já pensou se uma delas se parecer com você? Uau, você vai enlouquecer cara...Peggy precisamos pesquisar quais são os bebês nascido nesse ano que podem namorar uma das filhas do Castiel no futuro e aproximá-los delas para já. Flore não se preocupe o Landon já tem vaga garantida na disputa das gêmeas Blancherd. Lynn obrigado por dar esse sofrimento ao Castiel. — Armin não para.

—Lindsay eu vou enfartar. — Castiel sussurra olhando assustado para o amigo. Aquela parece sua reação oficial. Vou até ele ainda gargalhando e o abraço.

Castiel continuou surtando por boa parte daquele dia, mas, isso só rendeu risadas. No fim, eu sabia que a ideia de ter duas mini-mim por ai o alegrava e muito. Ele continuou superprotetor na gravidez, e quando finalmente aceitou que teria duas meninas para vigiar as coisas aconteceram em seu tempo certo; Cada gêmea ganhou um quarto, bom, digamos que era um loft grande, e Valérie foi a total responsável por decorá-los. Surpreendentemente meu pai pediu para que nossa antiga casa fosse reformada, já que viraria sua mansão das férias e os quartos dos meus irmãos fossem reformados para se tornarem os das minhas filhas.

Minha mãe me acompanhou durante cada passo da gestação e isso foi ótimo, nos aproximamos de um jeito que nunca achei que aconteceria.

E no dias que elas nasceram, exatamente quando completei nove meses ela estava lá, na verdade todos estavam, o hospital ficou uma zona. Castiel me acompanhou no parto, segurou minha mão nos maiores momentos de dor, aguentou meus xingamentos e o típico “eu nunca vou deixar você tocar em mim de novo” e também foi um dos primeiros ao vê-las.

Elas não eram gêmeas idênticas e isso de alguma forma foi o que as tornou mais lindas ainda, Lianna foi a primeira a nascer e ela recebeu esse nome em homenagem a Liam, por ter os olhos azuis como os dele e os do pai, a mesma possuía cabelos bem pretos e a pele era pálida como a de Castiel. Luanna obviamente foi a segunda, a mesma possuía olhos verdes semelhantes aos meus e os cabelos eram castanhos claros. Elas eram perfeitas. No exato momento que as vi tive certeza disso. Elas nasceram cheias de saúde e com um futuro lindo pela frente. Quando Castiel as viu, eu sei que ele sentiu a mesma coisa que eu; que faríamos qualquer coisa por elas.

Naquele hospital com minhas filhas e o cara que prometi consertar, eu soube que eu havia ganhado. Dessa vez não uma caso. Eu havia ganhado algo muito mais importante; a chance de ser totalmente feliz.

E eu seria, de alguma forma quando Castiel beijou meus lábios com amor eu soube. Seríamos muito felizes.


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