Uma Adorável Mulher. escrita por Maria Vitoria Mikaelson


Capítulo 41
Capítulo 41 - Um Pedido.


Notas iniciais do capítulo

Maratona dos últimos capítulos da fanfic, depois desse só temos mais dois!
Boa Leitura!



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Ponto de vista: Castiel Blancherd.

Viver uma vida normal com Lynn é estranho, é ótimo, mas, é terrivelmente estranho notar como mesmo sendo quem éramos no inicio disso tudo, hoje consigamos agir como adultos que se relacionam de forma séria; dormimos juntos, acordamos juntos, vamos trabalhar e quando a noite chega nos juntamos na sala para jantar exatamente como estamos fazendo agora e contamos como foi nosso dia. É estranho, mas, não é chato, permite que conheçamos partes interessantes um do outro. Eu por exemplo descobri que Lynn é uma desorganizada, só nunca admite isso.

Quem diria que eu, o cara que até um dia desses dividia a cama com uma mulher diferente a cada noite, hoje ansiava em dividir com uma só pelo resto da sua vida. Porque é isso, desde que a pedi no casamento eu soube, eu queria Lynn em cada parte da minha existência, queria que ríssemos juntos quando eu fizesse algo estúpido porém divertido, que ela contasse comigo quando precisasse chorar, que fossemos mais que o ponto fraco um do outro, que fossemos o porto seguro, o lugar para voltar.

Consigo me lembrar da conversa que tive com Debrah depois do episódio em que Lynn foi baleada, eu fui sincero com ela, disse que apesar de eu provavelmente ainda ter sentimentos por ela, nada se compara ao que sinto por Lynn, que o mínimo futuro que esperei ter com ela não era nem metade do que eu planejava ter com Lindsay Gilbert.

Pensando na minha então noiva direciono meu olhar a ela, que de maneira engraçada ataca vários tacos que eu comprei para o jantar. Lynn estava estranha desde que chegou do escritório, tem evitado falar comigo e parece em um conflito interno intenso. No inicio suspeitei que fosse por causa dessa organização louca de casamento que ela decidiu fazer. Sim. Ela decidiu. Por mim casaríamos no cartório como — vamos lá. — ela sempre quis, e tudo estaria bem. Mas, eu me apaixonei por uma pirada, que decidiu ir agora contra todos os seus conceitos de casamento perfeito e quer uma festa enorme. Mas, logo descartei , Lynn não ficaria tão pilhada por causa disso. O trabalho com certeza não era, desde que assumiu o escritório sem ser pressionada por Liam, ela está mais segura de si do que nunca.

Cogitei dá-la um tempo para lidar com isso sozinha antes de questionar, mas, desisti disso quando a mesma passou a comer o sorvete de sobremesa como se só existisse ele no mundo. Fiz uma careta. Aquilo estava mais do que suspeito. Sempre tenho que insistir para Lindsay comer, e agora ela não para nem por um segundo.

—Okay, no começo eu estava achando seu interesse devastador pela comida bonitinho, mas, agora estou ficando preocupado. Que tal maneirar um pouco? — comento realmente preocupado e ela me olha como se eu tivesse falado algo estúpido.

—Você é da policia da comida por acaso? — debocha parecendo furiosa e eu franzo as sobrancelhas. Ela dá mais uma colherada, me desafiando a continuar.

—Lynn, se continuar assim vai passar mal. — tento lhe mostrar meu ponto e ela continua com aquela expressão.

Logo a mesma suspira, larga o pote de sorvete na mesa de centro e se vira na minha direção, parecendo decidida a finalmente desabafar sobre qual era o problema dela. Que bom. Estamos começando a ser um casal maduro aqui.

—Olhe para mim. — pede como se isso fosse o passo para algo essencial. Eu olho. Não é nenhum sacrifício. — Você está notando alguma coisa de diferente em mim? — Droga! Isso não é uma daquelas coisas de “eu cortei o cabelo e você não percebeu” não é? Digo, com certeza a Lynn não cortou o cabelo e ela não liga para essas coisas. Então, o que mudou? A avaliei de cima a baixo. Não, nada parecia estar diferente, e olha que eu conhecia cada mínima parte daquele corpo incrível. — Você não está facilitando. — ela murmura frustrada ao ver que não percebi nenhuma mudança. — Certo, eu vou dizer uma coisa e você não pode surtar. — pede totalmente focada nisso.

—Quem você fingiu matar? — questiono com uma sobrancelha arqueada. Porque é isso, esse é o tipo de questão que você tem que ter quando Lynn diz para você não surtar, perguntar se ela te traiu é a última possibilidade.

—Ninguém. — nega incrédula. — Isso não tem a ver com morte, tem a ver com vida. — fala como se eu tivesse que entender de cara esse “isso”. — Eu já estou surtando, eu nem trabalhei direito, então quando eu contar, você tem que não surtar, certo? Seja o positivo, maduro e racional entre nós. — Lindsay me pedir para ser o que ela é em qualquer outra situação me preocupa desesperadamente.  — O que mudou em mim é que eu engordei, um pouco, mas, eu engordei. — respiro aliviado com essa revelação.

—Eu ainda te amo, pode ficar calma. — dou uma risada dela achar que eu vou surtar por esse absurdo. Digo, só com o que ela comeu desde que chegou hoje, é possível que tenha engordado uns 2 quilos.

Lindsay revira os olhos.

—Você é um babaca. — ela me xinga e eu não entendo. — Você tem que se perguntar porque eu engordei imbecil. — me obriga a fazer isso, mas, eu ainda continuo confuso, então a mesma facilita para mim sendo mais específica. — Eu estou grávida, Castiel. — fico estático com aquelas palavras e a mesma me olha com lágrimas nos olhos. — De  três semanas. — detalha e eu tenho ótimas lembranças de três semanas. — É, eu sei que há três semanas sugeri que transássemos na mesa da minha sala quando você foi me buscar no trabalho, mas, eu estava pensando “Ei, eu sempre achei isso excitante”, não “eu quero conceber um bebê agora”. — desaba com a voz embargada. Eu tinha consciência que devia dizer algo. Mas, as palavras não saiam da minha boca. — Eu sei que disse que queria ter filhos com você, mas, agora, que está acontecendo, eu estou aterrorizada de um jeito que nunca estive. — declara com lágrimas escapando por sua bochecha. Continuo a fitando como uma estátua. — Fala alguma coisa. — praticamente implora.

Sinto meus olhos marejarem também e me levanto repentinamente.

—Você tem certeza? — quando consigo falar só quero confirmar. Lindsay morde os lábios.

—Sim. — resumo sua convicção em uma única palavra, e eu seguro meu rosto com minhas duas mãos, enquanto também choro.

Lynn se levanta e fica de frente para mim e espera que eu faça algo mais que “nada”. Vou até ela e abraço com todo amor que sinto. A seguro em meus braços como se estivesse com medo de que ela fugisse de mim, sinto a mesma chorar no meu ombro e o apertar como se também quisesse ter certeza que eu estava aqui. Chorávamos juntos pelo que fizemos e pelo que estava a acontecer.

—Obrigado. — sussurro em seu ouvido, totalmente emocionado e ela solta uma risada em meio ao choro. Em seguida começo a beijar seu rosto desesperadamente, cada pele daquele lugar; testa, bochechas, nariz e finalmente os lábios que eu tanto conheço. — Eu te amo. — quero que ela saiba disso, por isso digo quando separamos nossos rostos. — Eu sei que está com muito medo de não ser uma boa mãe, assim como nesse momento eu estou tremendo sobre ser pai por causa do que aconteceu com a Debrah, mas, qual é, você é você, então será uma mãe uau, fora de série. — adivinho isso e ela ri mais. Eu sei que é exatamente o que ela precisa ouvir. — Nós tivemos momentos difíceis nas nossas vidas, fizemos escolhas ruins e nossa família também teve lá seus defeitos, mas, essa é nossa chance de fazermos diferente, Lindsay, vamos ser melhores por esse bebê. Qual é! Vamos ser uma família foda. — até eu gargalho com essa.

Com as faces encharcadas colamos as testas uma na outra e nos olhamos sorrindo.

—Estava começando a me preocupar com o fato de ter engravidado de um idiota, mas, você até que é fofo. — debocha sendo quem é. — Se você me trair quando eu tiver gorda eu mando o Liam matar você. — me comunica. Como se eu fosse capaz de fazer uma coisas dessas depois dela me dar uma segunda chance. Lynn estava realizando meu sonho de ser pai.

—Quer ser uma mãe solteira? — questiono zombando.

—Cala a boca. — se irrita. Acho que devem ser os tais hormônios de grávida.

—Vem calar. — desafio e a carranca se desmancha quando ela sorri de lado e enrosca as mãos em meu pescoço. Tudo isso é tão maravilhoso, sei que os outros ficarão felizes em saber da novidade, mas, no momento só consigo pensar no quão melhor é curtimos ela sozinhos.

—Sabe, Blancherd...Eu estou torcendo para ser uma menina. — devolve meu desafio de forma provocativa. É minha vez de ficar com uma carranca. Não, e não. Não vai acontecer.

—Vai ser um menino, ainda não estou preparado para ser o pai de uma menina. — declaro isso de forma séria e ela gargalha ainda colada a mim.

—Tomara mesmo que seja uma menina. — deseja só para me desafiar também.

—Você quer brigar nesse exato momento? — questiono porque não é possível que essa mulher goste de discutir tanto assim comigo.

—Não...Acho que vou aceitar o desafio de calar sua boca. — é o que ela diz antes de me beijar com desejo e me distrair do fato de que a meio minuto a mesma estava tentando me irritar.

Retribuo com entusiasmo, me perguntando o que fiz para ser tão sortudo e merecer encontrar ela um dia.

[...]

No dia seguinte.

Lynn estava abraçada a mim de forma firme, enquanto fitávamos a tela do computador da minha sala, a medida que esperávamos que Logan atendesse a chamada de vídeo e pudéssemos contar a novidade a ele e Liam, já que agora moravam juntos. A mesma estava nervosa ao meu lado. Considerei normal, íamos dizer algo importante.

               Logan atende com um sorriso, Liam está ao lado dele como Lindsay pediu, mas, não parece tão receptivo quanto o filho. Bem, é de Liam que estamos falando, simpatia nunca foi o forte dele mesmo.

—Oi Logan. — Lynn cumprimenta primeiro seu irmão. — Oi pai. — diz depois e Liam quase sorri dessa vez.

—Hey Lily. Oi cunhado. — Logan fala divertidamente. Ele parece feliz. Talvez a presença do pai em sua vida tenha o dado uma nova forma de encarar o mundo. Ainda mais bonita suponho.  Liam se limita a acenar para nós dois.

—Nós ligamos porque temos uma novidade. — inicio de modo orgulhoso, fazendo algo que Lindsay parece incapaz de fazer no momento. Os dois nos olham em expectativa. — Eu vou ser pai. — quando resumo a noticia naquela frase, Lynn me olha incrédula. É, acho que estou tirando os créditos dela aqui.

—Quem esse garoto engravidou Lindsay? Acho que eu deveria adivinhar que continuaria sendo um idiota a ponto de te trair. — Liam berra do outro lado, e eu quase me ofendo, por saber que nesse caso a ideia de eu ter traído a Lynn é a primeira possibilidade. Logan gargalha do Gilbert mais velho, enquanto Lynn se limita a revirar os olhos.

Pai, eu acho que o fato dele ter se dado ao trabalho de te contar significa que ele engravidou a sua filha. — Logan explica calmamente, parecendo ainda mais feliz. Lynn assente mordendo os lábios e Liam fica pálido repentinamente. Com os olhos fora de foco, ele se apoia na cadeira que Logan está sentado.

—Pai... — Lynn começa. — Eu sei que isso é meio inesperado para todos. Mas, é verdade, e depois do surto cheio de medo que tive, estou começando a ficar feliz. Teremos mais um Gilbert para honrar o legado. — a Gilbert fala chorando de emoção mais uma vez. Comovido beijo sua bochecha, enquanto seu pai se limita a voltar a si.

—Você vai me dar meu primeiro neto? — questiona quase sem acreditar.

—Sim. — Lynn concorda e ele assente parecendo a ponto de chorar também.

—Parabéns Lindsay...Estou orgulhoso de você, será uma mãe incrível. — Lindsay parece aliviada com essa reação e com a frase.

—Nunca discordaria disso, você foi uma mãe maravilhosa para mim. — Logan declara.

O próximo passo era contar aos meus pais, o resto das pessoas só saberiam no nosso casamento que aconteceria daqui a duas semanas, quando questionei a Lynn se os outros não notariam até lá, ela disse algo sobre seu metabolismo ser ótimo e o vestido precisar de mínimos ajustes para ficar perfeito para ela na cerimônia.

Mais tarde naquele dia realmente contamos a Noah e Valérie, como esperado choraram como bobos, e nos encheram de felicitações, Valérie decretou que a mesma organizaria todo o enxoval e Lynn a contrariou, bem longe disso, parecia completa com o fato de minha mãe se importar tanto assim com ela e com o filho que estava carregando.

Naquela noite não voltei com Lynn para casa, tive que ir para o apartamento de Armin, o mesmo estava me ajudando a escrever meus votos de casamento — ajudando é um termo extremo, de vez em quando ele me dava dicas, mas, no resto do tempo só zombava de mim — enfim, como padrinho ele dava para o gasto.

Agora faltava pouco para sermos oficialmente marido e mulher, agora faltava pouco para aquela adorável mulher ter o sobrenome Blancherd.


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Notas finais do capítulo

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