Uma Adorável Mulher. escrita por Maria Vitoria Mikaelson


Capítulo 40
Capítulo 40 - Bem Vindo Landon.


Notas iniciais do capítulo

Um dos capítulos mais fofos dessa história!
Boa Leitura!



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Ponto de vista: Lindsay Gilbert.

 Um mês depois.

 Aquele lugar que sempre teve um ar sério, hostil e até mesmo indiferente sustentava uma animação contagiante hoje, garçons circulavam pelo escritório Gilbert entregando taças de champanhe a todos enquanto os presentes no local conversavam uns com os outros, eu desconfiava o assunto principal; todos queriam saber por que razão Liam havia organizado esse coquetel, o que ele queria anunciar. Eu já sabia. Quando soube em uma conversa cheia de emoção chorei como nunca fiz antes, tentei entender os motivos de Liam e o admirei mais depois daquilo.

Peggy já estava aqui, a mesma tinha exclusividade na publicação da noticia e aproveitava esse tempo antes do anuncio para flertar descaradamente com Kentin. Ambos estavam presos em um clima cheio de provocações que logo mais não existiria e se consolidaria em um relacionamento sério.

Em meu vestido elegante sorri para eles e tomei um pouco da minha bebida. Queria que Castiel estivesse aqui hoje, mas, o Blancherd havia viajado com os meninos da banda para um show no Canadá, ele queria ver o sucesso deles de perto dessa vez, mas, me prometeu uma vídeo chamada mais tarde.

Olhei mais uma vez meu anel de noivado e sorri ainda mais ao lembrar que faltava pouco para eu também carregar o sobrenome Blancherd. Estávamos tão ansiosos que marcamos a data para o mais rápido possível e mesmo em meio a uma agenda lotada de audiências arrumei tempo para organizar cada parte do casamento com cuidado. Decidi que se fosse para casar com alguém que eu tinha certeza amar que fosse do jeito mais normal possível, então com a ajuda de Florence que estava prestes a ter seu filho, escolhi o lugar, a cor da decoração, o vestido das madrinhas que não por acaso seriam ela e Peggy e todo o resto.

Leigh havia se oferecido para desenhar meu elegante vestido e após minhas ideias chegamos a um consenso perfeito. Falando nele depois de tudo que vi naquele sonho do hospital me aproximei do mesmo, ligava sempre que podia e o escutava falar sobre o que quisesse. Surpreendentemente ele conseguia se abrir comigo.

O casamento dele fora adiado em razão do meu e eu o agradeci com carinho, ele disse que não havia problemas já que a festa que Rosalya pretendia fazer levaria mais de um século para ser organizada.

Quanto a minha relação com a minha mãe, decidi que só nos resolveríamos quando nos encontrássemos pessoalmente, enviei o convite do meu casamento para surpresa dela e contei que adoraria sua presença, ela me respondeu dizendo que com certeza viria.

Sai dos pensamentos sobre meu casamento quando vi meu pai se posicionar no centro da sala de reuniões para falar o que queria. Parker se aproximou de mim com um sorriso e eu sorri de volta. Não havia mais motivos para não suportá-lo, de certa forma depois que ele me ajudou viramos até quase amigos.

—Agradeço a dedicarem uma parte do seu tempo para me ouvirem...— meu pai inicia seu discurso assim com sua taça em mãos. — Nem é como se eu fosse o chefe de vocês e vocês fossem obrigados a me ouvirem se eu ordenasse. — zomba e todos riem de seu senso de humor. — O que tenho a dizer é muito importante. — antes de tudo avisa e eu sinto meus olhos marejarem. — Dediquei boa parte da minha vida a esse escritório, a treinar vocês, escolher quem assumiria os casos da melhor forma possível e fui reconhecido por isso, tenho uma fama da qual me orgulho que me deu muitas coisas, mas, que também me tirou. Eu estou velho, acho que isso vocês já notaram. — mais uma onda de risadas. — E eu percebi que esse é o meu momento de me despedir dessa fama. — a maioria o fita de modo confuso. — Estou me aposentando da diretoria desse escritório e me mudando para Londres, meu filho mais novo precisa de mim, ele precisa de um lar lá, ele precisa da família e já troquei demais meu trabalho pelos meus filhos. — o orgulho com o que fitei dada essa decisão foi o mais sincero que já senti. Logan não precisaria continuar nos dormitórios impessoais como temeu e tentou se acostumar, agora ele teria uma casa para voltar no fim do dia. — E mais, a parti de hoje o escritório Gilbert será comandado por Lindsay Gilbert, a advogada mais competente e capaz desse lugar, ela lhes ensinará a ganhar e eu confio totalmente em sua capacidade. — um sorriso de triunfo se forma em meu rosto, mesmo que a emoção que me domine não seja essa. Eu comecei nesse escritório como uma mera figurante, que nunca conseguia nem a audição para o papel principal, e agora além de ser protagonista eu comandava o show. Eu exercia todas as funções do espetáculo. — Eu passo a minha palavra a ela. — deu a deixa para que eu falasse.

— Quando eu decidi ser advogada, eu era só uma criança, que se inspirava no pai...Era uma aspiração tão inocente que acabou se tornando uma verdade irredutível. Quando cresci eu descobri que muito mais que querer, eu havia nascido para advogar, para ganhar casos, para defender quem precisasse e colocar quem merecia na prisão. Durante essa jornada fui mais vilã que mocinha admito, mas, eu venci. Independente disso, eu fui a melhor que eu disse que seria. Sob meu comando vocês serão mais que bons, vocês também serão os melhores. Não quero uma cavalaria exclusiva, quero que todos aqui, sem exceções, possam ser minha cavalaria quando eu precisar. — gritos e assovios explodiram quando falei isso. — Duvidaram  de mim a minha vida toda, por eu ser mulher, acharam que eu era frágil por essa razão, que não conseguiria enfrentar os grandes, estão enganados, nós mulheres conseguimos o que queremos. O que te faz forte não é seu gênero, é no que você acredita, eu acredito que posso, vou lá e faço...E eu acredito também que no mundo há mais mulheres como eu que são incríveis e não tem suas capacidades reconhecidas simplesmente por usarem saia...Por isso, a parti de agora metade dos advogados desse escritório serão advogadas. O regime que vocês seguirão primeiramente é a igualdade. — declaro sem me preocupar com o fato de que meu pai pode se afetar, quem manda aqui nesse momento sou eu.

Eu ganhei o poder e decidi bem o que faria com ele; A diferença.

Liam tem seu legado e eu vou fazer o meu.

Mais aplausos para mim e nenhuma modéstia da minha parte, afinal eu tenho meu mérito.

Bebo um pouco do meu champanhe e dou um sorriso convencido.

—Sabe o que isso significa? — questiono a Liam enquanto ele me fita com orgulho.

—O que? — se dá ao trabalho de questionar.

—Que eu venci você. — me delicio com a frase e ele suspira antes de sorrir e concordar.

A festa continua, enquanto uns realmente comemoram o que consegui outros temem o que está por vir nessa nova era. O que eu sei de certeza é que quando recebi essa oportunidade prometi a mim mesma que mesmo continuando a ser boa no que faço não deixaria isso me comprometer como pessoa. Finalmente estabelecerei limites.

Começo a caminhar pela sala conversando com algumas pessoas e logo minha atenção é chamada.

—Lynn. — olho na direção de Dake quando ele diz isso, estou surpresa, nem sabia que ele viria. — Eu quero falar com você, tem dois minutos? — questiona sorrindo contidamente. Assinto e o puxo para um lugar mais afastado. — Sei que desde que me instruiu a fazer aquela coisa eu sumi, e então tantas coisas aconteceram...Na verdade, eu desapareci porque sou um covarde...Quando eu conheci a Violette...Eu não consegui... Na verdade eu meio que gosto dela. — quando ele desabafa isso fico estática por alguns segundos e então começo a gargalhar.

—Então, eu não estraguei a vida de uma garota inocente? — indago ainda rindo.

—Bem, eu entrei na vida dela e acho que ela meio que gosta de mim também temos que avaliar o quanto de estrago estamos falando. — ele faz graça, e eu respiro aliviada.

—Obrigada. Eu estou tão feliz. Fiquei me perguntando como contaria a Castiel que fiz essa maldade, mas, agora eu não preciso mais. É quase como se eu fosse uma pessoa boa. Vou mandar convites para os dois irem ao meu casamento, ainda que eu ache que ela não vá...Eu vou colocar o pai dela na cadeia...Mas, ela tem você, ficaremos bem. — começo a divagar totalmente animada.

Beijo a bochecha dele agradecida e vou em direção a Kentin a quem ainda não tive tempo de conversar hoje.

—Parabéns. — fala calmamente.

—Eu diria obrigada por isso, mas, acho que tenho que agradecer por muito mais, você vem sendo um ex noivo incrível para mim. — falo com sinceridade e ele suspira antes de me entregar uma pasta.

—São informações sobre o cara que atirou no Steve, depois da investigação que fizemos ele foi encontrado e está preso. — meus olhos marejam de emoção.

—Isso é justiça, certo? — questiono aliviada pela segunda vez no dia.

—É sim. — concorda e então para minha surpresa ele me puxa para um abraço cheio de amizade. É acolhedor saber que mesmo depois de tantos altos e baixos vividos com ele ainda posso contar com seu apoio. É acolhedor saber que eu consegui evoluir tanto a ponto de me dar bem nesse nível com um cara que transei a menos de um ano. Okay, eu me dou muito bem com todos os caras com quem já transei, tenho um talento.

Logo o celular dele começa a apitar e ele se separa de mim. O mesmo lê a mensagem que acabara de chegar com os olhos aflitos e então me conta;

—É a Flore, o filho dela está nascendo. — os sorrisos em nossas expressões são as provas de quanto amamos ela.

[...]

A família da Flore já estava no aeroporto, mas, havia uma distância considerável do Canadá para NY, e surpreendentemente a bolsa de Flore se rompeu antes do previsto. Nathaniel estava lá dentro com ela, enquanto Kentin e eu andávamos na sala de espera como duas baratas tontas. Minhas mãos soavam, minha boca estava seca e eu pedia em silêncio que tudo ficasse bem com ela e com o bebê.

Quando depois de um tempo que nem sou capaz de calcular Nathaniel surgiu da sala de parto e seus olhos claros marejaram encontraram os meus eu ri de felicidade, enquanto também chorava. Coloquei a mão sob a boca totalmente emocionada e ele veio até mim, encostei minha cabeça em seu peitoral enquanto chorávamos juntos. Não era só sobre aquele momento ser o nascimento de um filho dele com a minha melhor amiga, era sobre apesar de tudo que se passou na nossa história termos conseguido nos superar e encontrar a felicidade a nossa maneira.

—Ele é tão lindo, Lynn, ele é perfeito. — sussurra de modo encantado.

—Você é pai. — o garoto que namorei no ensino médio e que foi o primeiro a me pedir em casamento era um pai agora.

—E você é madrinha. — me conta e eu dou mais uma risada quando nos separamos. Beijo seu rosto totalmente feliz por ele, e o mesmo sorri antes de receber um abraço de Kentin junto com um parabéns.

Ele nos informa que podemos ir vê-la já que ele tem privilégio por ser um médico daqui. Nos esterilizamos e seguimos rumo ao quarto onde a nova mamãe está hospedada.

Florence estava com o filho no colo, parecia exausta, mas, eu nunca a vi tão feliz quanto naquele momento. Segurava o bebê com uma verdadeira adoração e mesmo sabendo que ele ainda não podia a compreendê-la sussurrava alguma coisa sorrindo.

—Hey. — chamei suavemente e ela ergueu a cabeça na nossa direção e sorriu mais um pouco.

—Olha bebê, seus padrinhos acabaram de chegar. — ela conta para seu filho de modo animado.

—Bebê? Ele ainda não tem um nome? — questiono me aproximando para ter uma visão melhor do novo Dilaurentis. Kentin por sua vez chega mais perto de Flore e de modo carinhoso beija seus cabelos. Ela sempre foi como uma irmã para ele.

O bebê a qual ainda não sei o nome é realmente encantador, isso por apresentar os olhos mais brilhantes que já vi, uma mistura dos pais, é um verde mesclado com azul que o torna lindo de um modo que não posso nem descrever. Sua pele é clara e ele em si é grande demais.

—O nome dele é Landon. — Florence me conta como se eu devesse entender de cara a razão disso, mas, eu não capto a mensagem. — Quando Castiel foi ao escritório procurar pelo Liam, ele não conseguia lembrar o nome dele então o primeiro chute foi  Landon. — ainda não entendo porque tal fato a faria colocar o nome de seu filho em razão disso. — Assim que o conheci achei que ele era só um babaca prepotente qualquer, então ele invadiu a sala do Liam e depois vocês discutiram no corredor, eu nunca te vi direcionar aquele olhar a outra pessoa, você sempre foi uma pessoa tão inabalável, mas, ele te afetou desde aquele instante e eu soube que depois da chegada de Castiel Blancherd a sua vida ela não seria a mesma. Desde o momento que ele apareceu você reagiu e se tornou mais que um robô cruel, e eu o admiro por isso, então Nathaniel e eu decidimos homenagear aquele momento dessa forma, porque nós dois sempre quisemos que você fosse feliz, porque te amamos. — a essa altura sou um poço de lágrimas de novo.

—Obrigada, Flore...Vocês são patéticos, mas, incríveis. — agradeço ao meu jeito e depois da insistência dela e cheia de hesitação pego o pequeno Landon nos braços sentindo seu calor de bebê aquecer as partes geladas que ainda faziam parte de mim. O fitei fascinada e ele fez um barulhinho enquanto eu ria de emoção.

—Hey Dom, aqui é a tia Lynn, que também é sua madrinha, eu só queria te dizer que surpreendentemente eu já te amo, mesmo sem entender onde isso começou, eu já te sinto como parte da família. — eles riem para o meu momento mais ridículo ainda.

—Não o convença tanto sobre essa parte da família se não ele começa a acampar na sua casa e não sai mais. — Florence zomba e é minha vez de rir. O que não sabíamos é que ela estava certa e que em anos isso aconteceria mesmo.

[...]

Uma semana depois.

Dylan beija minha bochecha e eu gargalho com aquele carinho. A banda havia conseguido uma folga de uma semana somente para gravarem a nova música deles, que com certeza seria mais um Hit, não entendi bem, mas, era uma que Castiel havia rejeitado anteriormente, mas, que finalmente seria usada. A gravadora estava preenchida com seguranças que os manteriam seguros das fãs loucas lá em baixo, e por sorte eu pude os ver hoje por ter uma auditoria aqui hoje.

Vi Castiel conversando com Debrah no fim do corredor enquanto Iris me entregava uns papeis, mas, não me incomodei, quem sustentava um diamante no dedo sou eu não ela. E quem recebia aquele sorriso que agora ele me lançava era eu, não ela.

—Você e o Castiel estão bem mesmo? — a ruiva indaga ao ver para onde estou olhando.

—Fora a briga de antes de ontem porque meu pai quer pagar o casamento e a de ontem porque eu quero pagar a metade do loft? Ótimos, transamos bastante obrigada. — debocho mesmo que tais coisas realmente não sejam importante,  entramos em um acordo em relação a isso.

—Quem diria que vocês se casariam um dia? — ela zomba e eu assinto.

—Ninguém. Essa é a parte legal sobre nós. — dito isso volto ao meu trabalho, pois logo tinha que estar no escritório de novo, agora era eu que decidia a maioria das coisas lá.

Dou um sorriso para um banner do meu irmão em um dos corredores da gravadora, ele também era um dos sucessos do momento depois de seu coquetel de lançamento ficou conhecido mundialmente, ao que parecia as garotas se atraiam pelo ar misterioso dele, então além de ser talentoso com a música o mesmo era o novo crush da geração.

O sorriso se desmancha quando Debrah se aproxima de mim.

—Não se preocupe, eu vou tentar não te irritar dessa vez. — me conta e eu controlo minha vontade de dizer que ela já está me irritando. — Não se preocupe quanto eu dar em cima do Castiel também, eu entendi, eu não sou a escolha dele, mesmo depois daquele dia da lanchonete...Nada mudou entre nós. — fala como se eu tivesse que saber disso. — Quando eu te conheci achei que era só uma metidinha por quem Castiel estava encantado, que era uma fase, que passaria...Mas, ai ficamos presos nessa gravadora e passamos momentos horríveis e eu te vi salvando todos nós sem hesitar, arriscando sua vida literalmente...Defendendo o Castiel do seu próprio pai, e foi ai que eu entendi que nessa nova versão dos fatos eu é que sou intrusa, não você...E o jeito indiferente que ele me trata agora...Foi um erro acreditar que teríamos uma segunda chance...Eu não sei, acho que podemos superar isso tudo, quem sabe até sermos amigas. — desabafa e espera uma reação minha.

—Eu adoraria. — lhe digo e ela sorri. — Mas, eu não quero. — complemento. — Não faço o tipo que sabe ou quer lidar com a ex namorada problemática. Você está sobrando aqui, querida, e você me ameaçou, coisa essa que eu não suporto. — falo e ela ri com certo deboche.

—Certo. Eu tentei. — fala antes de se virar.

—Debrah. — chamo após alguns segundos e ela se vira. — Você estava mesmo grávida dele? — aquela era uma dúvida que me atingia desde que Castiel me contou a história.

—Sim.  — confirma e eu surpreendentemente acredito nela. — Aquele bebê era real para nós dois. — suspira.

—Eu sinto muito. — é sincero.

Ela assente antes de realmente seguir sua direção.

[...]

Depois de visitar o tribunal com Parker, que de modo surpreendente havia se tornado meu braço direito no escritório voltei para o mesmo, lá tentei me concentrar em centenas de papeis e casos, mas, é a verdade que falho nisso, estou esgotada ultimamente. Acho que isso talvez se deva ao fato de eu estar me virando em mil para ser perfeita.

Ainda me encontro na minha sala, preferi me manter nela do que me mudar para a do meu pai. Seria estranho ir para lá. Aliás, desde que ele se mudou para Londres após seu anúncio tem sido estranho estar sem ele, sentia falta até da sua frieza.

Meus olhos vão na direção do meu celular na mesa e eu me frustro ao notar que não há nenhuma mensagem de Castiel. Ele com certeza deve estar aproveitando a presença dos meninos e precisa de um tempo para se divertir.

Tento trabalhar mais uma vez, mas, quando não rendo, decido que é uma boa hora para agir como um ser humano com limites e ir para casa no horário que todos saem. Organizo minhas coisas, me despeço da secretária temporária e sigo em direção a saída. Como hoje não havia vindo de carro precisava pegar um táxi.

Sorri de modo contido quando encontrei Kentin lá em baixo, também parecendo esperar algo.

—Boa noite. — cumprimento enquanto me afundo no meu sobretudo e meu ex noivo sorri de volta. O clima de NY estava perfeito hoje.

—Boa noite. É surpreendente que não tenha ficado até tarde hoje. — comenta o obvio e eu suspiro.

—Estou exausta. — admito algo que não costumo falar com frequência.

—É ótimo que tenha aprendido a reconhecer quando não dá mais. — elogia e eu concordo de cara.

—Hey gente, vocês por acaso viram um zumbi por ai? Porque eu vim busca um. — ouvimos alguém gritar isso do outro lado da rua e gargalhamos ao reconhecer Peggy. Agora eu entendi quem Kentin estava esperando. Ela vem até nós animadamente e sem se importar com mais nada enrosca as mãos no pescoço dele.

—Você sabe que um dia as piadas sobre minha aparentemente morte não terão mais graça não é? — Kentin debocha olhando para ela com carinho. Peggy faz uma careta, fingindo pensar.

—Até lá, eu vou zombar disso. — afirma em tom decidido.

—Então, vocês... — quero saber se eles finalmente admitem o que sentem. Peggy assente como se isso não fosse nada. — Vocês são perfeitos juntos. — sim, porque são completamente diferentes.

—Eu lá combino com uma intrometida de carteirinha como a Peggy. — Kentin debocha afiado e ela finge estar chocada.

—Como se eu combinasse com um certinho como você. — dou uma risada desse comportamento e sob a neve que cai em NY vejo o amor em seu estado mais inicial se aflorar em pessoas que de uma forma totalmente estranha nasceram para ficar juntas.

—Então, Lynn, estamos ir jantar nos Jade’s, quer vir com a gente? — Kentin oferece e Peggy parece não ligar para isso.

—Primeiro que eu estou fora de segurar vela, segundo; eu estou enjoada da comida do Jade’s. — o mesmo arregala os olhos quando digo isso. — Por que a surpresa? É o que acontece quando você come em um lugar por quase toda sua vida. — lhe comunico não gostando de sua expressão.

—Tudo bem. Então vamos nessa, Kentin. — Peggy o puxa de modo nada delicado e acena para mim em despedida. Suspiro acenando de volta.

[...]

1 dia depois.

Olho para Nathaniel de modo incrédulo, minhas mãos estão trêmulas, o mundo ao meu redor gira de modo rápido e aquilo simplesmente não faz sentido. Digo, o que ele acaba de me dizer não tem sentido algum, tem? Ele está errado, não é? O sorriso irritante no rosto dele me deixa ainda mais aflita.

—Isso não é possível. — nego deitada naquela maca. Quando passei mal naquela manhã assim que acordei e prudentemente vim ao hospital para me cuidar sem avisar a alguém, eu esperava que o diagnóstico do médico se limitasse a mais uma crise de irresponsabilidade minhas, não ao que ele acabara de dizer.

—Lynn, a gente namorou, eu sei que você não é virgem. Então é totalmente possível. — me contradiz do modo mais patético possível, e eu arfo, estática. — Sei que sempre se cuidou em relação a isso, mas, os remédios que tomou para dor depois do episódio na gravadora provavelmente cortaram o efeito das pílulas, e novamente eu te conheço; sua vida sexual sempre foi ativa. — meus olhos lacrimejam e eu engulo a seco.

—Nathaniel, eu não...Isso não é verdade. — ainda não consigo acreditar. Me levanto assustada.  — Eu não sei se consigo. — falo a verdade mais real de todas e o Dilaurentis ri.

—É um filho Lynn. É claro que você consegue. Só precisa aceitar que está grávida. — quando ele pronuncia de novo aquela palavra eu dou uma risada incrédula.  Então era isso, aquela exaustão toda, o enjoo da comida do Jade’s e os ataques a geladeira a noite. Tudo isso significava um bebê.

—O Castiel vai surtar. — murmuro de forma que já consigo assimilar isso. — Eu vou surtar. Liam vai surtar. Todos vão surtar. — eu começo a rir de desespero. — Eu consigo enfrentar um psicopata que queria me matar e estou terrivelmente assustada com a ideia de ter um bebê qual o meu problema? — indago para qualquer um que possa me responder.

—O problema é que você é Lindsay Gilbert e sempre tem que complicar tudo. — Nathaniel declara achando graça no meu desespero.

Em seguida, ele faz algo surpreendente, se senta na maca e me puxa até lá para que sente ao lado dele.

—Não é o fim do mundo, Lynn...Na verdade é o começo dele. — me comunica com um velho faria e eu reviro os olhos. — Cada coisa que o Landon faz, cada pequena coisa me faz chorar de emoção e é a melhor coisa que eu posso sentir no mundo. — descreve.

—E se eu for uma péssima mãe? — esse é meu maior temor.

—Você não será. Você é a melhor em tudo que faz.


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