Uma Adorável Mulher. escrita por Maria Vitoria Mikaelson


Capítulo 38
Capítulo 38 - Realidade Alternativa.


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo foi inspirado na minha segunda série favorita " Agents Of Shield" Por quê? Na quarta temporada dela temos um lance de realidade alternativa que me fez refletir como uma decisão pode mudar toda uma vida.

Vocês vão ver que o aconteceu com a Lynn tem uma razão.

Nesse capítulo vocês entenderão porque a Lynn é tão neurótica com os cachos dela, e se forem ninjas vão perceber que às vezes que ela se permitiu deixar eles lisos foram vezes que ela estava com o Castiel, e ela não se preocupou com esse detalhe.

Boa Leitura!



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Ponto de vista: Lynn Gilbert.

Há um a escuridão assustadora ao meu redor, eu quero correr dali, mas, não consigo me mover, eu quero gritar, mas, minha voz não se faz presente. Meu abdômen não dói mais, nada dói, eu me sinto adormecida e isso não me alivia, na verdade me dá uma sensação de sufoco.

[...] — Lynn, há um mundo enorme lá fora, cheio de possibilidades e você sempre mereceu todas elas, só precisa entender a mensagem e então todo rancor, arrependimento e culpa irão embora. — uma voz familiar fala para mim, mas, eu não consigo reconhecer, tudo ainda está escuro.

E o que eu preciso fazer para alcançar esse mundo, Steve? — ouço a mim mesma gritar de modo aflito e tenho vontade de chorar por notar que a tal voz anterior pertencia a Steve. Mas, eu não consigo.

Só abra os olhos. — reuni todas as forças que restavam no meu corpo e fiz isso. Aos poucos minhas pálpebras se abriram, me causando uma sensação incomoda pela claridade que atingia meu rosto.  Ergui minhas mãos na altura do meu rosto e ela estavam limpas, não havia o sangue de ninguém. Não havia o meu sangue.

Molhei os lábios e me ergui na cama, tentando entender onde me encontrava. Arregalei os olhos quando reconheci aquele quarto. Era meu quarto antigo na mansão de Liam. Fazia anos que eu não entrava aqui, e ele continuava do mesmo jeito que eu o deixei. Minha cabeça latejou quando tentei entender a razão de estar aqui. Jean havia atirado em mim, disso eu me lembro. Será que meu pai havia preferido me trazer para cá do que me tratar no hospital? Não, isso não faz sentido.

Olhei para baixo e franzi as sobrancelhas quando vi o que estava trajando; O vestido azul se adequava perfeitamente ao meu corpo, mas, seu estilo leve com certeza não fazia parte das minhas roupas típicas.

Completamente confusa com isso, e mais com o fato de eu não sentir nenhuma dor após ter sido baleada eu sai da cama, calçando um par de saltos que estava nos pés dela. Em passos hesitantes caminhei até a penteadeira e fitei minha imagem no espelho. Fiquei chocada com o que encontrei; Eu estava bem mais jovem. Minha pele estava livre de qualquer hematoma das brigas recentes e meus cabelos lisos como seda, com a parte de cima presa acima da minha cabeça.  Eu nunca os usava daquele jeito, pois com os cabelos lisos eu me parecia com a minha mãe e essa é a razão de eu ser tão paranoica com os cachos. Eu não queria ser como Aurora.

Nem tive mais tempo para ficar surpresa com o visual, pois outra coisa me chamou a atenção; Um porta retrato próximo as maquiagens, o alcancei e encarei a foto sem acreditar; Leigh, Lysandre, papai, mamãe e eu no jardim com sorrisos enormes no rosto, eu devia ter uns 14 anos naquela foto, a exata época que minha mãe foi embora, o engraçado é que não lembro dessa foto ter sido tirada antes da mesma ir para o Texas.

—Lily, o que está fazendo ai? Todos estão te esperando para o café da manhã. — pulei quando ouvi a voz de Lysandre e quase derrubei o porta-retrato, me virei para ele apavorada, e o meu irmão me fitou confuso. — O que aconteceu? — indaga dada minha reação.

—Você...Me assustou. — lhe comunico disso, colocando o objeto em seu lugar.

—Sério? Ninguém nunca te assusta, você é sempre tão observadora, sempre prevê nossos movimentos. — ele comenta rindo levemente. Ignoro tal comentário.

—Você...Falou sobre um café da manhã? — tento me situar nesse cenário. O que está acontecendo aqui realmente? Meu pai resolveu reunir a família para que eu me recuperasse mais rápido?

—Sim. Aquela coisa que fazemos todo dia, juntos. A tradição Gilbert, lembra? — se dá ao direito de brincar e eu o olho sem entender. —Lynn, você está bem? — questiona me olhando como se eu fosse louca.

—Eu não sei. — admito, pois quero que aquilo faça algum sentido para mim.

—Deve ser fome, a mamãe sempre repete que você tem que cuidar melhor da sua alimentação. Vamos lá. — sem que eu tenha tempo para questionar que loucura é essa que a mamãe se preocupa comigo, o mesmo segura minha mão e me puxa até a escada.

A cena que encontro lá embaixo é no mínimo assustadora; Leigh segura um tablet sentado no lugar que costumava ocupar quando ainda morava aqui, e papai está ao lado dele em pé olhando o que quer que seja que haja na tela.

—Lynn, você tem que ver isso, seu irmão desenhou um terno incrível para mim. — Liam me diz rindo, a medida que aponta em direção ao aparelho. Arregalo os olhos.

—Como é? — não estou acreditando que o meu pai está elogiando alguma coisa que Leigh desenhou. Ele sempre odiou o fato dele ter escolhido cursar moda.

—Os desenhos são incríveis. Ainda não entendo porque não pediu para ele desenhar o seu vestido da sua formatura. — fala como se tal fato fosse absurdo e logo se afasta do meu irmão mais velho indo em direção ao seu lugar, como Lysandre fez.

—Eu já te expliquei querido; Lynn e eu precisamos comprar o vestido juntas. É uma tradição de mãe e filha. — Aurora surge da cozinha com um bolo nas mãos e logo o coloca sobre a mesa. —É de chocolate amargo querida, o seu predileto. — logo que diz isso me presenteia com um carinhoso beijo na bochecha, antes de se sentar.

Formatura? Vestido? Aurora aqui? Bolo de chocolate predileto? Eu estou louca.

—Sente-se querida. —ela pede e tremendo eu faço isso. Olhando cada um deles tentando determinar em qual momento acabarão com a pegadinha.

—Formatura? Que formatura? — tento me situar.

—Aquela na qual nossa irmãzinha de 16 anos acaba o ensino médio precocemente e nos causa orgulho. — Leigh brinca antes de tomar um pouco do seu suco.

—Orgulho? — eu estou ridícula, tenho noção disso.

—Sim. Lysandre que não é de falar muito, espalhou para todos os colegas dele do instituto de música que a irmã dele é um gênio que conseguiu entrar na Columbia de primeira. — Leigh me comunica e eu me viro na direção do meu irmão do meio sem acreditar.

—Instituto de música? — o que droga está acontecendo aqui? Eu estou presa em uma realidade na qual meu pai também apoia o fato do Lys ser músico?

—Filha, o que está havendo? Parece perdida hoje. — Liam questiona acariciando minha mão. — Eu sei que se sente pressionada pelo fato de ter conseguido entrar em direito na Columbia, sei que quer causar meu orgulho, mas, saiba, você já o tem. Sempre teve. É a minha garotinha. — me apoia e eu sinto meus olhos marejarem.

—Você estavam separados...Há muito tempo...             Eu...O que? — começo a divagar e minha mãe ri.

—Você está engraçada agindo assim filha, mas, prefiro sua versão centrada de sempre. Agora coma logo, marquei o horário no salão para cedo. — me instrui com um sorriso estranho.

—Ela fica pela manhã com você, mas, o almoço é meu. Eu preciso de um momento com a minha filha, ela logo estará na faculdade e não terá mais tempo para mim. — Eu estou vendo o Liam dramatizando?

Antes que mais alguém falasse algo uma empregada anunciou que tínhamos visita, e logo Nathaniel surgiu na sala, quase me aliviei pelo fato de que ele poderia me explicar algo mas, voltei ao surto quando percebi que a aparência dele era igual aquela que tínhamos quando nos conhecemos na adolescência.

Não tive nem tempo para digerir isso pois Nathaniel se ergueu  na minha direção e me deu um selinho.

O empurrei rapidamente quando me lembrei de Florence.

—O que você está fazendo? — gritei e ele me olhou confuso.

—Beijando a minha namorada? — arqueou uma sobrancelha e uma lâmpada mágica se acendeu na minha mente quando compreendi uma coisa. Aquela realidade estranha e assustadora se tratava de como minha vida seria se o casamento do meus pais fosse bem e eu me permitisse amar meus irmãos. Nathaniel fazia parte da minha vida ali porque ele sempre foi uma das melhores partes dela.

—Você não deveria fazer isso na frente deles. — entrei no jogo forçando um sorriso.

—Querida ninguém liga, todos sabemos o quanto se amam, não será surpresa nenhuma quando esse garoto te pedir em casamento. — Aurora falou risonha.

—Sim. Vocês foram feitos um para o outro. Tão inteligentes e decididos. — Liam concorda me olhando com orgulho.

—O que você está fazendo aqui? — pergunto para Nathaniel.

—Leigh e eu vamos jogar tênis juntos, vim buscá-lo e aproveitei para te dar um beijo. — me comunica como se eu devesse de fato lembrar disso.

—Ei mãe, que tal irmos para aquele salão agora? — tento fugir, pois começo a achar que se ficar a situação se tornará mais estranha.

—Oh...Está bem, mas, pegue uma fruta para comer no caminho, vou subir para buscar minha bolsa, me encontre na garagem. — pede se levantando e eu faço uma careta quando noto que ao invés de solicitar que a empregada fizesse isso como ela faria tipicamente ela preferiu fazer por si só.

Olhei na direção que a mesma seguiu de modo assustado e não querendo que aquilo piore praticamente corro em direção a garagem sem me preocupar em me despedir de ninguém. Estou ofegante e atordoada. Como eu podia ter regredido 10 anos e agora minha vida parece perfeita.

Passo a mão por meu rosto, aflita. Tentando bolar um plano de como sair dali, mas, a ideia é interrompida quando vejo um carro estacionar a nossa frente. Meu coração falha uma batida quando o dono dele desce do veículo e caminha na direção da entrada carregando algumas pastas e trajando um visual formal.

—Steve. — grito por aquele que morreu por minha causa e ele ergue seus olhos na minha direção com um sorriso contido.

—Bom dia, senhorita Gilbert. — cumprimenta de modo cordial.

—Senhorita Gilbert? — indago incrédula. — Sou eu, Steve, a Lynn, a sua Lynn. — protesto e ele ri levemente.

—Você é somente a filha do meu chefe, chefe esse que eu vou irritar se não entrar logo e entregar esses papeis que ele precisa para resolver um caso. — parece achar graça na minha loucura, antes que ele entre seguro em seu braço o impedindo de ir.

—Não. Eu não sou somente a filha do chefe, eu sou a garota que você, o amor da sua vida ou alguma coisa do tipo. — o corrijo desesperada e ele faz uma careta. — Steve, eu não sei o que fazer, e eu sempre sei o que fazer. Você morreu por minha causa e eu surtei, eu fiz coisas loucas depois disso, então eu levei um tiro e achei que fosse morrer, mas, ai eu acordei aqui e estou tendo um dia onde as coisas são irritantemente boas para mim e eu estou pirando, meu pai se orgulha de mim nessa realidade, minha mãe age como uma mãe e meus irmãos me adoram, e qual é, o Nathaniel me olha de um jeito patético. — desabafo no auge de tudo aquilo.

—Você não está bem. — é só o que ele nota.

—É. Eu não estou. Se coloca no meu lugar, eu estou tipo presa em um limbo onde tenho a vida que eu sempre mereci, mas, eu preciso voltar, tem pessoas que me esperam lá. Eu disse ao Castiel que o amava, eu sei lá, eu tenho que voltar. — sei que isso não faz sentido. — O que você faria no meu lugar? — Steve precisa me ajudar com isso.

—Seu pai conhece ótimos terapeutas. — me diz e eu reviro os olhos.

—Eu não preciso de um terapeuta...Só me diga o que fazer, você sempre me deu bons conselhos. — peço frustrada.

—Eu...Tudo bem.  — cede achando que é a melhor estratégia. — Você disse que está tendo um dia perfeito, certo? — questiona captando os detalhes e eu assinto. — Então apenas o viva. — é o que me aconselha antes de me dar as costas e seguir em encontro ao seu chefe.

Meus olhos verdes decoram mais uma vez sua expressão e eu suspiro quando vejo minha mãe se aproximar com um sorriso como se indicasse que devíamos ir.

Naquela realidade louca realmente fomos a um salão, em cada intervalo de tempo de uma atividade ela perguntava alguma coisa sobre minha vida, ela parecia realmente interessada, fez algumas piadinhas sobre meu relacionamento com Nathaniel, até me perguntou coisas intimas que surpreendentemente me constrangeram e olha que sempre fui descarada para essas coisas.

Depois passamos no ateliê para escolher o tal vestido, ela fez com que eu provasse uns quinhentos e isso realmente causou risadas automáticas em mim. Quando coloquei um nude brilhante Aurora me olhou com lágrimas nos olhos.

Ela tirou alguns fios de cabelo da frente do meu rosto e acariciou minha bochecha.

—Você cresceu tanto, e está tão linda. Sempre quis ter uma garotinha e então ganhei você, a garotinha mais esperta do mundo. Mal posso acreditar que já é uma mulher. — fala chorando e um aperto se instala em meu coração.

—Eu sinto sua falta. — comunico repentinamente e ela franze as sobrancelhas. — É um tipo de saudade diferente, sinto falto do que poderíamos ter tido. — falo mesmo que aquela versão dela não possa compreender isso. Eu só preciso falar. — Você foi uma mãe tão boa para o Leigh e para o Lysandre...Por que não para mim? Eu sinto muito por ter aparecido quando o seu casamento com o papai já era tragédia. — tento segurar meu choro e chocada minha mãe me abraça.

—O que está dizendo Lindsay? Eu os amo igualmente...E você, é muito mais que minha filha, é minha companheira, minha melhor amiga. — soluço contra seus braços e por um momento quero que essa realidade seja a nossa. — Se recomponha agora querida, tem um almoço com seu pai e não queremos que ele te veja triste. — pede carinhosamente e eu me separo dela concordando.

No almoço meu pai fica totalmente focado em mim, ele me ouve de um jeito que nunca fez antes, nem parece ele. O mesmo está realmente se importando com o que eu sinto, e ele me elogia, age como se agradecesse por eu estar ali. E quando acabamos ele me abraça de modo protetor antes de perguntar se eu quero que ele me leve para ver Lysandre, aceito isso mesmo sem entender o porquê.

Com meu irmão do meio tenho um momento mais do que agradável quando o mesmo tenta me ensinar a tocar violão e eu sou um desastre nisso. Ele finalmente se abre sobre como se sente sobre mim e diz que me admira por ser tão forte e o sorriso que lhe lanço é cheio de gratidão.

Encontramos Leigh no Central Park e caminhamos juntos pela extensão dele conversando sobre as coisas mais absurdas possíveis. Lysandre se oferece para ir buscar um sorvete para nós e assim nos deixa sozinhos.

—Sabe, eu estava tendo um dia totalmente terrível, mas, esse passeio me tirou esse sentimento. — ele comenta com um pequeno sorriso.

—O que aconteceu? — acho que essa é a frase mais pronunciada hoje.

—Uma garota com quem eu estava saindo me deu um fora, disse que eu era tímido demais. — ri de si próprio.

—Não devia se preocupar...Se quer saber, eu acho que um dia você vai encontrar uma garota que ame essa timidez, e que por mais diferente que seja de você ainda irá achar semelhanças em suas personalidades. — anuncio me lembrando de Rosalya.

—Só diz isso porque é minha irmã Lilypédia. — zomba passando a mão por meu pescoço e me dando um beijo na minha bochecha. Lhe lanço um sorriso.

Aquilo é estranho, completamente estranho, mas, eu resolvi seguir o que Steve aconselhou; Só estou vivendo esse dia.

—A mamãe ligou, pediu que fossemos até o escritório do papai quando acabarmos aqui, de lá sairemos para jantar juntos, Nathaniel também vai, ela ligou para ele. — Lysandre anuncia logo quando chega com os sorvetes.

O escritório Gilbert era igual como eu me lembrava quando era adolescente, e quando entrei na sala do meu pai sozinho notei que ali também estava do mesmo jeito. Surpreendentemente bati antes de entrar, ele permitiu e me recebeu com um sorriso. Logo me pediu que esperasse um pouco pois precisava finalizar umas coisas. Caminhei até a mesa dele e um jornal presente lá me chamou a atenção.

Castiel Blancherd é um sucesso mundial, a banda que formou junto com sua noiva Debrah Willians alcançou uma fama inexplicável, e que dá muitos lucros para a gravadora do seu pai.

Aquela era a manchete principal.

—Por que o Castiel está feliz com a Debrah assim? — pergunto para mim mesma.

—Você conhece ele? — meu pai indaga começando a guardar suas pastas.

—Sim. É o Castiel. Filho do seu amigo Noah...Ou então daquele cara que você não gosta o Jean. — o lembro e ele faz uma careta.

—Não conheço nenhum desses dois. — me conta. — Vamos filha, estão esperando a gente. — alcança meu braço e me guia até a saída.

No corredor principal o grupo já está reunido; mamãe, Leigh, Lysandre e Nathaniel. A primeira chama o elevador, enquanto meus irmãos conversam com minha mãe e ela faz uma piadinha. Liam ri. Chego mais perto do Nathaniel.

—Quando meu pai ri assim se parece ainda mais com o Logan não é? — questiono quase sorrindo também e meu namorado franze as sobrancelhas.

—Quem é Logan? — engulo a seco com aquela questão.

Olho na direção do fim do corredor onde vejo a sala que Steve costumava ficar e suspiro.

—Será que vocês podem me esperar na garagem? Eu preciso fazer algo antes de descer. — mesmo confusos eles concordam.

Quando eles entram no elevador sigo na direção da sala, e a adentro sem bater tal como minha versão normal faria. Steve que está lá arregala os olhos para mim.

—Você morreu. — começo assim.  — E eu não pude me despedir, não pude agradecer por ter feito isso para me salvar, não pude te dizer que te amava de volta, eu só fui eu mesma e cometi um monte de erros, ao invés de ser sincera sobre como me sentia...E então o Jean atirou em mim, e eu disse para o Castiel que tudo bem se for o fim, mas, não está tudo bem. Eu quero um futuro com ele, eu quero fazer boas escolhas, eu quero ser boa para ele. Mas, eu não sei se consigo isso me sentindo tão ligada a você, ligada a culpa que senti por você morrer por mim, e eu acho que é por isso que eu vim para cá. — jogo todas aquelas informações.

—Lindsay... — ele tenta.

—Eu sei. Você me acha louca. — dou uma risada cheia de escárnio.

—Eu não acho que esteja aqui por mim. Você é esperta. Só olhe em volta. — agora quem está confusa de novo sou eu.

—Olhar o que? A única coisa que eu percebi que essa vida é perfeita. — afirmo ainda rindo daquele jeito. — Mas, ela não é real. — essa é a verdade. — E que bom que não é, porque se fosse o Logan não iria existir e eu preciso dele, se fosse real o Nathaniel estaria comigo e nunca seria amado do jeito que merecia, Florence não ia ter algo com ele, não iria ter um filho com ele e não seriam tão felizes quanto são agora...E se fosse real, eu não conheceria o Castiel, então nada mais faria sentido...Porque eu te amei Steve, mas, com Castiel é algo além do que posso nomear, não me importo em ser patética por ele, não me importo em me arriscar para salvá-lo, me esforço para não ser egoísta, e sou completamente apaixonada por ele, acho que desde aquela vez que ele colocou seu paletó por cima dos meus ombros no topo de um prédio e mostrou que se importava comigo. — praticamente grito aquelas coisas.

—Era isso que você precisava entender Lynn. — aquele que falava carinhosamente comigo era o Steve que me amava. — Você sempre esteve tomada por tanto ódio, amargurada por escolhas que nunca foram suas, nunca viveu de verdade, nunca se preocupou com os machucados que causava nas pessoas a sua volta com sua indiferença...Você deixou o fato da sua mãe ter se divorciado seu pai definir quem você seria. Por anos foi fria, cruel e ultrapassou todos os limites possíveis, consumida por raiva da Aurora, do Liam, dos seus irmãos...Você precisa deixar isso ir, essa é a chave para que tudo fique bem, se voltar e continuar odiando, odiando e odiando...Não valerá a pena. — me comunica isso enquanto eu começo a chorar. — Não deve se lamentar pelo que perdeu, deve agradecer pelo que já tem. — complementa.

—Obrigada. — agradeço estranhamente aliviada, e então me viro decidida a ir embora, mas, surpreende uma mão puxa a minha e eu me encontro nos braços de Steve sob seu olhar amoroso.

—Você disse que não tivemos uma despedida, que tal uma agora? — antes que eu falasse mais algo ele me beijou de modo leve e significativo. Quando nos separamos mordi meus lábios emocionada.

—O que eu faço agora? — indago e ele sorri.

Feche os olhos. Há um mundo de possibilidades lá fora. — e então pela segunda vez o obedeço.

E da próxima vez que eu os abro encontro o que realmente me faz feliz.


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Notas finais do capítulo

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