Uma Adorável Mulher. escrita por Maria Vitoria Mikaelson


Capítulo 37
Capítulo 37 - Eu Amo Você.


Notas iniciais do capítulo

Não achem que eu odeio eles depois desse capítulo hahaha, ele é só caminho para o próximo que é um capítulo muito lindo!

Obrigada por cada comentário lindo!

Boa Leitura!



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Ponto de vista: Lindsay Gilbert.

Depois de explicar a todos naquela sala — olhando fixamente para Debrah, para que ela captasse a mensagem — que ninguém podia contar sobre esse plano para outras pessoas, já que se isso acontecesse Nathaniel e Armin sairiam comprometidos; o loiro por conseguir uma substância praticamente ilegal e o outro por invadir sistemas alheios, deixei o cômodo acompanhada do meu pai, mesmo que tivesse consciência de que Castiel e eu precisávamos de uma conversa sobre o pedido que ele fez.

No corredor encarei Liam, mostrando agora toda exaustão, que nesse momento fazia parte de mim, e agradecendo com o olhar por pela primeira vez ele me apoiar e fazer exatamente o que eu pedi.

Liam no entanto não aparentava estar aliviado e eu sabia a razão; havíamos acabado com a Corton, não com Jean-Louis, ele ainda está solto e depois do que eu fiz seu objetivo de me matar só deve ter se intensificado. Eu ainda não havia ganhado a guerra de fato.

—Foi um bom plano. — Liam elogia após ver o sucesso parcial dele.

—Aprendi com o melhor. — quase dou um sorriso, mesmo em meio aquela situação, mas, anulo ele quando me lembro de algo importante. Foi por isso que arrastei meu pai até aqui; o mesmo precisava saber. — Quando eu estava invadindo o sistema da última base havia uma pasta suspeita, eu a abri, sem contar ao Armin e vi algo que pode causar nossa preocupação. — preciso da ajuda dele para lidarmos com isso.  Liam me olha atento. — Nela estavam os registros de todos os direcionamentos das armas que impedimos de serem vendidas, mas, havia um lote de bombas registrado onde sua localização não constava, ou seja, não sei como podemos impedir que Jean as exploda se não fazemos ideia da onde esse lote esteja. — explico o que sei e ele suspira.

—Jean é um estorvo. — comenta parecendo nervoso. Sim, ele não deu nem tempo para respirarmos direito.

—Como não podemos usar mais as informações digitais já que acabamos com elas, pensei em pedirmos para Peggy tentar encontrar algo, mas, logo desisti, com certeza não dará tempo de desativarmos as bombas quando ela encontrar algo. — lhe conto as possibilidades que já foram descartadas.

—E não podemos contatar a SWAT para desativá-las se não fazemos ideia de onde estão. — Liam continua e eu suspiro assentindo.

Mordi os lábios aflita, tentando montar mais um plano quando Armin passou por nós correndo com o que parecia uma equipe de eletricistas. O barrei segurando seu braço. Ele suspirou antes de responder o que eu com certeza iria perguntar.

—O prédio está entrando em colapso desde a semana passada; agora está anulando nossas comunicações, o elevador nem ao menos está funcionando. — explica de modo técnico, e eu olho para meu pai séria.

—Uma das características principais das bombas da Corton segundo o que Kentin me disse é possuir inibidores de sinais. — lhe conto tal fato já sentindo meu coração se acelerar. — Acabamos de descobrir para onde ele enviou o lote não identificado. — falo odiando ter que dar aquela noticia.

—As bombas estão aqui. — Liam praticamente grunhi isso, e Armin arregala os olhos. Em seguida meu pai trata de explicar a situação para o mesmo, enquanto tento entender o que está acontecendo.

—É pessoal para ele. Jean quer acabar com a gravadora por causa do que você e Noah fizeram com ele, o espetáculo acaba aqui. — chego a essa conclusão no auge da minha fúria. — Precisamos tirar todos daqui. — anuncio alarmada e nesse exato momento uma mensagem chega ao celular de Armin.

—Mas, não podemos; todas as saídas foram travadas por um sistema diferente, você sabe que a gravadora é diferente do escritório do seu pai, ela funciona a base de tecnologia, e a mesma que a criou pode a destruir. — aquelas não são boas noticias.

—Você pode tentar lutar contra essa invasão, e tomar o controle. — sugiro desesperada e com lágrimas nos olhos Armin me fita.

—Isso duraria muito tempo e se as bombas estão aqui desde que o sistema começou a surtar não vai demorar muito para elas serem detonadas, o cara é inteligente já deve saber que você está aqui, e estando aqui é mais fácil te matar. — eu realmente não precisava que ele me dissesse a verdade agora.

—E ele não está preocupado em poupar ninguém. — nem cogito que ele pensará em Valérie ou Castiel para não fazer isso.

—O que vamos fazer? — quando Armin grita isso, a atenção de quem estava na sala é chamada e os outros veem em nosso encontro tentando entender o comportamento dele.

—Eu não sei, se não temos sinal não podemos ligar para SWAT vir desativá-las e não podemos sair dessa droga, estamos ferrados. — berro no auge do meu desespero, ao notar que eu não ganhei nada, eu estava prestes a morrer, meu pai estava, meu irmão e Castiel.

—Lynn... — Castiel toca meu braço para me acalmar sobre algo que ele nem ao mesmo sabe do que se trata.

—Eu sinto muito, quando disse que seríamos definitivos não achei que seria dessa forma. — falo a essa altura chorando. Por causa do nosso destino. Ele me fita sem entender. — Há um lote de bombas aqui, Jean as instalou sem que ninguém visse, e fez questão do sistema sair do controle de vocês, bloqueou os sinais de comunicações e todas as saídas...Não tem como nos safarmos disso Castiel. — quando o conto isso ele me olha chocado, carregando tanta dor na expressão e se afasta quase automaticamente. Valérie cambaleia para trás e é segurada por Noah que apresenta uma face culpada.

—Nós vamos morrer? — Debrah questiona chorando e eu tenho pena dela.

—Não. Não vamos. — é meu pai quem diz isso, e seu tom é convicto. — Nós temos a Lindsay. — fala como isso resolvesse tudo.

—É exatamente por isso que ele vai ativar a bomba; porque eu estou aqui. — grito isso indignada.

—Lindsay não dramatize a situação. — meu pai pede alcançando a lateral do meu rosto com uma de suas mãos e me fazendo fitar. — Você é a pessoa mais determinada, inteligente e fria que eu conheço, a versão que eu preciso de você é a que é forte o bastante para não cair por causa de uma possibilidade, não vamos morrer hoje e você vai garantir isso, você vai nos tirar daqui. — o incentivo do meu pai revira algo dentro de mim. — O Steve morreu por causa desse homem, vai deixá-lo tirar mais alguém de você? — usa esse argumento cruelmente.

Olho para Castiel que agora parece sentir nojo de si mesmo, eu sei o porquê disso, ele odeia o fato de ser filho de quem é.

Suspiro, engolindo as lágrimas e sendo a pessoa que ganha.

—Você vai desativar as bombas, Armin, ao mesmo tempo que tentará recuperar as comunicações. — lhe digo isso saindo do contato do meu pai. — Por alguma sorte infeliz só vocês estão presentes na gravadora, então será mais fácil mantê-los seguros. — falo para o pequeno grupo que antes presenciou meu showzinho. — Eu vou com o Armin procurá-las, só por garantia. — esse é o novo plano.

—Eles podem ficar no estúdio, por causa do isolamento acústico e das finalidades dele as paredes são mais reforçadas...Então, caso eu não consiga...Quando a explosão vier eles terão menos chances de serem atingidos. — Armin nem se preocupa em me dizer que aquilo é loucura.

—Então o que? Vocês vão sozinhos e se não conseguirem morrem no segundo seguinte? — Castiel grita quando nota isso e eu seguro um suspiro.

—Castiel, vem comigo. — peço, pois precisamos de um momento sozinhos, antes de tudo...Acontecer.

O puxo pela mão sob os olhares de todos e o guio até o fim do corredor, onde podemos falar sem que os outros nos ouçam. As lágrimas já ameaçam cair de novo, mas, eu me controlo.

—Eu sei que odeia isso, odeia o fato de eu me colocar em perigo a cada dois segundos, que de alguma forma se sente inútil por não ser o cara com quem compartilho essas coisas ou peço  ajuda, mas, você tem que entender; Eu não posso deixar que nada aconteça com você, e eu não sou nenhuma mocinha indefesa, eu nunca tive ninguém que cuidasse de mim, eu aprendi a sobreviver sozinha e pelo menos por agora preciso continuar desse jeito. — inicio meu discurso agarrando seu rosto, sofrendo por nós dois.

—Temos que lutar juntos...Eu mais do que você tenho que fazer isso, aquele cara é meu pai e ele está acabando com tudo... — Castiel está no auge da sua culpa.

—Não. O Noah é seu pai, e ele assim como eu só quer que você fique bem. Você morrer por mim não vai provar que me ama. — lhe comunico disso porque não preciso de um herói. Preciso dele vivo.

—E você morrer por mim prova o que? — questiona aflito.

—Nada. Porque eu não vou morrer nesse momento. — agora também consigo enxergar isso.

—Eu não vou deixar que vá sozinha com o Armin, enquanto fico preso em uma sala esperando para saber se você vai morrer ou não. — me diz de modo convicto, com toda marra que me fez me apaixonar por ele.

Reviro os olhos.

—Tudo bem. Vamos fazer isso juntos estão. — concordo, e antes que ele se vire para irmos até Armin choco meus lábios contra os seus de maneira bruta. Se estamos indo rumo a algum sofrimento eu preciso de um pouco do paraíso antes. É só um encostar de bocas, mas, há tantas palavras não ditas.

Assim de mãos dadas fomos na direção dos outros, acenei com a cabeça para meu pai, e ele assentiu me compreendendo. Logo quando estávamos próximos o bastante, ele se afastou um pouco e se posicionou atrás de Castiel antes de dar-lhe uma coronhada com a arma que carrega por segurança, sob o grito assustado de Valérie. Kentin e Noah seguram ele antes que caia no chão, e eu suspiro quando o vejo desacordado.

—Quando ele acordar, por favor, o diga que eu fiz isso para protegê-lo. — pedi a Valérie, na verdade quase implorei, em resposta a isso ela me abraçou daquele jeito que só ela sabia.

—Obrigada. — agradece como qualquer mãe agradeceria pela vida do filho. — Me desculpe por pedir para se afastar dele, eu estava errada, você não o levará a morte, você o afastará dela...E quando isso acabar, eu vou ficar muito feliz em ver vocês dando certo. — é o que ela me diz antes de se separar de mim.

Assinto com os olhos marejados.

O próximo a me abraçar de um jeito cuidadoso é Lysandre, a quem eu retribuo com carinho.

—Não morra. — é seu pedido, ele sabe que não adiantaria nada tentar me convencer a não ir.

—Eu vou ficar bem. — tento ter certeza disso.

Naquele momento agradeço pelo sucesso que os meninos da banda conseguiram mês passado após a festa de lançamento deles, a qual eu não pude estar presente, isso fez com que eles iniciassem uma turnê mundial acompanhados pelo produtor deles; Dimitry e os mantém longe de um perigo como esse.

Nathaniel chega perto de mim e meus olhos marejam de um modo intenso.

—Sinto muito por te meter nisso, eu vou te tirar dessa, seu filho precisa de você, a Flore precisa de você e eu vou fazer de tudo para que volte para eles. — é o que digo antes de presenteá-lo com um carinhoso beijo na bochecha. Ele assente como se aceitasse isso.

Kentin apenas acena para mim junto a Peggy que também ajuda a carregar Castiel e eu sibilo um “obrigada”. Logo o pequeno grupo segue em direção ao estúdio, e o único que sobra é meu pai.

Tento colocar um sorriso confiante ao fitá-lo, mas, acho que soou como uma garota com muito medo.

—Não é o fim. — meu pai afirma. — Eu sei que não é. Ainda precisamos daquela viagem para Austrália, e ainda precisamos de muitos anos para consertar o que fui para você. Nós vamos ser uma família, Lindsay. — ele me diz como se eu precisasse saber disso para sobreviver. — Eu te amo, Lynn. — ele fala meu apelido e eu me jogo contra ele chorando em seu peitoral. Ele também sabe que não pode me fazer desistir de acompanhar Armin. — Fique com isso, só por preocupação. — me entrega a Glock 45 quando me separo dele.

—Mantenha todos calmos. — peço tentada a agarrar em sua mão e não soltar mais, só para me sentir protegida. Seus olhos marejam também e ele concorda, antes de se afastar e seguir na direção que os outros foram.

—Vamos nessa. — Armin chama minha atenção e eu enxugo meu rosto com a mão livre antes de acompanhá-lo nessa busca.

[...]

Ponto de vista: Castiel Blancherd.

Abro meus olhos lentamente e uma dor latejando atinge minha nuca com tal ação, tento reconhecer onde estou e me ergo alarmado no sofá quando noto que se trata do estúdio da minha gravadora. Arfando avalio todo lugar em busca da Lynn ou do Armin, mas, nenhum dos dois está ali. Ela não fez isso. Lindsay não fez isso. Mas, que droga.

—Ela só quis te proteger. — minha mãe se aproxima do sofá e diz isso em tom calmo. Ela não entende que o papel da proteção quem deve fazer sou eu, eu que devia proteger Lynn do meu pai psicótico.

—Ela sabe o que está fazendo, se você fosse só iria atrapalhá-la. — Liam diz do jeito mais frio possível, enquanto com dificuldade por conta da dor tento me levantar. O olho incrédulo, com aquela pose indiferente encostado a uma das paredes do local ele parece o mais ridículo possível.

—Ela é sua filha e você a mandou aos leões, como consegue manter-se calmo em relação a isso? — indago furioso conseguindo de fato manter-me em pé.

—Ele está calmo porque assim como eu, Kentin e Nathaniel ele confia nela, é o que você devia fazer também. Lindsay não vai deixar que morramos. — Peggy diz isso em um tom confiante demais, enquanto encostada no ombro de Nathaniel a mesma se encontrava sentada em cima dos equipamentos.

Os ignoro e sigo em direção a porta, tento a abri-la com toda força que me sobra, mas, nada, a mesma nem se move. Os olho em busca de uma explicação.

—Sistema em colapso lembra? Uma vez que fechamos uma porta que tem seu sistema em surto, ela não abre até que o consertem. — quem me diz isso é o ex noivo a quem ela confiou em um plano louco.

—Ótimo. — falo ironicamente e só ai que noto Debrah no chão, sentada e abraçando seus próprios joelhos. Suspiro e me aproximo dela, sentando-se ao seu lado para tentar acalmá-la sobre isso tudo, mesmo que eu esteja no auge do meu nervosismo. Como já repeti algumas vezes ela ainda é importante para mim. Entrelaço nossos dedos e a envio um meio sorriso.

—Não é engraçado como no grupo que Lynn tem que salvar agora tem três caras com que ela já transou? — a jornalista indaga como se tivéssemos nos clima para isso. — Seriam quatro, se o Steve não tivesse morrido. — faz uma careta.

—Por que você tem que sempre citar ele? — Nathaniel indaga irritado.

—Porque ele era importante. Eu estava lá lembra? Quando Liam ferrou com a vida dele, foi eu que o ajudei. Ele não ligava por ter perdido tudo que importava para ele, porque para ele o amor da Lynn valia por qualquer coisa. — diz como se isso fosse meio estúpido.

—E o que acha que ele faria agora? — É Kentin quem questiona.

—Xingaria a Lindsay por ser tão imprudente no inicio, mas, depois diria algo do tipo... — surpreendentemente não ela que continua.

—Nunca vou ser a pessoa que diz que você não pode fazer algo. — é Liam que cita isso e Peggy sorri assentindo. Suspiro, me perguntando se não seria isso que ela esperava de mim naquele corredor antes de me apagar. Que eu dissesse que confiava nela o bastante.

O tempo que se passa enquanto esperamos que a ideia da Lynn funcione e eu me conformo que não posso fazer nada a respeito é regado de histórias sobre os Gilbert, Liam e Lysandre até trocam algumas palavras e eu sei que isso agradaria a Lindsay, pelo menos no momento mais crítico todos conseguem se unir. Confinados em uma sala, enquanto uma bomba podia explodir a qualquer momento nos permitimos entender uns aos outros.

Mas, nosso momento acabou quando barulhos soaram por todo prédio, não, as bombas não haviam sido ativadas, o que gritavam no ambiente eram tiros. Me levantei alarmado e todos olharam na direção da porta, que em questão de segundos foi aberta como se o sistema tivesse sido recuperado, mas, eu duvidava que fosse Armin a fazer aquilo naquele instante.

Uma equipe de homens invadiu o estúdio carregando consigo armas e trajando coletes de proteção, pareciam extremamente treinados, e assim após um desfile deles um homens em trajes formais se posicionou em frente ao grupo, e nesse momento os olhos da minha mãe se arregalaram.

—Jean... — pronunciou incrédula.

—Prendam todos com algemas nas cadeiras. — ordenou  o crápula, para os homens e quando eu estava prestes a reagir um deles apontou uma arma para minha cabeça. — Nada de gracinhas, não estou aqui para brincadeira. — anuncia com um ar superior, e quando ele me olha descubro que meus olhos não foram herdados somente da minha mãe como eu sempre achei. Ele também tem orbes azuis frias.

—Você é um filho da puta. — digo quando um dos capangas dele prende os meus braços. Sei que se tentar sair do contato deles uma chuva de tiros acontecerá então tento me controlar.

—Li noticias sobre você, filho. Não parece tão esquentadinho quanto falavam. — me diz desdenhoso. Ele está pouco se ferrando para o fato do sangue dele correr em minhas veias. E eu só quero esganá-lo pelo tanto de sofrimento que causa a todos.

Em um movimento bruto um dos caras me joga contra uma das cadeiras do lugar e me prende lá, assim como todos os outros. Jean avalia cada um com deboche e eu tenho vontade de vomitar por ter uma parte daquele homem em mim.

—Liam, você envelheceu. — comenta como se pudesse falar com orgulho sobre isso, ele não pode, o mesmo já apresenta fios grisalhos e umas rugas. Liam por sua vez, tão preso quanto eu, revira os olhos.— Se quer saber ainda te odeio por ter atrapalhado meus planos, se eu tivesse conseguido o que queria quando você adiou eles eu poderia já ter conseguido o que queria. — diz como se isso fosse irritante.

—E o que você queria? — me ouço gritando e ele revira os olhos.

—Respeito. Eu queria que me reconhecessem da forma brilhante que eu sou. Eu crio as melhores coisas possíveis e com elas poderia dominar nações. — isso sim é um papo de vilão de filme ruim.

—As matando? — indago indignado.

—Detalhes. — desdenha. — Noah, você conseguiu o que queria hein? Pegou a Valérie para você, como sempre sonhou...Não se preocupe, eu não ligo, ela sempre foi incapaz de entender meu potencial, nunca foi decidida o bastante. — fala fitando minha mãe, que chora pela presença dele. O odeio por fazer isso.

No entanto só quero que ele fale mais, que se distraia, para que Lynn e Armin tenham tempo para acabar o que quer que estejam fazendo.

—E vocês? — fala olhando para Kentin, Nathaniel e Peggy. — São a tal cavalaria da filha do Liam, foram vocês que a ajudaram a destruir o meu império? Posso odiá-los um pouco agora. — comenta de maneira sádica.

—O que está fazendo aqui, Jean? Você instalou bombas no prédio todo, se vai explodi-las por que se juntou a festa? — Liam indaga tentando entendê-lo. Jean ri com escárnio.

—Não se preocupem, os deixarei para morrer, mas, antes disso eu preciso pegar uma coisa que é minha. — nos comunica.

—O que? — questiono, o que esse insano poderia querer desse prédio?.

—Não é obvio? Lindsay Gilbert. Sei que ela está nesse prédio, e em algum momento ela virá até vocês. — Liam se remexe furioso em sua cadeira e eu solto um grunhido.

—Você não vai matar ela. — lhe afirmo isso e ele ri, enquanto sinto Debrah ao meu lado por medo dele.

—Vocês ainda não pegaram a mensagem não é? — questiona ainda rindo. — Eu não quero matar ela. — fala como se fosse obvio. — Eu a quero para mim. — arregalo os olhos por suas palavras. — Em anos construindo um império nunca achei que ninguém que tivesse um potencial para vencer, até ouvir falar sobre ela quando a mesma ganhou um caso contra a Corton. Ela é mais do que qualquer coisa que eu já vi, ela não tem medo de nada, ela armou uma grande estratégia para me destruir sem temer como eu podia revidar. Lindsay é uma força acima de qualquer uma, ela tem olhos manipuladores, palavras cheia de farsas, ela não tem limites, a mesma é dona de uma malicia que eu admiro, ela consegue consumir até as almas mais puras e eu preciso disso. Ela acabou com o que construí e ela que vai me ajudar a construir de novo, de um jeito melhor. Juntos seremos invencíveis. — nos contou como se isso fosse uma ideia brilhante.

—Você é doente. — foi minha vez de rir. — Você é muito doente. Está ouvindo que diz? A Lynn nunca vai se unir a você. — lhe comunico isso.

—Será que não? Quando todos vocês morrerem, quando Liam morrer, aquele que ela mais ama no mundo, a escuridão que consome metade dela a consumirá por completo, e ninguém poderá a trazer de volta, vou usar isso a meu favor, Lynn entenderá minhas razões. — a minha mãe engravidou de um ser insano. — Você nunca vai ser o suficiente para ela, Castiel, você é fraco, não compreende a grandeza dela, não compreende o fato dela não precisar de ninguém para ser importante, não compreende o fato dela não precisar de você. — Jean fala isso em tom dramático. — desvio meus olhos dos dele, e é ai que a chuva de tiros que eu previ acontece, em questão de segundos todos os soldados dele estão no chão e pela segunda vez no dia Lindsay nos surpreende aparecendo de frente a uma porta e dessa vez ela aponta uma arma na direção de Jean.

—Desculpe, você pode repetir o que disse? Havia um barulho por aqui. — indaga com deboche, e eu me orgulho, me orgulho por ter escolhido amar aquela mulher.

[...]

Ponto de vista: Lynn Gilbert.

Armin e eu achamos as bombas no sistema de ventilação do prédio e com cuidado ele se instalou lá com seu laptop pronto para resgatar o que fosse necessário e desativar todas as bombas. Fiquei no lado de fora com a arma em mãos, protegendo ele de qualquer imprevisto que pudesse vir a acontecer e aconteceu.

Minutos após nossa chegada ali vários tiros começaram a ecoar pelo prédio, tive certeza que se tratava de Jean, por alguma razão ele queria uma entrada triunfal e eu podia apostar que isso dizia algo em relação a mim.

—Lynn eu posso tentar desativar, mas, se ele estiver com o detonador não sei se vai dar para desativar todas. — Armin grita da onde está e eu suspiro.

—Eu vou até ele, vou garantir que ele não aperte o detonador, tente desativar o máximo de bombas que puder e quando conseguir contate a FBI, eu os quero aqui com reforço, vamos prender o Jean hoje. — lhe aviso e aperto a arma entre minhas mãos, antes de começar a andar na direção das escadas.

No andar do estúdio andei em passos calmos e pelas paredes de vidro pude ver quanto caras estavam com ele, e quanto eu podia deixar desacordados. Enfiei a mão no bolso traseiro da minha calça e tirei de lá algumas balas com calmantes que Bryan havia deixado na mochila, carregando em seguida a arma com algumas dela, e tendo o cuidado de guardas cinco das balas verdadeiras para o que eu precisava fazer.

Entrando na sala com minha mira ótima acertei todos os soldados e enquanto o mesmo ficava chocado com isso coloquei as balas verdadeiras na arma.

—Desculpe, você pode repetir o que disse? Havia um barulho por aqui. — questionei fitando o homem que queria destruir tantas pessoas. Ele me fita admirado como se eu fosse uma peça rara em exposição.

—Você é bem mais bonita de perto. — o sádico diz se aproximando.

—E bem mais fatal. — aviso, ainda com a arma apontada na direção dele. Eu não tremo.

—Você não vai atirar. — parece convicto sobre isso. Eu não ia? Por que eu não atiraria? O que aquele cara significava para mim? — Nós vamos construir algo incrível juntos. — me avisa e eu o olho indignada, enquanto vejo Castiel com os outros tentarem de alguma forma se desvencilharem das algemas que os prendem as cadeiras do lugar.

—Não. Não vamos. — o contrario e a fúria aparece em seu olhar, quando ele ergue um objeto para o ar e eu reconheço como sendo o detonador. —Você não quer fazer isso, pensa no seu filho, ele está aqui. — tento mesmo que saiba que esse argumento não o convencerá. Então, quando por um momento o mesmo se distrai e olha para Castiel chuto seu braço e faço com que o aparelho em sua mãos voe para longe. — Nem tente, se você for atrás dele eu atiro. — aviso quando ele ameaça fazer isso.

—Você não vai atirar, não quer que Castiel tenha essa imagem de você. — fala como se adivinhasse.

—Esse é o problema de vocês; Achar que eu me importo com alguma imagem. — é o que digo antes de disparar dois tiros que acertam primeiro sua clavícula e depois sua coxa.  Ele desliza até o chão com o sangue escapando por sua roupa e eu me agacho na altura dele para falar com o mesmo cara. — É uma pena que eu não tenha colocado meu Louboutin hoje, para pisar em cima da barata que você é, você vai apodrecer na cadeia e nem isso será o suficiente para pagar a dor que você causou na Valérie, o que pretendia fazer com milhões de pessoas ao vender aquelas armas e o que fez com o Steve. — o comunico com lágrimas nos olhos. Ele me olha rindo, antes de levantar mais um detonador, me fazendo arregalar os olhos.

—Acha mesmo que aquele era o verdadeiro. — ao mesmo tempo que ele aperta o botão eu me jogo contra ele para pegar o objeto das suas mãos, mas, quando o objeto é acionado nada acontece. Respiro aliviada. Armin conseguiu...No entanto o alivio dura pouco pois no instante seguinte um som alto ecoa pelo ambiente.

Castiel grita pelo meu nome, mas, eu me encontro estática fitando Jean. Quando consigo reagir olho para a região do meu abdômen onde uma quantidade absurda de sangue escapa pela blusa cinza, com as mãos trêmulas aperto aquela região e começo a tossir fazendo com que mais sangue escape de mim. Jean havia atirado em mim, com a minha própria arma, em meio momento de distração.

Uma lágrima solitária sai de mim quando uma queimação horrível toma conta do meu corpo e eu finalmente entendo o que estava acontecendo. Não era como o que fiz com Kentin, era real. O que eu estava sentindo era real.

Quero chorar por parecer o fim, mas, nem isso consigo, minhas mãos, aquelas que hoje mais cedo estavam sujas com o sangue de Kentin estavam sujas agora com o meu.

De modo delicado, como se eu fosse feita de vidro Jean segura minhas costas e me deita no chão com um sorriso sádico, enquanto começo a me contorcer de dor e gemer em sofrimento.

—Eu sinto muito, querida. — ele é louco. Completamente louco. Antes mesmo que consiga dizer mais alguma coisa o mesmo desmaia ao meu lado, sob meu olhar alarmado.

—Lynn me ouve, nós vamos te salvar. —é a voz de Castiel que diz isso, enquanto ele tenta se remexer na cadeira para se soltar, a essa altura tudo só passa de murmúrios para mim.

Mais barulho. Pessoas se anunciando como a FBI. Gritos e então em um flash eles estão soltos e Castiel se joga na minha direção, apoiando minha cabeça em seu colo, enquanto Nathaniel se ocupa em rasgar minha blusa para entender a gravidade do ferimento.

Tudo ao meu redor começa a girar, tusso mais, e mais sangue sai de mim.

—Você vai ficar bem. — Castiel me garante enquanto chora, ele alisa meus cabelos não sei se querendo me acalmar ou acalmar a si mesmo.

—E-u...E-s-tou bem... — tento falar.

—Não faça esforço, precisa se poupar. — Liam é quem pede isso, está totalmente desesperado.

—Tu-do bem...Pa-ra...Mim...Se o m-eu fim...For ess-e.  Eu..Não...Estou...Com...Medo.— os tranquilizo sobre isso. — Castiel.  — consigo chamar o nome dele.

—O que? — ele indaga aflito.

Eu a-mo...Você. — ele precisa saber disso, lamento que só tenha conseguido dizer agora. Em reposta a isso ele beija meus lábios sujos com meu próprio sangue, e suspiramos um contra o outro.

Então, eu simplesmente cedo, e deixo que meus olhos se fechem.


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Notas finais do capítulo

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