Uma Adorável Mulher. escrita por Maria Vitoria Mikaelson


Capítulo 35
Capítulo 35 - Qualquer Coisa?


Notas iniciais do capítulo

Gente eu esperei bastante tempo para postar esse capítulo e espero de verdade que vocês gostem. Eu quero pedir para vocês de todo coração que nele
consigamos bater recorde de comentários, que me digam o que estão achando da fanfic até agora e o que esperam dela daqui para frente. É muito importante.

Boa Leitura!



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New York — Dois meses depois.

Ponto de vista: Lynn Gilbert.

Sobrevoávamos Manhattan há algum tempo, segundo o piloto daqui á alguns minutos pousaríamos na pista particular da empresa. Depois de dois meses fora, eu finalmente estava voltando para o meu lar, mais pronta do que nunca para lutar. Tive tempo o suficiente para me fortalecer, para superar o que aconteceu com Steve e para planejar como as coisas dariam certo. O resumo disso é que tive tempo para decidir como irei vencer.

No assento a minha frente Bryan Rileys me fita com um meio sorriso e eu retribuo do mesmo jeito, ele ergue sua taça de champanhe e em sua expressão vejo o quão confiante está em mim. É uma sensação boa.

Volto meu olhar a janela e toco o vidro de modo reflexivo. Eu sabia exatamente o que faria a seguir, só precisava arranjar coragem o suficiente para isso. Queria que Castiel estivesse aqui, queria que me dissesse que também acredita em mim. Mas, eu o conheço, ele com certeza não aprovaria minhas ações, pelo menos não agora.

Durante esse tempo que me intercalei entre cidades do mundo todo em busca do que queria não falei com ele. Segui a risca a coisa de me manter afastada para protegê-lo, não importa se agora ele sabe porque decidi terminar, ainda serei a pessoa que mantém as coisas no controle aqui.

Na verdade me afastei de quase todo mundo nesse período; Meu pai foi para Londres com Logan, sim, ele realmente também mergulhou naquilo de tentar. Com meu irmão indo se instalar na faculdade depois do episódio da festa, a história dele foi explicada a meus outros irmãos que após um tempo a aceitaram e decidiram dar uma chance a ele. Assim, Liam decidiu ir com ele para instruir os seguranças que em sigilo cuidariam dele, isso porque agora que todos sabem quem ele é, podem o machucar para me afetar.

No entanto, o que todos acham é que realmente estou na Suíça, lidando com a morte de Steve. Na verdade estou tento honrá-la.

Continuo com as reflexões e então a aeronave para. Sob o som característico do vendo chicoteando o ambiente lá em cima, recebo a ajuda de Bryan para descer as escadinhas. Já no chão, posiciono coloco meus óculos escuros e aceito o braço dele quando o mesmo oferece e se entrelaça ao meu.

—Não sei como agradecer por tudo que fez por mim, pelo apoio que me deu com toda tecnologia que te pertence. — digo com sinceridade enquanto andamos pelo terraço enorme do lugar. O salto das minhas botas faz um som bom, e servem como grãos para que meus próprios seguranças me sigam.

Bryan ri levemente.

—Agradecerá da melhor forma quando acabar com a Corton e eu também me ver livre deles. — é o que me comunica e eu faço uma careta.

—Não achei que diria um dia isso; mas, não estou ansiosa para ser eu mesma. — falo tal coisa porque nos últimos meses não precisei lidar com presenças familiares, com o trabalho do escritório ou com qualquer loucura dessa, eu só planejei.

—Você é ótima quando é você mesma. Não duvide disso. — essa é sua frase de encorajamento. Isso me faz rir.

— Obrigada novamente, Bryan.  — me vejo no dever de agradecer também pelo incentivo e assim após andarmos mais um pouco avisto Liam próximo ao elevador que nos levará aos andares baixos.

Bryan se desvencilha de mim como se dissesse que algo eu deveria contar com um apoio diferente e eu concordo seguindo na direção do meu pai. Não há abraços ou um “senti sua falta” nos limitamos a entrar no elevador juntos, com dois dos seguranças atrás de nós.

—Nós vamos para minha casa agora, você ficará mais segura lá. Não precisa voltar a trabalhar hoje. O escritório sobreviverá a mais um dia sem você. — informa de um jeito sério e eu não me dou ao trabalho de discutir quanto a isso.

—Pai... — falei mais como um murmúrio.

—O que? — perguntou no mesmo tom.

— Quando isso acabar, poderíamos fazer uma viagem em família. — comento quase sorrindo e ele franze as sobrancelhas.

—Por que está me oferecendo isso agora? — questiona com uma arqueada.

—Porque eu preciso que alguém acredite que isso vai acabar também. — admito e Liam suspira.

—Austrália. Nós vamos para a Austrália.

[...]

Ponto de vista: Castiel Blancherd.

Debrah tem seu olhar fixo em mim, enquanto canta de modo provocante seu novo possível hit. Quer a qualquer custo que eu alimente a atração física que tinha por ela anos atrás. Tem tentado isso desde que Lynn saiu rumo a sua tal viagem para Suíça, a qual eu tinha certeza que era uma mentira. Estava ótimo em identificar quando ela mentia. Voltando a Debrah, suas tentativas vem dando certo, me mantenho firme sobre o que tenho sobre a Lynn, não quero criar uma confusão com a qual não vou poder lidar.

Tudo está uma loucura sobre o fato do meu pai biológico estar de volta, e querer matar a mulher que amo. Esse caro é um verdadeiro psicopata como Lynn uma vez disse; primeiro ele estraga a vida da minha mãe e agora se vê no direito de atormentar e colocar Lynn em uma posição na qual não podemos ficar juntos.

Quase me culpo pelo jeito que sempre tratei Noah, sendo que ele foi mil vezes melhor do que esse tal Jean seria se tivesse me criado, mas, então lembro dos segredos e não consigo não me magoar. Quanto a Lynn, realmente me culpo pela briga que tivemos antes da separação na qual eu fui um babaca com ela, sem saber a razão das suas ações. Tudo bem que ela devia ter me contado, mas, eu também tenho que aprender a lidar melhor com o fato de que querer controlar tudo é uma parte da personalidade dela. E se eu a amo, devo amar todas as suas partes.

E eu não estava errado quando disse aquilo a Armin; quando você alguém você fica, independente do que aconteça você fica, e eu vou ficar. Porque sei que mesmo em seu maior papel de fúria Lynn não irá tão longe.

Lysandre chega perto de mim no estúdio com toda sua seriedade. Esse é oficialmente o lugar a qual mais visito nessa gravadora, acho que é o lugar que todos mais visitam.

—Não consigo gostar do que ela faz...É vulgar. — diz se referindo a Debrah, não fala aquilo como uma alfinetada, mas, sim como um comentário sincero.

—Isso não tem nada a ver com o fato da Lynn odiá-la? — questiono tentando entender se não há uma parceria por causa desse fato. Ele ri levemente.

—Se eu não gostasse das pessoas só porque a Lynn as “odeia” minha lista de afetos contaria com poucos nomes. — faz aquele comentário de modo leve e eu dou outra risada. — Considero critérios mais críticos do que esse. — complementa.

—Debrah canta com o coração, acho que isso é o que importa. — a defendo de certma forma e Lysandre suspira.

— Acho que alisar partes do corpo enquanto canta não tem muito a ver com o coração. — analisa. — Você já foi um cantor não é? Me diga, quando cantava realmente importava como as pessoas te viam? — indaga de modo sábio.

—Não...Eu só me preocupava em como me sentia...Os acordes se sincronizando com as batidas do meu coração, as notas deslizando pelos meus poros...Era incrível. — ainda consigo descrever.

— E tem medo de se sentir tão bem de novo? — indaga dado o fato de que não canto mais.

—Sinto algo que compensa não sentir mais essa sensação. — é minha resposta padrão atual.

—Lindsay. — ele resume em uma palavra com muita compreensão. — Você ama ela, do jeito que ela merece ser amada por alguém. Não sei se um dia vou me perdoar por ter desistido tão rápido da minha irmã, mas, pelo menos o fato de saber que você está aqui por ela de um jeito que não estive me consola. Lindsay é complicada, eu sei, ela tem dificuldades em deixar que cuidem dela, mas, você faz isso com talento. — não esperava uma conversa como aquela essa hora da manhã.

—Não me dê tantos créditos, volta e meia eu não aguento suas atitudes sou um babaca e corro dela. — lhe conto e ele ri.

—Mas, você volta. Isso é o que te faz ser a pessoa que ela ama. — parece ser obvio para ele. — Falando em voltas, é bom que saiba que ela voltou para NY hoje. A mesma está hospedada na mansão Gilbert até as coisas se acalmarem. —  O fito hesitante pela informação.

Lysandre também já estava por dentro de toda situação e era admirável como conseguia esconder sua preocupação com calma.

—Não acho que seja aconselhável procurá-la agora. — comento mesmo que seja o que mais quero fazer.

—É uma decisão madura. — concorda.

Antes que falemos qualquer outra coisa Armin surge em nossas vistas nos causando confusão, com seu Ipad em mãos ele grita de modo estressado com alguns funcionários da assistência técnica da empresa. Ultimamente ele está assim para tudo, e ninguém consegue explicar, nem mesmo Iris que é ótima em lhe compreendê-lo. Nesses últimos meses a frequência de suas viagens pelo EUA em busca de novos talentos tem aumentado e o mesmo passa o dia trancado na sua sala quando está aqui.

—Qual o problema?  — quero saber qual é o motivo da vez.

—O problema? O problema é que os sistemas de energia e de segurança da gravadora estão falhando; Caixas de som queimando sem razões obvias, redes sem fio se desconectando repentinamente, programas surtando...E todos parecem incompetentes para resolver isso, e só sobre para mim. — Armin nunca ligou antes em ser o cara que conserta esse tipo de problema, sempre gostou de ser inteligente o suficiente para conseguir o que ninguém conseguia e agora isso parece incomodá-lo.

—Só baixa a bola, se tiver realmente chateado com isso podemos contratar uma equipe de fora. — tento o tranquilizar e ele ri com escárnio.

—Seria ótimo se fosse tão fácil. — dito isso ele revira os olhos e me dá as costas.

Olho na direção que ele vai sem acreditar em seu comportamento.

[...]

            Meu carro está estacionado naquele lugar há mais ou menos uma hora, fico aqui pela quinta vez na semana me lembrando de como nos conhecemos e de como eu não sabia que isso mudaria tudo para mim. É a mesma rua em que eu e Lynn nos encontramos pela primeira vez e tivemos nossa primeira briga, nem suspeitávamos que seria a primeira de muitas, que chegaríamos até o ponto que nos separaríamos porque meu pai queria matá-la. Eu queria seguir meus impulsos, queria achar uma forma de chegar até ele e o fazê-lo se arrepender disso tudo, mas, eu amadureci o suficiente para saber que eu não conseguiria resolver isso da forma mais correta.

E cá entre nós, tenho que me conformar com o fato de que me apaixonei por uma mulher forte demais.

Pego meu celular e fito a tela de descanso onde uma foto dela se encontra e vou até a lista de contatos onde seu número está presente. Observo o contato como fiz por esses dois meses só que dessa vez finalmente inicio a ligação.

São necessários três toques para que ela atenda. No entanto não fala nada, só ouço sua respiração.

—Eu disse ao Lysandre que não iria até você, não disse que não ligaria. — tento iniciar o que quero fazer.  — Sinto sua falta, Lindsay. — admito do modo mais sincero que posso.  — Pode me dizer por que droga não pode ser como as outras mulheres do mundo e torna as coisas mais fáceis para mim? — quase imploro pela resposta.

—Não seria interessante se eu fosse. — finalmente se pronuncia.  — Eu sinto muito. — é engraçado como alguém que não costumava dizer isso nunca, diz agora com frequência. — Eu queria estar com você agora...Com certeza estaríamos transando, mas, ainda seria reconfortante. — admite debochando e ambos rimos em meio as lágrimas que querem escapar.

—Dois meses longe de você me fizeram perceber uma coisa... — inicio a realidade a qual descobri. — É você. Minha escolha é você. — antes que ela não entenda o que isso significa, a explico. — Eu descobri que a parte de mim que nutre sentimentos pela Debrah não é nada perto da que ama você...Ela é meu passado e você Lindsay Gilbert é meu presente, futuro, o que você quiser ser. — recebo mais silêncio da parte dela quando faço a declaração da minha vida.

— Quando eu conheci você eu te achei uma idiota... — me conta isso quando fala, me diz algo que eu já sei. — Depois tive certeza que você era um...Só que você é tão mais que isso...Por trás da máscara de babaca há um homem tão bom, que me mostrou de verdade o significado de ser importante para alguém...Eu não te mereço, eu... — ela nem sequer termina.

—Case comigo. — peço repentinamente. É o que quero. É o que precisamos. — Eu sei que você já foi pedida em casamento umas duas vezes mais ou menos e esse deve ser o pedido mais ridículo de todos...Mas, eu quero casar com você, na verdade eu preciso. — admito sofrendo com toda distância. Lynn arfa do outro lado, parece chorar agora.

—Você também não está tornando as coisas fáceis agora. — murmura.

—Isso é um sim ou um não? — questiono aflito.

— 3 dias. — me diz para minha surpresa.

—O que? — não entendo.

—Você tem 3 dias para fazer esse pedido de novo e ouvir minha resposta...O que quero dizer é que se em 3 dias ainda quiser isso será um sim. — logo que me fala isso desliga a ligação na minha cara.

Com o celular em mãos suspiro e tento controlar meu próprio choro.

Nossa história só se complica mais.

[...]

 

Ponto de vista: Lynn Gilbert.

Minha face está suada e minha respiração ofegante enquanto corro desesperadamente pelo Central Park. Hoje decidi voltar ao meu hábito de tempos atrás. Precisava tirar tantas emoções confusas de mim e o jeito mais aconselhável de fazer isso agora seria liberando adrenalina. No meio do lugar paro para respirar e a conversa com Castiel ontem se repete em minha mente; Ele me pediu em casamento e pela primeira vez o cara que me pediu em casamento é o mesmo que eu amo.

Tudo está uma loucura agora e ainda sim ele escolhe me amar.

Suspiro olhando ao redor e quase reviro os olhos ao ver os seguranças em lugares propositais do lugar. Meu foco se direciona a loja de Milk-shakes do outro lado da rua e isso me machuca, porque tal bebida tinha um significado para mim; Steve comprava copos grandes desses para tomarmos quando as coisas iam mal.

Balanço a cabeça e corro mais, dessa vez com um destino certo; O escritório Gilbert.

[...]

Assim que saio do elevador vestindo trajes de corrida e com o cabelo preso em um rabo de cavalo não me reparo com Florence como sempre e sei a razão; meu pai a deu uma licença adiantada e contratou uma substituta. A mulher é uma velha com a expressão nem um pouco simpática. Parece já saber quem sou por isso nem reclama quando de modo espaçoso passo por ela e sigo em direção a sala de reuniões.

Kentin está lá. Sozinho. Lê alguns papéis de modo concentrado e assim que nota minha presença força um meio sorriso. Devia ser acolhedor, mas passa longe disso. Meus olhos vão em direção as câmeras posicionadas nos cantos mais discretos da sala e um suspiro exala de mim.

—Não acredito que o meu plano com o lance das câmeras do Bryan não deu certo. Nós fomos tão cuidadosos ao mandar colocá-las em um horário que ninguém tomaria conhecimento  e se eu não soubesse exatamente onde esses aparelhos minúsculos estão eu nem desconfiaria. — falo de modo decepcionado e Kentin assente deixando os papéis de lado.

—Sim. Dois meses e nenhum dos advogados fez algo suspeito. — concordo parecendo tão exausto quanto eu.

—Talvez eu não seja tão brilhante assim...Não foi um plano tão bom. — digo me encostando na mesa de modo aflito.

—Não se culpe tanto. Qual é! Quem está fazendo isso deve ser bem inteligente. — Kentin tenta me tranquilizar colocando a mão em meu ombro e eu nem tenho vontade de tiar dessa vez. Apoio seria bom agora.

— Sim. Muito inteligente. — concordo frustrada. — Não dá para acreditar que nunca desconfiamos que alguém da equipe poderia ser desleal...Sempre vimos todos como seres acima dos outros, que  honravam suas palavras...Quem seria capaz de dar informações confindeciais de uma investigação para outra pessoa? — me pergunto de um jeito aflito. Kentin me olha no fundo dos olhos e eu engulo a seco.

—Não sei Lynn...A maioria das pessoas não tem escrúpulos...Mas, acho que de qualquer forma essa não deve ter sido a primeira vez que essa fez isso. — supõe com uma expressão quase séria.

Delicadamente desviei de seu toque e apertei meus dedos contra a mesa enquanto me afastava gradativamente da mesa.

—Se fosse você, não seria a primeira vez que traiu alguém. — chego a essa conclusão com um ar assustado e meu ex noivo arfa tentando soar ofendido. — Você traiu meu pai com facilidade quando me contou sobre a Corton antes dele decidir me dizer. — pontuo esse argumento com os  olhos arregalados. — Poderia muito bem fazer de novo. — complemento juntando as informações. Quando digo isso Kentin vai na direção da porta, acho que ele vai fugir, mas, ele simplesmente a tranca sob minha expressão chocada. — E você era a única pessoa fora meu pai e eu que sabia sobre as câmeras que instalamos no prédio...é obvio que não se entregaria. — noto aquilo quase chorando. — Você é o traidor. — acuso pois é a coisa mais obvia.

Kentin o homem que conheci com a expressão doce me mostra uma fria, e solta um riso sádico.

—Seu ego te cegou Lindsay, estava tão preocupada em sempre ser a melhor que nem notou que eu estava comendo pelas beiradas, ajudando a acabar com você. Sua tola. — dita cada palavra de maneira rude. — Quando me fez de otário e me traiu eu prometi a mim mesmo que me vingaria de você e de quebra ainda provaria que todo potencial que você acha que tem não se comparada ao meu. — se aproxima a media que me surpreendo com seu comportamento. — Você é só uma putinha insegura que quer provar ao papai que consegue ser alguém importante. — é sua vez de acusar.

Por estar surpresa e abalada com a mostra de sua verdadeira personalidade não adivinho que sua próxima ação seria estapear minha cara de maneira que minha bochecha fique avermelhada e um ardor horrível se fixe lá.

— Seu filho da... — antes que eu complete a frase quando viro meu rosto depois do impacto, o mesmo parte para cima de mim e me empurra contra a parede principal da sala. Minhas costas latejam com a força que colidem com o concreto e eu ofego de dor. Olho para ele furiosa e solto um grunhido, antes de dar-lhe uma joelhada e em seguida lhe presentear com um soco bem dado.

Ele cambaleia para trás com sangue escapando do seu nariz e acaricia aquela parte do seu corpo com raiva. Uma energia percorre meu corpo de forma rápida a medida que entendo o que está acontecendo aqui.

Kentin é o traidor, e agora ele está decidido a me machucar...Ou quem sabe até cumprir o destino que Jean quer para mim.

—Você não quer fazer isso. — digo, pois eu tinha que acreditar que ele não queria.

—Ah eu quero querida. — me comunica limpando o sangue de suas narinas.

Isso me irrita a um ponto que é a minha vez de me jogar contra ele, totalmente irada com a ideia de que alguém em que eu confiei não era do jeito que eu pensava ser. Kentin ri por causa da minha impulsividade.

Tento mais um soco, mas, com toda técnica que tem, fruto de tantas aulas de luta ele agarra minha mão com uma força descomunal e me impede de conseguir tal feito. Urro de dor e em resposta a sua defesa, ergo minha perna direita acertando suas costelas. Isso o desestabiliza, o fazendo soltar minha mão por descuido, e me dá a chance perfeita de dessa vez esmurrar seu peitoral, mesmo que isso me causa mais incomodo em meu punho.

Em mais um ataque, mesmo afetado com meu último movimento passa a tentar me esmurrar também, desvio dessas tentativas com maestria e agradeço mentalmente meu pai por aquelas aulas de autodefesa. Em um salto a qual treinei muitas vezes com Dake acerto o queixo de Kentin de maneira perfeita e isso me alegra por alguns segundos, porque no momento seguinte meu ex me joga contra algo de novo,  dessa vez contra a quina da mesa do escritório, caio no chão obviamente e a primeira ação me rende mais um machucado no supercílio.

Me levanto depressa, por saber que se ficasse no chão estaria vulnerável e com ódio latejando em mim grito correndo até ele e agarrando seu pescoço de modo pertinente. Quero esganá-lo pelo que está fazendo comigo, quero esganá-lo por ser infiel.

Meu movimento não dura muito, Kentin sai dele quando me dá um soco que também faz meu nariz sangrar. Tusso e o líquido avermelhado espirra de mim de modo dramático. Ele nem ao menos espera que eu me recupere para vir de novo. Ele não quer que eu me recupere de jeito nenhum. Se aproveitando da minha fragilidade ele me atira no chão, enquanto me remexo de modo exaustivo para sair desse contato.

— Não sabe a satisfação que me dá te ver assim. — fala de modo arrogante, enquanto reviro meus olhos de desconforto por ele apertar meus pulso acima da minha cabeça de um jeito que com certeza os deixará roxos. Para tirar o sorriso estúpido de seu rosto chuto suas bolas e isso me dá tempo o suficiente para inverter as posições e ficar em cima dele e dá uma cotovelada em seu nariz já ferrado.

Achava que isso faria parar, mas, não, isso só o incentivou a acabar comigo, pois antes que eu sequer pisque suas mãos agarram as laterais do meu pescoço e se fixam lá, enquanto o mundo começa a perder a cor para mim. De olhos arregalados, sinto meus pulmões ficarem doloridos em protesto aquele. Agarro as mãos dele o auge do meu desespero tentando fazer com que ele me solte, mas, não adianta, seu toque é decido.

Ele gargalha com o dentes sujos de sangue.

Eu sou uma Gilbert droga, não vou desistir tão fácil.

Me lembrando que precisava ganhar afundei minhas unhas em sua pele e ele gritou antes de tirar suas patas de cima de mim, girei minha perna e chutei seu rosto, antes de fazer uma acrobacia para me levantar.

Ele se levantou também. Ficamos nos olhamos. De frente um para o outro. Sangue banhando nossas faces e a dor nos corroendo.

Fiquei em posição de ataque e ele obviamente voltou a suas investidas, só que dessa vez com um atributo a mais, o mesmo simplesmente jogou as xícaras de uma bandeja de café para fora e usou o objeto metálico para acertar minha face e fazer com que eu fosse arremessada conta um quadro de vidro que guardava algumas das medalhas de mérito que meu pai já recebeu.

Aquilo foi o auge da minha dor, meu braço esquerdo foi atingido pelos cacos de vidro e isso me deixou o mais tonta possível. Sem aguentar o sofrimento deslizei até o chão, tossindo de exaustão e agonia, vendo Kentin vindo até mim em passos lentos afim de terminar o que começou.

 — Esse é o fim. — anuncia como se eu devesse ter conhecimento disso. Mesmo quebrada ergui meu rosto, para que ele soubesse que eu não iria sem dignidade. Kentin se agacha na altura que estou e me fita com uma expressão de conquista duradoura. — O seu fim. — complementa.

Olho ao ambiente ao nosso redor e em questão de segundos pego um dos estilhaços que estão ao meu lado e antes que Kentin pronuncie mais algum deboche o enfio em seu estomago, ele fica de olhos arregalados, enquanto minhas mãos se molham com seu sangue agora.

—Não. É o seu fim. — comunico, antes de vê-lo cair para trás e começar a se contorcer de dor. Me arrasto até seu corpo e enfio o objeto mais fundo enquanto ele grita. — Você disse que eu deveria fazer qualquer coisa. Estou fazendo. Você é um obstáculo no meu caminho, e estou ótima sobre o fato de acabar com ele. — digo isso com a voz embargada em sofrimento.

— C-Castiel nunca vai ficar com você depois disso. — fala em um tom entrecortado.

—Eu fiz isso por nós. — é no que quero me convencer. Em frente aos meus olhos o vejo perder seus sentidos, o lugar em que o acertei foi especifico.

Então, seus olhos se fecham e eu tento controlar minhas lágrimas e meus soluços. Levo minhas mãos trêmulas em direção a seu pescoço. Mas, não há nada lá, nenhum batimento.

No instante seguinte a porta é arrombada. Alguém havia notado o caos que fizemos. Dela Parker surge e ele observa a cena com os olhos arregalados. Isso porque ele acaba de ver Kentin morto e seu sangue em minhas mãos. Isso mesmo. Eu havia acabado de matar o Kentin.


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Notas finais do capítulo

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