Uma Adorável Mulher. escrita por Maria Vitoria Mikaelson


Capítulo 29
Capítulo 29 - Corton Nem Sempre Foi Corton.


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos comentários que me alegraram tanto!!!
Para quem acompanhava minha história De Repente É Amor, postei o bônus dela que prometi há muito tempo: https://fanfiction.com.br/historia/751425/Nao_Tao_De_Repente/


Esse capítulo tem algumas revelações



Boa Leitura!



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 Ponto de vista: Lindsay Gilbert.

Alguns flocos de neve caiam ao nosso redor, enquanto entrelaçada ao braço de Logan caminhávamos pela extensão do jardim do internato. Compartilhávamos um silêncio confortável, isso após eu contar a ele como as coisas estavam com Castiel, meu irmão mais novo apenas me aconselhou a dar tempo a ele. Eu daria...Até hoje a noite, prazo fornecido para que ele me cedesse alguma explicação sobre sua história com Debrah. Era o suficiente para Castiel.

—Eu pensei sobre sua proposta do natal. — Logan admite quando alcançamos partes do lugar que mais se assemelham a colinas. Me desvencilhei dele e fitei sua face, querendo encontrar nela a resposta antes dele dizê-la. — Não quero ser treinado por você, para ser como o Liam é...Ou como você é. Você me disse que eu tinha que ser melhor que os dois, eu só serei se não parecer com vocês. Não julgo seus métodos como advogada, mas, eu acho que o que você faz, toda manipulação, é demais para mim. Quero ser eu mesmo. E minha versão de mim mesmo não é um Gilbert, é um garoto que perdeu a mãe cedo demais e passou a não ser definido por um sobrenome. — me conta pedindo desculpas com o olhar.

Não sinto raiva da sua integridade, ao contrário a aprovo. O fato dele não querer ser um de nós é o que o faz o melhor de nós. Ele tem razão em relação a isso.

—Eu sinto muito orgulho de quem você é, Logan... A decisão de aceitar ou não minha proposta não mudaria esse sentimento. Você é meu irmão, independente do que acontecer e seja qual decisão tomar para sua vida, eu vou sempre te apoiar. — lhe garanto isso com todo meu coração, em seguida acaricio sua bochecha com amor.

Logan sorri para mim com carinho.

—Então, só falta duas semanas para minha formatura. — me lembra desse fato enquanto voltamos a caminhar e eu suspiro.

—Eu sei. Mal posso acreditar que logo estará formado e irá para faculdade. — comento com certo drama. — Já sabe para qual faculdade que ir? Todas da liga Ivy estão competindo por você. — só fiz essa pergunta agora porque não queria que ele se sentisse pressionado antes.

—Era justamente sobre isso que eu queria falar com você... — o tom que inicia aquilo me assusta um pouco. —Você sabe que o plano sempre foi eu ir morar com o Nath quando me formasse, para não precisar suportar mais dormitórios em minha vida...Mas, agora, ele vai ser pai, e eu sei que ele está apaixonado por essa Florence. Eles irão querer formar uma família e eu não quero atrapalhar isso, Nathaniel já assumiu o papel de meu pai por muito tempo, acho justo ele ficar livre disso...Então, eu decidi tentar uma bolsa em Oxford, e eu consegui. — meu irmão me conta aquilo e meus olhos lacrimejam.

—Isso é em Londres. — é claro que é. Logan faz uma careta e seus olhos lacrimejam também. — Não...Daremos um jeito, você pode morar comigo, eu não sei...Daremos um jeito. — não posso perder a presença dele assim.

—Lynn, você conseguiu me esconder do Liam todo esse tempo, se me revelar agora será um desgaste que você não precisa passar...Está tão bem com ele. Eu posso fazer isso. Posso aguentar mais dormitórios e quero aguentá-los em outro lugar. — é difícil notar que o garoto que um dia eu quis odiar cresceu.

Lágrimas já escapam por meu rosto de maneira sôfrega.

—É muito longe. — não me dou ao trabalho de grandes argumentos agora.

—Eu sei. Mas, eu preciso disso, Lynn. Passei toda uma vida trancado aqui, não podendo ser quem eu queria ser, eu te amo por cuidar de mim por todo esse tempo, mas, eu quero respirar, eu quero uma vida, só minha. Longe daqui. Quero ser só um universitário qualquer em busca de experiências. — eu o entendia, era obvio que entendia, ele só queria uma fuga, em algum momento todos querem isso.

—Como vou conseguir sobreviver sem você aqui? — quero realmente saber, Logan segura a lateral do meu rosto e tenta enxugá-lo. Seus olhos me fitam com cuidado.

—Você é a pessoa mais forte que eu conheço, irá descobrir. — agora é ele que me garante algo.

Logo estamos nos abraçando e é a primeira vez que realmente percebo que o tempo passou, que não sou mais a garota por qual a mãe lutou, a garota que implorava pela atenção do pai, que tinha medo de amar alguém. A garota que eu não gostava de ser, mas, que existiu por tantos anos.

[...]

Depois da visita rotineira a Logan no almoço, voltei ao escritório, onde eu tinha vários papeis para resolver e uma defesa para preparar.

Discuti com meu pai alguns detalhes, sendo o mais profissional possível.

 Por bondade ajudei Parker com um caso dele, sem nem zombar dele dessa vez, e o resto de tempo  usei para sofrer pela decisão de Logan e ansiar pela conversa com Castiel.

Quando a noite chegou e iluminou Manhattan reuni minhas coisas e sai da minha sala nervosa, queria resolver logo as coisas ao mesmo tempo que tinha medo dessa resolução.

No corredor principal me deparei com uma cena que me fez suspirar, talvez de deslumbro.

Florence e Nathaniel falavam aos sussurros, enquanto o médico acariciava a barriga ainda pequena dela. O mesmo provavelmente havia vindo a buscar para irem juntos a casa dela. Nathaniel sempre fora cuidadoso. Eles eram bonitos juntos.

 Apertei a alça da minha bolsa com força, enquanto meus olhos ficavam molhados de novo. Todos esses conflitos estavam me deixando sensível demais.

Tossi para chamar a atenção deles e eles se viraram rindo levemente.

—Lindsay Gilbert não sendo a última a sair do trabalho, o que aconteceu com o mundo? — Nathaniel zomba com seu sorriso mais iluminado.

—Castiel Blancherd fez ele girar. — é a vez de Florence debochar. Não havíamos tido tempo de falar sobre minha situação, estava a poupando disso, o bebê já era o suficiente para a mesma lidar agora.

—Até demais. — concordo calmamente, ainda sofrendo pelo acontecimento do começo da tarde. O Dilaurentis faz uma careta para mim, acho que notando que eu não estava nas melhores condições. Não cedo brechas para questionamentos no entanto. — Preciso ir, tenho uma conversa com Castiel agora, com sorte isso acabará em sexo. — também me dou ao trabalho de zombar.

[...]

Acho que hesito por um cinco minutos com a chave em mãos para abrir a porta da cobertura de Castiel e encarar toda a verdade que ele tanto quis esconder de mim. Quando finalmente fiz isso, fitei o mesmo sentado no maior sofá da sala, apreciando um whisky que a situação requeria. Caminhei até ele, com seu olhar me seguindo, largo a bolsa sob a mesa de centro e me sento ao lado dele.

Como se sentisse que eu queria aquilo, Castiel me cedeu seu copo, tomei o líquido de maneira rápida como se ele fosse um facilitador de conversas.

—Tem certeza mesmo que quer ouvir? — pergunta em um murmúrio, parecendo exausto de algo que não compreendo.

—Sim. Eu preciso saber. — afirmo convicta disso e ele assente.

—Bem...Eu conheci a Debrah na minha adolescência... — inicia por ai e como se para buscar meu apoio ele segura minhas mãos e começa a brincar com elas. — Eu estava na fase “rebelde por moda”, nos conhecemos em uma boate, que eu convenci Armin a ir comigo...Debrah estava lá, com toda animação que sempre teve, o tipo de pessoa que atraía qualquer um...Comigo não foi diferente, acho que me apaixonei por ela antes mesmo de trocarmos palavras. — sinto um incomodo em meu coração ao ouvir isso, mas, aperto suas mãos, o convencendo a continuar. — Nos beijamos naquela noite, transamos naquela noite e acho que naquela noite mesmo fizemos promessas de amor...Nosso relacionamento continuou no dia seguinte, na semana seguinte e no mês seguinte, meu corpo precisava da intensidade dela para continuar, depois que ele experimentou toda adrenalina quis mais, ela era criativa, buscava as maneiras mais divertidas de nos distrair, cada dia um jeito novo de me fazer mergulhar naquilo...Tínhamos os mesmos gostos, os mesmos sonhos...Foi por isso que nossa banda surgiu, foi a primeira vez que me envolvi realmente com a Blancherd gravadora. Noah adorou nosso repertório, aceitou nos produzi e se orgulhou do que eu estava construindo com Debrah. — conta isso tudo com um olhar vago.

— Fizemos alguns shows pequenos, eu não queria fama, só queria sentir o que eu fazia, a música...Mas, para Debrah aquilo era mais que querer uma sensação ela queria o mundo...Foi ai que nossas brigas começaram, ela dizia sobre como eu precisava ser mais ambicioso, que eu tinha talento e precisava usá-lo...Ela estava diferente da garota que eu conheci, era uma versão mais sombria dela. — aquela parte parece doer nele. — Debrah conheceu então um produtor de uma gravadora maior, que nos ofereceu um super contrato, que deslancharia uma turnê pela Europa...Eu não aceitei, não podia trair o meu pai...Debrah e eu tivemos uma briga horrível, com direito a choro e gritos, ela disse que precisamos daquilo e eu quis entender porque era tão importante...Foi ai que a Debrah me contou que estava grávida. — fico estática com aquela revelação e Castiel chora. — Eu não soube o que fazer quando ela me contou...Eu era só um moleque, então fiz o que achei mais certo, corri até minha casa, esperando que meu pai, o homem que sempre admirei me dissesse o que fazer...Quando cheguei ele estava discutindo com a minha mãe sobre um homem que eu descobri ser na verdade meu pai. Foi naquela noite que eu descobri que não era filho de Noah Blancherd e pior, que Noah havia colocado ele na cadeia...Eu entrei no escritório, surtei com eles dois, depois corri para o bar mais próximo e enchi a cara por causa de todas aquelas porcarias. Foi meu primeiro grande porre. — não parece se orgulhar disso.

—Eu fui para o apartamento da Debrah depois disso, ela odiou meu estado, gritou sobre como eu estava patético e era um covarde por ter corrido quando ela me disse da gravidez...Eu...Eu me exaltei...Gritei algo de volta...Então...Eu...Lynn...Eu a empurrei contra a lareira...Ela caiu...Ficou desacordada... — estava aturdido quando me contou aquela parte.

—O bebê... — adivinho de maneira certeira e ele assente sofrendo.

—Eu matei meu filho. — disse aquilo em um tom sério e eu suspirei, tentando lidar com tudo aquilo. — Eu matei meu filho da maneira mais covarde possível...Depois daquilo não consegui olhar para Debrah do mesmo jeito, então acabei nosso relacionamento...Eu só queria que ela fosse feliz... Você pode chutar o que aconteceu depois; Ela assinou o grande contrato, se mudou para Espanha e eu me transformei no cara que você conheceu. — então seu comportamento tinha uma razão, não era a melhor de todas, porém era algo a se levar em conta, Castiel se quebrou com tudo aquilo, todas aquelas coisas se acumularam dentro dele e reviraram suas certezas. Era horrível. Ele não conseguiu seguir em frente porque não foi só ele que se machucou, o mesmo carrega uma culpa que Debrah não se preocupou em ajudá-lo a superar.

Acho que por alguns segundos não posso julgá-la, digo, não deve ter sido fácil para ela também.

Minha insegurança poderia aumentar agora, por notar que no fim ela não foi culpada pelo término deles e se a mesma lhe concedesse uma chance, Castiel aceitaria, mas, tudo no que consigo focar nesse momento é na dor dele que se mostra através do seu olhar.

 Minhas mãos, as mesmas que ele segurava seguram seu rosto com firmeza, enquanto quero que ele encontre a certeza do meu olhar. Estamos ofegantes com todo esse desabafo.

—Você não o matou. Foi um acidente. — não sei se alguém já se deu ao trabalho de dizer isso a ele, porque Castiel não parece convencido. — Você não seria capaz. — lhe garanto em um sussurro. — Foi um acidente. — repito. — Só não era para acontecer naquele momento. — é o que quero que ele entenda. — Eu sei que  não faria isso com um filho seu de propósito...Porque eu sei também que um dia você terá um filho, será um pai maravilhoso para ele e o mesmo vai te admirar. — estou chorando pela milésima vez no dia quando falo isso.

—Como pode ter tanta certeza? — com os olhos molhados e no mesmo tom que eu ele indaga isso.

—Antes de te conhecer e me envolver com você...Eu não sabia se queria ter filhos. — digo a verdade. — Não via significado em ter filhos que sofreriam com uma possível separação dos pais...Que sofreriam o que eu sofri...Mas, agora, quando fala sobre nós dois termos um futuro... — minha mente vaga sobre isso e Castiel me olha com as sobrancelhas franzidas. — Quando a Florence me disse sobre a gravidez dela, eu pensei sobre como seria ter um filho com você...E eu gostei dessa realidade...Gostei de imaginar esse futuro para nós. — admito ainda sussurrando e Castiel ri contra meu rosto, parece feliz agora. Beijo sua bochecha direita, em seguida a esquerda, logo alcanço seus lábios que reconhecem os meus.

É calmo, do jeito que Castiel precisa de mim agora.

Logo Castiel me puxa para mim em um abraço, e eu me acolho contra seu corpo que agora se conecta ao meu. Somos fortes juntos, sei disso. Iremos superar qualquer coisa juntos.

[...]

Meus passos pelos corredores do escritório na manhã seguinte são decididos, enquanto ando aproveito para ler o relatório da próxima reunião que terei na cavalaria, iria fazer isso ontem a noite, mas, dediquei meu tempo a ficar com o Castiel e tenta ajudá-lo com aquilo tudo. Aquela história ainda era uma loucura para mim, loucura maior acreditar que Debrah tem algum papel de vítima nisso. Conversamos mais ontem a noite, em um momento questionei se Castiel nunca teve vontade de conhecer seu pai biológico, o mesmo disse que não, que se ele estava preso deveria merecer isso, e não tinha a mínima curiosidade de conhecê-lo. Até compreendi seu ponto, mas, admito que eu iria querer saber mais sobre isso. Afinal se tratava de algo importante.

—Lindsay, preciso falar com você. — quando ouvi aquela voz me chamando ergui meus olhos na direção da pessoa. Fiz uma careta para Kentin a minha frente e meu ex noivo se limitou a suspirar ao me fitar, não é que estamos tendo um péssimo convívio aqui, é que nem ao menos um convívio estamos tendo.

—O que? Quer ressaltar mais sobre como eu nunca vou mudar? — questionando me recordando de nossa última conversa real, Kentin franze a testa, parecendo não apreciar meu comportamento.

—Não. É algo importante. — agora ele fica sério e isso me preocupa. Tanto que desmancho a expressão de deboche. Sem me dar tempo para reclamações, Kentin segura meu braço e me puxa para dentro de uma sala de reuniões vazia.

Quando ele me solta, o encaro com uma interrogação no olhar.

—É sobre a Corton. — meu corpo entra em alerta quando ele diz isso. — Todos os boatos sobre ela, agora, estão disposto a torná-los reais. — revela de um jeito convicto e eu coloco minha pasta sob a mesa vazia, tentando respirar bem.

— Meu pai me contaria sobre isso. — é nisso que quero acreditar.

—Por favor, Lindsay. Você entrar na cavalaria não quer dizer que ganha um acesso ilimitado as coisas. Descobri hoje de manhã que o Liam está trabalhando com a FBI no caso, eles abriram uma investigação fora dos limites a respeito da Corton. O promotor Faraize aceitou ajudá-los com o que for preciso e Liam está selecionando os melhores advogados criminais para auxiliá-lo. Ninguém está para brincadeira. — aquilo tudo não me choca. Meu pai esconder as coisas de mim não é nenhuma novidade, não poderia esperar menos dele.

Todos já ouviram os boatos sobre como a famosa empresa de tecnologia Corton utilizava-se de seus recursos para construir  armas e bombas nucleares por baixo dos panos, porém sempre se limitaram a boatos, nenhuma venda fora confirmada. Pelo menos até agora.

Me apoiei na mesa, tentando entender o que aquilo significava para nós.

—Quando você disse que resolveram tornar os boatos reais, o que estava tentando dizer?... — Kentin  entende onde quero chegar.

—Eles entraram em contato com outros países para vender...Seja o que for que esperaram para agir, esse parece o melhor momento para eles.  — me conta de modo cauteloso.

—Por que meu pai se envolveria em uma investigação da FBI? — indago começando a pensar melhor agora. Kentin desvia os olhos. — Por quê? — repito porque tenho plena noção de que ele sabe.

Liam não seria tão impulsivo a ponto de entrar em algo grande como isso apenas por vaidade, era mais que isso, eu conhecia meu pai.

—Porque além de fazer plano de vendas, a Corton está criando alvos. — quando diz isso arfo e passo a mão por meu rosto atordoada, entendendo as coisas rápido demais.

—Eu. — adivinho facilmente.

—Você desafiou eles quando ganhou o caso do Bryan Rileys. Eles esperavam que o Parker perdesse, não que você fosse entrar na jogada. A grana do aplicativo era um bom capital para os negócios. E além do mais, qualquer empresa em Manhattan conhece sua fama, sabe que você não se limita a permissões, que caso eles realmente se arriscassem em algo, você seria a primeira a querer interferir e estragaria as coisas. — é obvio que se qualquer um pedisse minha ajuda sobre isso eu entraria no caso. Agora não parece uma boa decisão.

—A imagem de empresa de aplicativos é só um disfarce para o real produto que eles vendem, certo? — não me limito a preocupações também. Vou resolver isso. Kentin assente um tanto hesitante. — Mas, ela é atual. Para desenvolverem esse tipo de coisa precisariam de muito mais tempo de pesquisa...Então, houve um disfarce antes disso. Uma outra empresa. Precisamos saber qual é e quem a comandava. O presidente atual é um babaca, perfeitamente um laranja. Precisamos encontrar o chefão, porque assim vamos conseguir provas para prendê-los e impedir as vendas que podem matar milhões de pessoas, se os produtos forem para mãos erradas.  — o instruo decidida e Kentin ri com escárnio.

—Você ouviu a parte que eles estão querendo te matar? — é obvio que ouvi e me assusta o que meu pai pode fazer para me proteger disso.

—Eu faço auto defesa desde os quinze anos, sei usar uma arma, e sou rica, posso arrumar um segurança. — forneço meus argumentos.

—Você nem ao menos está no caso. — fornece os seus.

—Eu estou agora. — anuncio e quando o vejo ponto para protestar, digo. — Meu pai não precisa saber desse detalhe. Ele nunca soube mesmo antes. — me defendo. Kentin revira os olhos. — Você me contou porque sabia que eu lidaria bem com isso. — adivinho de novo e ele suspira.

—Te contei porque achei que seria mais seguro que você soubesse que alguém quer matar você. — comenta fazendo uma careta. — Eu não acredito que vou fazer essa porcaria, mas, eu estou no caso com você. Não vou deixar que morra agora, Lindsay. — assinto agradecida. — Então, o que faremos agora? — me deixa no comando.

—Algo me diz que as informações que eu preciso...Liam as tem...Mas, são antigas, não estarão guardadas nos arquivos online daqui...               Vamos direto para a fonte. — anuncio querendo agir depressa.

—Por fonte você quer dizer ele? — Kentin indaga incrédulo.

—Por fonte eu quero dizer a biblioteca da casa dele, onde todos os arquivos impressões estão guardados. — falo como se isso fosse obvio.

[...]

Precisei inventar uma desculpa fajuta para não ir a reunião que devia estar presente, só para tentar resolver as coisas. Se eu dissesse que não estava aterrorizada com tudo isso mentiria, mas, quando se é um Gilbert, tem-se certo controle das emoções, então era fácil fingir que não estava surtando quando se estava.

A biblioteca possuía uma meia luz assustadora e suas prateleiras cheia de segredos eram praticamente escaladas por Kentin, que revisava processo por processo em busca de algum que estivesse ligado a Corton e que pudesse nos informar o que Liam já sabia e não nos contaria. Foi fácil chegar até aqui, eu possuía a chave, os empregados eram discretos e meu pai estava trabalhando.

Tínhamos tempo suficiente para encontrar algo.

Prendi meus cabelos em um coque e também passei a analisar arquivos, a maioria não me causava a mínima comoção, para ser sincera os casos que meu pai enfrentou não era nenhum pouco emocionantes, prefiro os meus...Quando não tentam me matar.

—Como você está? — Kentin questionou enquanto abria uma caixa e eu arqueei uma sobrancelha incrédula.

—Estamos em uma grande investigação aqui e você quer saber como eu estou? — indago quase zombando.

—Eu não te odeio, por mais que pareça isso. Tivemos um bom relacionamento...Até acabar. Respeito esse fato. Então, gosto de saber como você está. — me diz isso em tom sério.

—Eu estou...Bem...Digo, tive algumas complicações nos últimos dias, mas, é sobre mim que estamos falando. — me dou ao trabalho de rir disso enquanto olho algumas folhas. — Meu relacionamento é intenso...Meu atual namorado tem um passado que... — não termino pois um arquivo em questão me tira o foco, com maestria e agilidade abro a pasta com o nome; Noah Blancherd.

 

É coincidência demais que ontem eu tenha ameaçado descobrir seus segredos e agora estou com eles em mãos.

Começo a ler.

—O que foi, Lynn? — meu ex nota que eu encontrei algo quando arregalo os olhos e fico estática.

Continuo a ler o documento de forma apressada e curiosa, querendo decorar cada detalhe, fico mais chocada a cada linha. Aquilo era maior do que qualquer coisa que eu podia supor. Era insano. Castiel tem um passado pior do que imagina.

— Droga. — digo quando leio tudo, Kentin me fita preocupado. —O fundador da Corton é Jean-Louis Collins. — o pai do meu namorado. Era isso que eu deveria complementar. — O primeiro disfarce dessa empresa doentia foi a gravadora Blancherd. — lhe conto aflita e Kentin parece tão surpreso quanto eu, provavelmente já conheça o Noah. — Isso é um depoimento do Noah para meu pai. Aqui diz que Jean e Noah eram sócios na gravadora, e enquanto Noah estava interessado em produzir música, ele usava o departamento de tecnologia para criar essas coisas terríveis. — o departamento que agora Armim comanda fazendo jogos. — Noah não sabia sobre o esquema e quando descobriu procurou meu pai para  ajudá-lo a deter Jean. — isso foi provavelmente quando Valérie estava grávida de Castiel. — Toda investigação foi silenciosa, ele não queria que a credibilidade da Blancherd se perdesse. Por isso não envolveram a FBI por hora. — completo. — Aqui diz também que Jean descobriu sobre a investigação. — revelo e Kentin suspira.

—Eles conseguiram prender ele? — pela história que Noah contava a Castiel sim, mas, pelo que estava ali...

—Ele fugiu. — lhe conto.

—Então, se o seu pai sabe quem é por que não abriu um processo contra ele e deu um alvo a FBI? — Kentin quer compreender aquilo.

—Porque Noah não quer que ele seja pego...Ou ao menos não queria até agora. — concluo de maneira mais rápida ainda.


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Notas finais do capítulo

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