Uma Adorável Mulher. escrita por Maria Vitoria Mikaelson


Capítulo 25
Capítulo 25 - A Face Da Hipocrisia.


Notas iniciais do capítulo

Gente, eu sei que dei uma sumida daqui e peço desculpas por isso, mas, é que uma coisa chata aconteceu comigo; Meu pc deu pau e eu perdi tudo que já tinha adiantado para minhas fanfics, isso me desaminou bastante no momento, mas, agora estou tentando voltar ao poucos a postar, peço que não desistam de mim e sigam amando essa história hahahaha.

P.s: Estou usando o Pc da minha mãe agora.
Boa Leitura!



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    Ponto de vista: Lynn Gilbert.

A chuva caia lá fora, enquanto eu dirigia pacientemente pelas ruas movimentadas de New York, meu celular tocava ao meu lado, mas, eu o ignorava sabendo se tratar de Lysandre, que com certeza estava preocupado com meu atraso. Bem, o que estou fazendo não é me atrasando, mas, sim fugindo. Mamãe está na cidade, depois do natal e do presente que enviei para ela, dizendo que poderíamos tentar,  achei que de fato estava preparada para isso, mas, quando ela me comunicou na noite anterior por meio de uma mensagem que viria, desisti de qualquer tentativa, só não tive coragem de admitir isso nem para ela nem para Lysandre.

E minha fuga era para o lugar menos aconselhável do mundo, no entanto era para onde eu sempre voltaria de verdade. Estacionei o carro na garagem subterrânea do escritório Gilbert, e em seguida desci do veículo segurando minha pasta de trabalho firmemente e respirando fundo segui para o elevador.

O andar do meu pai estava repleto de pessoas como sempre, cumprimentei algumas e passei pela mesa de Florence de forma rápida, sabendo que não a encontraria ali hoje, já que era sua folga.

Bati na porta da sala de Liam e quando para raridade da situação recebi um “entre”, o fiz e segui em direção a mesa do meu pai, que lia alguns processos, mas, parecia totalmente consciente de minha presença ali.

—Tenho que admitir que fiquei surpresa com a sua ligação hoje de manhã. — puxo conversa, sem me dar ao trabalho de me sentar. Aquilo foi outro fato que justificou minha fuga, acordei com uma ligação de meu pai pedindo que eu o encontrasse no escritório próximo a hora de almoço.

—Por que? Você adivinhou muito bem naquele dia, eu não forneceria minha ajuda sem pedir algo em troca depois. — larga as folhas e me fita intensamente, demonstrando certa diversão.

Pela primeira vez, surpreendentemente não acredito que vou ser humilhada e isso me renova de uma forma que não posso nem explicar. Por essa razão, lhe lanço um sorriso de lado.

—Por favor, me diga quem preciso matar. — o desafio de forma zombadora, e meu pai se permite rir levemente.

—Ouça-me Lindsay, não vou te pedir desculpas ou coisa do tipo, mas... — inicia calmamente e eu fico chocada por ver meu pai hesitante pela primeira vez na minha vida. —Você sempre esteve certa; Eu sei do potencial que você tem, e sempre preferi  desperdiçá-lo do que me utilizar dele...O caso é que eu sempre vi tanto talento em você, que fiquei me perguntando como poderia controlá-lo sem se machucar no processo...Eu não sou burro, eu sei que você é a única pessoa que eu tenho, não estou disposto a perdê-la, por isso odeio tanto o fato de você ter ser tornado igual a mim...Ao mesmo tempo que me orgulho disso... — meus olhos se enchem de lágrimas, ao escutar algo que pensei que nunca poderia alcançar. Não era o que eu esperava para aquela manhã. — Se você quiser voltar ao escritório Gilbert...Eu não vou mais tentar te sabotar...Deixarei você ser o melhor que pode. — chego a tremer quando escuto isso.

—Você...Você está querendo me dizer que...Eu vou ter casos importantes? — estou quase ofegante. — Por que agora? — tem que haver um motivo.

—Porque, quando você me pediu ajuda, eu notei que há sim um limite para você...Quando você viu que o que estava fazendo era errado, veio até mim...E é confiando que virá todas as vezes que não conseguir que eu te ofereço isso e algo além. — nem tenho como processar a primeira parte que já recebo a outra. — Quero que você seja membro da cavalaria. — meu coração falha uma batida, enquanto o fito.

Por toda a minha vida, eu só esperei por aquele momento; Ser reconhecida por ele, ser elogiada, mas, apesar do orgulho que sinto de mim mesma ali, não sei bem se é nessa sensação se quero focar.

—Se eu continuar aqui...A pessoa que eu devo me tornar...Não tem volta...Você também é a pessoa que mais amo no mundo...Mas, não sei se quero que seja a única, entende? — desabafo de um jeito que nunca pensei que faria com ele.

—Trabalhar aqui não te fez uma pessoa ruim, Lindsay. — ele afirma isso. — Ser minha filha  fez...E você demonstrou lidar com isso muito bem atualmente, então...Aceite não pela pessoa que você quer ser...Mas, pela profissional que já é; A advogada mais brilhante de Manhattan.  — agora estou orgulhosa dele.

—O que você fez com meu pai? — indago arqueando uma sobrancelha e ele revira os olhos. Para seu desconforto e surpresa, largo minha pasta em sua mesa e dou a volta em sua cadeira, o abraçando por trás. Liam resmunga, mas, eu só me limito para apertá-lo mais. Ali naquela posição tenho uma boa visão da única foto que está presente em seu escritório; Eu estou nela, visto roupas de frio, e me encontro no meio da neve, foi no dia que me machuquei e minha mãe não foi cuidar de mim.

Me lembrei de que em nenhum momento ela cuidou de mim. Digo, desde que se divorciou de Liam. Quando tinha febre, mesmo odiando o fato, ele se sentava em uma cadeira perto da minha cama e ficava até que eu adormecesse, quando me formei, ele esteve lá e até o vi me aplaudindo. Mesmo não sendo o melhor, em algum momento ele já foi meu pai.

—Você acha que um dia eu vou ser capaz de perdoar a Aurora? — questiono ainda abraçada a ele, Liam suspira, e gira a cadeira, me desvencilhando dele e fazendo com que eu o encare.

—Perdoá-la por que? A decisão de ficar foi sua. — pontua sendo quem é.

—A de perdê-la para sua nova vida não foi. — deixo claro.

—Castiel perdoou Noah não foi? O que te impede de fazer o mesmo com Aurora? — usa esse argumento e eu dou um sorriso.

—Como sabe disso? — questiono curiosa.

—Noah é meu amigo. Lembre-se disso. — me diz quase com deboche.

—Então...Você sabe sobre...Castiel e eu. — adivinho.

—Sim, e para isso não precisei do  Noah. — me comumica.

—Então... — começo de novo, mas, ele me interrompe.

—Eu preciso trabalhar Lindsay, já fui sociável demais com você, vá e aproveite seu último dia de folga antes de se tornar uma advogada de verdade. — me aconselha voltando para seus papéis.

—Mas, eu não aceitei. — o lembro disso.

—Esse escritório é sua casa. Você sempre volta para ele. — me lembra também e eu dou uma risada.

—Até amanhã então, pai. — é minha maneira de aceitar.

[...]

O sorriso de Lysandre brilha de um jeito que há muito tempo não vi, quando me vê adentrar ao restaurante no qual marcamos o almoço. Eu havia atendido a ligação e falado sobre “meu atraso”, dizendo a ele que pedisse para que mamãe me esperasse e assim ele o fez. Se Liam pode tentar. Eu posso conseguir. Esse é o lema.

Suspiro ao olhar melhor para a mesa onde meu irmão se encontra e me deparar com duas presenças além da minha mãe e ele. Meus olhos se arregalaram quando a outra figura se levanta e me fita com emoção, e eu sinto uma saudade que já achei estar adormecida em mim voltar. Leigh, meu então irmão mais velho caminha até mim em passos longos e me abraça como se precisasse disso.

Aperto ele como se para comprovar se está mesmo ali, e dou uma risada cheia de surpresa, quando noto que realmente fazia tempo que não nos víamos.

—Você está...Incrível, Lilypédia. — ele comenta quando nos soltamos e eu dou uma risada ainda mais sincera quando ouço o apelido ridículo. O mesmo costumava me chamar daquilo quando éramos crianças pois dava uma de sabichona sobre tudo.

—Você também não está nada mal. — falei o avaliando e notando que sua beleza da adolescência só estava mais destacada com a maturidade. O mesmo vestia um terno lindo que com certeza deve ter sido confeccionado por ele. Meu irmão realmente tinha talento.

—Eu tenho que te apresentar alguém. — anuncia animado, olhando então para a mulher de cabelos platinados que acabara de se levantar. — Essa é Rosalya. Minha noiva. — diz com tanto orgulho e eu o fito incrédula.

—Uau...Eu não sabia...Parabéns! — é a única reação que consigo ter.

—É, é bem recente. — a garota de voz suave responde e eu lhe lanço um sorriso. —É um prazer conhecer minha cunhada. E uau...Esse salto é maravilhoso. — ela elogia se mostrando bem descontraída.

—Obrigada e...É um prazer te conhecer também. — acho que meu irmão deve ter feito uma ficha de mim para ela, pois a mesma não se atreve a me abraçar como ele fez. Agradeço. Não estou preparada para tentar tanto assim. — Mãe! — chamo Aurora que fitava toda nossa interação em silêncio.

Já de pé, ela me olha com um meio sorriso e para minha surpresa me puxa para um abraço. É tão errado e assustador me sentir desconfortável nos braços da mulher que me colocou no mundo, mas, eu não consigo sentir o calor cheio de carinho que me invade quando Valérie me abraça por exemplo. Sim, isso é uma tentativa, mas, ela se mostra quase inválida quando noto que ainda não consigo me considerar importante para Aurora.

Nos separamos sem mais palavras, e nos acomodamos em nossos lugares.

Rosalya foi a responsável por começar toda a conversa durante o almoço, contou que assim como meu irmão cursou moda e que eles se conheceram em um concurso que participaram juntos. Ambos moravam juntos há cerca de um ano e quando recebi essa informação percebi que eu realmente não sabia nada sobre meus irmãos. Leigh continuou o diálogo contando que estava em New York para assistir um desfile de uma amiga sua, e que como mamãe o comunicou que viria para cá e almoçaríamos juntos ele se convidou também. Me dei ao trabalho de dizer que gostei dele ter feito isso, e vi que Lysandre aprovou a atitude.

Ambos falaram de sua empresa, já que com certo tempo de namoro Rosa virou sócia da loja dele, que acabaram virando lojas e se mostraram totalmente felizes por isso. Me limitei a fazer comentários curtos, notando sem esforço que minha mãe me observava por toda refeição querendo me perguntar algo, mas, não tendo coragem para isso.

Lysandre então falou sobre seu contrato na gravadora e eu sorri com sinceridade quando me lembrei da gravadora e principalmente de Castiel.

                 Logo, o assunto se voltou novamente para o noivado de Leigh e Rosa, onde eles falaram que não tinham ideia de onde fariam o casamento.

—Por que não Southamptons? Temos uma linda casa lá, que há muito tempo não é utilizada. — ofereço, tentando prender toda memória que tenho do lugar.

                     Mamãe me olha incrédula, Lysandre suspira e Leigh pigarreia.

—Liam tem uma casa lá, Lilypédia, nós não. — afirma e eu me seguro para não revirar os olhos.

—É uma propriedade dos Gilbert e pelo que sei esse nome ainda consta em sua certidão e é ele que você dará a Rosalya. Somos ricos, Leigh, é somente estúpido ignorar esse fato. — falo antes de tomar um bom gole do meu champanhe.

—Eu tenho uma péssima relação com o papai, não seria hipócrita de me utilizar do dinheiro dele no meu casamento. — parece ofendido com a minha ideia.

—Concordo com você, filho. Prepotente como Liam é, sempre passará na sua cara tal coisa. — Aurora disse me olhando ultrajada.

—Você está mesmo dizendo isso? Você? Uau...Você sim é uma hipócrita mãe. — não dá. Não consigo fingir que não vejo o que vejo. — Fica ai querendo fazer com que o papai seja o vilão da história, mas, não recusa de forma alguma a droga de pensão generosa que ele manda para o Texas todo fim de mês. — explodo e ela arregala os olhos.

—Não é isso que a Lynn quer dizer mãe...Ela só se exaltou...Ela já enxergou como o papai é. — Lys tenta acalmar a situação e eu olho para ele sem acreditar.

—Como é? Céus! — estou abismada. — Eu sei exatamente como pai é, porque eu não o abandonei quando ele se separou da mamãe, diferente de vocês. — acuso não aguentando isso.

—Não. Não abandonou ele. Nos abandonou. — Leigh expõe sua mágoa e eu sinto o coração que tantas vezes Liam partiu ser partido por ele agora.

—Ela até saiu do escritório. — Lysandre continua tentando e eu sinto meus olhos marejando.

—Não! Eu voltei. — anuncio isso pois sabia quem em algum momento ele saberia. Meu irmão me fita chocado, e minha mãe agora não parece surpresa com meu comportamento. — Eu voltei para o meu pai, porque eu preciso dele. Droga! Eu realmente preciso de todo aquele caos que é trabalhar ali. É o que me faz feliz. Ficar perto dele é o que me faz feliz. Mas, para nenhum de vocês, isso nunca importou não é? Meu pai é uma péssima pessoa, eu sei disso okay? Mas,...Ele é tudo...Ele é meu começo, e é meu fim...Eu sinto muito por ser uma porcaria como filha para você Aurora, e por ser uma péssima irmã para vocês rapazes...Mas, ser uma Gilbert, é o que eu tenho...Não posso desistir dessa droga de título...Eu não sou perfeita. Eu traí meu noivo, depois de conhecer um cara em um acidente e eu estou feliz por ter feito essa coisa tão errada...Mas, esse é o fato, eu me encontro nos meus erros, e quando eu me perco, aconteça o que aconteça, é Liam quem me acha. — nunca me senti tão fragilizada como naquele momento e pela primeira vez em minha existência sinto que sou ouvida de verdade por Leigh. — Sinto muito Rosa, mas, essa família é um caos. — é a última coisa que digo, antes de pegar minha bolsa e ir embora dali.

                           Só o que quero é ligar para Castiel, conseguir algum apoio, e talvez ser abraçada por ele, mas, não faço o que quero, faço o que meu coração sente que precisa. Compro um Milk shake em uma lanchonete em frente ao Central Park me sento em um dos bancos de lá e fito a lista de contatos do meu celular, parando especificamente no nome Steve.

                       Da última vez que nos vimos soei de novo com deboche, como se para dizer que só ele precisava de mim. Eu menti.

                     Essa parte do dia que participei foi uma droga. Mas, antes disso, céus, eu entrei para a cavalaria. Steve surtaria com isso. Ele sabe o que significa para mim. E pela primeira vez em muito tempo eu queria que continuasse significando algo e não, não é uma traição ao que estou descobrindo sentir por Castiel. É só que, independente de quem você namora, se apaixona...Sempre haverá alguém que você precisa além de qualquer coisa.

                 Essa é a porcaria da situação; Preciso dele, mas, um dia, Liam me fez ter medo de querê-lo.

[...]

                          Fito a pizza, da qual só restavam quatro fatias agora como se a respostas para minhas frustrações estivessem lá e faço uma careta ao nota que tenho que parar de andar com Florence. Falando nela, checo meu celular, esperando que alguma mensagem dela chegue, mas, para meu desagrado a mesma segue firme na missão de ficar estranha e parecer fugir de mim.

                A campainha toca, e um pouco da minha animação volta ao adivinhar que a pessoa que faz isso é Castiel. Não nos vimos o dia todo, e desde a semana passada quando o caso da vadia Lety aconteceu, ele tem se focado em cuidar do psicológico de Dylan que ainda parece estar abalado com toda situação. O Blancherd tem se saída um bom mentor e amigo.

                 Abro a porta e comprovo que é ele quando fito seus olhos azuis. Não há beijos de cumprimento, nem abraços, o que encontro é uma expressão séria que me incomoda imediatamente.

—Você voltou para o escritório Gilbert. — não é uma pergunta, é uma afirmação que ele diz com evidente decepção.

—Lysandre. — adivinho em um murmúrio. Meu irmão provavelmente achou minha decisão uma insanidade e pretendia que Castiel me fizesse voltar atrás.

—Eu achei que um relacionamento se tratava de se compartilhar tudo e ambos tomarem decisões juntos. — há uma acusação obvia ali que me faz arfar. Ele nem se dá ao trabalho de entrar dentro da minha casa para me colocar contra a parede figuramente falando.

—Sim. Você está certo. Mas, essa não é uma decisão que afeta ambos, digo, é meu trabalho, minha vida profissional. — enfatizo tal fato e Castiel solta uma risada cheia de escárnio.

—Não afeta nós dois? Porra Lynn...Se você voltar aquele lugar, vai ser de novo a pessoa que ninguém quer que você seja. — tais palavras me chocam.

   —Desculpe? — quero que ele repita e complemente isso. — Castiel, você é tão hipócrita. — acuso no auge da minha irritação e lhe dou as costas entrando no meu apartamento.

                Ouço o baque na porta quando ele a fecha para me seguir.

—Hipócrita? Não fui eu que voltei para a droga de lugar que me fez tão mal. — devolve como se fosse me afetar.

              Giro os calcanhares e encaro aquele de quem eu pensei em pedir apoio mais cedo.

—Sim. Hipócrita. “A pessoa que ninguém quer que você seja”. Droga! Castiel! Você próprio solicitou que essa pessoa desses as caras quando uma vadia adolescente tentou matar um cara e você quis que eu a defendesse, só porque se ela pagasse pelo que fez com dignidade, Dylan ia ter um coração partido. — exponho meu ponto e eu arregala os olhos.

—Eu me importo com ele, okay? Achei que você se importasse também. — oh, quer ser a vítima agora.

—Para o inferno sua importância. Fez isso por você, Castiel. —não sou idiota e deixo isso claro.

—O que? — grita sem acreditar.

—Fez porque viu naquela garota insana a provável vaca que te machucou quando te deixou. Pensou na droga do amor que sente por ela, e não quis que a Lety sofresse com algo que não queria para ela. O fato de você se recusar a falar sobre o passado não quer dizer que ele não existiu. — sei que toquei na ferida, pois naquele instante Castiel me olha arfando.

                    Ele passa a mão por seu rosto e eu solto um grunhido de irritação.

—Por favor, Lindsay não faça isso. — O “Lindsay” deveria ter me feito parar, mas, não fez.

—Me diz Castiel, ela era tão vadia quanto a garota? Como ela te transformou naquela versão mumificada que encontrei quando te conheci? — provoco em tom baixo e ele soca a lateral do meu sofá, como se para controlar a raiva. — Ela te traiu? Com alguém que você confiava? — não tenho medo, chego mais perto questionando. — Ela te tirou algo que você nunca vai poder recuperar? — com aquela última sentença, Castiel fez algo que me chocou, sua mão se ergueu em minha direção. Não chegou nem um centímetro do meu rosto. Mas, ambos sabíamos o que aquilo significava.

                   Olhamos um para um outro. Chocados.

                     Castiel apertou os punhos e se afastou.

                      Estou tremendo. Preocupada com a regressão dele e com a minha situação após essa discussão.

—Você não tem a droga do direito de fazer isso. — diz tentando se acalmar.

—O que? Dizer a verdade? — arrisco, ainda assustada e agora terrivelmente magoada.

—Não. De agir como se entendesse. — começa, parecendo enojado com minha atitude de usar a tal garota contra ele. Droga! Ele usou quem eu sou contra mim. — Como se entendesse o que é querer alguém com todas suas forças e ver isso dar errado de uma hora para outra e não poder fazer nada, além de abrir mão da única pessoa com que você pensou que ia dar certo. — decreta e as lágrimas deslizam por meu rosto livremente agora. — Você não entende esse sentimento, não é? Já amou tanto alguém a ponto de sentir-se sem ar, quando lembra que não tem mais essa pessoa em sua vida? Já deixou de ir a um lugar só porque te lembra dessa pessoa? Já experimentou guardar uma caixa de lembranças para lembrar-se de quão feliz um dia foi e que isso não vai voltar a acontecer? — acho que sua intenção é me ofender, no entanto mesmo sem ele saber é sua vez de tocar na minha ferida.

—Eu não sei como essa sensação é ...Mas, se eu soubesse diria que é igual ao tipo de dor maldita que lateja em seu peito quando você acha que pode tentar com alguém e essa pessoa se mostra uma verdadeira decepção. — comento rindo com escárnio, em meio ao choro. —  É a cavalaria, Castiel. Era meu sonho. Eu acabo de realizar. Por que todos estão agindo como se eu ficar feliz por isso fosse um crime?...Só estou cansada de implorar que alguém se importe. — a última sentença parece desarmá-lo. — Eu sempre quis a cavalaria, mas, antes de aceitar hoje, eu hesitei...Por você. Eu decidi querer você, Castiel e os céus sabem que estou tentando lidar com isso como posso. — sou direta. —  Eu sempre quis a cavalaria. — repito. — Mas, se ao invés de ser um babaca como foi me perguntasse o que queria mais que ela eu diria você. — lhe conto. — Porque...Estou cansada de fingir que não estou dentro...Eu estou aqui, com você, porque estou apaixonada por você, Castiel e se eu tinha alguma dúvida disso, eu tirei quando hesitei por você. — continuou. — Então, por favor, não seja a pessoa que eu somente quero...Seja a pessoa que eu preciso.


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Notas finais do capítulo

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