Uma Adorável Mulher. escrita por Maria Vitoria Mikaelson


Capítulo 23
Capítulo 23 - O Legado Gilbert.


Notas iniciais do capítulo

Apareci aqui com um capítulo enorme e cheio de emoção.
Gente, já vi suposições sobre o que a Lynn fará, mas, eu continuo dizendo, pensem no PIOR que ela pode fazer.
Esse capítulo é fofo, pois a partir do próximo a treta aparece hahahahaha
Galerinha senta aqui comigo, quero ter uma conversinha fofa com vocês hahahaha, então, estou pensando seriamente em postar vídeos regulares em um dos meus canais do youtube falando sobre fanfics, filmes, séries e livros, enfim, coisas que adoro, e para começar pensei em fazer um vídeo respondendo as perguntas dos meus leitores amados. Então, ficaria muito grata se nos comentários desse capítulo vocês deixassem uma pergunta sobre mim ou sobre uma das minhas fanfics, e também ficaria muito feliz se vocês se inscrevessem no canal que deixarei o link nas notas finais.
Outra coisa, postei uma super promo de Uma Adorável Mulher em um canal meu a parte, e farei meio que um questionamento sobre ela nas notas finais também, onde fornecerei o link dela.
Boa Leitura!



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    Ponto de vista: Lynn Gilbert.        

Natal nunca significou união para mim, ou comemoração, reflexão e boas ações, era só uma data comum perdida no ano, a qual nunca me dei ao trabalho de focar. É isso que acontece quando você não tem ninguém disposto a estar ao seu lado, mesmo em meio a tradições com essa, você para de dar valor a algo que deveria ser importante. Mas, naquele ano, o natal estava diferente para mim, digo isso pois no ano anterior na manhã de vinte e quatro de dezembro eu me encontrava trabalhando em algum caso, lutando para ser reconhecida pelo meu pai, mas, nesse eu me encontrava caminhando em meio a Times Square com Florence, em busca dos presentes que daria a quem aparentemente era próximo a mim.

              Carregávamos copos de isopor com chocolate quente, enquanto entrávamos nas minhas lojas prediletas. Era uma experiência um tanto nova para mim, eu não costumava fazer compras pessoalmente, digamos que por ter um bom sobrenome eu fazia com que os estabelecimentos enviassem peças diretamente para minha casa ou para o escritório, assim eu pouparia tempo.

                  Florence ainda se encontrava chocada com o fato de eu ter convidado ela para esse compromisso, ela achava que minhas ações do ano passado se repetiriam e eu não aproveitaria o natal, mas, enfim, cá estou eu a surpreendendo. Se bem que eu desconfiava que naquela manhã muito mais que surpresa a dominava. Flore estava apreensiva com algo, mas, não queria me contar. Resolvi não pressioná-la, afinal fosse o que fosse, eu não era a melhor em dar conselhos, e hoje no natal em família ela teria a sua disposição a melhor conselheira de todas; Milla Elliott. Sua mãe.

                      Eu também tinha muitos sentimentos conflitando dentro de mim, apesar da minha quase relação com Castiel estar me enchendo de algo parecido com felicidade, não conseguia atingi-la por completo, por ainda não estar bem com Logan, desde nossa última conversa não nos falamos, decidi dar tempo a ele, e hoje de manhã quando liguei para o internato com a intenção de saber se ele estava pronto para falar comigo, fui informada que ele não podia atender a ligação, pois estava ocupado. Sei muito bem que ele pediu que inventassem uma desculpa para me evitar.

                 E prosseguindo minha lista de desastres familiares, não conseguia parar de pensar que Liam ficaria só hoje. Não que ele ligasse para esse fato, afinal. Mas, não adianta, por mais que eu tente fazer a mim mesma acreditar que não darei mais importância a ele, sempre vou me importar.

                  Passamos algumas horas nas compras, Florence até tentou zombar da minha relação com Castiel algumas vezes, mas, ela estava tão alheia aos fatos a sua volta que nem me dei ao trabalho de debochar de volta. E no fim, eu não ligava para o que as pessoas achavam sobre mim e Castiel, eu era Lindsay Gilbert, me importar com o que os outros pensavam sobre mim, não fazia parte da minha personalidade. E acho que  as pessoas passam tanto tempo tentando se explicar sobre sua própria satisfação, que esquecem que isso não acrescentará a ela. Você não deve a ninguém. A sua alegria, assim como sua dor, só deve ser compartilhada com quem você quer.

            Logo que adentrei ao meu apartamento, com a ajuda do porteiro do prédio larguei as várias sacolas pela sala com animação. Florence já havia ido para seu apartamento, a liberei da minha presença, logo que seus pais já deviam estar chegando a New York para comemorar o natal com ela e ela precisava organizar o jantar, pelo menos foi isso que ela me disse.

             Dispensei o porteiro, desejando um feliz natal antecipado para ele, e segui em direção a uma sacola especial, tirando de lá uma caixa de veludo. Abri a embalagem com cuidado e encarei a gargantilha delicada que continha um pequeno diamante como pingente.  Suspirei tocando a peça e após algum tempo, larguei a caixa sob a minha mesa de centro.

          De forma rápida, busquei um dos blocos de nota do aparador da sala, e comecei a escrever em uma das folhas brancas dele.

                Você não é a melhor mãe do mundo para mim, e eu nem de longe sou a melhor filha do mundo para você, mas, temos esse laço eterno, e não podemos rompê-lo, por isso, decidi que não quero mais lutar contra o sobrenome Campbell que consta em minha certidão.

                     Feliz natal, mãe! Espero que não me odeie por demorar dez anos para dizer que talvez esteja preparada para tentar.

           Coloquei o papel dobrado dentro da caixa de veludo e em seguida a fechei. Logo mais enviaria essa pelo correio, e quando chegasse ao atrasado Texas, o natal já terá passado e eu ao menos terei um pouco de paz, antes de enfrentar algo terrível chamado; Família.

               Afinal, eu tinha que seguir os meu próprios conselhos. Não seria apropriado se só Castiel os seguisse. Nós dois, estávamos dando tão certo juntos, de um jeito que eu nunca acreditei que daria. Pela primeira vez não quis estragar tudo com algum plano cheio de enganações, ou alguma farsa bem elaborada. Eu podia sentir que Castiel, que antes parecia tão quebrado, agora confiava em mim.  Não quero ser a pessoa que muda isso. Eu posso ser melhor. Decidi que quero ser melhor. Não por ele, ou por mim. Quero ser por nós.

                Falando nele, não demorou muito para o mesmo me enviar uma mensagem, para me lembrar que existe. Sorri automaticamente.

               Já estou na minha mãe, ela está irritantemente animada com o fato de que você e Lysandre vão passar o natal conosco. Quer vir almoçar aqui? Você aproveita e já fica até a noite.

                     Apesar de ficar tentada com seu convite por adorar a presença de Valérie, sei que não dá. Se eu decidi há alguns dias mudar por Castiel precisava fazer muito mais que só enviar um recado para Aurora.

              Adoraria, mas, preciso resolver algumas coisas agora.

          Mandei de volta e não precisou nem de um minuto para o mesmo me responder.

           Okay. Mas, pode comer antes disso?

             Mostra que se preocupa comigo de um jeito muito sútil, e logo dou uma risada.

            Pode deixar!.

[...]

         Aquele lugar era meu lar, muito mais do que minha casa. As paredes com aparência antiga pareciam querer me abraçar logo que eu as observava. O mogno dos móveis parecia sorrir para mim, como se me cumprimentasse após minha falta. Acenei para alguns advogados que conhecia pelo corredor, e todos pareceram estranhar meu excesso de educação, logo depois parei em frente a porta que tantas vezes empurrei com brutalidade, dessa vez não tinha Florence para me dar algum conselho, antes do que eu estava prestes a fazer. Bati algumas vezes na superfície amadeirada e quando um “Entre” vindo de Liam foi ouvido, fiz o que ele pediu.

                     Assim que ele me viu, franziu as sobrancelhas e largou a caneta com a qual assinava alguns papeis. Meu pai ficou mais confuso a cada passo que dei até ele.

—Acho que aprendi a bater. — falei sinalizando para a porta. Liam me encarou com a desconfiança explicita no olhar.

—O que faz aqui, Lindsay? — eu seria tola se esperasse que ele iria me receber com fogos de artifício, estava mais do que preparada para um comportamento frio dele.

—É véspera de natal, pai...Não seria legal passar esse momento sem desejar boas festas a você. — obviamente não me afetei com a falta de sentimentos que ele demonstrava ao me ver.

—Você nunca ligou para isso, Lindsay, por que começaria agora? — questiona, arqueando uma sobrancelha, dou um sorriso de lado para ele, logo que retiro de dentro da minha bolsa seu presente.

—Eu sei que da última vez que estive aqui, dei a entender que  desistiria de você, de nós, dessa família insana e complicada. Mas, não posso, você é muito mais do que meu pai, por muito tempo você foi a única coisa que eu tive, e com certeza você não é a melhor pessoa em demonstrar que se importa, mas, você se importa, então...Não quero mudar isso, quero que continue se importando. — meu pai não parecia chocado com minhas palavras, tão pouco se preocupou em retribuí-las. Assim coloquei o relógio caríssimo sob sua mesa, e suspirei. — Se te interessa, ainda não fui contratada em nenhum escritório, ao que parece ser uma Gilbert não está só no meu sangue...Está no meu talento também. — logo após isso, com a sensação de missão cumprida sai de sua sala.

                     No caminho até o elevador, acabei dando de cara com uma pessoa que não via há um tempo. Kentin me olhou hesitante, segurando algumas pastas ele parecia também querer ir até o térreo.

—Lynn, como você vai? — questionou educadamente. Aquela situação era estranha. Digo, a gente transava um dia desses e agora agíamos como se nem nos conhécessemos.

—Bem...Surpreendentemente bem. — a minha resposta soa absolutamente sincera. Kentin suspira e me olha desconfiada.

—Achei que com tudo isso, nosso término, sua saída do escritório, seu rompimento com o Liam...As coisas estariam complicadas para você. — mostra sua opinião. Dou um sorriso de lado.

—E estavam, completamente terríveis...Então, eu parei de pensar sobre isso e comecei  a sentir algo...Eu estou com alguém Kentin. — revelo, pois acima de qualquer coisa eu tenho respeito por ele. Não quero que saiba por outras pessoas.

            Ele me lha como se já tivesse imaginado isso.

—O cara com quem me traiu. — advinha e eu assinto sorrindo.

—Quando estou como ele, eu sinto como se...As coisas fossem fáceis, eu me sinto livre, leve...Feliz. — a última parte ainda soa inacreditável para mim.

—E eu fazia com que as coisas fossem complicadas, escuras, pesadas... — supõe com deboche. Suspiro.

—Não. Você fazia com que as coisas fossem iguais. Você via como o Liam acabava comigo e o que fazia a respeito era tentar convencer-me que um dia ele reconheceria que eu mereço mais. — admito o obvio, e Kentin dá um sorriso desdenhoso.

—Fico feliz que tenha encontrado um caminho feliz e que aparente estar tão bem consigo mesma como pessoa...Mas, e como advogada, Lynn? Esse cara está pronto para lidar com o fato de que você sempre vai além para conseguir o que quer? — fico surpresa quando Kentin me mostra esse lado insinuativo dele.

—Ele sabe. E ele aceita. — não, eu não tinha certeza sobre essa parte, ofender-se com meu comportamento às vezes impróprio era um talento do Castiel.

—Isso é bom, porque nós dois sabemos que não importa se tente ser diferente do que é, algo sempre acontece e faz com que a verdade sobre si mesma apareça. — dito isso, o mesmo me abandona ali, sem me dar tempo de lhe dizer o quão babaca o mesmo é.

[...]

             A festa na mansão Blancherd com certeza dessa vez era mais familiar, assim que cheguei um dos funcionários me ajudou a guardar meus presentes em baixo da árvore e me serviu champanhe. Não demorei a cumprimentar Armim e sua família que já haviam chegado, o mesmo acabou me contando que seu irmão Alexy logo mais chegaria.

                  Quando Valérie me viu me abraçou com carinho e eu senti uma onda de amor maternal me invadir. Agradeci  mais uma vez pelo convite e elogiei a decoração natalina baseada na cor ouro que decorava a casa. Ela deu algumas indiretas sobre saber o que estava acontecendo comigo e Castiel através de Armim e contou que logo mais seu filho apareceria, ao que parece ocorreu um imprevisto e ele teve que sair.

                  Com meu vestido vermelho, repleto de bordados e com uma delicada transparência, me aproximei de uma estante cheia de porta- retratos para ver se achava alguma foto constrangedora de Castiel. Mas, logo me peguei observando uma em que o dono dos lindos olhos azuis se encontrava no meio da neve no Central Park. De forma automático, encostei meus dedos na imagem, sorrindo sem querer.

—Queria ter uma câmera nesse momento, só para registrar o sorriso mais sincero que já vi minha irmã dando. — quando ouço a voz de Lysandre pronunciar isso, me viro ainda sorrindo. Ele estava lindo naquele terno estilo vitoriano e parecia tão em paz quanto eu. Talvez fosse a data.

—Terá mais oportunidades, tenho dado alguns desses ultimamente. — admito para meu irmão, logo que sei que o mesmo foi um dos grandes incentivadores para que eu ficasse com Castiel.

—Fico feliz com isso. Assim como estou feliz por podermos passar esse natal juntos. — me conta de modo calmo. — Estou ansioso para saber qual será meu presente. — brinca e eu enrosco meu braço no dele, o puxando para uma caminhada pela casa.

—Tenho certeza que você vai adorar, é completamente intere... — não consigo terminar, minha voz se perde, meus olhos se arregalam e minhas pernas não funcionam, logo que encontro uma cena no minimo chocante a minha frente; Castiel acabara de chegar, mas, estava acompanhado. De ninguém mais, ninguém menos que Logan.

            Estou a ponto de chorar, quando meu irmão mais novo sorri de forma leve para mim. Com intenção de ter apoio, aperto mais o braço de Lysandre, querendo conter as lágrimas. Castiel vem até nós com Logan, e com um sorriso displicente nos lábios diz;

—Lindsay, Lysandre, esse é Logan, ele é filho de um amigo da família, e fiz questão de chamá-lo para passar o natal conosco, já que a família dele estaria ausente no feriado. — nos comunica de forma teatral. Pelo canto de olho, vejo que Lys fita Logan com estranhamento.

—Sabe rapaz, você parece com alguém que eu conheço. — diz com as sobrancelhas franzidas. Liam. Essa é a pessoa com quem Logan parece, ele é a cópia perfeita de nosso pai, a única coisa que os difere são seus olhos, enquanto os de Liam são azuis gélidos, os de Logan são castanhos e acalentadores.

—É um prazer te conhecer, Logan. — finalmente consigo achar minha voz, ergo minha mão na direção dele, me desvencilhando de Lysandre, esperando que ele aceite.

—Ahnn...É natal, acho que apertos de mão são impróprios, gosto mais de abraços. — me comunica e eu quase desabo. De forma lenta, ele se aproxima e com sua altura acima da média me rodeia com carinho. Sinto seu cheiro familiar e suspiro, fechando os olhos enquanto o aperto. — Eu te amo, Lynn. Eu sempre vou amar. — sussurra em meu ouvido, demonstrando que não continua irritado comigo. De forma que só eu escuto.

—Okay, acho que esse é o momento que o adolescente corre em direção a mesa de doces. — quando Castiel bate nas costas de Logan, o mesmo se separa de mim e me direciona um mais um sorriso, antes de nos pedir licença.

—Nunca vi você abraçando alguém com tanta vontade. — Lysandre comenta estranhando, e tenho vontade de dizer que ele faria o mesmo se soubesse que aquele menino adorável é nosso irmão.

—É porque você nunca a viu me abraçando. — Castiel me salva da resposta, logo que encaixa suas mãos em minha cintura e me olha com admiração. O agradeço de forma silenciosa, apertando sua mão e ele sorri.

—Okay, acho que esse é o momento em que eu vou até a mesa das bebidas. — eles nos deixa calmamente.

           Me viro em direção o rosto de Castiel, e enquanto procuro as palavras para questioná-lo, coloco minhas mãos sob seu peitoral.

—O que foi isso? — por fim é tudo que consigo dizer.

—Uma parte do meu presente de natal para você. Imaginei que nunca tenha podido passar um natal com seu irmão, levando em conta que a maioria das pessoas não sabem que você tem irmão...Então, usando um detetive que conheço, cacei todos os internatos de New York em busca de um Logan, e quando descobri que esse foi registrado por Nathaniel Dilaurentis ficou meio claro que ele era o certo. O engraçado é que foi só dizer que eu era Castiel Blancherd, que o mesmo não pensou duas vezes em aceitar minha proposta de te surpreender. — me conta como se aquilo não fosse nada. Mas, é algo. É algo importante. Muito mais do que eu poderia pedir.

—Eu falo de você para ele...Como me irrita, me enfrenta, me desafia e me... — para minha surpresa, Castiel não deixa que eu termine, antes que eu chegue na parte que eu digo que ele me atrai, o mesmo me beija com carinho. Aceito aquilo, agarrando as laterais do seu rosto e o retribuindo com fervor. — Obrigada por ter-lo trazido. — agradeço ofegante, quando nos separamos e ele assente sorrindo.

              Logo o mesmo direciona seu olhar a um ponto específico e parece satisfeito, sigo seu olhar e encontro Logan e Lysandre conversando animadamente sobre algo. Os fio orgulhosa.

—Ao que aparenta, o sangue Gilbert sempre fala mais alto. — Castiel comenta, o presenteio com um selinho antes de concordar.

                   Depois disso, ele me puxa pela mão em direção aos seus pais e assim começamos uma discussão sobre qual homem Blancherd era mais teimoso, Castiel ganhou de lavada. Meia noite não demoraria a chegar, e até isso faríamos aquela comemoração valer a pena, nos divertindo e aproveitando o momento de união. Naquela noite fui abraçada por Castiel mais do que posso contar, e sorri, ah como sorri. Fiz isso ainda mais, depois que conheci Alexy, antes de sequer me cumprimentar ele já foi elogiando meu vestido, nos demos super bem falando de marcas de roupas e de viagens interessantes.

                    O jantar se passou com mais animação, como de costume me sentei ao lado de Castiel, e em certo ponto me dei ao trabalho de encostar minha cabeça no ombro dele, observando Logan falar sobre videogames com Armim. Valérie o olhava com o mesmo carinho, ao que parece mesmo sem saber porque Castiel inventou que meu irmão era conhecido deles, a mesma resolveu entrar na farsa com filho e Noah não se deu ao trabalho de questionar.

                   Válerie aparentemente gostava de todos os Gilbert que conheceu; Lysandre, Logan e eu. Talvez porque ela só conhecia nossas partes bonitas.

              Quando o natal chegou de forma oficial, os presentes começaram a ser trocados com entusiasmo, peguei o enorme pacote de Lysandre e o entreguei com diversão.

                  Meu irmão desamarrou o laço calmamente, sob o olhar de expectativa de todos.

            Quando o coelho de pelúcia branca apareceu, todos riram. Exceto Castiel e Lys, eles sabiam que aquilo tinha um significado maior.

 — Esse coelho é igual aquele que eu decapitei cruelmente quando eramos pequenos, sinto muito por isso, eu não era uma criança muito justa. — fiz meu pequeno discurso, e Lys sorriu para o bichinho, não demorando a entregar meu presente.

                Abri a caixa de chocolates belgas e sorri tanto quanto ele.

—São os meus prediletos...Desde sempre. — ficava feliz por ele lembrar. Eu era uma criança estranha, sempre preferi os do tipo amargo, que nem chocolates mesmo, já que sua fórmula continha mais cacau que outra coisa.

               Me levante e me inclino na direção dele para que possamos nos abraçar, Lysandre beija minha bochecha com amor.

                 Não demora muito para Castiel anunciar que quer me presentear também, só que sendo o ser humano surpreendente que é o mesmo diz que quer fazer isso a sós comigo. Fui puxada até a escada, e o segui sem lhe questionar.

          Quando alcançamos o terraço da mansão sorri nostalgicamente. Me lembrando da festa que fomos com Noah e eu praticamente o abracei no topo de um prédio, notando isso também, o mesmo repetiu meu sorriso. De forma delicada e sob meu olhar concentrado, Castiel colocou um fio de cabelo teimoso meu atrás da orelha, esse havia escapado do meu coque.

—Temos esse lance com terraços então? —  debochei sorrindo de lado.

—Minha mãe costuma dizer que é assim que você descobre que está ligado a alguém. — ele comenta por alto.

—O que? Tendo um lance do terraços com essa pessoa? — zombo e Castiel revira os olhos.

—Não. Quando há uma coisa. Um lugar. Um momento. Uma música. Algo que os dois sempre lembrarão como sendo o começo e que está fadada a voltar sempre para a vida deles. — Valérie aparentemente é uma poeta.

—Então, qual é meu presente misterioso? — indago divertida, e após alguns segundos, Castiel tira um papel de seu blase e me entrega.

              Avaliei o que estava escrito e franzi as sobrancelhas.

—São duas passagens para Londres para o fim do ano que vem. O que significa? — questiono sem entender o presente peculiar.

—Futuro. — ele resume tudo a uma única palavra. —Esse sou eu, acreditando que estaremos juntos até o próximo natal, isso sou eu dizendo que não estou mais só tentando ficar com você, eu quero ficar com você, Lindsay, é surpreendente vindo de mim, mas...Eu quero ficar com você. — com o frio que nos atinge, com as luzes natalina do condomínio nos iluminando eu digo.

 

—Okay, mas, temos que negociar muitas coisas, do tipo, se você me magoar eu vou te processar, por danos morais ou algo assim. — debocho e Castiel ri contra meu rosto, puxando meus pulsos para o meu peitoral.

—Chega de contratos, termos ou acordos. Eu só quero você. — Castiel me beija lentamente, descobrindo minha boca mais uma vez e provando algo para mim. Algo do tipo; Haja o que houver, vamos ficar juntos.

             Queria ficar ali por algumas horas, mas, ainda haviam coisas que eu precisava fazer. Castiel as entendia, tanto que se separou de mim lentamente após mais alguns beijos.

—Pode deixar que eu invento alguma desculpa e dou um jeito do Logan vir até aqui. Sei que deve querer um momento a sós com ele. — dou um sorriso para sua benevolência e ele retribui.

             O olho se afastando e em seguida me apoio no parapeito do terraço, olhando as mansões vizinhas a casa dos Blancherd. Não demorou muito para meu irmão mais novo chegar ao seu destino.

—Castiel não parece o cara egoísta, mesquinho, atrevido, irritante e provocador que você sempre descreveu para mim. — é a primeira coisa que ele diz, me fazendo rir.

—Ele ainda é isso tudo...Só que agora tem algo a mais. — comento simplesmente.

—Foi legal da parte dele me trazer aqui...E foi...Muito bom poder conhecer o Lysandre, ficar comparando o que temos de parecido, mesmo que ele não saiba que somos irmãos...O engraçado é que encontrei semelhanças nele sim, mas, nem a metade das que eu encontro quando olho para você. — sua fala me faz franzir as sobrancelhas.

—O que você vê em mim que se parece que você? — questiono.

—Sua capacidade de nunca desistir, tenho isso também, porque aprendi com você. Seu senso de justiça mesmo que meio torto é tão grande quanto o meu, e você apesar de tudo de ruim que acontece, sempre está pronta para seguir em frente. Como eu. — olho com orgulho para aquele garoto que eu vi crescer.

—Fico feliz que enxergue essas partes boas em mim, porque se você não as visse me sentiria sozinha. — lhe comunico disso.

                  Enfio minhas mãos no sobretudo que coloquei antes de subir ao terraço e tiro de lá o presente de Logan, que mesmo só pretendendo dar no dia seguinte quando fosse ao internato mantenho comigo. De forma firme abro a mão direita dele e deposito o objeto.

—Seu presente de natal. — digo o obvio. Logan avalia a peça.

—Um broche com o símbolo “L”? É estranho. — zomba observando o ouro aparentemente queimado.

—É uma herança de família, Liam me deu quando fiz quinze anos, devia ser de Leigh por ser o mais velho, mas, nem ele e nem Lysandre aceitaram quando o nosso pai ofereceu. Eles nunca se sentiram Gilberts afinal. — explico fitando Logan com calma.

—Até que é bonito. — olha mais uma vez na direção da joia, e sorri.

—Por que você acha  que todos os filhos do Liam receberam nomes com a inicial “L”? — decido contá-lo nossa história.

—Porque Liam é um egocêntrico que queria homenagear suas inicias repetindo várias vezes? — debocha e nós dois acabamos rindo.

—Não. Isso vem antes do Liam. — esclareço e ele franze as sobrancelhas. — O “L” se refere a lealdade, era por isso, desde sempre que os Gilbert presavam. Segundo o que o Liam contava, começou a muito tempo, com Leon Gilbert, ele era um advogado tão brilhante e revolucionário que todos o viam como uma figura a ser admirada. Ele exercia tanto poder sobre as pessoas, que criou a tradição  que dizia que o primeiro filho homem da próxima família Gilbert criada teria de ser um advogado como ele, e honrar todas suas conquistas. — discurso o que meu pai me disse, Logan me olha surpreso.

—Então esse “L” significa: Lealdade a família? — Logan questiona querendo saber mais. Dou uma risada com escárnio.

—Significa; Lealdade ao legado. Você é um Gilbert, recebeu o “L”, mas, não faz parte do legado. — não sou muito sútil ao dizer isso.

—Mas, segundo a lógica eu deveria ser, digo, eu recebi o “L” e mesmo não sendo o primogênito do Liam, eu sou o primeiro filho homem dele que quer seguir a profissão de advogado.  — sim, havia uma lógica, mas isso ia além dessa explicação.

—O legado tem alguns detalhes...Acima de qualquer coisa, qualquer título ou prêmio de honra, Leon era apaixonado por sua esposa, e decretou também que o legado só serviria se esse filho fosse fruto de um grande amor. Liam segue o legado de forma incrível. — debocho sobre a última parte.

—Ele não amava minha mãe. — é rápido em notar essa parte.

—Logan, eu não sei porque meu pai se envolveu com a sua mãe, mas, ele ama a minha mãe. Aurora sempre será o amor da vida dele, e só um tolo não saberia disso. — não me conforta falar essas coisas. — Quando eu descobri sobre você, eu fantasiei sobre uma realidade na qual Liam realmente amasse sua mãe, e ela estivesse viva...Eles poderiam ficar juntos, quem sabe não formaríamos uma nova família...Eu queria essa família. — revelo essa parte.

—Liam não te reconhece porque você é a exceção do legado. — finalmente Logan entende e eu suspiro. — Você é a personificação de tudo que ele sempre esperou, mas, você é mulher. — complementa.

—Sim, mas, você não. — finalmente chego no ponto que sempre quis. — Já passou da hora desse legado ser alterado, e eu sei que você pode fazer isso. Você me disse que eu estava tentando te transformar em um Gilbert, e talvez eu estivesse mesmo. Porque eu sei que você tem potencial para ser um. O melhor Gilbert que poderia existir. — lhe digo com confiança.

—O que você está oferecendo, Lindsay? — questiona arqueando uma sobrancelha, me mostrando suas semelhanças com  Liam.

                        Sei que o que vou fazer a seguir pode ser um arrependimento futuro enorme, sei o quanto é errado, e sei que pode se conflituar com as mudanças pelas quais quero passar, mas, tenho que fazer, sempre foi meu objetivo.

—Me deixe moldar você. — peço firme. — Deixe-me treinar você para que supere o Parker, o Kentin, o Liam, para que supere a mim. Eu posso te ensinar tudo que o Liam me ensinou, e não, não estou pedindo para que seja igual a nós dois, eu quero que você seja melhor, quero que você pegue todo ensinamento ruim e transforme em algo bom. Honre o legado Gilbert, Logan. Com a dignidade que nenhum de nós nunca teve.


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Notas finais do capítulo

P.S: Sempre quis explicar o lance dos "L".

Link do meu canal: https://www.youtube.com/channel/UCZpsO7Yxq61UzEWObJSezeQ
Likn da super promo: https://www.youtube.com/watch?v=br6AhQS-dQI

Análise da promo: Nela, a Lynn fica machucada depois do que parece ser uma explosão, onde vocês acham que é essa explosão e quem a causou?
Lynn aparece a caminho do altar, ou seja, casamento a vista. Mas, com quem?
Steve está no trailer gente!
Tem uma cena hot em uma mesa!
Quem é aquela garota no parque com o Castiel e a Lynn?
E melhor: Por que essas frases?

"Mas, toda vez que eu lembro que nunca mais o verei, eu sinto como se estivesse morrendo"
"E amar qualquer um de nós é uma sentença de morte, não é?"




Meu twiter: https://twitter.com/viviale14?lang=pt

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