Uma Adorável Mulher. escrita por Maria Vitoria Mikaelson


Capítulo 19
Capítulo 19 - Ele É Um Gilbert?


Notas iniciais do capítulo

Voltei mais rápido dessa vez, e trouxe um capítulo inteiramente dedicado a Liah Rothchild que fez a primeira recomendação da fanfic, obrigada por ter me feito chorar hahahaha.

Okay, vamos nessa, quanto a romance, não teremos muito nesse capítulo (oh que novidade ein? hahaha) O Castiel nem aparece muito, só aparece de verdade no inicio kkkkk.

No próximo teremos um jantar REVELADOR, e depois disso...TAN TAN RAM...Teremos um capítulo lindo de bonito ao som de Believer do Imagine Dragons, ouçam a música, sintam o ritmo e pensem o que quiserem hahaha.

Ah, estou postando uns spoilers da fanfic no meu twiter, deixarei o link nas notas finais! E logo mais teremos outras promos da fanfic no youtube!

Boa Leitura!



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  Ponto de vista: Castiel Blancherd.

Alguma horas antes.

“Você está colocando suas expectativas na pessoa errada, se acha que eu posso consertar um coração partido, está errado...Eu sou a pessoa que os quebra”

               Essas palavras se repetiam em minha mente, de forma que por um bom tempo eu só conseguia me concentrar nelas e no que por fim queriam dizer; Lynn e eu, não daremos certo. Eu tentei insistir para que tentássemos, o quão idiota eu sou? Em que momento decidi que me arriscar assim valeria a pena? Em que momento decidi demonstrar um pouco de fragilidade para ela? Em que momento deixei que isso pudesse ir tão longe, a ponto de eu me sentir...decepcionado por não haver vontade da parte dela também?  Lindsay é uma complicação. Eu era uma complicação. Tudo isso é.  Por um momento, quis que as coisas fossem mais fáceis para mim, para ela, e para nós.

             Não consegui lidar com o que ela me disse, não consegui ficar lá para digerir isso, quando tudo que eu queria era que ela me dissesse que estava pouco se danando se eramos certos ou não juntos.

                      O copo de whisky ao meu lado estava intocado, e desde a metade do discurso que Alexy fazia agora ele já tinha perdido minha atenção. Só o que eu via era o meu amigo saltitando durante sua explicação, pela minha cobertura — lugar que vim para ficar sozinho depois com a conversa com Lynn e lugar que um dos meus melhores amigos fez questão de ocupar para tirar meu silêncio também. —  Quando por fim, ele respirou fundo, dando a entender que acabou, eu revirei os olhos.

—Não vou ceder minha cobertura para que você faça uma festa de aniversário para um carinha que acabou de conhecer, e outra, estou sem saco para festas hoje...Então, definitivamente, não. — aquela era minha resposta depois do monólogo dele de quase duas horas que argumentava porque eu devia deixá-lo fazer aquilo.

—Ninguém te convidou para a festa, Castiel. — quando ele pontua isso, dou uma risada de escárnio.

—Ah só melhora, você quer a minha cobertura para fazer a sua festa hoje a noite, e eu nem ao menos estou convidado. — debocho para ele, totalmente incrédulo sobre esse fato.

—Não me interprete mal, só estou dizendo que a festa não precisa literalmente de você para acontecer...Só preciso da cobertura...Qual é Cassy! Não farei uma festa na casa dos meus pais, onde ainda moro. — volta a argumentar e eu me pergunto por que não pediu isso a seu irmão, bem,  a resposta seria obviamente de que o apartamento dele não chega nem aos pés dos meus. — Tenho amigas maravilhosas e disponíveis se isso servir para te deixar mais animado para ceder ao meu pedido. — quando ele diz essa, volto a rir.

—Eu não preciso da sua ajuda para conseguir uma mulher, mas, obrigada. — ironizo e então suspiro. — Tudo bem, Alexy, faça a sua festa. Vou arranjar um lugar para ficar essa noite, como eu disse; Estou sem saco para festas. — digo, logo que me levanto do sofá. Alexy franze as sobrancelhas para mim.

—Você recusando festas e mulheres? O que há de errado? — Lindsay Gilbert há de errado, minha incapacidade de ficar longe dela e de não parar de pensar nela. É isso que está errado.

—Trabalhei muito hoje, preciso de descanso... — é a mentira mais fajuta que consigo inventar e Alexy sabe que é mentira, mas, está tão cauteloso sobre o fato de eu ter cedido minha cobertura a ele, que nem cogita insistir para me irritar. — Enfim, já estou indo, não destrua meu apê, vou arrumar um hotel para ir. — ele deu um grito animado concordando e eu simplesmente revirei os olhos.

[...]

Uma semana depois.

 

Ponto de vista: Lynn Gilbert.

          Ri de Florence quando a mesma se desequilibrou e quase caiu de cara no chão, ao carregar uma caixa de papelão aparentemente pesada.  Ela notou isso, tanto que me fitou com fúria, ri ainda mais e voltei a minha tarefa, prender as fotos polaroids que ela tanto amava na parede principal de sua sala. Depois do jornalismo, fotografia era a grande paixão dela. A mesma dizia que colecionava momentos, os registrava de forma que cada vez que olhássemos para uma daquelas fotos podíamos sentir de novo o que sentimos quando o momento aconteceu.

    —Nem acredito que estou finalmente em meu próprio apartamento, finalmente sou independente e finalmente posso deixar aqueles dormitórios com banheiros coletivos da faculdade. — anunciou dramaticamente logo que abria a caixa que trazia antes, parecia repleta de utensílios de cozinha.

—Sim, e com a independência vem contas maiores, responsabilidades maiores e a solidão latente. — debochei me virando e em resposta a isso, a mesma jogou uma peça de roupa solta pela cozinha em minha direção, a qual eu desviei com maestria.

—Isso mesmo Lynn, incentive a sua melhor amiga. — zomba e eu reviro os olhos, logo que também começo a abrir as últimas caixas fechadas. Florence vinha planejando aquela mudança há muito tempo, só estava esperando juntar grana suficiente para fazer aquilo sem o apoio dos pais. Ela conseguiu com o trabalho de secretária no escritório. Não era nenhuma cobertura em Manhattan tudo bem, mas, era um pequeno apartamento aconchegante em um prédio familiar no Brooklyn. O metrô era perto daqui, o aluguel barato e o lugar já vinha mobilhado, ou seja a escolha foi cheia de vantagens para ela. — Quando te chamei para me ajudar a arrumar as coisas, esperava mais ação do que deboches. — explica quase rindo.

—Se queria eficiência para serviços comunitários chama-se o Kentin, não eu. — devolvo, assim que tiro algumas almofadas da caixa e jogo no sofá da sala.

—Eu até chamaria, mas, vocês estão naquela fase estranha pós relacionamento, na qual não conseguem agir de forma normal perto um do outro. — quando ela diz isso, arqueio uma sobrancelha.

—Por que diz isso? — tento entendê-la.

—Tentamos jantar nos trés no começo da semana, e o que você fez durante as duas longas horas disso foi...Nada...Estava mais indiferente ali do que foi toda sua vida...Nem tentou se socializar. —sua acusação me faz olhá-la incrédula. — Nem vem, tem feito isso com todo mundo desde a semana passada, sei lá, como se tivesse fugindo de algo. — talvez ela possa estar certa. Meu comportamento desde a noite que tentei ir até o Castiel e falar sobre como me sentia e as coisas deram errado, vem sendo quase frio. Eu e ele voltamos a época que não tínhamos uma quase amizade divertida. Nem brigávamos mais durante meu tempo na gravadora, um sempre dava um jeito de evitar o outro.

—Só estou me adaptando, Elliott...A realidade de solteira, e desempregada. — minha zombaria faz ela largar uma concha de inox e vir até mim.

—Desde que terminou com Kentin, tenho tentado te fazer desabar sobre como se sente, mas, você não me conta...Só quero que saiba, que estou aqui, sem julgamentos pronta para te ouvir. —  no dia seguinte ao meu mais recente desastre sentimental, liguei a Flore e ofereci que nós duas víssemos um filme juntas na minha casa.  Naquele primeiro momento ela não me questionou sobre nada. Ficamos ali, assistindo, e eu soube que realmente sempre poderia contar com ela. O momento sem questionamentos só durou essas vinte e quatro horas em todo caso.

—Não tenho o que falar...Eu superei. — essa era a verdade. É estranho como há pouco tempo, eu tinha algo planejado com Kentin, tinha a certeza de que construiríamos uma coisa juntos, e agora...Eu nem me lembro desse tempo...É como se esses planos com ele não me fizessem a menor falta.

—Então...  — quando ela começou com aquele ar hesitante, sem me olhar, voltando ao seu trabalho, eu sorri de lado. — O que você diria se soubesse que eu saí com seu médico ontem a noite? — quando ela indagou aquilo, me segurei para não rir.

—Meu médico? Quem? Nathaniel? — me fiz de boba.

            Aquilo não era surpreendente dado o fato de que os dois tiveram uma troca de olhares bem suspeita quando eu estava internada.

—Sim... — ainda continua hesitante.

—Eu diria que não é da minha conta. — sou sincera e ela morde os lábios.

—E o que você diria se eu dissesse que também transei com ele? — Okay, aquela realmente me surpreendeu. Nenhum dos dois fazia o tipo de transar de primeira.

—Sobre quanto de álcool estamos falando? — era obvio que aquilo envolvia os dois bêbados.

—Muito. — Flore esclarece quase sorrindo. —Então...O que você diria? — quando ela repete a pergunta é minha vez de morder os lábios.

—Eu diria que é estranho saber que meu ex namorado transou com minha melhor amiga, mas, novamente, não é da minha conta. — Florence  se vira e arregala os olhos, deixando um conjunto de colheres cair no chão.

—O que? Ele é seu ex? Por que não me disse? Amigas não pegam os ex das outras. — soa desesperada e eu dou uma risada.

—Que coisa ultrapassada. Flore, vocês são adultos, e queriam transar, dane-se se eu também já transei com ele...Não é como se nós dois não tivéssemos nos superado...E na realidade, quando estávamos juntos, nem havia muito sentimento envolvido. — esclareço para ela.

—Tem certeza que ele te superou? — quando ela me perguntou isso notei que aquilo significou mais que sexo para ela. Ela estava preocupada em ser a segunda opção para algo.

—Sim, na verdade eu acho que se ele não fosse tão...Ele. O mesmo estaria me odiando agora, não tivemos um término fácil...Eu fiz coisas, que não valem a penas serem mencionadas, porque é passado...Mas, no fim, seguimos em frente. — garanto a ela, e quando lembro do que fiz quando liguei para Steve naquela noite, suspiro e noto que talvez nem todos tenham seguido em frente.

—Você acha que minha mãe me acharia uma vadia se soubesse que eu transei de primeira com um cara? — sua preocupação genuína sobre o que sua mãe admirável vai pensar dela é até fofa. Como se Milla Elliott, a mulher maravilhosa que ela descrevia e exaltava as qualidades todos os dias fosse ser capaz de um julgamento.

                  Florence era abençoada com uma família maravilhosa e que pelos céus era estruturada, seus pais eram completamente apaixonados um pelo outro e amavam a filha com tudo que podiam, volta e meia viam do Canadá para cá para visitá-la. Só os vi uma vez, mas, foram muito simpáticos comigo. Os mesmos apoiaram totalmente a vinda de Flore para cá. Bem, Landon marido de sua mãe, não era realmente seu pai, mas, ela se referia a ele assim, levando em conta que não era tão próxima assim de seu pai biológico.

                 De alguma forma, até mesmo esse pai ausente era a base de Florence. Sua família por completo é. Às vezes me pergunto quem Florence Elliott seria sem eles.

—Se ela visse Nathaniel te acharia uma sortuda, isso sim. — Florence ri disso.

—Vem, vamos terminar de arrumar as coisas, assim te levo para comer o melhor HotDog do Brooklyn. — quando me oferece isso, reviro os olhos.

—Eu prefiro um bom risoto em Manhattan. — é a vez de Flore revirar os olhos.

—Você é uma mimadinha. — acusa e dou uma risada.

—Okay, então a mimadinha está indo embora agora e te deixará na bagunça sozinha. — quando faço menção de fazer mesmo isso, Flore me puxa e me abraça, enquanto rimos juntas.

               Sim, minha vida não parecia com a minha vida naquele momento, mas, uma coisa ainda continuava a mesma, minha melhor e talvez única amiga ainda era uma quase adolescente buscando encontrar a si mesma naquele mundo enorme, e aquilo eu não queria mudar.

                 [...]

                  Um dia depois.

       Beberiquei um pouco do meu chocolate quente, observando Lysandre, que agora fitava os flocos de neve que caiam por New York com certo encanto. Estávamos caminhando juntos pelo Central Park em uma manhã fria, porém bonita. O silêncio, e roupas quentinhas no acompanhavam naquele passeio, tínhamos decidido ir andando até a gravadora. Fazia tempo que eu não praticava minhas corridas matinais, o clima congelante que precedia o natal era a razão disso, então aceitei seu convite na hora, precisava me exercitar um pouco.

—Não vou mentir, senti falta disso. — admite do nada, e eu me encolho dentro do meu sobretudo enquanto arqueio uma sobrancelha.

—Da elegância de Manhattan e dos melhor chocolates quentes do Upper East Side? — meu deboche faz ele sorrir.

—Não! Da neve, de ver New York se cobrir dela...Lembra minha infância, quando mamãe nos trazia até aqui, para patinarmos no gelo. — soa nostálgico.

 

—Você quer dizer, quando Leigh e você vinham, certo? Nunca participei desses momentos. — lembro-me bem que por Liam não gostar daquele tipo de coisa, eu preferia ficar em casa com ele do que acompanhá-los.

—Sim, no nosso caso natal nunca remeteu a família. — seu comentário me fez rir com escárnio.

—No nosso caso, nada nunca remeteu a família...Nenhum feriado de 4 de julho, ação de graças, natal...Nunca fomos tradicionais. —  acho que soou amarga quando falo isso.

—Podíamos mudar isso, posso ligar para Leigh e pedir para que nós três nos reunamos no natal, acho que ele não se incomodaria em passar um ano longe da mamãe. — ele tenta me animar com aquela possibilidade.

—Olha, eu queria te dizer que estou pronta para isso, mas, não...Não posso do nada começar a ter uma relação melhor com ele, nem com a mamãe...Preciso de mais tempo, então nada desse tipo de aproximação agora...Já fui ao meu máximo quando consegui me aproximar de você. — lhe explico com toda minha sinceridade.

—Okay, eu entendo...Mas, isso não significa que eu não vá passar o natal com você. — me comunica abraçando minha cintura.

—Isso é ótimo, porque eu já tenho um presente para você. — adianto e ele sorri. —Tipo, uma grande surpresa. — dramatizo e Lysandre me olha sério dessa vez.

— Como você e Castiel estão? — não sei da onde ele tira aquele assunto, só sei que quando o menciona me separo dele e suspiro.

—Não estamos...Considerei tudo pelo que venho passando e notei que... Não...Não quero que ele e eu viremos um “nós” — esclareço e meu irmão me olha de forma que diz que não acredita em minha mentira.  — Sério! — tento soar mais convicta.

—Você é uma péssima mentirosa. — diz e eu arregalo os olhos.

—Não! Claro que não! Eu sou ótima nisso. — me sinto ofendida.

—Pode até ser para os outros, mas, não para mim. Eu te conheço. — dou uma risada incrédula.

—Urrum e New York está quente essa manhã. — debocho e ele ri também, só que de modo sincero.

—Liam é observador, você é observadora, eu sou observador...É a lógica...Somos uma família afinal. — seu argumento me faz suspirar.

—Péssima, sem amor, desestruturada, mas, uma família. — concordo com ironia.

[...]

Um dia depois.

          A biblioteca daquele internato caríssimo é um lugar bem aquecido se devo mencionar, enquanto me encontro ao lado de Logan. — que agora lia os títulos do livros que trouxe de presente para ele. — eu me sentia confortável e relaxada naquela temperatura.

—Por favor não me pergunte como estou após tudo...As coisas estão tão loucas agora. — peço, pois sei que ao mexer nos presentes que ele era só uma tentativa do mesmo para me dar tempo de me acomodar até que ele me questionasse sobre isso.

—Então, você não vai mesmo dizer a esse tal Castiel sobre a noite que foi ao apartamento dele afim de se arriscar em uma relação com ele? — o garoto tinha conhecimento de tudo, levando em conta que logo que chegou de sua maravilhosa viagem do Canadá com os amigos eu havia vindo o visitar e feito uma desabafo completo; Ocultando a parte do Steve, obviamente.

—Qual noite? A noite que ele transou com mil e uma vadias? — indago com ironia e então suspiro. — Desculpe pelo linguajar. — falo e é a vez dele suspirar.

—Eu só acho que você não está olhando a situação pelo lado dele, pelo que você me disse, foi você mesma que deu a entender que não queria nada com ele...Então, antes de voltar a ser ele, o mesmo meio que pediu sua permissão. — Logan diz isso com seriedade.

—Você será um ótimo advogado de defesa. — lhe aviso.

—Você só está fugindo da felicidade...Como se tivesse medo dela...Medo de consegui-la e ela ir embora. — quando o adolescente fala isso, eu engulo a seco.

—Felicidade é relativa...Por que mesmo acha que eu não sou feliz? — quero saber, pois me preocupo com o que ele acha de mim.

—Porque não parece. — sua sinceridade é tanta que eu ofego.

—Mas, você está errado...Eu sou feliz...Nesse exato momento, eu estou feliz...Porque eu tenho você. — lhe garanto, e tento pegar em suas mãos, mas, o mesmo se esquiva.

—É mesmo? Ou é só uma tentativa sua de me consolar, sobre o fato de não ser? — indaga arisco de uma maneira que nunca esteve antes.

 

—O que está acontecendo com você? — agora estou realmente preocupada.

—Talvez, eu esteja cansado disso. — franzo as sobrancelhas. — Cansado de fingir que eu não sei...Que eu não sei que não pertenço a esse lugar, eu ganho presentes caros, tenho um quarto luxuoso, faço viagens maravilhosas, em troca de que? Ficar preso aqui, escondido do mundo, como se fosse errado eu existir nele? Eu amo você, Lynn...Mas, eu estou tentando descobrir quem sou agora...E droga! Eu não sou isso. — quando ele faz esse protesto se levantando, o imito.

—E quem você é? — até eu preciso saber.

—Eu não sei...Mas, eu sei que não sou o que você espera que eu seja. — me avisa e eu dou uma risada de desespero. Como até isso estava começando a desmoronar? Logan não, eu não aguentaria  sem ele.

—E o que você acha que eu quero que você seja? — quase grito.

—Um Gilbert. — quando ele rebate aquilo de maneira convicta, dou um passo para trás. Logan me olha decepcionado, e sibila um “Eu sinto muito” antes de me abandonar ali.

[...]

            Mais tarde naquele mesmo dia, eu me encontrava na gravadora na sala que agora era mais minha do que de reuniões, pensava em Logan e nas palavras dele de forma tão repetitiva que pouco a pouco ia chegando a conclusão de que talvez o mesmo estivesse certo, eu estava tentando o transformar em um Gilbert, quando nem mesmo eu aguentava ser uma. Eu fiz até Logan se transformar em uma vítima minha, eu achava que ele era o meu limite, mas, eu descobri ali que eu verdadeiramente não tinha limites. Eu não tenho mais o controle de quem sou, ou do que posso ou não fazer. Não havia mais um farol, ou uma linha divisória.

—Ahnn...Desculpe achei que podia encontrar meu filho aqui. — só quando ouvi uma voz feminina bonita falar aquilo, foi que notei que havia alguém na sala. Suspirei e encarei a mulher que aparentava ter a idade da minha própria mãe. Era elegante, com um corpo de dar inveja branca,  tinha os cabelos ruivos longos e olhos que me fizeram descobrir na hora quem era seu filho; Aquele oceano azul só pertencia a alguém que eu conhecia muito bem.

—Desculpe...Eu não vi o Castiel hoje. — dei voz sobre meus pensamentos a respeito de seu filho e ela deu uma risada leve.

—É tão obvio assim? — indagou divertidamente.

—Os olhos...Os olhos do seu filho são... — a mesma não deixa que eu complete.

—Especiais? — questiona sorrindo.

—É! Acho que sim. — concordo no meio termo. — Não me apresentei, eu sou Lindsay Gilbert, advogada da gravadora. — Não sei por quanto tempo.  Quis complementar. Ah expressão dela se ilumina de forma que sorri ainda mais para mim.

—Oh ouvi sobre você...Noah, meu marido falou que Castiel melhorou muito depois de você. — esclarece e eu franzo as sobrancelhas. — Obrigada por isso. — agradece de modo sincero. — Sou Valérie. — se apresenta.

—É realmente um prazer te conhecer Valérie. — também sou verdadeira. A mesma parecia ser uma boa pessoa.

—Sabe, eu vim aqui hoje convidar meu filho pessoalmente para o jantar de ação de graças que farei lá em casa esse ano...E te encontrando, acabei de ter uma ideia; E se você fosse, teria como fazer isso? — uau a mãe do Castiel estava me convidando para um jantar quase familiar na casa dela? Isso é louco.

—Eu não... — ia negar pois minha situação com Castiel estava realmente péssima, e eu não queria arriscar que ele deixasse de aproveitar esse momento com sua família por não querer ficar perto de mim, mas, o Blancherd nem me deixou fazer isso, pois surgiu do nada e me interrompeu.

—Ela vai adorar mãe, Lynn é ótima em escolher vinhos, ela pode levar um. — arregalo os olhos quando ele aceita por mim, e Valérie sorri em concordância.

—Combinado então, era só isso que queria fazer aqui, agora que meu filho já sabe sobre o jantar e também indiretamente já se comprometeu a ir, posso resolver minhas coisas. — ela comunica antes de surpreender Castiel com um beijo e nos deixar a sós.

—Por quê? — é a pergunta mais rápida que posso fazer.

—Um dia, eu te disse que me importava com você, isso não mudou desde nossa última conversa...E te conhecendo como acho que conheço sei que iria passar a ação de graças sozinha, não vou que isso aconteça.


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Notas finais do capítulo

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