Uma Adorável Mulher. escrita por Maria Vitoria Mikaelson


Capítulo 18
Capítulo 18 - Castiel E Lynn.


Notas iniciais do capítulo

Ei! Sei que sumi, mas, é que precisava finalizar umas fanfics minhas antes de voltar!
Já deixo vocês com dois avisos; Esse capítulo será mais curto do que o de costume, porque ele só vai ser um capítulo de ligação, as coisas acontecem nele para serem resolvidas bem mais para frente!

Vocês sabem que volta e meia gosto de focar nos casos que a Lynn resolve aqui, e já adianto para vocês que o último caso que ela irá cuidar na fanfic é realmente surpreendente e já adianto que a Lynn será capaz de tudo mesmo para ganhar.

Ah, pretendo lançar uma nova fanfic de amor doce, mas, isso só se vocês se interessarem por ela ao ver o trailer e comentarem aqui se gostaram! Vou deixar o linki dele nas notas finais.

Boa Leitura!



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2 dias depois.

Ponto de vista: Lynn Gilbert.

           Estava há horas trancada naquela sala, enviando Email-s e nada deles serem respondidos da forma que eu queria. Tudo bem, determinação sempre foi meu forte, é só continuar tentando, uma hora conseguirei.  O ambiente se encontrava silencioso, a única coisa realmente ouvida, eram meus suspiros que volta e meia apareciam. Me aliviei um pouco, desde o caos de dois dias atrás, ninguém me deixava sozinha para organizar minha mente, Lysandre era o primeiro que achava que se isso acontecesse, eu iria desabafar. Bem, eu talvez fosse, mas, estava preparada para voltar a mim, rápido, assim como quando deixei de ser eu.

                        Tudo estava conflitando dentro de mim; O término com Kentin, o rompimento com Liam, e minha demissão do lugar que era mais minha casa do que meu próprio apartamento. Até agora não surtei do jeito que deveria, acho que desde já estou juntando as coisas, e quando elas explodirem o estrago vai ser grande.Dessa vez, espero não levar ninguém comigo. Preciso enfrentar isso sozinha. Como sempre. Não para mostrar que sou forte ou algo assim, mas, por saber que aquela briga e aquela superação eram só minhas.

         Conferi meu celular, e quando vi que haviam algumas mensagens de Florence não lidas, o deixei de lado novamente.  Sozinha. Tenho que me resolver sozinha.

—Tudo bem? Trouxe isso para você, ninguém quer que vá para o hospital de novo. — ouvi o tom estranhamente atencioso de Castiel, vindo da porta de entrada da sala de reuniões da gravadora, e me virei, encarando a imagem que se encaixava perfeitamente a voz. O mesmo carregava duas caixinhas de comida mexicana e vinha até mim devagar.

         Por que eu ainda estou aqui, sendo que não sou mais uma advogada do escritório Gilbert? Eu não sei, e me assustava achar que talvez,  aquilo  já havia deixado de ser  sobre meu trabalho, agora eram sobre meus sentimentos.

—Obrigada. — agradeci rapidamente, pegando uma das caixinhas que ele deixou sob a mesa. O mesmo se sentou de frente para mim, e começou a comer seu almoço. Eu seria boba se não percebesse que nesses dois dias, Castiel está estranho, parece hesitante comigo, algo está o incomodando, mas, ele não se deu ao trabalho de me contar. Para ser sincera, não pretendo exigir essa informação dele, não quando eu também escondo várias verdades de todo mundo, sobre mim e o que eu sinto.

 —Então,  o que está fazendo? — puxa assunto, e eu mordo os lábios, pensando no quão melhor seria se ele se afastasse de mim, em vez de querer se aproximar nesse momento. Seria mais fácil.

—Ahn...Enviando meu curriculum para todos os escritórios respeitáveis de New York...Mas, adivinhe; Ninguém me quer. — por fim, decido lhe contar minha frustração, de qualquer forma.

—Por que? Liam está manipulando eles, para que você não seja aceita? — a forma como ele perguntou aquilo de um jeito quase furioso, fez com que eu franzisse as sobrancelhas.

—Não! Quer dizer...Surpreendentemente não...Eles não me querem, porque conhecem  e não concordam com meus métodos. — lhe explico, antes de revirar os olhos.

—Seus métodos? — repete, querendo entender isso.

—Qual é! Castiel, você sabe do que estou falando...Eu ganho casos, e na maioria das vezes sou justa...Mas, eu passo por cima de coisas que volta e meia não podem ser ignoradas...Eu sou uma brilhante advogada, mas, como pessoa...Não sou a melhor delas. — admito, vendo como isso pode me prejudicar agora.

             Castiel desistiu da comida, e me olhou de forma longa, antes de suspirar.

—Eu sei que você é assim, e aprendi a entender essa parte de você...Porque, você quase sempre não tem limites para resolver seus casos, mas, no meio entre o certo e o errado você acha um caminho, e nele, pune quem é realmente culpado. Se esses escritórios forem espertos, irão descobrir isso também. — o apoio dele naquele momento, é  estranhamente acolhedor.

—Bem, enquanto não arranjo um trabalho posso me contentar com sua gravadora. — brinco para cortar aquele clima estranho e ele sorri, mas, esse sorriso logo se desmancha, sendo substituído por uma expressão séria.

—Por que não me disse que terminou seu noivado? — ele me surpreende com aquela pergunta, de forma que o que faço é suspirar, a medida que me pergunto como ele descobriu.

—Porque, isso não importa. — essa é a resposta mais sincera que ele pode receber de mim. Castiel franze as sobrancelhas.

—Como assim não importa? Significa que... — não deixo que ele termine aquilo.

—Não significa nada. Eu terminei com o Kentin, sim. Mas, não foi por você, ou por aquele beijo, que não devia ter acontecido...Foi por mim, e até mesmo por ele...Porque, eu percebi que nenhum dos dois mereciam  um relacionamento que estava fadado ao fracasso continuasse. — digo aquilo com toda coragem que tenho.  — Ouça, você pode até dizer agora que não sente nada por mim, mas, sente, e eu sei disso, porque eu também sinto...É insano, é fora de controle... Eu não posso lidar com isso agora, Castiel, minha vida está fora dos eixos...Tudo mudou...Eu preciso de tempo, e espaço, para quem descobrir quem eu sou, quando não estou sendo controlada pelo meu pai...E isso, esse tempo e espaço, é principalmente longe de você. — admito para ele, que me ouve atentamente, e então me levanto. — Você tem um peso no passado, que eu não posso ajudar a carregar...Porque, eu também tenho o meu....Você está colocando suas expectativas na pessoa errada, se acha que eu posso consertar um coração partido, está errado...Eu sou a pessoa que os quebra.  — ele me olha, e  então dá um riso de escárnio.

—Entendi, Lindsay, sou confusão demais para você... — simplesmente me dá as costas e anda rumo a saída quando diz isso.

—Não....Eu é que sou confusão demais para você, Castiel. — digo, mesmo sabendo que ele não está mais ali para ouvir.

[...]

              Está uma noite fria em New York,  e ela só fica mais gelada, se acrescentada ao fato de que estou sozinha nela. Na TV da sala, tento encontrar alguma distração, mas, filmes românticos que retratam famílias perfeitas, estão longe de me fazerem ficar melhor.

               Prestes a desistir dos filmes, ouço minha campainha tocando, o que pode significar duas coisas; O porteiro é um incompetente por não anunciar quem quer que fosse, ou que a pessoa do lado de fora, é conhecida o suficiente para pedir que não seja anunciada e ele atenda. Me levanto e vou até lá, esperando encontrar Florence quando abrir.

                     Não é ela. É Lysandre, e não está sozinho, o mesmo está acompanhado de uma garrafa de Bourbon que balança no ar. Dou um sorriso para ele, antes de revirar os olhos.

—Achou que eu te deixaria entrar só por que está me oferecendo algo alcoólico? Porque, se for isso, você estava certo. — debocho, logo que dou espaço para que ele entre e fecho a porta atrás de mim.

—Sou contra se embebedar para resolver os problemas,  mas, levando em conta como sua vida está agora, podemos abrir uma exceção. — me diz sorrindo, antes de me entregar a garrafa. Puxo um cobertor que eu usava, antes dele chegar do sofá e logo o convido para irmos para a varanda do meu apartamento, podemos até congelar lá, mas, a vista de Manhattan é deslumbrante.

     Nos acomodamos em um pequeno sofá que eu coloquei perto das grades de proteção, e observamos o céu escuro, dividindo aquele cobertor e uma garrafa de Bourbon.

—Antes que me pergunte como estou, já adianto a resposta; Eu não sei.  Tem sido tão estranho, não é minha vida...Não sei com me acostumar a um contexto em que aparentemente estou livre. — faço meu desabafo, antes de tomar um gole da bebida. Era bom saber, que de alguma forma recuperei Lys.

—Isso ainda é sobre o Liam, ou é sobre seu coração? — é observador, e isso me incomoda, suspiro, e ele vê que para aquela pergunta não terá uma resposta. — O que há, entre você e o Castiel? Porque, obviamente há algo. — ele me conhece o suficiente para saber que essa eu responderia, com uma negativa rápida.

—Nada. Além de mim ajudando ele, a ser um profissional melhor. — é uma mentira em que nem eu mesma acredito. Lys arqueia uma sobrancelha.

—O que você sente por ele? — não poderia ser mais direto. Bebo mais um gole.

—Me sinto...Completamente atraída por ele...Quando estou com ele, sinto que ainda existe esperança para mim...É como se... — admito, mas, não consigo terminar.

—Como se ele fosse a pessoa certa? — tenta adivinhar.

—Como se as coisas não precisassem serem certas sempre. — é assim que me sinto. — Eu cometo erro com eles, sou uma estúpida, digo frases realmente odiosas, e...Não importa o que aconteça, ele continua vindo de volta para mim, e eu deu volta para ele.  — falo isso de maneira quase desesperada.

—Você tem medo, porque ele não está disposto a desistir de você...Como se fosse um sentimento para sempre... E você nunca teve nada parecido com isso. — de novo, ele tenta me decifrar.

—Não, eu tenho medo de que...Se eu for fundo, e ele note quem eu realmente sou, ele desista, eu não sei se aguentaria, porque de alguma forma, Castiel se tornou uma pessoa que eu me importo muito....Enfim, de alguma forma nem tem como eu ir fundo, ele não quer ir fundo com ninguém, na verdade, ele está tão preso ao passado, que prefere passar a vida de forma desapegada, trasando com uma mulher diferente a cada noite...Ele é o Castiel. — tento encontrar motivo para não aceitar o que sinto.

—E você é a Lynn. Deviam parar de pensar em quem são separados, e começarem a pensar em quem seriam juntos. — o conselho dele, me faz olhá-lo com surpresa. — O que? — questiona rindo.

—Quando se tornou tão sábio? — indago e ele ri.

—Bem, eu tenho uma irmã mais nova mal instruída, tenho treinado uns conselhos. — diz calmamente e isso me fez rir, não duvidando que ele tenha o feito mesmo.

—Eu o beijei. — revelo e ele não parece se surpreender. —Eu o beijei, e quando fiz isso, todos os sentimentos que nasceram em mim quando o conheci na situação mais louca do mundo se misturaram. Eu senti tudo por ele; Raiva, repulsa, frustração...Então, compreensão, admiração e até... — não termino de novo. — Era o que eu deveria ter dito hoje, mas, o que eu fiz, foi tentar culpá-lo por não haver uma chance de termos algo....E ele... — Lys aperta meu ombro.

—E ele? — me incentiva.

—Ele me deu as costas.  Eu acho que queria que ele dissesse que ia esperar por mim...Na verdade, eu acho que precisava. — revelo assustada.

—Okay, então peça para que ele faça isso. Tente. Por você. Por ele. E pelo que podem ter se forem corajosos. — quando Lysandre diz isso, lhe entrego a garrafa e saio do cobertor, me levantando rápido demais.

—Isso é louco, okay? Eu acabei um noivado, eu me demiti....Só estou confusa...Não...Não posso tomar decisões desse tipo agora. — me nego. — Eu vou...Pedir uma pizza...Me espere aqui. — preciso de cinco minutos sozinha, ele assente, como se dissesse que me entende.

               Atordoada vou até a cozinha e procuro na gaveta dos balcão da pia, os cartões da pizzaria predileta de Kentin. É um costume, que não pretendo abrir mão. Meu celular apita, em cima da bancada, e por fim, resolvo pegá-lo. Florence deixou uma mensagem de voz. Resolvo atendê-la apenas por desencargo de consciência.

Estou realmente preocupada por você!  Só não fui até sua casa ou até a gravadora porque quis te dar certo espaço, mas, preciso que me ligue para me dizer se está bem depois do término com o Kentin...Todos estamos preocupados, até seu cliente esquentadinho se importa, ele veio tirar satisfações com o Liam e tudo...Só...Me ligue. —  arregalo os olhos quando ouço aquilo. Então...Castiel foi até o Liam. Por mim.

              Penso na conversa com Lysandre. Penso no próprio Castiel. Penso em mim.  Reviro os olhos diante de minha própria decisão.

—Eu preciso ir a um lugar. — grito para meu irmão, antes de correr até o cabideiro da sala e pegar meu sobre-tudo, indo rumo a um provável futuro surpreendente.

[...]

        Me sinto sufocada naquele elevador, mas, sei que é mais pelo que estou prestes a fazer do que pelo ambiente em si. Fito de canto do olho, a garota que finaliza sua maquiagem, olhando fixamente no espelho de seu pó compacto e suspiro. Ela me ouve fazendo isso, e se vira para mim, de modo que seus cabelos loiros oxigenados balançam no ar de um jeito exagerado.

—Você parece nervosa. Precisa de ajuda? — indaga e eu me pergunto em que momento me tornei tão fácil de ler.

—Não...Não de uma desconhecida. — me nego zombando e nem me preocupo em ser educada.

—Você soou meio julgadora. — nota, arqueando uma sobrancelha.

—Julgadora? Longe de mim, não sou a juíza nunca. — devolvo.

—Está falando de mim como se me conhecesse. — acusa e eu reviro os olhos.

—Só sou observadora, a bolsa de marca caríssima? É falsa, o batom no tom mais escuro que consegue? Um atrativo. A roupa curtíssima? É um convite. Então, não, não quero  sua ajuda...Porque a ajuda que preciso agora é um tanto romântica, e você não se encaixa no tipo que dá conselhos sobre isso. — minha sinceridade a faz revirar os olhos.

—Está me chamando de garota de programa? — está quase incrédula.

—Olhe em volta, estamos em Manhattan, eu te chamaria de esperta. Sexo vai muito além de prazer para você. — comento quase risonha.

—Você me conhece. — por fim nota.

—Festa do senador, ano passado...Peguei vocês dois transando no lavabo da casa dele...Foi...Patético... — nós duas rimos dessa lembrança.

—Você é a advogada, Gilbert. — me reconhece.

—Por favor não me diz que transou com o Liam. — peço e ela ri ainda mais.

—Não sou mesmo uma garota de programa...Tive um casinho com o senador, ele me deu alguns presentes só isso. — não sei porque, mas, tenta me garantir disso.

—E hoje? Qual o político da vez? — pergunto com zombaria.

—Nenhum. Está acontecendo uma festinha aqui, minhas amigas estão e me convidaram, as coisas estão bem loucas lá. — me comunica e eu suspiro, olhando para o painel do elevador.

—Deixe-me adivinhar...É na cobertura do Castiel Blancherd? — indago, olhando para ela quase decepcionada.

—É! Minhas amigas falaram que ele é demais. Você o conhece? — parece curiosa.

—Não! Mas, eu conheço sua fama...E conheço pessoas que acreditavam que podia ser diferente dessa vez. — logo que digo aquilo, aperto um dos botões repetidamente para que o elevador pare onde quer que seja. Isso sob o olhar questionador da loira que não me importo em recordar o nome.

          Quando já estou fora, dou um jeito de me encostar em uma das paredes do corredor, enquanto arfo, abafando um choro que sem minha permissão quer surgir. Lysandre estava errado. Castiel ainda é o Castiel. Eu ainda sou eu. Ele não esperou por mim. Ele não esperaria por mim. Não tinha como sermos um “Nós” ou pessoas diferentes juntas. 

        Movi minha mão dentro do bolso do meu sobretudo e tirei meu celular de lá. A escolha que fiz a seguir também foi imprevisível e dessa eu esperava não me arrepender. Disquei o número de uma pessoa que eu não achava que procuraria novamente.

Alô? — a voz rouca e marcante falou aquilo com curiosidade.

Steve? Hey, é a Lynn...Não nos falamos faz tempo. — quando ele reconhece minha voz, dou tempo a ele para entender a situação.

Uau, não esperava nunca uma ligação sua...Como você vai? Soube que está noiva. —  reviro os olhos pela tentativa dele de ser cordial.

Na verdade, eu estou solteira agora, há menos de uma semana se quer saber...E estive refletindo, e descobri uma coisa interessante; Eu sinto sua falta...Do que costumávamos ter...Você entende o que eu quero, e o que não posso compartilhar... — sei que estou fazendo isso como uma vingança adolescente, mas, só continuo.

Lynn, eu não acho que seu pai iria gostar de saber que está me ligando. — conta hesitante.

Você não é mais um pupílo dele, Steve...Eu não sou mais a adolescente nerd que namorava Nathaniel Dilaurentis e que rejeitou se casar com ele quando ele pediu...E eu não ligo mais para o que Liam gosta ou não. Eu ligo para o que eu gosto. E eu gosto do que tínhamos, talvez, eu precise de uma noite daquilo novamente, para descobrir...Se ainda sou aquela garota. — meu desabafo o faz suspirar.

Okay, tem um lugar que eu gostaria de te levar...E Lynn...Não acho de verdade que devamos fazer isso...Eu te amo, você sabe disso. — dou um sorriso de lado.

Sim. Eu sei. É exatamente por isso que você quer fazer, e é exatamente por isso que eu sempre irei usar esse sentimento para te manipular. —  ainda sou eu quando pronuncio isso.


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Notas finais do capítulo

https://www.youtube.com/watch?v=BUAphCDMXx8
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