Uma Adorável Mulher. escrita por Maria Vitoria Mikaelson


Capítulo 15
Capítulo 15 - Conhecendo.


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, voltei com mais um capítulo, e estou animada para falar para vocês um pouco sobre os capítulos que estou escrevendo para a fanfic; Ontem acabei de escrever a cena da mesa kkkkk. Quem entendeu a referência, pode se alegrar!

*Ah, talvez no próximo, podemos ter Castiel e Liam juntos e uma conversa reveladora.

Boa Leitura!



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Ponto de vista: Lynn Gilbert.

Fitei Castiel de rabo de olho, sentado naquele sofá de forma despojada, com uma colher de sorvete na boca, enquanto assistia um filme chato que passava na TV. Lambi minha própria colher, e me acomodei melhor na ponta do sofá, que eu respectivamente dividia com ele, na sala da minha casa. Como acabamos nessa situação? Sinceramente, eu não sei. Só sei que Nathaniel cruelmente prescreveu, que eu tinha que ficar ao menos dois dias em casa  e desde então, estou aqui trancada, sendo vistoriada tanto por Flore, quanto por Castiel.

                 Parei de me perguntar, a razão do Blancherd, querer aparentemente cuidar de mim, e apenas digeri o fato de que ele aceitou meu pedido de desculpas há dois dias. Pedido esse, que eu necessitava fazer. Já que algo em mim, simplesmente apontou o quão errada eu fui naquilo, e uma força superior me fez admitir isso a Castiel.

                 Agora, cá estávamos nós, dividindo um espaço, um pote de sorvete, um sofá e um silêncio quase dramático. Para ele, aquela situação não parecia soar tão absurda quanto era para mim. Digo, estávamos agindo como amigos de longa data, e eu nem ao menos sabia se eramos amigos.

                   De qualquer forma, até aquele silêncio, era diferente do que o que eu tinha com Kentin. Era quase pertubardor, porque, mesmo sem entender o motivo, eu gostava de falar com Castiel, gostava de como a voz dele se eleva a cada dez segundos para mim, quando digo algo impulsivo, ou então quando ele a baixa, para fazer alguma ameaça vazia. O jeito como eu notava isso, e gostava desses detalhes é sádico.

               De repente, ele se virou e me pegou no flagra, umedeci os lábios o encarando, e senti o gosto da calda de chocolate em minha língua. Fingi que não notei, mas, eu claramente vi quando Castiel apertou a almofada próxima a ele, como se quisesse se controlar. Quis sorrir, ao entender que de alguma forma, minha ação o excitou, só que me contive, afinal ninguém aqui quer confundir as coisas.

—Sabe...Você nunca fala sobre a sua mãe. — acho que ele disse aquilo, somente para puxar assunto e conseguir ignorar as sensações que seu corpo sentia, só que ele escolheu um péssimo assunto. Um que eu não costumava falar com ninguém sobre.

—Talvez seja, porque, eu não tenho o que falar. — coloquei a colher sob a mesa de centro, e abracei meus joelhos, me posicionando de frente para Castiel. O mesmo também abandonou o pote em suas mãos, e passou a me olhar com curiosidade.

              Ainda não fazia sentido, ele ter deixado de aproveitar uma noitada em alguma boate qualquer, para se candidatar a me acompanhar nesse momento tedioso, digo, desde que atrapalhei sua última transa no dia que o pedi desculpas, ele deve estar na seca, e mesmo que pensar sobre essas coisas, em relação as garotas que ele fica me cause nojo, sei fazer a equação, e presumir fatos.

—Como era a relação de vocês quando moravam juntas? — insiste, querendo me desafiar, reviro os olhos e suspiro.

—Não havia especificamente uma relação...Sempre ficou claro, que minha mãe tinha preferência pelo Leigh e pelo Lysandre, e não, não estou bancando a filha ressentida, só afirmando o obvio...Eu e ela, não tínhamos nada em comum. — explico brincando com os meus próprios dedos.

—Eles brigavam muito, antes de se divorciarem? — questiona, me olhando com atenção.

  —Não. Eles não brigavam nunca, acho que esse foi o problema...Minha mãe não sabia impor o que queria, vivia reclamando do meu pai ser um milionário controlador, só que era hipócrita o suficiente, para falar isso, sem nem ao menos tentar voltar a viver seu sonho, de se formar em gastronomia...Ela se acomodou no dinheiro dele, até hoje, já que recebe uma generosa pensão do Liam...No fim, acho que meu pai notou, que em algum momento, o conforto valia mais a pena para ela, do que o amor que eles diziam sentir um pelo outro no começo. — dou minha opinião, e Castiel parece surpreso.

—Estranho, pela descrição que Lysandre faz de Aurora Campbell, ela parece uma mulher admirável. — comenta com as sobrancelhas franzidas, me fazendo rir com escárnio.

—Vou te dizer uma coisa, Castiel...Nós, os Gilbert somos feito de um material ruim, mas, os Campbell não são melhores que isso. Aurora, nem hesitou ao me deixar com meu pai, nem discutiu ou pareceu ligar, quando eu falei que não queria ficar com ela. — lhe conto sem a menor animação.

—Então não tem uma boa relação com a sua mãe, por que ela não foi o decidida o suficiente para lutar no casamento que tinha? Me desculpe, mas, nem todas as mulheres são do tipo Lindsay Gilbert, decididas, teimosas e firmes quando querem algo. — sua zombaria soa como um elogio.

—Esse é o ponto...Liam, é um babaca, não posso negar isso e sim, eu tenho vários defeitos...Mas, também tenho qualidades notáveis, e eu devo ele, Liam me preparou para vida, me fez forte, e quase implacável. Tudo que Aurora não é, eu me tornei, e eu gosto mais da pessoa que sou agora, do que a que seria se ela me moldasse.  — digo para ele convicta.

—Então, se viu que o casamento dos seus pais, era uma droga assim, por que quer casar ainda sim? — parecia confuso, preocupado e curioso. Lhe dou um sorriso de lado.

—Para mim, o casamento deveria ser um acordo a ser honrado para sempre. Sou advogada, e acredito que quando aquele contrato de união é assinado, é seu dever ir até o fim com isso...Quando eu conheci o Kentin, vi nele uma segunda chance de ter algo bom, e quero acreditar, que quando eu, assinar aquele papel, eu vou garantir que não vou ficar sozinha para sempre, e de alguma forma, as coisas vão dar certo para mim. — admito quase hesitante, e Castiel me olha sério, fazendo aparentemente uma avaliação em mim.

—Sabe o que eu acho? Que divórcios são normais e a melhor opção para quando as coisas não dão certo, digo, se por exemplo, eu e você, hipoteticamente é claro, nos casássemos, e então tivéssemos uma briga a cada cinco segundos, em algum ponto não iriamos aguentar mais, e teríamos que encerrar aquilo, com uma solução que não fosse a morte. — quando ele diz aquilo, começo a rir. — O que foi? — questiona, com uma sobrancelha arqueada.

—Acho que conseguiríamos nos resolver sem um divórcio. — ele me olha sem entender. — É o que vemos fazendo, desde que nos conhecemos, quando um de nós comete algum erro estúpido, o outro dá um jeito de relevar e seguir em frente...Somos teimosos, Castiel, e acho que nesse caso hipotético, isso é o que nos salvaria do fim. — lhe digo minha tese.

—Bem, mas, isso tudo, é realmente hipotético, tipo, eu e você casados...Argh...Eu casado...Argh.. — faz uma cara de nojo para ambas situações, mas, na primeira parece disfarçar um pouco.

—Então, casar nunca foi uma opção para você? — questiono curiosa e ele suspira.

—Um dia. Mas, as coisas mudaram, eu mudei. — fica claro, que ele, pode fugir dos assuntos, mas, eu não. Mesmo sendo injusto, resolvo deixar para lá, porque isso, fazia parte de um passado, que eu não tinha certeza se queria saber.  —Mas, sabe, o que sempre foi um desejo meu? Filhos. — ele me surpreende com aquela, tanto que dou um sorriso involuntariamente.

—Você? Pai? — quero rir disso.

—Qual é! Eu sempre me dei bem com crianças, e acho que seria legal, ir embora desse mundo, sabendo que ainda haverá uma parte viva de mim por ai. — era bonito de um jeito estranho.

—E como você imagina esse filho? — quero realmente saber.

—Um garoto, apaixonado por música, e sei lá, mesmo sem ter muita moral para isso, quero que ele me admire, e que me veja como um daqueles super-heróis. — olho intensamente para ele, depois de ouvir isso e o mesmo sorri para mim.

—Eu imagino o contrário, você tendo uma filha, uma garota bonita, que terá vários pretendentes e te enlouquecerá de ciumes, só para você pagar por todas as mulheres que você iludiu ao longo da vida. — faço essa previsão, e em resposta a isso, Castiel joga uma almofada contra mim. Gargalhando, a agarro no ar.

—Você é... — ele nem consegue explicar, e isso me faz rir ainda mais.

—Incrível? — arrisco, e ele revira os olhos. — Sabe, uma coisa que eu notei?... —começo, abordando algo que eu tenho ficado tamborilando sobre, desde que percebi.

—Tenho medo de perguntar, mas, ai vai: O que? — questiona sorrindo.

—Quando você foi ao hospital, ontem, para fazer aquele check-up comigo...Percebi que houve um clima estranho entre você e o meu médico...O que foi aquilo? — era verdade, que me dei conta daquilo logo de cara, não perguntei a Nathaniel, pois drama não pareceu aconselhável para mim naquele momento. E eu ainda, estava tentando racionar, sobre o fato do Castiel ter se oferecido para me acompanhar naquilo, depois de Florence ter praticamente me obrigado a ir.

              Castiel ri com escárnio.

—Eu fiquei com a irmã dele em uma festa, faz tempo...Ambre... Ele estava na ocasião, e não gostou desse fato, e além do mais, um cara é um babaca certinho, não gosto desse tipo de gente. — esclarece sem dar muito importância. — Imagine, a idiota que tem um relacionamento com ele, o que levaria de prazeroso? — debocha e eu me seguro para não rir.

—Não consigo imaginar prazer com ele. — deixo de fora, o fato de que  teve um momento, e que eu fui essa idiota. E bem, eu consegui mais que prazer, e conseguiria mais...Se não fosse do jeito que sou. — Quer saber? — indago me levantando. — Eu vou pegar um vinho tinto para nós, sorvete não vai aliviar meu tédio. — anuncio e Castiel se levanta também.

—Eu vou te dar dois argumentos para você não fazer isso; Primeiro: Não deve ser aconselhável tomar álcool, enquanto está sendo medicada. E segundo; Se você não se lembra, da última vez que bebeu comigo? Quase transou comigo no meu carro, não gostaria de saber o que seríamos capazes de fazer em um sofá...Ou talvez, gostaria. — suas palavras me fazem desviar os olhos. — Acho que deveria ir agora. — diz calmamente.

—Eu concordo. — assim o guio até a porta.

             Estamos em silêncio, quando eu a abro, e deixo que ele passe por ela. Do outro lado, Castiel me encara de um jeito fixo.

—Foi estranho, você falando sobre meu noivado comigo, como se fosse normal...Por um momento eu achei... — não consigo terminar, pois o que diria a seguir, seria errado. Eu queria dizer que achei que de alguma forma, ele tinha ciumes de Kentin, o que era ridículo.

—Acho que?... — espera que eu prossiga, e eu balanço a cabeça.

—Boa noite, Castiel. — desejo, e logo que ele assente, fecho a porta delicadamente.

           Não volto para a sala, apenas me encosto na superfície de madeira, agora atrás de mim, totalmente pensativa. Questionando-me onde me meti.

[...]

No dia seguinte...

         Afundo as mãos nos bolsos do meu sobretudo, a medida que, sentada em uma das mesas do Jade’s, observo a movimentação, das pessoas que entram e saem do estabelecimento. Sentia algo parecido com nervosismo, já que daqui alguns minutos, Kentin entraria por aquela porta de vidro, e teríamos que ter, finalmente a conversa que poderia ser nosso fim.

                    Eu já estava relativamente melhor; Mais corada, mais forte e claro, estava bem mais afiada do que nunca. Meus cabelos, como sempre, estavam ondulados perfeitamente, e minha roupa bem passada e clássica como de costume.  

              Checo o celular, e suspiro quando encontro uma mensagem de Lysandre, questionando se poderíamos jantar juntos hoje; É verdade, que desde que descobriu que eu passei mal, ele me manda algumas dessas apenas por precaução, o mesmo até foi me visitar no hospital e surpreendentemente, lhe tratei com calma.

               Não respondo, poderia fazer isso pessoalmente, quando fosse a gravadora hoje a tarde. Até lá decidiria se ir é ou não, uma boa ideia.

                   Quando larguei meu celular, ergui os olhos e encontrei um par de orbes verdes me encarando, Kentin me fitava sorrindo. Me levantei e fui até ele, de frente para o mesmo, fiz algo que o deixou surpreso; O abracei com toda força que tinha, apertando seu corpo contra mim.

—Eu senti sua falta. — Não, não foi por saudade que eu disse aquilo, foi por culpa. A mais pura dela.

—Okay, apesar disso soar estranho, dado o fato de que eu já fiz viagens mais longas e você nunca ter falado isso...Eu também senti sua falta. — ele nos separa um pouco e me presenteia com um selinho.

         Kentin me abraça pela cintura, e nos guia, até a mesa que eu estava. Sei que pode soar meio estranho tê-lo trazido para um lugar público, para termos essa conversa, só que, bem, isso nos impediria de perder a compostura.

—Então, novidades? —  questiona, sem olhar diretamente nos meus olhos, o mesmo pega o cardápio sob mesa e passa a folheá-lo distraidamente.

—Sim...Eu passei mal há alguns dias. — quando o comunico disso, ele larga o cardápio, e me olha preocupado, agarrando minhas mãos com temor.

—Flore não me disse nada sobre isso...O que aconteceu? Você está bem? — me avalia completamente e eu engulo a seco.

—Sim, foi só um mal estar realmente. Nem Liam sabe disso. — esclareço para acalma-lo e o mesmo suspira. — Agora me diz, como foi a viagem? Conseguiu resolver o caso? — puxo conversa, enquanto me mexo desconfortável.

—Sim...Bem, conseguimos provas realmente essenciais, e que nos levaram a um culpado que já estava bem obvio, só se tratou mesmo de uma confirmação, pedi um mandato para vasculhar a casa dele a procura de indícios, e quis participar da operação, o interessante é que... — Kentin desata a falar, logo que dou a deixa.

        Mordo os lábios, e sem que ele perceba, solto sua mão da minha. Olho ao redor, ofego e em seguida admito;

—Eu te trai. — solto logo de uma vez, e ele para de falar imediatamente. Com os olhos arregalados, e estático, Kentin me encara. — Não significou nada para mim, foi só um beijo e...Eu não senti nada além de culpa, e eu...Sei que foi completamente desleal com você...Mas...Não significou nada. Nada mesmo. — não ser qual era a pior parte daquilo, o ato em si, ou as mentiras que eu contava agora, para ele e para mim mesma.

—Você...Me traiu? — ele passa a mão por seu rosto, completamente pasmo. — Como você...? — não preciso que ele terminasse, para saber o que quer dizer.

—Foi em um bar, eu estava carente...E esse cara estava lá, foi casual, e tinha bebido...Foi só um beijo...Um beijo. — repito a última parte, como se ela fosse amenizar algo. Mentiras e mais mentiras.

—A gente vai casar, Lynn, a gente planeja um futuro juntos desde que esse namoro se tornou sério, e tudo o que eu sempre esperei de você foi lealdade...E você me diz agora que me traiu... — começa a falar atordoado.

—Olha, eu sei que cometi um erro, um erro terrível...E entendo, se de alguma forma, você querer dar um fim ao que temos por ele...Mas, não é o que eu quero, se você ainda se importar com isso...O que eu quero, é você e eu, e o nosso futuro juntos... — tento explicar.

—Eu...Não sei...Não sei o que dizer. — seus olhos verdes estão confusos.

—O que eu preciso que você diga, é que isso não vai acabar. —  peço.

                     Kentin está com os olhos marejados, prestes a dizer algo, mas, é impedido quando seu celular começa a tocar. Ele tira o celular do bolso e encara a tela.

—Eu preciso atender, é do escritório. — anuncia friamente, se levantando, assinto calmamente e deixou ele sair das minhas vistas.

                Abro minha bolsa, e tiro de lá a pequena caixa que contém a chave da casa que Liam me deu. A abro, e encontro a mesma. Aquela era minha jogada final, aquilo era o que Liam me instruiu a fazer, e aquele era o momento, que eu tinha que decidir se continuaria sendo somente um peão no jogo do meu pai, ou se merecia uma segunda chance de forma justa.

         Kentin apareceu de novo, e em questões de segundos a decisão foi tomada, eu simplesmente fechei a caixa, e a joguei de volta, de qualquer jeito na bolsa.

—Acho que precisamos conversar em outro lugar...Vamos para o meu apartamento. — ele anunciou e eu simplesmente concordei.

[...]

No dia seguinte.

         Um soco bem defendido, um chute interrompido e uma rasteira mal executada. É isso que tenho naquela manhã, enquanto tiro a poeira das minhas aulas de defesa pessoal. Ofegante, apoio as mãos em meus joelhos, para me alongar.

         Tinha realmente muito tempo que eu não fazia aquilo. Mas, hoje acordei com a sensação de que precisava fazer. Modéstia a parte, eu era ótima me defendendo e atirando, regalias e exigências de ser filha de Liam Gilbert. No dia que lhe contei que pretendia ser advogada, ele praticamente me obrigou a fazer essas aulas, dizendo que eu precisava aprender a me defender. No começo me rebelei contra essa ordem, mas, logo depois, comecei a gostar disso; Principalmente da parte de aprender a controlar meu corpo.

—Lynn, você sempre foi uma das minhas melhores alunas, a mais focada e controlada, e nesse momento, parece que você só está usando a raiva para lutar. —Dake, meu treinador comenta, enquanto ajusta as ataduras das minhas mãos. Reviro os olhos.

       Não tinha como não estar com raiva nesse momento. Estava com raiva de mim mesma, eu só conseguia me lembrar da conversa que tive no apartamento de Kentin, com ele, na qual o mesmo disse me perdoar, mas, na qual também, ficou claro que aquele perdão era mais falso do que eu dizendo que sou uma boa irmã.

                Ele estava irado comigo, e nem se dava ao trabalho de admitir.

—Estou sem controle, é o que acontece quando você entra em um caso de Castiel Blancherd. — lhe comunico, logo que tento lhe acertar novamente com um soco e o mesmo se esquiva.

—O que? Sente que vai perder? — zomba de mim, pois sabe, que eu tenho a fama de nunca deixar isso acontecer.

          Tento chutá-lo, mas, ele agarra minha perna com brutalidade. Quando solto uma tosse forçada, ele me larga, e eu suspiro.

—O fato é que dessa vez...Eu sinto que...Estou disposta a perder. — admito seriamente, e é nesse momento que Dake chuta minhas canelas, e eu caio para trás com brutalidade, logo gemo de dor, com o impacto em minhas costas.

—Droga, Dake...Eu já visitei o hospital essa semana, sabia? — questiono retirando alguns fios de cabelo da frente do meu rosto.

—Se ainda estivesse fraca, não teria vindo. — debocha, sorrindo de um modo irritante.

—Deixa que eu cuido dela. — Kentin chega e diz aquilo com uma voz séria. Droga! É claro que ele estaria aqui, ele frequenta essa academia de luta bem mais do que eu, digamos que há um motivo para ele ter aquele tanquinho.

               Dake se afasta, e meu noivo me oferece sua mão, aceito e em questão de segundos já estou em pé, meio encolhida de dor, mas, em pé.

—Já vou avisando, se isso for uma tentativa de me agredir por te trair, tenho uma ótima advogada. — aviso com escárnio, e ele simplesmente se posiciona para lutar.

                  Não faço nada, fico parada, olhando para ele, irritada, e quando ele nota isso, revira os olhos, e me encara de volta.

—Não vou fazer isso, temos que discutir sobre o que você está sentindo, não quero ser como meu pai e minha mãe...Não quero ter o tipo de relacionamento desgastante, em que ambos jogam as sujeiras por debaixo do tapete e elas ficam lá até que haja uma situação, em que um dos dois usará ela contra o outro.  Eu preciso que me diga como se sente. De verdade. — quase grito aquilo.

—Como eu me sinto? Insuficiente, Lynn. Porque, você foi procurar em outro, algo que eu não estava te dando...E o pior é que eu nem sei o que é. — devolve no mesmo tom.

—O que você está falando? Tudo o que eu preciso, é você. — afirmo forçando um sorriso.

—Eu? Você só precisa de uma garantia, uma garantia estúpida de que alguém te quer. — engulo a seco com aquelas palavras.  — Eu sou isso para você, não é? Um futuro confortável. — aquele seria o momento, em que eu me calaria, para não piorar a situação, o caso é que eu precisava falar.

—E para você? O que eu significo, além de um troféu para ser exposto? Um jeito de provar para as pessoas que você não é o idiota que todos acham que é. Você precisa de mim, porque, eu sou uma Gilbert. Eu sou a imagem perfeita de uma realização pessoa ideal que todo homem quer . — Kentin arregala os olhos para minhas palavras.

—Eu preciso de você, porque eu te amo, não para provar nada a alguém. — começo a rir pelas aquelas palavras.

—Ama? Faça-me um favor, você nem me conhece, não enxerga o obvio; Não vê o quão egoísta, manipuladora e jogadora eu sou, Kentin, ou até vê, mas, finge que não...O fato é que você ainda não percebeu a melhor parte sobre mim. — anuncio, chegando mais perto dele e o encarando. — Eu não ultrapasso os limites...Eu simplesmente não os tenho... E você não é uma exceção para isso.— lhe conto.

—Me diz, Lynn, quando você decidiu que não me queria mais? — ele nota que eu já havia decidido aquilo faz tempo, só quis dar uma segunda chance a nós.

—Quando Liam disse que eu precisava de você.  — admito. — Eu não preciso. Eu não quero docinhos, damas de honras, discursos ensaiados e uma casa com jardim...Eu não quero você, Kentin... Não agora. — sinto muito sobre aquilo.

—Então; Acabou? — questiona sem me olhar nos olhos.

—Acabou. — confirmo.


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Notas finais do capítulo

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