Page 23 escrita por JM


Capítulo 8
VIII - I love you


Notas iniciais do capítulo

Oii oii pessoas!
Capitulo fresquinho pra vocês! um pouco curto, mas recheado de fortes emoções!
Espero que gostem!
Obrigaaada a Cath Locksley Mills pelo comentario no capitulo anterior!
Booa leitura a todos!



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O por do sol chegou e foi embora. A noite chegou e cobriu tudo com suas sombras, tingindo de negro o verde das arvores e o azul do céu, que não tinha nem mesmo o brilho das estrelas para ilumina-lo naquela noite.

Tudo isso aconteceu e Robin continuou no mesmo lugar, sentado em um toco de arvore a espera de alguém que não apareceu como havia prometido. No inicio ele pensara que ela estava apenas atrasada, mas as horas passaram e não a trouxeram para junto dele.

Agora, sua mente estava tumultuada de perguntas. O que teria acontecido? Porque ela não viera? Teria desistido deles ou será que algo grave tinha acontecido? Enquanto as perguntas borbulhavam em sua mente, as vozes de seus amigos, a voz dela, voltaram a sua mente em uma torrente descontrolada de palavras.

“Já parou para pensar que ela pode estar te usando apenas para se divertir?” aquela era sua prima Marian, que não gostara de Regina desde o primeiro momento, enciumada com o envolvimento amoroso do primo. “ela é uma princesa. O que te faz pensar que vai largar tudo para viver com um ladrão feito você?” agora era João Pequeno quem plantava dúvidas em sua mente. “Dê uma chance a vocês Robin. Da pra ver que o que vocês têm é verdadeiro.” Will, o único que apoiara sua história com Regina desde o inicio, desde o dia em que eles haviam se encontrado na taverna. E por fim, a voz da própria morena, invadindo sua mente como se ela estivesse ali, ao lado dele. “(....) não vou suportar ver dúvidas em seus olhos, porque o que sinto por você é real. É a única coisa real e verdadeira que sobrou em mim.”.

Aquela frase, as palavras de Regina, giraram e giraram na mente do loiro, que lutava para decidir o que iria fazer, no que iria acreditar. Qual era a resposta certa? Regina se cansara da brincadeira e simplesmente decidira ficar em casa? Ou o que ela sentia era realmente real, e algo havia acontecido para impedir sua vinda ao compromisso marcado? Por mais que tentasse, Robin simplesmente não conseguia descobrir qual era a verdade, ao menos não sozinho.

O sentimento que nutria pela morena gritava dentro do coração dela, insistindo, implorando para que ele fosse atrás dela, para que não desistisse de tudo antes de descobrir o que realmente tinha acontecido. O medo se inflava por suas veias, um medo que se transformava em desespero à medida que a mente dele pensava em um sem número de possibilidades para explicar a ausência dela, cada uma mais mirabolante e improvável que a outra.

Por fim, após alguns intermináveis de perguntas sem resposta, depois de horas de espera infrutífera, ele se levantou do toco de arvore que lhe servira de acento até aquele momento, decidido a resolver o mistério que lhe atormentava a mente e o coração. Chegara a hora de encontrar respostas, e era exatamente isso que iria fazer, procurar por elas direto da fonte.

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As lágrimas, já tão conhecidas e rotineiras, continuavam a rolar pelos olhos de Regina, que não se esforçava mais para limpa-las ou esconde-las. Simplesmente permitia que caíssem, que manchassem seu rosto, cortando-o de um lado a outro como marcas a ferro. Eram a mostra de seu sofrimento, sua tristeza estampada para que qualquer um que quisesse pudesse ver.

Ela sentia seu coração pesado, desconfortável, como se o lugar em que estava alojado fosse de repente demasiado pequeno para conte-lo. A dor e a desesperança se instalavam nela para ali permanecer, e ela se deixou levar como um bote a deriva em um mar aberto.

Sentia-se cansada. Simplesmente não aguentava mais aquela tristeza que a oprimia. A ilusão de felicidade se desfez em uma nuvem de fumaça toxica, que a impedia de respirar direito. Estava sufocando. Tinha vontade de gritar que o que vira no espelho era mentira, que Rumplestilskin só havia lhe mostrado aquilo pelo prazer de lhe ver sofrer, mas no fundo sabia que não se tratava de algo assim, então permanecia em silencio, encolhida feito um animal acuado no canto de seu quarto enorme e vazio.

Como pudera se enganar tanto com alguém? Como pudera se enganar consigo mesma? O que a fizera pensar que a vida lhe daria uma nova chance de ser feliz, de viver um amor, quando aquilo era claramente algo impossível?

Estava com raiva. Raiva de Robin, por tê-la iludido, por tê-la feito acreditar que o amor era realmente possível. Raiva por ter se apaixonado por ele, por ter entregado seu coração e agora vê-lo sangrar, despedaçado pela tristeza.  Tinha raiva de Tinker Bell, por que tudo aquilo acontecera porque a fada verde a tinha feito acreditar que Robin era sua alma gêmea, que eles estavam destinados um ao outro.

Acima de todos estes motivos, entretanto, sua raiva era de si mesma, por ainda amar Robin com todas as suas forças, com todos os pedaços de seu coração, mesmo sabendo que ele a traíra com a sonsa da priminha.

Por mais que sua mente gritasse que ela estava se iludindo, que ele não gostava dela de verdade, que tudo não passara de um jogo, de pura diversão, seu coração insistia em dizer o contrario. Toda vez que fechava os olhos, era o profundo azul dos olhos dele que ela via.

Mesmo que aquele fosse um pensamento irracional e maluco, além de altamente improvável, o que ela mais queria naquele momento, era que a figura do loiro irrompesse pela porta de seu quarto. Que ele dissesse que nada daquilo acontecera de verdade, que a amava e não iria desistir dela. - Que coisa mais ridícula para se pensar Regina. Ele não vir atrás de você, não se importa. Acho até que ficou feliz de você não ter aparecido.  – pensou com amargura. Ela não precisava de mais ilusões, sua vida já estava cheia delas no final das contas.

Em algum momento de todas aquelas lágrimas, de toda aquela tristeza e do cansaço que a dominavam, a morena encostou a cabeça na parede fria de seu quarto, fechando os olhos e desejando do fundo de seu coração que nada daquilo fosse real, implorando para que aquele dia horrível nunca tivesse acontecido, embora soubesse perfeitamente bem que seus desejos não iriam se realizar e ela continuaria ali, perdida em sua decepção.

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Foi difícil conseguir passar pela guarda do palácio, mas não tão difícil assim. Ele era um ladrão, estava acostumado com situações difíceis, então tudo que precisou fazer foi se concentrar para passar despercebido.

Quando já estava lá dentro, outro problema, ligeiramente mais complicado, tomou conta de sua mente. Aquele lugar era enorme. Deviam haver centenas de quartos. Como ele iria saber qual era o de Regina?

Surpreendentemente, aquela se mostrou uma descoberta simples de ser feita. Com uma primeira volta ao redor do castelo, Robin se deparou com uma sacada grande, banhada pela luz das velas dentro do quarto. Não tinha como ter certeza de que aquele era o quarto dela, mas decidiu arriscar. Se aquele não fosse o quarto certo, pelo menos poderia procurar do lado de dentro do palácio, e não girando por sua fachada.

Quando chegou a sacada, deparou-se com um quarto de mulher, com uma cama enorme, um espelho de corpo inteiro, armários e uma penteadeira. Em um primeiro olhar ele não encontrou a morena, começando a se decepcionar por pensar que aquele poderia ser o quarto errado, mas então seus olhos a encontraram.

Estava caída no chão, parecendo adormecida. Mesmo a luz fraca das velas, ele pode ver o quanto ela parecia cansada. Estava pálida, o rosto cortado pelas lágrimas. Ao vê-la daquele jeito, parecendo tão frágil, o coração dele se apertou em aflição. O que teria acontecido para deixar Regina daquele jeito? Será que ela estava doente, ou fora descoberta e impedida de sair?

O loiro se aproximou devagar, com medo de desperta-la antes de chegar até onde ela estava. Quando finalmente completou a pequena travessia, ajoelhou-se ao lado da morena e levou sua mão ao rosto dela, acariciando-a com extrema delicadeza.

Agora que estava ali, ao lado dela, tudo tinha se apagado de sua mente. Todas as desconfianças, todos os medos, tudo que o levara até ali foi esquecido, substituído pela imagem dela. Estava preocupado. Queria saber o que ela tinha, se estava bem, se tinha algo de errado. Sem aguentar mais de ansiedade para falar com ela, ele chamou seu nome, esperando que fosse suficiente para acorda-la. – Regina! Regina!

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Ela abriu os olhos lentamente, levando alguns segundos para conseguir entender que estava sentada no chão frio de seu quarto, onde havia passado boa parte das ultimas horas, chorando e sofrendo pela traição que vira no espelho.

Quando virou a cabeça, se deparou com o rosto de Robin próximo ao dela, uma expressão de preocupação em seu rosto. Seus olhos encontraram o azul dos olhos dele, e por uma fração de segundo ela se perdeu naqueles magníficos oceanos, fazendo-a se esquecer de tudo que tinha acontecido naquela tarde, de tudo que ela havia visto.

Mas então o momento passou, e toda a dor, a mágoa e a decepção que ela estava sentindo retornaram com força total. Ela estava confusa. Não sabia o que pensar de toda aquela situação. Estava com raiva de Robin, pelo que ela acreditava que ele tinha feito, mas não podia negar que seu coração pulara de alegria quando acordara e o vira ali, ao seu lado.

— Robin? Mas o que....? – Regina se interrompeu, sem conseguir continuar a falar. Tinha vontade de gritar com ele, de confronta-lo, dizer que ele a havia traído, que apenas a usara como um brinquedo sem valor, que nunc a amara de verdade, mas simplesmente não conseguia fazer com que as palavras saíssem de sua boca. Se tudo que ela pensava era realmente a verdade, porque ele estaria ali então? Porque teria se dado o trabalho de aparecer no quarto dela se não se importasse?

Regina não esperou pela resposta dele. De certa forma estava com medo do que ele tinha a dizer. Agiu por puro impulso, e se levantou do chão, andando alguns metros para longe do loiro, ainda sem saber o que fazer ou como agir. Não conseguia mais olha-lo nos olhos. Toda vez que fazia isso, a imagem que vira o espelho voltava a sua mente, e ela sentia uma onda de dor a invadir, fazendo seu coração se encolher no peito.

Diante da súbita reação da morena, Robin se levantou também, sem entender o que estava acontecendo. Por que ela se afastara dele daquela maneira? Porque tudo que ele via quando olhava no castanho dos olhos dela era dor e decepção, em substituição ao amor profundo que antes os habitava?

— Regina? Você está bem? O que está acontecendo? Fala comigo, por favor. – tentou o loiro, desesperado para entender o que estava havendo com eles, para descobrir o que havia mudado.

As palavras dele soavam como se ele não fizesse a menor ideia do que estava acontecendo, como se realmente não soubesse o motivo que a deixara tão transtornada, e por u momento, Regina teve vontade de rir da situação. Será que ele realmente não fazia ideia de que tinha sido visto com a prima? Ou estava apenas querendo parecer desinformado, como se não tivesse feito nada de errado?

Fosse qual fosse à situação, ela estava cansada daquela encenação toda. Estava cansada daquele silencio torturante e confuso. Só queria que ele fosse embora, que a deixasse sozinha com sua dor, e foi exatamente isso que pediu para ele, em um tom de voz baixo e tremulo que ela lutou para que não deixasse transparecer os soluços que a assaltavam naquele momento. – Vá embora Robin. Chega de fingimento, eu não aguento mais. Só...vá embora.

Robin ouviu as palavras dela, mas não conseguiu compreende-las. Fingimento? Do que ela estava falando? Nunca fingira nada pra ela. Pelo contrario, Regina era a pessoa com quem ele era mais sincero, com quem conseguia se abrir por completo. Porque ela o estava acusando de estar fingindo? Porque queria que ele fosse embora?

— O que? Como assim ir embora? Regina, o que está acontecendo? – perguntou confuso. Por que ela o estava tratando daquela forma? Porque ele tinha a impressão de que ela estava chateada, magoada com alguma coisa?

— Você não faz ideia mesmo não é? – ela começou a responder, as voz parecendo inexpressiva, como se de repente ela perdesse as forças, cansasse de mostrar sua tristeza, sua decepção. – O que? Você achou que eu nunca iria descobrir que quando não estava comigo você tinha uma relação bem mais intima que a simples amizade com a sua querida priminha?

Ao invés de esclarecerem, as palavras de Regina só serviram para que Robin ficar ainda mais confuso. Envolvimento com Marian? Mas do que é que Regina estava falando afinal? Ele não tinha nada com Marian, nunca teve. Tudo que sentia pela prima era afeto, carinho, mas nunca passara disso.

— Regina, eu não estou entendendo. Não tenho nada com Marian. Nunca tive. Ela é só minha prima, minha amiga, nada além disso. De onde você tirou que tenho algo com ela? – o loiro voltou a questionar, tentando entender de onde aquela desconfiança toda havia surgido.

— Para Robin! Chega de mentiras, chega de tentar me enganar. Ninguém me contou nada, e eu também não estou inventando. Eu vi Robin. Vi você com ela nos braços. Os dois rindo de alguma coisa...pareciam tão a vontade, tão felizes. E quer saber? Por mim você pode voltar para ela. A tonta da história fui eu não é? Eu que me iludi, achando que realmente tínhamos algo especial, quando claramente não foi isso que aconteceu. – as palavras saíram em uma torrente desenfreada, ela mal parou para respirar.

Estava desesperada para que aquela discussão acabasse, para que tudo terminasse de uma vez. Não aguentava olhar para Robin. Não aguentava ver a nuvem de tormenta que pesava em seus olhos azuis. Não suportava perceber que eles não a pertenciam como havia imaginado.

— Droga Regina, eu não sei o que você viu, mas eu não tenho nada com a Marian. Nunca tive nada com ela, eu...- ela parou de falar, não sabia o que dizer para fazer com que ela acreditasse nele. Nunca tivera nada com Marian, mas não sabia o que Regina tinha visto para que acreditasse naquele absurdo...estava perdido. Desesperado para fazer alguma coisa, algo que fizesse Regina ver que dizia a verdade, mas simplesmente não sabia o que.

— Você o que Robin? O que tem para me dizer? Que não tem nada com ela? Que eu é que estou vendo coisas onde não existem? Acho que seria melhor se você nos poupasse de coisas como essa. Nós dois sabemos que você me traiu. Seja ao menos sincero, assuma o que fez. – falou Regina, virando-se para encarar Robin, encontrando na falta de palavras do loiro a confissão final de que ele realmente a enganara.

Quando Regina se virou para ele, Robin viu o estado de desolação no qual ela se encontrava. Sua face estava cortada pelas lágrimas que continuavam a cair, e tudo que havia em seus olhos era decepção e tristeza.

O loiro sentiu seu coração afundar. Vê-la naquele estado, transtornada e triste por algo que achava que ele havia feito era devastador demais. Queria abraça-la, dizer que estava tudo bem, que nada daquilo era verdade. Mas estava com medo. Não sabia como a morena poderia reagir a uma tentativa de aproximação.

Por um ou dois segundo eles ficaram assim, perdidos, desolados, encarando-se a espera do próximo movimento. Ele via tristeza e desapontamento nos olhos dela, enquanto ela enxergava aflição e desespero nos olhos dele.

— Regina, você tem que acreditar em mim. Eu não tenho nada com a Marian, nunca tive. Eu não sei o que você viu, não sei por que te mostraram algo para você acreditar que estou te enganando, mas por favor, você tem que acreditar em mim. Acha que se você não fosse importante, acha que se eu tivesse realmente tendo um caso ia me importar em vir atrás de você para saber o que aconteceu? – enquanto falava, Robin começou a andar na direção de Regina bem devagar, um passo de cada vez, até terminar de frente para ela, tão próximo que podia sentir a respiração acelerada dela se misturando a sua.

— Eu não te trai. Eu nunca faria nada para deixar você assim, tão devastada, tão triste. Nunca faria nada pra te magoar. E sabe por quê? – Robin estava ainda mais próximo agora, suas testas, seus lábios, a centímetros um do outro. – Porque eu prometi que não ia desistir de você, e não vou deixar que você desista de nós. Nunca.

Regina permaneceu onde estava, confusa demais para reagir. Os olhos e as palavras de Robin pareciam querer que ela acreditasse que tudo não passara de um terrível engano, uma armação, e seu coração queria desesperadamente acreditar no que ele dizia. Ainda assim, quando fechava os olhos, a imagem dele com Marian voltava a sua mente, trazendo todas as dúvidas de volta.

— Eu queria tanto acreditar...-ela falou baixinho, mas para si mesma do que para Robin. Sim, ela queria desesperadamente acreditar nele, porque isso significaria que a história deles ainda não tinha terminado. Significaria que ela ainda tinha uma chance, que eles tinham uma chance. Por mais que quisesse, no entanto, ela simplesmente não conseguia. A duvida, a desconfiança, ainda estavam presentes, e Regina não conseguia ignora-las. – Mas não consigo Robin. Não consigo tirar aquela imagem da cabeça, de você com ela no colo, sorrindo pra ela um sorriso que até algumas horas atrás eu acreditava ser apenas meu. – falou, afastando-se novamente do loiro.

Foi com aquelas palavras da morena que ele finalmente conseguiu se lembrar da cena a qual provavelmente ela estava se referindo. Acontecera ainda naquela manhã. Marian torcera o tornozelo e ele a amparara porque ela não conseguia colocar o pé no chão. Provavelmente fora aquilo que haviam mostrado a Regina, distorcendo tudo para que parecesse que ele tinha um caso com sua prima quando a realidade era bem diferente dessa.

— Então eu vou fazer você esquecer. – foram as palavras de Robin, que naquele momento tomou a decisão de que faria tudo para provar a ela que estava dizendo a verdade, para provar que ela era à única que importava. O loiro esticou a mão e encontrou o braço de Regina. Antes que ela pudesse dizer ou fazer alguma coisa, os braços dele envolveram sua cintura e a apertaram de encontro ao dele, fazendo com que um ficassem praticamente colados um ao outro. – Vou te provar que estou dizendo a verdade, que você é tudo que me importa.

— Como? – a morena perguntou em um sussurro, desejando de todo o coração que Robin pudesse realmente cumprir suas palavras.

— Só preciso que confie em mim. – foi à resposta dele, bem baixinho, perto do ouvido dela, fazendo com que Regina sentisse um arrepio percorrer todo o seu corpo. Ela quis protestar, dizer que as coisas não eram tão simples quanto ele queria fazer parecer, mas simplesmente não conseguiu dizer nada. Não conseguiu pensar em mais nada. Quando os lábios de Robin cobriram os seus e ele a empurrou contra a parede fria, ela se esqueceu de tudo. Sua mente se tornou um borrão, e seu coração assumiu o comando de seus atos.

O beijo foi longo, tenso, cheio de perguntas e respostas. Robin queria dizer a ela que a amava, mas sem ter que usar algo tão mundano quanto às palavras. Regina por sua vez, estava desesperada para ouvir o que ele tinha para lhe dizer, louca para acreditar que era tudo verdade. Queria ter certeza de que ele e ela juntos realmente existia. Queria ter certeza de que “eles” e “nós” era verdadeiramente real.

Os lábios do loiro soltaram a boca da morena, e ela pediu por mais, implorou silenciosamente para que não se separassem. – Lembra quando você me disse que não aguentaria se eu duvidasse do que sente por mim? – a morena confirmou com um mínimo gesto de cabeça, e o loiro voltou a falar. – Pois é, as posições se inverteram. Hoje sou eu quem te diz essas palavras. Não vou aguentar que desconfie de mim morena. Não vou suportar que você pense que eu seria capaz de te trair, de te magoar. Sabe por que Regina? Porque eu amo você. Amo você de uma forma que eu nunca pensei que pudesse amar alguém, de um jeito que eu nem mesmo sabia ser possível.

De tudo que Robin lhe disse, aquelas três palavrinhas, pequenas e fortes, foram as que ficaram grudadas em sua mente. “Eu amo você”. Fora isso que ele dissera. Surpreendentemente, ela acreditava naquilo. Acreditava com todas as forças que ele estava sendo sincero em sua declaração. Podia ver a verdade estampada nos oceanos azuis que tanto a encantavam, e aquela verdade era a única que importava para ela.

Sem pensar no que estava fazendo, querendo apenas que Robin soubesse que ela também o amava e sentindo-se culpada por ter agido de forma tão maluca e irracional, por ter desconfiado dele tão facilmente, confiando em uma imagem que poderia ter facilmente sido manipulada por Rumplestilskin ao invés de procurar a verdade na pessoa que mais amava, Regina jogou os braços ao redor do pescoço do loiro e o abraçou com força, sentindo as lágrimas inundarem seus olhos novamente. Lágrimas de alivio e de culpa, lágrimas de amor e dor, que desciam por suas faces enquanto ela colava seu corpo ao de Robin, desejando que eles pudessem se fundir um ao outro.

— Eu....eu amo você Robin. Te amo com todo o meu coração. Eu...me desculpa. Eu fui uma idiota. Fiz exatamente o que pedi para você não fazer. Nem por um momento passou pela minha cabeça que pudesse ser uma armação, que pudesse não ser verdade. Quando vi você com Marian fiquei louca de raiva. Fiquei maluca, não consegui mais pensar direito. Eu...fiquei com medo. Tive medo de perder você, e esse medo me paralisou, congelou meus sentidos, meus pensamentos. Tudo em que eu conseguia pensar era que tinha acabado de perder meu amor de novo. – as palavras fluíram com facilidade pelos lábios de Regina, sua voz tremula e falha por conta dos soluços que a acometiam.

Ao ouvir as palavras da morena, Robin sentiu um profundo alivio o invadir, o nó de preocupação que havia se formado em seu estomago se desfez, e ele apertou mais o abraço em torno do corpo dela. Queria senti-la perto, poder ouvir as batidas aceleradas do coração dela e ter certeza de que ela nunca mais ficaria longe dele. Queria poder mantê-la ali, segura em seus braços, para sempre.

— Ssshhh....não se preocupe. O importante é que estamos bem agora. Não tem nada pra perdoar. Só me promete que não vai mais ficar longe de mim ta bem? Eu simplesmente não consigo mais ficar sem você, não sei o que aconteceria, não sei o que eu faria...- as palavras do loiro foram interrompidas quando os lábios de Regina encontraram os seus em um beijo apaixonado, bem mais leve e tranquilo que o anterior que eles haviam trocado, mas não menos intenso.


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Notas finais do capítulo

Esperando ansiosamente para saber as opiniões de vocês!
Beijooos