Page 23 escrita por JM


Capítulo 9
IX - Im sorry


Notas iniciais do capítulo

Oii oii pessoas!
Aqui vai mais um capitulo pra vocês, e só tenho uma coisa a dizer: preparem os lencinhos.
Obrigaada a Cath Locksley Mills pelo comentario no capitulo anterior e também a todos que estão acompanhando essa minha humilde historieta.
Boa leitura a todos!



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Regina abriu os olhos, incomodada com a luz do sol que entrava pela janela aberta. Nos poucos segundos que levou para estar completamente desperta, as imagens do que acontecera no dia anterior voltaram a sua mente.

Primeiro a imagem no espelho, depois o choro, a discussão com Robin, e por fim...a reconciliação deles, o pedido de perdão. Cada detalhe da noite que haviam passado juntos estava gravado na mente da morena, que sorriu ao se lembrar da sensação que o toque de Robin provocara nela, ao se lembrar dos beijos trocados...desejou poder voltar, poder reviver aquela noite de novo e de novo. Não precisaria de mais nada, apenas daquele momento.

Ela ergueu um pouco a cabeça, percebendo que Robin parecia estar profundamente adormecido. Como era bonito...especial...era apenas dela. Estava na hora de acorda-lo. O melhor era que saíssem agora, de manha cedo, sem chamar atenção para sua fuga. Poderiam esperar no acampamento até que a noite caísse novamente, e então partiriam iriam embora, sumir no mundo, começar de novo.

— Ei amor, está na hora de acordar. Temos que ir embora, antes que alguém nos descubra. – falou, plantando pequenos beijos pelo pescoço do loiro, um enorme sorriso de contentamento surgindo em seus lábios.

— Ele não vai acordar. Pelo menos não se eu não quiser. E sinceramente, acho que já está um pouco tarde para que ninguém saiba desse seu casinho sujo com um ladrão. Francamente minha filha, eu esperava mais de você. – ao ouvir aquela voz, a voz de Cora, de sua mãe, Regina sentiu seu sangue gelar, seu coração se acelerando de imediato, o medo pulsando em suas veias.

Como ela descobrira sobre seu envolvimento com Robin? O que estava fazendo ali, sentada na cadeira que ficava em frente à penteadeira a encarando com uma expressão de desaprovação e desgosto no olhar? Maia importante que as duas perguntas anteriores, o que ela havia feito com Robin? Porque ele não acordava?

O pânico invadiu a mente e o coração de Regina, que sentiu as lágrimas inundarem seus olhos. O que sua mãe havia feito? Tinha matado Robin também? Quando aquela possibilidade surgiu em sua mente, ela percebeu que não suportaria se fosse verdade. Não aguentaria ser a responsável pela morte de mais um amor. Não podia perder Robin. Aquilo simplesmente não podia estar acontecendo, de novo não.

— Nãao, não, não ,não...- não. Era a única palavra que ela conseguia que saísse de seus lábios, enquanto se agarrava ao corpo de Robin, como a negação fosse suficiente. Como se repetir que aquilo não estava acontecendo, que Cora não estava ali, pudesse fazer com que ela simplesmente desaparecesse, sumisse, e os deixasse em paz.

Por mais que implorasse, entretanto, seu apelo não foi atendido, e Cora continuou exatamente onde estava, assistindo ao sofrimento da filha com uma expressão de puro tédio em seu rosto. Passado alguns segundos, que para Regina pareceram uma verdadeira e horrenda eternidade, a mais velha voltou a falar, seu tom de voz não indicando nada mais que desprezo e decepção. – Não sei porque você parece estar tão chocada. Achou mesmo que poderia esconder seu envolvimento com esse ladrãozinho infame por muito mais tempo? Eu sei de tudo Regina. Sei do envolvimento de vocês desde que começaram a se encontrar, mas preferi não interferir. Achei que um novo envolvimento amoroso poderia lhe fazer bem, tira-la do sofrimento no qual você se enfiou desde a morte do cavalariço, mas não esperava que você fosse realmente se apaixonar. Pensei que seria apenas um casinho sem importância, mas não. Mais uma vez, você me decepcionou e se deixou enfraquecer pelo amor. E agora, vou ter que resolver as coisas de novo. Te colocar no caminho certo novamente.

Aquelas palavras despertaram Regina da letargia que parecia ter tomado conta dela desde que Cora anunciara sua presença. Resolver as coisas? O que sua mãe estava querendo dizer com aquilo? Que iria matar Robin? Faze-la sofrer de novo ao ver mais uma pessoa a quem entregara seu coração morrer por sua causa?

— O que vai fazer? Vai mata-lo também? Destruir a minha vida de novo, só porque você acha que sabe o que é melhor para mim? – questionou a morena, levantando-se da cama e se posicionando ao lado de onde Robin continuava desacordado. Ela tinha tomado uma decisão. Não iria deixar que sua mãe “concerta-se as coisas” como estava planejando. Não permitiria que ela tirasse a vida de Robin, que tira-se seu amor de novo. Daquela vez iria lutar, mesmo que tivesse apenas sua vida como arma.

— Isso é exatamente o que vou fazer. Tirar de seu caminho essa fraqueza que é o amor, para que você se concentre no que realmente importa: seu futuro como Rainha. – respondeu à ruiva, não alterando sua voz em nenhum grau, mesmo que por dentro suas emoções mais parecessem um caldeirão fumegante cujo conteúdo desandara.

Por mais que acreditasse estar fazendo o que era certo, não somente por sua filha, mas por si mesma, não conseguia ser completamente insensível ao sofrimento e a dor que estava causando em Regina. Doía-lhe ver o quanto a filha parecia desesperada e com medo. Mais do que isso, era duro ver que aquela era uma ferida que demoraria muito para cicatrizar, ou que talvez nunca cicatrizasse realmente.

Apesar de todos estes sentimentos pesarem sobre si, a ruiva continuava convicta em sua decisão. Aquele sonho de amor que Regina estava nutrindo não podia continuar por mais tempo. Tinha que terminar. Agora.

— Não vou deixar que faça nada com ele! Desta vez, não vou deixar que arranque o amor de mim e ficar sem fazer nada Cora. Desta vez eu não vou desistir e me encolher enquanto você tira o que é mais caro. Eu não me importo com essa sua ideia ridícula de me tornar Rainha, não vou permitir que controle minha vida. – esbravejou Regina, colocando em suas palavras toda a raiva, o ressentimento que sentia pela mãe, toda a preocupação e o medo que se instalavam em seu coração com as possibilidades que se apresentavam diante dela.

— Criança tola...e o que você acha que pode fazer para me impedir hein? – questionou Cora, dividida entre a falta de paciência  a diversão. Aquela situação chegava a ser cômica. O que Regina estava pensando? Que podia enfrenta-la?

Como se quisesse mostrar que a filha não tinha a mínima chance de impedi-la de fazer o que bem entendesse, a ruiva estendeu sua mão esquerda e fez surgir ali um coração que batia sereno, sem se dar conta do perigo que corria. Um coração completamente vermelho, sem nenhum traço negro de maldade. Sem precisar perguntar de quem era aquele coração Regina teve sua resposta. Era o coração de Robin, e essa constatação fez com que a morena sentisse o seu próprio coração parar de bater, paralisado pelo medo.

— Não....- foi tudo que ela conseguiu dizer, as lágrimas, agora de desespero e terror, desceram ainda mais rapidamente por suas faces, e ela sentiu seus olhos arderem. O quarto começou a girar e girar, e a morena teve certeza de que iria desmaiar a qualquer momento. Desabar, apagar para não ter que sofrer, para não ter que perder de novo.

— Não seja patética Regina. Não é tudo que você consegue dizer quando estou prestes a tirar a vida do seu precioso ladrãozinho? Francamente minha filha, assim você me decepciona. Achei que ia ter um pouco mais de trabalho com você, mas pelo visto não é o caso. Muito bem então, vou acabar de uma vez com isso para que você possa ficar chorando por ele e depois estava livre e pronta para o seu casamento com rei Leopoldo. – Cora voltou a falar, com um tom de voz que quem ouvisse poderia facilmente dizer que ela estava se divertindo, achando graça da forma cruel com a qual estava agindo.

 Regina quis gritar. Implorar que a mãe devolvesse o coração de Robin, para que o deixasse em paz. Quis correr até ela e tirar o coração de suas mãos. Quis empurra-la para fora do quarto, para fora de sua vida, mas não conseguiu fazer nada disso. Sua garganta estava seca e ela não conseguia fazer com que a voz saísse. Seus pés estavam pregados no chão, suas pernas bambas e moles, como se não conseguissem sustentar seu próprio peso, e ela não conseguia dar nem um único passo.

Cora enfiou as unhas no coração de Robin, apertando-o com cada vez mais força, e finalmente Regina conseguiu gritar. Gritou com todas as forças, com todo o ar que haviam em seus pulmões, mas a mais velha a ignorou, fingindo não se importar com o sofrimento e a dor que estava causando.

— Não tão rápido, queridinha. – a voz de Rumplestilskin reverberou por todo o aposento, assustando as duas mulheres que nem imaginavam que ele poderia aparecer ali justo naquele momento. Aproveitando-se da surpresa que sua aparição causou, o Senhor das Trevas pegou o coração que estava na mão de Cora e se afastou dela antes que a ruiva pudesse ter qualquer reação.

Os olhos de Cora brilharam de raiva e desprezo. Mas o que é que aquela criatura estava fazendo ali? Porque Rumplestilkin fazia tanta questão de importuna-la, de estragar seus planos? A história deles tinha terminado a tanto tempo...será que ele nunca iria seguir em frente, esquecer? Mesmo quando se fazia essa pergunta, ela sabia perfeitamente bem qual era a resposta. Não. O Senhor das Trevas nunca se esquecia de nada.

— O que você está fazendo aqui? – mãe e filha perguntaram em uníssono. Uma aliviada, a outra furiosa.

— Ah mas que recepção mais calorosa. Estou aqui para impedir que você cometa um desatino minha querida Cora. Acredite em mim, você não quer tirar a vida desse pobre ladrão insignificante. – respondeu Rumple, que apesar de suas palavras, não conseguia se decidir os motivos que haviam levado até ali.

Claro que ele queria Regina separada de Robin, porque assim ela poderia se tornar sua aprendiz e ajuda-lo em seu plano de vingança, mas não era só isso. Quando viu pelo espelho que Cora estava prestes a tirar a vida do ladrão, ele não pensara duas vezes antes de partir para impedi-la. O motivo? Ele não fazia a menor ideia.

Porque se importar com a vida de um ladrão insignificante? Tudo bem que ele faria qualquer coisa para atrapalhar os planos de sua antiga amante, apenas para atazana-la, mas se não fosse por isso, o que o estava levando a interferir? Não tinha dúvidas de que Regina estaria melhor sem aquele Robin...mas de repente mata-lo parecia drástico demais, burro demais. Para que mata-lo, quando poderia usa-lo como uma peça de barganha, uma moeda de troca para conseguir o que queria?

 - E desde quando você sabe o que eu quero ou deixo de querer, Rumplestilskin? – Cora voltou a falar, parecendo cada vez mais revoltada com a interrupção de seus planos. – O que esta acontecendo aqui não lhe diz respeito. Agora me devolva o coração e suma daqui! – esbravejou a ruiva, sua pele branca se tingindo de vermelho por conta da raiva que se acumulava dentro dela.

Antes que Rumple pudesse se pronunciar sobre a fala de Cora, Regina se fez presente, enxergando na aparição do Senhor das Trevas uma possibilidade de salvar a vida de Robin. É claro que ela estava curiosa quanto ao motivo de Rumplestilskin estar ali, curiosa com o porquê de ele parecer se importar com o que acontecia a ela, e ainda não tinha esquecido a história do espelho. O fato de que ele tentara engana-la para afasta-la de Robin ainda estava fresco em sua memória, mas por hora, salvar a vida do loiro das loucuras de sua mãe era o mais importante, e era nisso que ela iria se concentrar naquele momento.

— Senhor, por favor...devolva o coração de Robin. Me ajude a manter minha mãe longe dele, por favor, eu....eu faço qualquer coisa. – falou a morena, desesperada para que suas palavras surtissem algum efeito, torcendo para que o homem a sua frente se compadecesse de seu sofrimento e a ajudasse. Cora estava certa em dizer que a filha não poderia fazer nada contra ela. Sim, sozinha Regina não tinha a menor chance, mas com Rumple do seu lado as coisas poderiam ser diferentes.

As palavras de Regina receberam duas reações diferentes. Cora a  olhou com raiva e desprezo, como a filha pedir ajuda a Rumplestilskin contra ela fosse o maior ultraje de todos; e o próprio Senhor das Trevas lhe lançou um olhar curioso, quase como se não esperasse que o comportamento dela pudesse ser diferente daquele de pedir ajuda pela vida do homem que amava.

— Você deveria tomar cuidado com o que diz sabia? Eu posso acabar aceitando fazer um acordo com você...- foi a resposta dele após alguns segundos de silencio e expectativa.

— Acordo? Que tipo de acordo? – questionou a morena, agarrando-se aquela chance. Se teria que dar algo a Rumple para garantir que Robin saísse ileso de toda aquela história maluca, então tudo bem. Ela faria o que fosse necessário para que ele ficasse bem.

— Não seja idiota Regina, você não vai querer fazer negócios com esse dai. Ele só está te usando, está querendo alguma coisa...só não consigo saber o que exatamente. – Cora voltou a falar, assustada com a possibilidade que se apresentava a sua frente.

Aquele estava rapidamente se tornando um jogo perigoso. Um jogo perigoso demais. Por mais que quisesse ver Regina reinar como soberana, por mais que quisesse afasta-la daquele ladrão de quinta categoria, ver a filha se juntar a Rumplestilskin fez com que a ruiva sentisse um arrepio de medo subir por seu corpo. Ela não confiava nem um pouco em Rumple, sabia que ele faria de tudo para atingi-la, e usar Regina para que isso acontecesse era um plano diabólico mas que ela sabia que traria resultados. Afinal de contas, apesar de tudo, ela amava Regina, e não queria que ela sofresse além do necessário. Não queria a moça perto de seu pai biológico.

— Se quer salvar o sr.Robin ali, sugiro que me escute ao invés de ouvir sua mãe, criança. Afinal, ela estava tentando mata-lo há poucos minutos atrás, e se não fosse por mim, há esta hora ela já estaria no mundo dos mortos. – Rumple voltou a falar, acompanhando suas palavras de uma risada histérica e ligeiramente doentia, sua marca registrada.

Ignorando a fala de sua mãe, Regina continuou a fixar seu olhar em Rumple, voltou a questiona-lo sobre o tal acordo que poderia salvar a vida do loiro que lhe roubara o coração. – Quais os termos desse acordo? Pago qualquer preço para garantir que Robin fique bem. – falou, levando sua mão aos cabelos dele e fazendo um carinho delicado. Como ela sentiria falta disso. Como iria chorar de saudade de senti-lo perto dela....

— Eu protejo seu namoradinho contra Cora. Prometo a você que ela nunca mais encostará em um fio de cabelo dele, e em troca você se torna minha aprendiz e desiste de fugir. E tem mais uma coisa: você não poderá contar nada a ele sobre esse nosso trato. Se contar ele vai insistir em lutar ou ir embora, e ai nosso acordo será desfeito e eu não irei mais protege-lo. – respondeu o Senhor das Trevas, sabendo da resposta que teria antes mesmo de terminar de falar.

Mesmo que aquela fosse uma escolha dura, mesmo que de certa forma Regina tivesse que abrir mão do amor que sentia pelo loiro, ela iria aceitar o acordo. Iria garantir que Robin contasse com a proteção de Rumplestilskin, iria garantir que ele ficasse seguro. Mesmo que para isso tivesse que fazer com que ele a odiasse. Tivesse que fazê-lo acreditar que nunca o amara de verdade.

A morena não tinha ilusões quanto ao futuro que lhe estava destinado. Sabia que se desistisse de fugir Robin iria questiona-la sobre o motivo, e segundo os termos daquele acordo, ela não podia contar nada. Ela conhecia Robin, sabia que ele não suportaria uma situação como aquela. Tinha certeza que ele não aguentaria vê-la cheia de segredos, e isso acabaria por destruir a relação deles. E tinha outra coisa também. Se não fugisse, Regina não conseguiria escapar do casamento com o rei...

Um momento de silencio se passou, durante o qual a mente de Reina mas parecia um redemoinho confuso. Ela tinha uma escolha a fazer, uma escolha que colocava na balança duas faces do amor que ela sentia por Robin. De um lado, aceitar o acordo que o Senhor das Trevas oferecia e permitir que Robin a odiasse pelo resto de seus dias, e do outro, não aceitar e vê-lo morrer pelas mãos de Cora.

Mesmo enquanto refletia, a morena sabia que sua escolha já havia sido feita. Ela não suportaria ver Robin morrer por sua causa. Não suportaria perde-lo. Tinha que mantê-lo a salvo, mesmo que para isso tivesse que abrir mão de sua história com ele. Preferia que ele estivesse vivo e longe dela do que nunca mais ver aqueles encantadores oceanos azuis que eram seus olhos.

— Regina não...- Cora tentou falar, em uma última oportunidade para fazer com que a filha desistisse de aceitar aquele acordo. A ruiva no entanto, não teve tempo de terminar sua fala, sendo cortada pela voz da filha: - Não mãe. Chega! Eu não quero mais ter que ouvir a sua voz. E além do mais, nada do que a senhora diga vai mudar minha decisão. – esbravejou a morena, querendo mais do que tudo terminar com aquele tormento de uma vez.

— E o que foi que você decidiu? – desta vez a fala partiu de Rumplestilskin, que fez o máximo para que sua voz não demonstrasse a ansiedade desconhecida que estava sentindo.

— Eu aceito seu acordo. Só quero que me prometa que Robin vai ficar bem. Que vai estar seguro e protegido. – respondeu à morena, que não olhava mais para Rumple ou Cora, mas sim para Robin. Olhava-o com carinho e saudade, tentando gravar na memória cada traço de seu rosto.

Diante daquelas palavras de Regina, Rumplestilskin se aproximou de onde ela e Robin estavam, e devolveu o coração do loiro ao lugar ao qual ele pertencia. Quando fez isso, uma luz translucida e muito brilhante transpassou o corpo de Robin, saída da mão de Rumple.

— O que é isso? – perguntou Regina, dividida entre a preocupação e a curiosidade.

— Um dia você também vai aprender a fazer isso. Mas por hora, digamos apenas que estou cumprindo minha parte do acordo. Ninguém mais pode feri-lo ou arrancar o coração dele. Agora é melhor eu levar ele daqui, prometo deixa-lo em segurança no acampamento está bem? – foi à resposta do Senhor das Trevas, que se irritou consigo mesmo ao ver que estava prometendo coisas a mais a Regina sem motivo algum e sem ganhar nada em troca.  

Aquela promessa não passou despercebida para Cora, que se perguntou qual era o real motivo da presença de Rumple ali. Tudo que ele queria era estragar seus planos ou haveria algo mais? Será que ele se preocupava verdadeiramente com Regina? Será que realmente a via como filha? Aquelas eram perguntas para as quais ela ainda não conseguia pensar em nenhuma resposta, mas que tinha certeza de que não iria gostar nada quando as descobrisse. De um jeito ou de outro, a aproximação do Senhor das Trevas não podia trazer nada de bom para ela.

A ruiva foi arrancada de seus devaneios pela voz de Regina, que voltara a falar com Rumple, sem nem mesmo dirigir um único olhar a mãe. – Será que posso ter um minuto sozinha com ele? Sei que isso não estava no trato, mas provavelmente esse é ultimo momento que vou ter com ele antes que ele me odeie pra sempre então...- pediu a morena, querendo se despedir, querendo dizer a Robin tudo que queria que ele soubesse, mesmo que ele estivesse desacordado e provavelmente não fosse ouvi-la ou se lembrar.

— Tudo bem. – respondeu Rumple, ainda sem saber o porquê de estar concordando com aquilo. Sem dizer mais nada, ele se aproximou de Cora e agitou a mão, fazendo com que os dois desaparecessem em uma nuvem de fumaça negra.

Quando se viu sozinha, Regina soltou o ar que nem mesmo se dera conta que estava preso em seus pulmões. Seu coração doía e ela tentava pensar em uma forma de dizer tudo que precisava ser dito, tudo que ela queria tanto que Robin soubesse, mas que agora sabia que não teria tempo de ouvir a resposta dele, nem de ver sua reação.

Ela se ajoelhou ao lado de Robin, seus dedos percorrendo o rosto dele com delicadeza. Por um segundo ela pensou em desistir, em dizer a Rumple que podia leva-lo dali agora. Pensou que não conseguiria, que não era capaz de dizer adeus. Mas afastou essa ideia tão logo ela surgiu em sua mente. Não, aquele momento era tudo que ela tinha agora. Tinha que aproveita-lo ao máximo.

— Eu....sinto muito. – começou a morena, sentindo seus olhos se encherem de lágrimas de novo. – Eu odeio isso sabia? Odeio ter que escolher entre ter você comigo ou preservar a sua vida. Eu...odeio que tudo tenha que ser tão complicado. Você provavelmente não sabe o bem que me fez Robin...mas a verdade é que você me resgatou, me fez renascer das cinzas...e agora olha só o que vou fazer com você, partir seu coração, e tudo porque minha mãe insiste em estragar tudo de bom que existe na minha vida. Quando você acordar provavelmente não vai se lembrar disso, não vai se lembrar de minhas palavras e eu não queria ter que dizê-las agora, sem poder ver seus olhos, mas não tenho outra escolha não é?! Eu me odeio por ter que escolher Robin, e sei que muito em breve você irá me odiar também. Antes que isso aconteça, no entanto, quero dizer apenas uma vez o quanto te amo, o quanto você é importante pra mim. É, eu me apaixonei por você. Entreguei meu coração, e agora ele não me pertence mais. Para onde você for agora que nossos caminhos vão se separar, meu coração estará contigo, mesmo que um dia o seu coração deixe de ser meu. Eu espero que você tenha uma vida feliz e que um dia possa me perdoar, ou mesmo me esquecer, vai ser melhor do que ter o seu ódio. Mesmo que isso aconteça, eu te prometo uma coisa: não vou esquecer você. Nosso amor vai ficar guardado como meu bem mais precioso, meu ouro particular, minha maior riqueza. Eu....- ela não conseguiu mais se obrigar a falar. Era como se as palavras tivessem simplesmente desaparecido.

Os soluços se tornaram irrefreáveis, incontroláveis, e a morena se agarrou ao corpo de Robin, encostando sua cabeça no peito do loiro e deixando que o cheiro dele a preenchesse. Uma pequena infinidade de minutos se passou, e ela continuou exatamente onde estava, com medo de se mexer e finalmente ter que dizer adeus.

Por fim, um pouco mais calma, ela levantou a cabeça e aproximou seus lábios do ouvido de Robin, voltando a falar bem baixinho: - Adeus meu amor. Eu sempre vou amar você, eu prometo.

Sentindo que seu coração se partia em milhões e milhões de minúsculos pedacinhos, Regina selou seus lábios uma última vez aos de Robin, desejando que aquele instante pudesse durar para sempre, implorando para que as coisas fossem diferentes, mesmo sabendo que elas eram exatamente do jeito que eram, cruéis.

— Eu amo você. - foi a ultima coisa que ela disse antes de finalmente se levantar do chão e se dirigir a porta para chamar Rumplestilskin de volta. 


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Notas finais do capítulo

E então?
Se emocionaram?
Amaram? Odiaram?
O que será do futuro do nosso casal agora hein?!
Não esqueça de mandar um oizinho pra mim!
Beijoos