Guardiões escrita por Godsnotdead


Capítulo 15
Dia de folga.


Notas iniciais do capítulo

Um pouco de Edward para vocês o/



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Ao ver Sky soltar o elfo para a morte certa fiquei aterrorizada. nunca imaginei que ele faria uma coisa assim, naquele momento em que vi seus olhos azuis brilhando cheios de ira soube que não o conhecia, e isso fez meu coração se apertar dolorosamente, será que ele é mesmo tão diferente do guardião que me atacou? Se é esse tipo de coisa que um guardião precisa fazer, não sei se estou preparada ou se quero ser uma.

Quando voamos para o chão a seu encontro não conseguia olhar para ele, minha cabeça estava um caos, lembranças do Sky sorridente e carinhoso chocavam-se com o irado, isso estava me deixando tonta.

— E aí? – Edward não parecia nem um pouco afetado pela acena que havíamos acabado de presenciar.

— Aparentemente Orion tinha razão todas as pistas apontam para Sibéria. Mady, você tem passaporte?

— Ham... Não...

— Ok, vou providenciar isso pela manhã por hora nosso trabalho aqui acabou. – Assenti ainda sem olhar para ele.

            O caminho de volta foi feito em silencio, sentia o olhar dele em mim enquanto voávamos, não queria está me sentindo dessa forma, mas não conseguia retirar o brilho furioso de seus olhos de minha cabeça. Assim que aterrissei no jardim da casa caminhei quase desesperada em direção a porta de entrada precisava desesperadamente ficar sozinha.

— Mady, espere. – Parei de costas para ele.

— Você está bem?

— Estou... – Menti.

— Não, não está. – Ouvi seus passos se aproximando, minha respiração acelerou na proporção que tentava manter o controle para não sair correndo e me trancar no quarto. – A assustei lá não foi? – Me mantive calada, temia que minha voz me traísse. – Sinto muito. – Seus braços me envolveram, todos meus músculos ficaram tensos em conflito com a necessidade de estar próxima a ele e me afastar. – Nunca iria machucá-lo.

— Não foi o que pareceu. – Sussurrei.

— Nós guardiões não podemos ferir ou matar um ser vivo a não ser que seja em legitima defesa algo totalmente inevitável, mesmo que nosso adversário seja o mais asquerosos dos criminosos não temos o direito de tirar-lhe a vida.

— Você parecia outra pessoa, não parecia... Meu Sky... Você... É o que tenho mais próximo de uma família agora... E hoje tive a sensação que ainda estamos tão distantes.

— Desculpe-me por fazê-la se sentir assim. – Ele repousou o queixo sobre minha cabeça, podia ouvir sua respiração e o coração batucando dentro de seu peito. – Quando se trata de você... É meio complicado refrear meus instintos, foi assim desde a noite em que a salvei, tive que reunir todas as minhas roupas para não fazer aqueles três crápulas sofrerem, naquela época eu nem a conhecia, e agora só de lembrar o quanto você foi ferida... – O ouvi trincar o maxilar. – O esforço que tenho que fazer é ainda maior.

— Desculpe. – Recostei-me a ele vencida pelo desejo de sentir seu calor contra meu corpo. – Não sei se irei conseguir ser uma boa guardiã. – Suspirei.

— Claro que vai isso tudo é muito novo para você, tenho visto seu progresso todos os dias e não podia estar mais orgulhos. – Virei finalmente tendo coragem para olhar para ele. Meu coração se derreteu com a expressão arrependida estampada em sua face, seu polegar desenhou os contornos de meus olhos e do nariz foi só então que percebi está chorando. – Shhhhhh, ei não fique assim. – Seus braços me envolveram, escondi o rosto em sua camisa sentindo seu cheiro único. – Tenho falado muito isso ultimamente, mas quero que tenha certeza de que tudo vai ficar bem.

— E depois? – Murmurei.

— Depois?

— Depois que resolvermos toda essa confusão, se é que iremos.

— Vamos resolver e quando o fizermos, seremos eu e você descobrindo um ao outro. – Senti-me arrepiar com as possibilidades implícitas nessa pequena promessa. – Mas por hora acho melhor descansar. – Ergui a cabeça o encontrando olhando para mim cheio de expectativa, ergui-me nas pontas dos pés e encostei meus lábios nos dele, tentaria não ter mais duvidas.

            Foi com o gosto dos lábios dele e com o fantasma do calor de seu corpo no meu que adormeci. Ainda surpreendia-me com a facilidade que tinha agora de cair nos braços relaxantes do sono. Na manhã seguinte acordei bem disposta o pequeno drama da noite anterior já não passava de uma lembrança distante. Vesti-me rapidamente e desci, iria fazer uma coisa que nunca imaginara, renovaria meu guarda-roupa, as roupas que tenho não são nem um pouco apropriadas para o frio russo. Ao entrar na cozinha encontrei os dois rapazes já tomando café da manhã em meio a uma conversa descontraída, aparentemente discutiam a vitoria do Los Angeles Angels of Anaheim na liga americana de Baseball.

— Bom dia! – Saldei os dois sonoramente e sentei ao lado de Sky.

— Bom dia! – Ganhei um beijo na bochecha, automaticamente as senti esquentando, será que todas as vezes que ele me beijar irei reagir dessa maneira?

— Bom dia Mady. – O olhar de segundas intenções de Edward não ajudava em nada.

— Ham... – Pigarreei tentando recuperar a compostura. – Para onde estamos indo as temperaturas são muito baixas? – Queria saber a quantidade de agasalho iria precisar.

— Faz algum tempo que estive em Krasnoyarsk, mas as temperaturas costumavam variar entre os 6º e -03º. – Quase me engasguei com o suco.

— É, vou mesmo precisar fazer umas compras. – Não sei com que dinheiro, talvez encontre alguns casacos descentes em algum brechó. – Vou precisar de carona.

— Posso levá-la, mas não poderei ajudar com as compras, preciso tirar seu passaporte, vai ficar bem sozinha?

— Mas é claro senhor super-protetor, o que poderia me acontecer? – Vi os cantos de sua boca tremendo como se segurasse a resposta. – Não ouse responder. – Estreitei os olhos.

— Não disse nada. – O imortal ergueu as mãos em rendição, sua expressão inocente não me enganava.

— Posso acompanhá-la. – Olhei para Edward com uma das sobrancelhas arqueadas, esperei pela piada da vez. – Que foi? Sou um rapaz; mas sei me vestir. – É, isso não poderia negar, tanto ele quanto Sky pareciam dois modelos usando o que a ultima moda tinha para oferecer.

— Por mim tudo bem. – Dei de ombros, não faria nenhum mal ficar algumas horas com Edward, assim podia conhecê-lo um pouco mais. 

            Sky nos deixou no ultimo lugar que imaginaria fazer compras, eu Madison Clark estou no badalado Bervely Center. O lugar era um criadouro de patricinhas e mauricinhos. Antes de Sky sair e me deixar nesse lugar o olhei suplicante, ele apenas riu e mandou me divertir.

— Vamos lá Mady! Hoje vou te mostrar como um guardião faz compras. – Ed passou os braços longos em minha volta.

— Esse é o meu medo.

Agora estou eu zanzando pelas lojas mais caras de L.A com um recém descoberto maníaco por moda, será que seria muito mico me agarrar em uma dessas pilastras e me recusar a entrar em outra dessas lojas? Entramos em loja atrás de loja comprando o que havia de mais caro em casacos, agasalhos e acessórios. Por acaso os guardiões tem um estoque infinito de dinheiro? Por que se tiver quero saber onde está o meu.

— Tem certeza que não estamos gastando demais? – Protestei enquanto Edward escolhia uma bota de cano alto que custava mais do que minha casa.

— Relaxe Mady, poderíamos comprar essas lojas que ainda sobraria o suficiente para vivermos uns 100 anos com o conforto de um sultão.

— Como isso é possível? – Procurava algum indicio de exagero no que ele estava dizendo; porem parecia está falando sério

— Você sabe que o lorde Sky vive na terra ha algum tempo, cento? – Maneei a cabeça confirmando. – Ele teve que se virar para passar despercebido, a primeira coisa que aprendeu foi que os ricos não são submetidos a interrogatórios constrangedores, é injusto, mas é a verdade. – Ele tinha razão, as garotas mais abastadas da escola em que estudo, agem como se fossem as donas do mundo. – Então ele começou a investir, na idade média prosperou como vendedor de tecido e assim foi acumulando riquezas, quando me juntei a ele o ajudei com as finanças, hoje em dia investimos em ações, compramos empresas em ascensão. Atualmente temos uma pequena fortuna em caixa, então não precisa se preocupar.

— Ok. – Não tinha argumentos, mas isso não queria dizer que estava à vontade em ser bancada por eles, gostaria de está ajudando a pagar por todas essas coisas. – Edward.

— Sim?

— É...

— Então essa é a cara que você faz quando quer fazer perguntas? – O olhei de esguelha. – Que foi? Converso com Lorde Sky.

— Tudo bem, vou fingir que isso não é constrangedor.

— Vai em frente senhorita.

— Tudo bem. – Fiz uma pausa. – Porque chama Sky de meu senhor e lorde? É bonitinho, mas não entendo, devo fazer a mesma coisa? Não entendo nada a respeito das regras de etiqueta dos guardiões.

— É mais uma questão de respeito, ele nunca me exigiu isso sabe? Estou abaixo dele hierarquicamente falando, entende?

— Na verde não.

— Sou um protetor, minha família é responsável pela proteção dos membros do conselho e seus familiares. Lorde Sky é filho de um dos conselheiros.

— Quem são os conselheiros?

— São os primeiros guardiões, tudo começou com eles.

— Que dizer que o pai do Sky.

— Está por aí desde o principio dos tempos.

— Não consigo nem imaginar, a imortalidade é tão complexa, às vezes me pergunto se também sou uma imortal.

— Bom, isso não posso te afirmar, nunca encontramos alguém como você, só o tempo nos dirá. Continuamos com nossa procissão fashion até ficar tarde suficiente para almoçarmos.

— O quê a senhorita vai querer para o almoço?     

— Estava pensando em um belo de um Mcdonald. – Só de imaginar minha boca salivou e o estomago rosnou exigindo comida. A cara de descontentamento de Edward era impagável.

— Nunca vou entender porque vocês dois tem tanta obsessão por coisas gordurosas e cheias de açúcar. – A cara que ele fez foi cômica.

— É porque é gostoso oras.

— Que tal comermos sushi? É gostoso e saudável.

— Eca é peixe cru, como você consegue pensar comer isso? – Fiz careta.

— Abra sua mente jovem. – Ele riu tocando minha testa, como negar alguma coisa a esses seres arrebatadoramente lindos? – Vamos fazer um trato, se não gostar, comemos o que você quiser. – Estreitei os olhos esperando pela pegadinha. – Claro que não vai acontecer, você é uma guardiã, e guardiões com fome comem até pedregulho.

— Você é impossível. – Edward gargalhou enquanto me guiava para a praça de alimentação.

            Enquanto esperava por Ed, escolhi uma mesa, coloquei as sacolas no chão e estiquei-me no assento. Meu celular vibrou no bolso traseiro da calça, uma mensagem de Sky piscava na tela. “Acabei aqui, estão prontos?” Seria muito patético confessar que fiquei sorrindo para a tela do aparelho telefônico?  Tratei de respondê-lo. “Vamos almoçar, se junta a nós?” Mordi o lábio inferior esperando pela resposta. “Chego em dez minutos.”

— Lorde Sky está vindo? – Edward quase me matou do coração ao chegar sem fazer barulho.  – Ainda bem que pedi uma barca.

— Que mania de me assustar. – Guardei o celular. – Como sabia?

— Porque você dois ficam assim meio desligados quando estão perto um do outro, ou imersos conversando e você está com um sorriso abobalhado.

— Você não deixa passar nada? – Revirei os olhos.

— É o meu trabalho senhorita.

— Será que Sky conseguiu tirar meu passaporte? – Tratei de mudar o rumo da conversa. – Porque sei que esse tipo de coisa costuma demorar.

— Tenho certeza que conseguiu, lorde Sky é bem persuasivo quando quer. – Automaticamente lembrei-me da noite passada, não sei qual cara fiz, mas Edward pareceu perceber. – Ei sei o que está pensando, o que viu ontem a noite foi um fato isolado ele sempre foi muito controlado, na verdade só o vi agir daquela forma duas vezes e todas às vezes...

— Eu fui a causa. – Murmurei. – Isso é ruim não é?

— Na verdade não. – Franzi o cenho sem entender. – Antes de você entrar em nossas vidas, tudo era muito monótono. Lorde Sky não passava de uma sombra, existia; mas não vivia. Quando a conheceu tudo mudou, confesso que foi engraçado vê-lo tão contrariado lutando com os próprios medos.

            Fiquei em silencio pensando absorvendo as palavras de Edward, a verdade era que minha vida também havia dado uma guinada de 180º desde que Sky entrou nela. Se não fosse pelos constantes atentados e o seqüestro de minha mãe, não teria nada do que reclamar.  

            Sky chegou em exatos dez minutos, não sei como esses dois não batem o carro dirigindo como se fosse o Toredo dos velozes e furiosos.

— Parece que se divertiram. – Ele puxou uma cadeira e sentou ao meu lado beijando-me na bochecha em seguida. – O que pediram para comer?

— Sushi. – Falei fazendo careta.    

— Beleza, estou faminto. – O olhei boquiaberta.

— Então é verdade que um guardião faminto come até pedregulho?

— Desde que venha acompanhado com um bom molho. – Sky riu dando de ombros, esses dois são um caso perdido.

            Alguns minutos depois uma barca recheada com iguarias asiáticas foi colocada sobre a mesa. Enquanto os dois rapazes serviam-se com tranqüilidade eu ainda brigava com meus palitinhos.

— Coloque esse por cima desse jeito. – Sky ensinou-me, sentia-me uma criança pequena descobrindo novos sabores quando coloquei o rolinho primavera na boca. Tinha que dar o braço a torcer, estava fazendo tempestade em um como d’água. 

            Comíamos em meio há um clima descontraído, trocando brincadeiras e risos, pela primeira vez em dias podíamos simplesmente relaxar.

— Conseguiu resolver o negocio do passaporte?

— Me deram um prazo de três dias, deve ser tempo suficiente para minha mensagem chegar até Orion e arrumarmos e nos prepararmos. 

            Não fazia idéia de que tipo de preparativos ele estava se referindo, mas achei melhor não perguntar, não queria estragar esse clima leve.

— Mady, aquela lá é a sua amiga Helena? – Edward estava olhando para um ponto logo atrás de mim. Virei-me na cadeira, e para meu descontentamento vi Helena sentada a duas mesas de nós acompanhada por Amber, as duas conversavam descontraídas. Não conseguia entender como Hel’s conseguia ser amiga daquela, daquela...

— Acho que a palavra que está procurando é vaca. – A voz risonha de Sky me fez despertar e quase saltar da cadeira.

— Você ler pensamentos? – Arregalei os olhos.

— Na verdade não, era você que estava berrando em minha mente.

— Como isso é possível?

— Alguns guardiões têm habilidades extras, minha irmã mira exerce controle sobre as chamas, Orion tem afinidade com o gelo e eu fiquei com a força.

— Como se eu já não fosse esquisita o bastante.

— Não diga isso como se fosse algo ruim, todos somos esquisitos. – Edward me lançou uma piscadela me fazendo rir.


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Notas finais do capítulo

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