Start Over escrita por MBS


Capítulo 18
First Time




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Ponto de Vista – Abigail

 

Após a aula acabar e Bernardo levar Stavo e Sophia para casa, decidimos que iríamos estudar em minha casa, sendo que o Gui ainda estava no escritório nesse horário.  Logo em que estacionamos o carro e começou a desabar o mundo em água. Saímos correndo do carro, mas mesmo assim acabamos encharcados.

— Acho que vai ter que me dar sua roupa para secar. – falei soltando minhas coisas no pé da escada.

— Querendo me ver sem roupa Carstairs? – Bernardo perguntou com um sorriso maroto nos lábios soltando a mochila ao lado da minha.

— Você não sabe o quanto – sussurrei para mim mesma.

— O que? – ele pediu abraçando minha cintura.

— Nada, eu disse que você deveria tirar essa roupa molhada. Vou lá buscar uma do Gui pra te emprestar – falei dando um selinho nele enquanto pegava nossas mochilas e levava para o andar de cima.

Fui até o quarto do meu irmão e peguei uma calça de moletom e uma camiseta para emprestar para Bernardo. Voltei ao andar de baixo e ele me esperava na cozinha.

— Bem, estão aqui – falei entregando as roupas para ele.

— Só não tem uma peça – ele disse analisando as roupas e me fazendo ficar vermelha.

— Bem, essa tem no meu quarto... – ele arqueou as sobrancelhas quando eu disse isso – O que? Você veio dormir aqui comigo semana passada e deixou aqui dizendo que caso um dia precisasse já teria aqui – dei de ombros e ele começou a rir.

— Adoro quando ficar envergonhada Carstairs – ele disse beijando meus cabelos molhados e indo em direção ao andar de cima se trocar. Fui até a lavanderia e tirei da máquina algumas roupas que eu havia deixado secando pela manhã e as coloquei no cesto para passar. Encontrei uma regata e um calção de pijama meu, tirei minha calça que estava levemente molhada e a joguei em cima da máquina enquanto colocava meu calção, retirei também a camiseta molhada ficando apenas de sutiã na lavanderia. Senti duas mãos pousando em minha cintura e alguém beijando meu pescoço.

— Se quer que eu ainda tenha um pouco de autocontrole não pode fazer isso – Bernardo falou em meu ouvido com a voz rouca.

— E quem disse que eu quero o seu autocontrole? – respondi. Assim como ele minha voz estava rouca, de uma forma sexy. Senti-o juntar mais nossos corpos e voltar a dar beijos e leves mordidas em meu pescoço, levei uma das minhas mãos aos seus cabelos e dei leves puxões nos mesmos. Involuntariamente soltei um gemido.

— Você não deveria ter feito isso – ele disse virando meu corpo. Seus olhos mostravam seu desejo por mim.

— Fazer o que? – perguntei inocente ficando na ponta dos pés e mordendo seu lábio. Peguei minha regata e sai da lavanderia indo em direção à cozinha. Algum tempo depois Bernardo sentou em uma das banquetas da cozinha apoiando a cabeça sobre as mãos enquanto me observava. – Tá com fome? – olhei para ele que assentiu apenas.

Arrumei os ingredientes e comecei a preparar algumas panquecas com calda para comermos. Meu celular vibrou em cima da bancada.

— É o Guilherme – Bernardo falou abrindo as mensagens – Ele disse que vai ficar no apartamento hoje, que não vem pra casa.

— Hm, responde ele que sem problemas – respondi voltando minha atenção para o fogão.

Após alguns minutos coloquei as panquecas sobre a bancada e começamos a comer. Após terminarmos e limparmos a pia, deitamos na sala para ver um filme, ou tentar. Estávamos abraçados, mas nossas mãos exploravam o corpo um do outro, sem ser muito provocativo, mesmo que a vontade de ter um ao outro só aumentasse. Senti que Bernardo prender a respiração por alguns segundos quando minha mão “acidentalmente” passou por cima de seu amiguinho.

— O que foi moreno? – pedi levantando a cabeça e vendo-o soltar o ar enquanto encarava o teto.

— Você não pode fazer essas coisas e fingir-se de inocente Abby – ele disse abaixando o olhar para me encarar. Sorri para ele e arrumei meu corpo ao seu lado.

— Fazer o que? – perguntei dando um beijo em seu pescoço, seguido de uma mordida. Senti a mão que estava em minha cintura dar um leve apertão. – Gosta disso então? – perguntei em um sussurro enquanto repetia o ato. Mas diferente de antes, Bernardo puxou-me mais para perto, fazendo com que eu passasse uma perna de cada lado da sua cintura.

Ele colocou uma mão de cada lado do meu quadril e pressionou-o em sua cintura. Deitei minha cabeça em seu ombro e soltei um leve gemido.

— Parece que não sou o único que gosta disso então – sua voz era rouca em meu ouvido. Levantei minha cabeça olhando em sua direção, seus olhos eram de puro desejo. Iniciamos um beijo intenso e ardente, meus dedos percorreram a linha dos seus braços descendo por suas costas, aonde cravei minhas unhas levemente, dando pequenos arranhões. Senti seus braços tencionarem e pressionar mais minha cintura em cima de seu membro.

— Abby... – ele começou.

— Não diz nada – falei dando um selinho em seus lábios – Meu quarto... – ele assentiu com a cabeça e me levou em seu colo até o meu quarto. Mesmo de costas consegui abrir a porta, que logo depois que entramos foi fechado com um pontapé.

Bernardo me soltou na cama carinhosamente e deitou sobre meu corpo.

— Você tem cert... – ele começou e logo voltei a beija-lo como resposta. Ele não pediu mais nada, voltamos a nos beijar com urgência. Notei que suas mãos foram para debaixo da minha regata, que logo foi jogada em algum canto do quarto. – Lingerie preta, gostei. – ele disse em um sussurro em meu ouvido, que logo ri abafada.

— Você não viu nada baby – falei colocando minhas mãos por dento de sua camiseta e arranhando seu abdômen.  Puxei sua camiseta pra cima da sua cabeça jogando-a em algum canto do quarto. Logo senti meu sutiã sendo aberto e assim como as outras peças, foi jogado em algum canto.

Sua boca foi traçando uma trilha, da minha boca, para o pescoço e parou sobre um dos seios, chupando-o, que certamente no outro dia estaria com marcas, enquanto com a mão livre massageava o outro.

— Bernardo – chamei-o em um fio de voz enquanto arranhava suas costas.

Notei que após isso as peças que nos impediam de estarmos totalmente ligados foram retiradas. Ele passava a mão e dava leves apertões em minha bunda, passado a mão ela extensão externa das coxas indo lentamente até a interna, onde começou a fazer leves movimentos.

— Não me faça implorar – encarei Bernardo que parecia se divertir com a situação. Estiquei minha mão até o bidê da cama e peguei uma embalagem na mão, levando-a até a boca e abrindo com os dentes, entreguei para ele e logo a camisinha estalou entre seus dedos. Depois de alguns instantes, eu o senti entre minhas pernas.

Os nossos movimentos eram ritmados, assim como cada gemido já se misturava no quarto. Bernardo pressionava minha cintura como se nada fosse o suficiente. Ele agarrou uma das minhas coxas e apoiou o corpo sobre o cotovelo, segurando em minha mão. Uma fina camada de suor forma-se em nossos corpos.

— Abby, eu acho que vou... – ele disse com a voz entrecortada.

— Shh, olha pra mim – eu disse tocando seu rosto – Eu amo você.

— Eu amo você – ele respondeu. Dito isso as estocadas tornaram-se mais rígidas, e logo nossos corpos gemeram uma última vez e tremeram ao mesmo tempo. Seu corpo logo caiu ao lado do meu na cama. Ele beijou minha testa e levantou-se indo ao banheiro, voltando em alguns minutos e deitando novamente ao meu lado.

Quando ele se arrumou ao meu lado, deitei em seu peito, esperando nossas respirações se normalizarem e se acalmarem. Bernardo puxou a coberta em cima dos nossos corpos e logo caímos no sono, cansados.

Acordei de manhã antes que Bernardo, ele ainda dormia tranquilamente. Levantei da cama e deixei um bilhete em cima de meu travesseiro, avisando que havia saído, mas que logo estaria de volta. Peguei minhas coisas e fui até o banheiro do corredor para me trocar, logo depois indo para o andar de baixo e saindo.

Eu estava tensa, minha ideia tinha tudo para dar errado. Porém, ao longo desses anos todos, eu havia aprendido a mentir com o melhor. Estacionei meu carro e desci do mesmo travando-o. Subi as escadarias da fachada e abri a porta de vidro, indo em direção aos elevadores. Apertei no botão para subir em direção ao oitavo em que estava a sala do meu irmão.

No segundo andar o elevador parou, notei um garoto dos cabelos escuros entrando e me secando de cima a baixo. Idiota, pensei comigo mesma e continuei mexendo em meu celular.

— Desculpe minha indiscrição, mas seu rosto me é familiar. Nos conhecemos? – o garoto virou em minha direção, dei um sorriso simpático guardando o celular mesmo não estando a fim de respondê-lo.

— Provavelmente porque sou parecida de alguma forma com meu irmão mais velho. – dei de ombros. Ele continuou me encarando de uma forma intimidadora.

— Ele trabalha aqui? – perguntou cruzando os braços e ficando parado em minha frente.

— Sim, ele é um dos melhores advogados penalistas que a empresa tem. Diga-se de passagem – respondi em tom de orgulho. Eu realmente era orgulhosa pela posição que Guilherme ocupava, mesmo às vezes ele não dando valor a isso.

— Hm, nossa empresa então está ganhando com isso – ele deu de ombros dando um sorriso contido, como se estivesse sendo forçado a falar aquilo.

— A empresa é sua?

— Na verdade da minha família. Sou Hugo Cortez, prazer – ele estendeu a mão.

Então ele era o famoso e nada agradável irmão da Bianca, deve ser por isso que minha vontade quando o vi era de sair do mesmo local e senti ele sendo intimidador.

— Sou a melhor amiga da sua irmã, quer dizer, meia-irmã. – Falei sorrindo e estendendo minha mão o cumprimentando – Sou Abigail Carstairs Montgomery, irmã mais nova do Guilherme.

Notei que Hugo primeiro encolheu os ombros sobre a Bianca, e depois ele ficou tenso no momento em que toquei no nome do meu irmão. O elevador parou e estava finalmente no andar do Guilherme.

— Minha deixa. Nos vemos por ai, Cortez. – falei dando as costas e senti as mesmas queimarem.

Peguei meu celular e mandei uma mensagem para Bianca.

A: Agora eu entendi porque seu irmão é um babaca.

B: Hahaha

B: Qual deles?

A: O Hugo.

Minha mensagem foi visualizada e logo meu celular tocou, me fazendo parar no meio do corredor para atender.

Como assim o Hugo, Abigail? Aonde você tá?” Seu tom era preocupado.

— Calma Maria, to na empresa. Vim falar com o Gui e encontrei ele no elevador. – respondi arrumando a bolsa no ombro.

E o que vocês conversaram?”

— Ah, ele começou com o papo que meu rosto não era estranho, ai quis se achar dizendo que a empresa era dele e logo se apresentou como um Cortez, eu falei que era sua amiga e irmã mais nova do Gui e ele primeiro encolheu os ombros e depois ficou tenso com o nome do meu irmão. – Falei dando de ombros. – Só isso.

Hm, babaca. Primeiro que ele nem quer seguir os negócios da família e ainda se acha como se a empresa fosse alguma coisa para ele” sabia que ela estava revirando os olhos do outro lado da linha “Mas o que você está fazendo ai afinal?”.

— Vim falar com o Gui... assuntos de família. – não queria explicar a situação para ela agora. – Depois nos falamos Bi, amo você.

Se cuida, amo você” ela desligou a ligação e fui até a secretária do meu irmão.

— Oi Sarah – sorri simpática guardando o celular na bolsa.

— Oi Abby, quanto tempo. – ela sorriu em resposta. – Quer ver seu irmão? – eu assenti e ela verificou a agenda dele. – Ele está sozinho na sala agora e sem reuniões agendadas, acho que não tem problema... Quer que eu te anuncie?

— Não, não precisa... Vou ser breve com ele – falei virando em direção à porta de madeira escura que havia ali perto, dei duas batidas e logo escutei um “entre” vindo de dentro da sala. – Oi irmãozinho.

— Abby – ele disse levantando-se e vindo em minha direção, dando-me um abraço apertado e bagunçando meus cabelos. – O que devo a honra da sua visita?

— Saudades – falei fazendo uma carinha de cachorro que havia caído da mudança e ele logo começou a rir – Na verdade vim porque preciso da sua ajuda.

— Com o que exatamente? – ele sentou novamente do outro lado da mesa e eu em sua frente.

— Com isso – entreguei um pen-drive sobre a mesa e ele logo pegou conectando no computador – Uma amiga veio me pedir ajuda na verdade, ela disse que como sabia que eu tinha irmão advogado ela queria saber como agir.

Notei que ele estava concentrado abrindo as fotos, a garota tinha várias marcas roxas no corpo, das agressões que havia ganho do namorado durante os últimos meses.

— Quem é ela? – Guilherme me perguntou inquisidor mesmo prestando atenção nas fotos.

— Não importa agora... As marcas são as agressões que o namorado fez contra ela e o arquivo de texto são as mensagens que ele mandou para ela, digitadas. Ela disse que tem salvado no computador pessoal todos os prints das conversas, mas primeiro quer saber o que deve fazer. – cruzei os braços tentando conter o nervosismo. Eu sabia que meu irmão poderia notar caso eu estivesse mentindo, por isso comecei a controlar muito bem minha respiração.

— Bem, primeira coisa é que ela deveria ter feito corpo de delito quando ocorreu a primeira batida, mas as fotos podem ajudar como provas, mas não é a mesma coisa no processo... E se ela tem as conversas, isso já da uma boa ajuda na verdade. É um caso, digamos, fácil de ganhar e o cara pode ficar um bom tempo preso por isso. – Ele respondeu cruzando os braços sobre o peito.

— Eu vou falar para ela então – sorri simpática para meu irmão que estava com uma cara de que não estava cem por cento convencido.

— Ok, qualquer dúvida diga que estou à disposição. – Ele sorriu para mim – Era só isso que queria conversar? – Ele pediu fechando as janelas no computador.

— Era sim, desculpa tomar seu tempo. – Fiquei em pé arrumando minha saia.

— Valeu a pena pra te ver – ele veio até meu lado e me abraçou – Posso ficar com o pen-drive para analisar mais algumas coisas? – Ele me encarou e eu concordei com a cabeça enquanto caminhávamos abraçados até a porta. – Nos vemos em casa. – ele falou dando um beijo em minha testa e abrindo a porta. Acabei que quase esbarrei com André, irmão mais velho da Bianca.

— Olha quem é vivo sempre aparece. Quanto tempo Abby – André falou simpático acenando em minha direção.

— Oi André – respondi sorrindo e acenando de volta. – Mas eu vou indo. Tchau para vocês.

Caminhei em direção aos elevadores e fui caminhando em direção ao meu carro, minha cabeça estava martelando. Será que Guilherme havia notado algo? Ele não poderia descobrir que essa “amiga” era eu. Ele surtaria no primeiro minuto, mesmo que fosse só uma suspeita dele. Respirei fundo e aumentei o som da música indo calmamente para casa.

Tudo vai dar certo Abby, respira. Pensei.


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