Hogwarts, Outra História escrita por The Escapist


Capítulo 30
Capítulo 30




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Em dia de jogo de quadribol todo mundo já sabia, Tiago não dava atenção a mais nada, e dessa vez não foi diferente; estava tão concentrado em resolver qual seria a tática do jogo contra Corvinal que até brigou com Leah. Ignorou Alvo e Lilian quando os dois vieram correndo ao seu encontro, muito empolgados com alguma coisa, mas Tiago virou as costas e não deu ouvidos aos irmãos, e o mesmo aconteceu em relação à coruja que Giny mandou, não se deu trabalho sequer de abrir. Já sei o que ela vai dizer”, pensou e largou a carta dentro de um livro.

Foi também por passar muito tempo ocupado que Tiago foi praticamente o último a saber que o professor Slughorn tinha deixado o cargo de professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, embora esse fosse o assunto mais comentado no Salão Comunal de Sonserina e na escola em geral.

Tiago sentou à mesa no grande Salão Comunal, e começou a prestar um pouco atenção para se situar na conversa, era May a fofoqueira mor de Hogwarts que tagarelava.

— O novo professor deve chegar hoje, a Minerva garantiu.

— Novo professor? De que? — Tiago perguntou e todos os colegas olharam para ele.

Hello, Potter! Planeta Hogwarts chamando! — Loreley disse com aquele sorriso brincalhão que sempre deixava Tiago fora de si. — O Slughorn morreu! — Tiago arregalou os olhos. — Não, brincadeira, ele ainda não morreu, porque é teimoso, mas já deveria... Embora...

— URGH! Será que você pode ser clara?

— Tá bom, esquentadinho! O Slughorn pediu para sair, ele não vai mais dar aulas.

— Sério? Por quê?

— Por que? Ora por que... Ele está tão velho, quase desmontando, fala sério!

— E quem vai ser o novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas?

— Isso é segredo de estado! — May saltou antes que Loreley pudesse abrir a boca. — Só a McGonagall sabe.

— Esse professor novo, será que também vais ser o diretor de Sonserina?

— Não.

— E quem vai ser?

— Já é, o Mears — Tiago resmungou um palavrão, não era nenhum segredo que o professor Mears não era muito fã dos Potter, muito menos de quadribol, e Tiago já podia pressentir uma dificuldade com o novo diretor da casa.

A conversa tomou conta da mesa, mas Tiago se afastou mentalmente; estava como que sonhando acordado, imaginando o uniforme branco e prata do time de quadribol onde jogaria depois da escola, quando Lilian falou com ele.

— Tiago! — ela deu um grito diante da falta de atenção do irmão.

— Que que foi, Lily?

— Você recebeu a carta a da mamãe?

— Recebi? Por quê?

— Ahm, o que você achou?

— Eu não li ainda — Tiago disse e se levantou.

— Mas, eh, você deveria ler... Tiago, espera!

— Lily, não enche, tá? Eu tenho coisas para fazer, depois a gente conversa — Tiago desapareceu antes que Lily conseguisse abrir a boca. — Depois não diz que eu não avisei!

— O que foi, Liloca? — Lilian se virou para Loreley e revirou os olhos.

— Não me chama de Liloca, Loreley, por favor.

— Vocês, os Potter são muito esquentadinhos! Mas me diz aí, o que você ia contar ao Tiago?

— Nada; logo você vai saber; logo a escola toda vai saber — Lilian não disse mais nada, nem Loreley insistiu.

A notícia de que Slughorn tinha deixado o cargo de professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, e as especulações sobre quem seria o substituto ainda foram assunto pelo resto do dia e a dúvida só seria esclarecida no dia seguinte.

A bagunça reinava na sala do 7º ano, não havia professor e os alunos estavam muito à vontade; quando Minerva entrou, Loreley pulou da mesa onde estava muito bem acomodada; um pensamento geral se formou na cabeça dos jovens: seria McGonagall a nova professora de Defesa Contra as Artes das Trevas?

— Bom dia, classe! Por favor, sentem-se; aos seus lugares... Srtª Gilmore... — Loreley passou por Minerva e recebeu “aquele olhar” da diretora de Hogwarts, e sentou ao lado de Tiago. — Bem, como vocês já devem saber, o professor Slughorn pediu dispensa do cargo de professor de Defesa Contra as Artes das Trevas...

— Já era hora —murmurou Loreley para Tiago, que fechou a cara ao sorriso da colega e recebeu uma careta em resposta; esse diálogo gestual não passou despercebido a McGonagall que, também gestualmente, repreendeu a dupla e continuou falando, dirigindo-se a turma.

— Felizmente, vocês não vão ficar sem professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, pois eu já tenho um substituto para o professor Slughorn — Minerva percebeu uma reclamação silenciosa, é claro que os alunos preferiam ficar sem professor. —E eu tenho certeza de que vocês irão gostar e aproveitar bastante o nosso novo professor.

— Bom, e onde está ele, esse novo professor? — perguntou um aluno.

— Ele está bem aqui, Sr. Hamer — as cabeças se voltaram ao mesmo tempo em direção à porta, quando ele entrava e os alunos soltaram um “oh” coletivo.

Tiago era o único que não acompanhava a entrada do professor; Loreley deu uma cotovelada para chamar sua atenção; então aconteceu tudo de uma vez; Tiago ouviu o nome do pai pronunciado pelos colegas, enquanto o próprio Harry Potter caminhava para frente da turma e cumprimentava a professora McGonagall; Tiago lembrou da carta de Giny, de Alvo e Lilian querendo contar alguma coisa... Impossível!

— Muito bem Sr. Potter, a turma é sua, boa aula.

— Ahm, obrigado, Professora McGonagall — quando Minerva saiu Harry encarou a turma, e logo sentiu afeição por aqueles bruxos e bruxas que lhe olhavam com curiosidade e admiração.

Todos pareciam ansiosos, surpresos e felizes por verem o novo professor; todos exceto um; mesmo que Harry esperasse por uma reação ruim de Tiago — e esse não era o caso, pois esperava que ele ficasse contente — teria se surpreendido ao encontrar o olhar do filho —aquele olhar magoado, raivoso — e isso desestabilizou Harry; Tiago pegou os livros e se levantou.

—Tiago? — o rapaz não respondeu e fez menção de sair da sala. —Tiago, sente-se! —Harry falou com um tom autoritário temendo perder o controle já na primeira aula, mas imediatamente se arrependeu do tom e acrescentou. — Por favor — Tiago voltou a sentar, mas não desfez a cara feia.

Harry fez o possível para que a reação do filho não atrapalhasse e começou a aula; primeiro timidamente, mas com o passar do tempo tornou-se mais descontraído, durante toda a aula se perguntava o porquê da reação de Tiago, afinal ele tinha escrito uma carta contando-lhe a notícia, ele não deveria estar tão surpreso.

Para os alunos foi a melhor aula de todas, claro, quem não ia gostar de ter aula de Defesa Contra as Artes das Trevas com o bruxo que derrotou o Lorde das Trevas? Não obstante, a cara feia que Tiago fazia, ele dispensou a turma satisfeito, com a sensação de missão cumprida.

— Vejo vocês na próxima aula — os alunos se despediram e começaram a sair da sala — Tiago.

— Bom, Tiago, a gente se fala depois, tá? — Loreley disse, praticamente empurrando Tiago para que ele não saísse da sala, e embora estivesse morrendo de curiosidade para saber o que aconteceria, saiu e deixou Tiago e Harry sozinhos.

— O que foi?

— Eu pergunto o que foi; afinal, porque você está agindo assim? Você sabia que eu viria, a não ser, é claro, que não tenha lido a carta, o que não me surpreenderia... Tiago não me dê as costas.

— O que é pai, você quer que eu saia dando pulos de alegria por você estar aqui? Desculpe, mas eu não posso fazer isso.

— Não entendo você, Tiago.

— Se entendesse não estaria aqui! Você acha que era fácil ser “filho do Harry Potter” com você bem longe, imagina como é com o famoso Harry Potter em pessoa aqui em Hogwarts.

— Você está sendo injusto comigo, Tiago, eu não vim aqui pra roubar sua popularidade, eu vim porque a professora McGonagall me pediu ajuda, e eu acho, sinceramente, que estou fazendo uma coisa boa... Hogwarts sempre foi como uma casa para mim, eu não... Não quero atrapalhar em nada a sua vida, Tiago. Quando a professora Minerva propôs que eu viesse dar aulas em Hogwarts, primeiro eu pensei em recusar imediatamente, mas eu pensei melhor, e, bem, é uma forma de ajudar quem sempre me ajudou, Hogwarts. Eu não falei com você e seus irmãos antes porque não quis deixá-los ansiosos... Parece que não deu muito certo.

Tiago não respondeu e continuou emburrado; isso vai ser difícil, pensou Harry e respirou fundo.

— Giny e eu vamos morar em Hogsmeade durante o período de aulas; bem, ela está arrumando a casa e espera você e seus irmãos para jantar, eu já falei com a professora Minerva, vocês tem permissão pra ir.

A atitude displicente de Tiago começou a irritar Harry, por mais que se esforçasse para entender o filho, precisava ser firme e não atender à chantagem emocional.

— Ok, Tiago, você pode me ignorar, se quiser, mas me obedeça e esteja pronto para ir a Hogsmeade antes do jantar — o tom autoritário de Harry deixou Tiago ainda mais irritado, ele virou as costas pra sair. — Mais uma coisa, Tiago, eu espero que você não esqueça que além de seu pai, eu agora sou seu professor. Você está dispensado. —Tiago saiu da sala “bufando”; Harry pensou um pouco e resolveu relaxar, conhecia o filho melhor que ninguém, ele era daquele jeito desde criança, quando queria uma coisa ficava com aquela cara amarrada até conseguir.

Logo ele voltaria ao normal e eles poderiam conversar e se entender.

Quando encontrou os três filhos no início da noite, Lilian foi a primeira a pular nos seus braços, numa reação completamente contrária à de Tiago. Alvo era o meio termo, estava feliz em ter o próprio pai como professor, mas não exagerava nas demonstrações de carinho.

Durante o jantar Harry pôde perceber que Tiago já melhorava de humor; ele foi gentil com a mãe, participou da conversa com a família e até riu. Os três dormiram na nova casa dos Potter e voltaram à escola na manhã seguinte.


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