21st Century Girls escrita por LahChase


Capítulo 17
Bangtan: Naquela Noite Chuvosa


Notas iniciais do capítulo

Oooooiiiii
Demorei? Desculpa >.<
Bom, neste capítulo acabei resolvendo falar um pouco sobre cada casal :3 espero que gostem ^^
Agradeço de todo o coração o amor que recebo através dos comments que vocês deixam ♡♡ Especialmente a Phaella e a Kuuhaku17, que comentaram no capítulo anterior ^^ vocês são anjinhos ♡



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Da última vez em que Kim Namjoon e Kwan se viram, naquela noite chuvosa, ela lhe sorriu muito ternamente.

Separou o beijo e encostou a testa contra a dele, deixando-o sentir sua respiração contra a pele. E então enterrou o rosto em seu pescoço. Era uma sensação boa ser mais alto do que ela e poder abrigá-la dessa forma. Ele inspirou, sentindo o cheiro de seu cabelo.

— Nam. 

— Hm?

— Você... esperaria por mim?

Namjoon não sabia onde ela queria chegar, mas respondeu:

— Esperei até agora, não foi? 

Ela suspirou.

— O general ainda não desistiu de tentar controlar a minha vida. - disse, e nesse momento ele a sentiu apertar com mais força sua camisa - Ele queria um casamento, então eu lhe dei um. 

Namjoon arregalou os olhos, e Kwan sentiu os batimentos do garoto ficarem mais intensos.

— Eu e um primo distante... Nós vivemos juntos nessa casa, em um relacionamento de fachada. Todos pensam que estamos juntos, mas na verdade fizemos um acordo para despistar nossos pais. A família dele também queria forçá-lo a casar, sabe? Então tivemos essa ideia maluca. Não fizemos cerimônia, nem ajustamos documentos, nem dormimos no mesmo quarto. Quase não nos vemos por causa dos horários do trabalho. Mas funciona. O general se calou sobre o assunto e a família dele também. 

Ela se afastou e sorriu para ele, que ainda estava com uma expressão surpresa. 

— Faz parte do acordo terminar tudo caso um de nós ache alguém, e eu sempre soube que seria você. Mas as coisas devem ser feitas com calma, ou eu sei que o general vai querer se meter na minha vida novamente. - ela deixou escapar um tom irritado ao citar o pai, mas então suspirou - E é por isso que estou te pedindo paciência. Você vai estar em turnê logo, e vou aproveitar esse tempo para resolver as coisas. Mas o general vai vir passar dois dias aqui essa semana. E por isso não poderemos nos ver até você voltar.

O silêncio que se seguiu acabou se prolongando, enquanto Namjoon observava aqueles olhos altivos e perspicazes. Ela valia a pena, com certeza. E ele confiava e acreditava em sua palavra. Mas estava tudo bem deixá-la cuidar de tudo isso sozinha?

— Noona, tem certeza...

— De que posso lidar com isso? - ela completou e lhe deu um sorriso ladino - Com quem pensa que está falando, Kim Namjoon? Quem era que estava prestes a te vencer no ranking da escola?

Ele revirou os olhos.

— Isso aqui é bem diferente da escola.

Ela lhe deu um tapinha no braço.

— Não me subestime, garoto. A noona aqui entende da vida melhor que você.

Rap Mon ergueu as sobrancelhas.

— Você só é um ano mais velha!

— Um ano. 365 dias a mais de experiência.

— Que eu acho que compensei depois de ter que servir de babá para seis garotos loucos nesse manicômio que chama de grupo. 

— Tá mais pra o Jin Oppa servindo de babá pra vocês.

— "Oppa"? 

— O que? Ele é mais velho que eu, não?

— Hm, não sei se gosto disso.

Ela sorriu. E então rapidamente o beijou.

— Babo.

E é nisso que Namjoon está pensando enquanto entra no avião, rumo a uma turnê.

 

 

 

Da última vez que Min Yoongi e So-Young se viram, naquela noite chuvosa, ele percebeu que ela o deixava completamente fora de si quando se viu voltando ao prédio da BigHit de mãos dadas com ela. Simplesmente não pensou antes de se oferecer para esquentar-lhe os dedos gelados, e a puxou para mais perto sob o guarda-chuva. 

— Você sente frio muito facilmente, não? - comentou, lembrando do casaco que tivera que emprestar na primeira noite em que conversaram.

Sunny riu.

— Você também.

Ele acabou dando de ombros, aproveitando o toque de sua pele em sua mão. 

— Yoongi.

— Hm?

— Vocês saem em turnê logo, não é?

Ele assoprou o cabelo para longe dos olhos, lembrando disso apenas quando ela citou o fato, mas assentiu.

— Bom, nós vamos nos encontrar no meio do caminho para a primeira apresentação ao vivo do Jungkook e da Yoora, mas...

Yoongi lhe lançou um olhar, encorajando-a a continuar. Os dois chegaram ao prédio, mas não entraram, parando por um momento para observar um ao outro.

— Mas...?

Ela sorriu, e tirou do bolso um papel colorido.

— Mas se quiser conversar, pode mandar mensagem pra este número. - disse, colocando o papel no bolso dele, já que Yoongi estava com as duas mãos ocupadas - Acho que amigos fazem esse tipo de coisa hoje em dia. 

Suga permaneceu meio surpreso por alguns breves instantes. No entanto, estava mais surpreso pela felicidade que tomava conta de si do que pela ação da garota. Por isso sorriu, finalmente decidindo colocar para fora um pensamento que vinha lhe martelando.

— So-Young.

— Hm? 

— Vamos terminar a música. 

— Que?

— A música daquela primeira vez que conversamos, naquela praça. Vamos completá-la e gravar. Juntos.

So-Young arregalou os olhos.

— Sério?

Ele sorriu.

— Sério.

E é nisso que Min Yoongi está pensando ao encarar a tela do celular, onde o contato de Sunny está gravado, enquanto sente as turbinas do avião serem ligadas, rumo a uma turnê.

 

 

Da última vez em que Jung Hoseok e Sun Hee se viram, naquela noite chuvosa, ele ficou radiante em poder acompanhá-la até o aeroporto. Esqueceu completamente de procurar pelo Maknae. Aliás, esqueceu completamente de qualquer coisa que não fosse a imagem inacreditável de Sun Hee lhe sorrindo e levantando para dançar ao seu lado. 

Após Trickey, Uptown Funk e até mesmo 21st Century Girls, ele não achou que ela aceitaria dançar mais uma, visto que ambos já estavam bastante cansados. Mas ela supreendentemente foi até o som e selecionou uma última música: Baby Boy.

Ter seu corpo em seus braços nem foi a parte mais incrível do momento, mas sim o fato de ambos se moverem com uma sincronia e química que só traziam uma conclusão: foram feitos para dançar juntos. Ou ao menos foi o pensamento que cruzou a mente de Hobi enquanto ele a seguia com os olhos, absorto em sua interpretação, dando tudo de si para se entregar à coreografia tão bem quanto ela. 

E então a cena começou a parecer com o conto da Cinderella quando ela lançou um olhar rápido ao relógio na parede. Interrompeu a dança e exclamou que estava na hora de ir, enrolando-se toda para juntar as coisas e sair voando da sala. Mas Hobi quebrou a semelhança com a história ao segurar ele mesmo as malas e entrar com ela no táxi. Uma vez lá dentro, os dois mergulharam num silêncio ofegante, ambos ainda em ritmo de dance pratice. Até que Sun Hee falou:

— Hoseok Oppa... Obrigada. 

Ele deu um sorriso ao mesmo tempo em que mordia o lábio inferior.

— Isso foi tão incrível! - exclamou - Nós com certeza temos que fazer de novo!

A garota ficou vermelha.

— Nee... Eu adoraria.

Jinja?! Então quando nos encontrarmos de novo, vamos dançar, fechado? - e lhe estendeu o dedo mindinho.

Ela deu uma risadinha. E então enlaçou seu dedinho ao dele.

E é nisso que Hoseok está pensando ao sorrir bobamente enquanto sente o avião começar a decolar, rumo a uma turnê.

 

 

Da última vez que Park Jimin e Machida Ayui se viram, naquela noite chuvosa, eles voltaram correndo para a casa dela, depois de uma tarde agradável na praça onde haviam se conhecido. Ele a havia levado para ouvir histórias numa tentativa de animá-la. Ayui percebeu, e achou graça no fato de que ele não percebia ainda que o que a animava de verdade era a companhia dele. 

Quando chegaram, um pouco molhados e rindo à toa, Ayui implorou para que entrasse e tomasse algo quente. Ele teve que vencer o medo de conhecer os pais dela, mas aceitou, e em pouco tempo se viu acolhido calorosamente por uma família carinhosa e alegre. Eles tomaram café juntos, os pais dela lhe agradecendo por oferecer sua amizade à garota. Ao fim do lanche, Ren saiu e os pais foram juntos arrumar as coisas na cozinha. Ayui lhe pediu que lhe seguisse até a sala de estar, e ali pousou o violão sobre a perna. Jimin então percebeu que ela tocaria para ele ouvir. 

"Esta é a voz que posso te oferecer por enquanto. Espero que te faça feliz".

E tocou. 

A melodia soava fiel a ela. Doce, suave, por vezes insegura, mas nunca fraca. Sempre seguindo em frente. Sempre corajosa. Sempre impressionante. Incrivelmente independente. Um ou dois acordes errados não estragaram nada, e a forma como a menina se entregou à música impossibilitou Jimin de tirar os olhos dela. Foi quando ele notou. Os lábios pequenos se moviam minimamente, como que ansiando por deixar escapar uma voz que entoasse a canção. 

Ele sorriu para si mesmo. Ela com certeza voltaria a falar.

Depois de palmas e elogios intermináveis, chegou a hora de se despedir. Ayui o levou até a porta, onde ele se virou para olhá-la.

— Ayui, eu... A turnê do Bangtan começa semana que vem. Quando você estiver na cirurgia, eu provavelmente ainda estarei fora, então vai demorar para nos vermos novamente. Mas estarei torcendo por você. E também queria dizer que...

Ele moveu as mãos. Aos poucos foi formando uma sequência de gestos truncados, rezando para estar fazendo certo, dizendo silenciosamente:

"Sentirei sua falta".

Ayui riu. Sua expressão foi tão alegre que Jimin se surpreendeu. Ela bateu palmas, e então o fitou os olhos dele. Com destreza, repetiu os gestos, dinzendo que também sentiria sua falta, mas, de alguma forma, suas mãos foram parar nos ombros dele. Ela sorria, ele sentia o coração acelerado. A garota então ficou nas pontas dos pés e com delicadeza beijou-lhe a face.

E é nisso que Jimin está pensando enquanto vê, da janela do avião, Seoul ficar pequenininha, rumo a uma turnê.

 

 

Da última em que Kim Taehyung e Marina se viram, naquela noite chuvosa, eles fizeram uma aposta.

Depois de muitas explicações por parte do idol, Mali finalmente entendeu o que havia acontecido: repentimanete, o tradutor que acompanharia o grupo na turnê não poderia mais ir, e agora eles estavam precisando de um substituto. O problema era encontrar alguém que topasse de última hora, que preenchesse os requisitos e que pudesse lidar com sete garotos constantemente perseguidos por fãs. Por isso estavam atrás de alguém bilíngue e que também pudesse auxiliar na segurança deles. 

Marina era perfeita pra isso. 

— Só pode estar brincando. - foi a reação dela.

Além de um completo descrédito na própria capacidade de passar no teste que seria realizado caso ela se apresentasse para o trabalho. 

Foi daí que surgiu a aposta. Taehyung apostou que ela conseguia, ela teimou que era impossível. Ele disse que, se estivesse errado, faria o que ela quisesse. Ela jamais poderia deixar essa oportunidade passar.

E assim, eles não estavam juntos quando a chuva começou a cair, e sim separados por uma porta de madeira. Taehyung esperava do lado de fora, andando de um lado a outro, enquanto Mali estava lá dentro em uma entrevista com o PD.

Ele havia ficado impressionado mais uma vez. Assim que postaram-se em frente ao escritório, a garota assumira um porte profissional confiante, apesar de lhe ter confessado um nervosismo pouco evidente.

— Você vai ficar bem. Eu sei que consegue.

Mali lhe lançou um olhar grato.

— Você só me encontrou duas vezes, Tae. - falara, erguendo uma sobrancelha - Como pode saber?

Ele segurou a mão dela, fazendo com que todo seu corpo quisesse derreter.

— Como não saber? Você me livrou de um escândalo ao esclarecer as coisas naquela loja, me guiou até o hotel em segurança e bateu em três caras. E hoje mesmo você venceu o mundial de Taekwondo. Tenho certeza de que consegue conversar com o PD-nim e mostrar tudo o que aprendeu. 

Ela soltou uma risadinha.

— Só você pra me convencer a uma coisa dessas. - suspirou - Bom, pelo menos é uma boa oportunidade de ter a chance de conhecer os outros.

— Os outros?

Ela lhe deu um olhar ansioso.

— Sim, o resto do Bangtan.

— Ah...

— Bom, lá vou eu. 

Dito isso, ela sumiu porta adentro, deixando-o com uma interrogação enorme na mente. "Conhecer os outros, não é...?" Pensava. No que isso influenciaria a relação dos dois? Quer dizer, eles ao menos tinham alguma relação? No fim, talvez para ela, ele estivesse apenas lhe agradecendo pela ajuda que ela lhe deu no Brasil. No entanto, para ele era mais como... Como o que? Ele queria estar com ela, admitia, mas o que isso significava? E por que se preocupava em deixá-la conhecer os outros membros? Afinal, era ótimo, não? Ela era ARMY, então ficaria feliz. "ARMY, não é?" Pensou "Quem é o preferido dela?" Talvez o Jimin? Ela havia ficado toda empolgada quando ele mencionou a presença do amigo no campeonato. Ou talvez ela gostasse do Jungkook, já que o Maknae também praticara Taekwondo... 

A porta se abriu, e ele viu o PD passar por ela, com Marina logo atás.

— Ah, Taehyung. - o mais velho falou ao se dar conta da presença dele ali - O que faz aqui? Queria falar comigo?

Ele franziu a testa.

— Ah, na verdade, eu vim com a... - os gestos de Mali o pararam, pedindo segredo. O garoto ficou confuso, mas disfarçou - Hm, quem é essa?

Hyuk apresentou a garota.

— Esta é Marina de Almeida. A nova intérprete. Marina, um dos membros do Bangtan, Taehyung, conhecido como V.

A garota se curvou.

— Será um prazer trabalhar com vocês.

O PD se virou para ela.

— Já é tarde para começar o seu treinamento, então você começará amanhã de manhã. Apresensente-se na recepção às 7 horas. 

— Sim, senhor, obrigada. 

Ele assentiu.

— Fiquei impressionado de verdade, senhorita. Espero que se se saia bem com os orientadores. Devo te lembrar que são eles que irão aprová-la ou não. Dê o seu melhor.

— Sim, darei.

Hyuk olhou para Tae, que ainda estava meio perdido.

— Pode levá-la até a saída? Tenho um compromisso agora.

— Que? Ah, tá. Certo, sim, senhor. - o garoto se enrolou todo, mas se curvou e segurou o braço de Marina para guiá-la para fora.

A garota teve apenas tempo de se curvar antes de começar a se afastar do PD, que franzia a testa para o comportamento incomum do rapaz. Quando estavam fora das vistas dele, Taehyung parou e se virou para ela.

— Mas o que diabos...?

Ela juntou as mãos.

— Miane, Oppa! - suplicou, voltando à sua personalidade natural - Desculpa te fazer mentir!

V fez um gesto com a mão.

— Tá, não tem problema. Mas será que pode explicar o motivo?

Mali respirou fundo e levou as mãos às costas, balançando o corpo.

— Bom, é que... Eu pensei que se é pra fazer isso, eu quero fazer direito. Não queria que o PD soubesse que nos conhecemos para que isso não alterasse seu julgamento. - ela cruzou os braços, determinada - Se é para eu trabalhar para o Bangtan, tenho que ter certeza de que realmente estou qualificada, de que vou poder fazer tudo direito. Não quero entrar só porque somos ami... conhecidos.

Taehyung estreitou os olhos.

— Você ia dizer amigos.

— Não ia, não.

— Ia, sim. 

Ela bufou e desviou o olhar.

— Tá, eu ia, mesmo. Desculpe a pretensão.

Ele riu.

— Babo. Você é minha amiga. 

Depois que se despediram, não conseguiram mais se encontrar. Ela não foi apresentada ao resto do Bangtan, embora tenha passado por todos os testes. Na verdade, os dias que antecederam o início da viagem foram uma confusão, e nenhum dos dois teve tempo para nada, mas V perguntou ao PD quando ela conheceria os outros membros e este respondeu que apenas quando chegassem ao primeiro destino, embora fossem todos na mesma aeronave. 

Sem tempo para conversar com ela, tudo o que rondava sua mente era a última vez em que estiveram juntos.

E é sobre isso que Kim Taehyung pensa quando olha para trás no corredor do avião, onde, cinco fileiras atrás, Marina está sentada, ainda recebendo orientações, rumo a uma turnê.

 

 

Da última vez em que Jeon Jungkook e Yoora se viram, naquela noite chuvosa, eles retiraram um do outro seus respectivos pesos dos corações, e plantaram um no outro uma semente poderosa. Ao permitirem que suas coisas de dentro fossem compartilhadas entre si, começavam a se tornar o refúgio um do outro.

Depois de terem saído correndo do lugar onde o carro quebrara, ambos tomaram sorvete sem se importar com as cordas vocais, comeram esfirras sem ligar se engordava e deitaram na grama de um parque qualquer, conversando bobagens por horas, sem se preocupar com agenda lotada. Após contemplar o lago, brincar nos balanços e até improvisar uma música à capella para os passantes numa praça, eles viram o sol começar a se pôr atrás das copas das árvores e naturalmente começaram uma caminhada tranquila na direção do prédio da BigHit, mas acabaram parando para jantar no caminho.

Ao fim da refeição e depois de prolongarem a conversa por tempo o bastante, os dois se viram encarando a chuva caindo, abrigados sob o toldo do lado de fora do restaurante.

— Jungkook. - Yoora chamou.

— Hm? - ele se virou para ela.

A garota ficou de frente para ele, que notou o quão próximo estavam, já que tentavam se abrigar do frio, buscando o contato físico.

— Quando estou com você... É como se eu fosse só uma garota normal. Sabe, como se os problemas não fossem coisas de outro mundo, porque você entende tudo o que eu falo. O peso é mais leve. Komaweo.

Jungkook sorriu.

— O mesmo serve pra mim. Quando estamos nós dois assim, comendo besteira e falando bobagens, eu me sinto só... Um garoto comum.

Ela sorriu sem mostrar os dentes.

— Só um garoto e só uma garota. Soa legal, não?

Ele assentiu.

— Nee. Soa muito legal.

Ela fitou a chuva, deixando-o livre para percorrer seu perfil com os olhos.

— Eu me perguntou como seria... Se pudéssemos ser assim pra sempre...

Jungkook também virou o rosto para a noite e, vendo as gotas caírem como um presente dos céus, teve uma ideia. Ele então entrelaçou seus dedos aos de Yoora, provocando nela uma expressão questionadora.

— Talvez não possamos ser assim para sempre, mas... O que acha de uma última aventura aventura agora? Vamos para mais uma bobagem que só "apenas uma garota" e "apenas um garoto" fariam?

Ela começou a rir.

— Do que está falando, Kookie? 

— Você vem ou não? 

— Claro, mas...

E foi quando ele disparou rua afora, arrastando Yoora consigo para a chuva, correndo pelo meio da rua. Começaram a gargalhar juntos, enquanto sentiam a água correr por seus corpos, levando para ainda mais longe as preocupações. Yoora arrancou dos pés os sapatos e começou a pular de poça em poça enquanto Jungkook ria de suas quase quedas. Ambos então se engajaram em um pega-pega acirrado, perseguindo um ao outro em meio as postes, carros estacionados e pessoas protegidas por guarda-chuvas que os olhavam como se fossem dois alienígenas. 

Eles não se importaram. Até porque não fazia diferença o que os outros pensavam. Naquele momento, eram apenas um garoto e uma garota, felizes, tomando banho de chuva.

Eles estavam em uma rua mais deserta quando começaram uma sessão de coreografias dos grupos e cantos desafinados.

— Bultaurone! - Yoora gritou e eles fizeram um "fireeeeee" em sincronia, com uma dança não tão organizada.

— Give me one, two, three! — ele mudou para uma música do grupo dela e os dois enrolaram os passos.

— Dashi run run run! 

Kookie gargalhou ao vê-la esparramar água pra todo lado com a dança.

— Ah! - ela exclamou - Vamos fazer os da nova música!

Rapidamente, ambos posicionaram e iniciaram os passos numa sincronia perfeita, mesmo com o canto baixo sendo abafado pela chuva. Era um dança fluida e expressiva, sem dúvida sobre uma paixão doce e intensa, enquanto a letra expunha duas pessoas que precisavam uma da outra. Talvez nem mesmo aqueles dois, que a haviam escrito, tenham se dado logo conta de que aquelas palavras os expressavam muito bem.

O final da coreografia deixava um nos braços do outro, as testas coladas enquanto terminavam a última estrofe. Yoora tinha as mãos no pescoço de Jungkook, que lhe envolvia a cintura. 

— I need U. - ele sussurrou, sem soltá-la após o término da música - I need U, Yoora. 

Ambos haviam fechado os olhos.

— I need U, Jungkook. 

Ele sorriu. O próximo movimento era óbvio. O rapaz começou a diminuir ainda mais a distância, a respiração misturando-se à dela, a pele sentindo as pontas de seus dedos, os lábios prontos para receber os dela...

E uma buzina urgente os separou de repente. 

Estavam no meio da rua e um táxi quase os atropelou. Assustados, abriram passagem e se curvaram em um pedido de desculpas. Quando ela o fez, vislumbrou os passageiros. 

— Aqueles são Sun Hee Seonsaeng e Hoseok Sumbae?

O momento acabou, mas Kookie não tirava da cabeça o que estivera prestes a fazer. 

E é nisso que ele pensa enquanto sente o avião balançar em seu vôo sobre o oceano, rumo a uma turnê.

 

 

Da última vez em que Kim Seokjin e Hae DaeGi se viram, naquela noite chuvosa, os dois riram feito loucos dentro do restaurante. Ela gargalhou de todas as piadas idiotas dele, o que o fez ficar radiante, mesmo que na verdade ela risse de sua idiotice e não visse graça real nas piadas. 

Levando-a para o hotel mais tarde, falaram de comida com muito gosto:

— E daí eles disseram que tínhamos que provar esse tal doce brasileiro. Ah, que coisinha maravilhosa! 

— Oppa, de alguma forma você parece empolgado de mais com isso.

— Claro! Nós iremos ao Brasil de novo logo. Só de pensar naquele pedacinho de céu...

Ela riu.

— Se é mesmo tão bom assim, precisa trazer um pra mim.

Ele enfiou as mãos nos bolsos.

— Não sei se ele sobreviveria à viagem.

Ela lhe lançou um olhar apertado.

— Está falando porque as malas vêm muito apertadas ou porque você não resistiria e acabaria comendo?

Ele deu de ombros.

— Interprete como quiser.

Ela fez um biquinho. Ele achou graça.

— Bom, de um jeito ou de outro - Jin falou - tenho uma ideia melhor. 

— Ah, é? 

— É. - ele sorriu malicioso - Vou trazer a receita e cozinharemos juntos. 

Ela se empolgou.

— Vamos a uma batalha!

Ele riu.

— Você não cansa de disputas, né?

Ela cruzou os braços com um olhar inocente.

— Não tem problema se for uma competição saudável. 

Ele lhe bagunçou os cabelos. E percebeu que ela era um tanto baixa.

— Claro que não. 

Ela não soube lidar com o contato repentino: suas faces ficaram vermelhas.

— Gi. 

— Hm? 

— Vença, okay?

DaeGi o olhou nos olhos com suaz lentes roxas.

— Pode confiar que sim.

E é nisso que Seokjin está pensando ao recostar melhor na poltrona do avião, rumo a uma turnê.

 

 

De alguma forma, naquela viagem, o Bangtan parece um tanto quieto. Ao menos enquanto suas mentes são ocupadas por suas respectivas garotas do século XXI. Mas voltam à bagunça de sempre quando alguém começa a cantarolar Cypher 4 (provavelmente V) e provoca risadas em outro (certamente J-Hope), o que desperta mais alguém de um sono que lutou para alcançar (sem dúvidas Suga), requerendo a invenção de um quarto para distrair este (claramente Jimin). Logo os outros três também estão de alguma forma envolvidos na confusão, que, de uma maneira que ninguém saberia explicar, termina em gravações ou lives pro Vapp. 

Afinal, é do Bangtan que estamos falando. Nem mesmo as mais importantes situações fariam este grupo ficar quieto por muito tempo. 

 

 


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Notas finais do capítulo

Eu de novo! ^^

O que achou? Viu algum erro? Tem alguma crítica? Sugestões? Pedidos? Conta pra mim todos pensamentos que rondaram sua cabeça enquanto lia, por favor! Amo todos os tipos de comments, desde um "oi" até os textões ♡

Pra quem tiver interesse de ver, a coreografia que imaginei o Hobi dançando com a Sun Hee foi a do estúdio 1million. Coloca lá no Youtube que tem. (Êta canal maravilhoso, viu?)

Tem EXO-L por aqui? IGOT7? BLINK? De que outros fandoms vocês fazem parte? Contem pra mim e me recomendem músicas ^^

Bom, vou novamente recomendar uma fanfic aqui. Esta eu li no Wattpad, mas quero indicar porque achei maravilhosa. O nome é Bright Blood, pela Lau B. Se já leram ou resolveram dar uma olhada, comenta aqui o que achou ^^

Bom, vou ficando por aqui! Vejo vocês em 15 dias, se Deus quiser hehe ♡♡
Obrigada pela leitura e pelo amor ^^

~jaa ne!



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