Batman - Alvorecer escrita por Cavaleiro das Palavras


Capítulo 21
Capítulo Vinte e Um - Amarrando as pontas


Notas iniciais do capítulo

Olá, tudo bem? Gostaria de informar que em breve estaremos nos aproximando do fim desta história. Resta-nos apenas mais uma fase para sua conclusão. Mas não se preocupem, haverá uma continuação em breve. Uma sequência que carregará um novo nome e estilo de narração. Obrigado sempre por acompanharem. Fiquem bem.



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Naquela mesma manhã a história foi publicada no jornal.

“Bobby Gazzo é finalmente encarcerado”

Escrito por Lois Lane

 

“Durante anos a cidade de Metrópolis sofreu por medo sob o império de crimes de Bobby Gazzo, que para alguns era um legítimo homem de negócios, apenas uma faceta para esconder de todos o que realmente era. Um homem sem qualquer tipo de escrúpulos que sugava a vida da Cidade do Amanhã poluindo-a com mercados ilegais de armas e drogas.

No entanto, esta manhã, veio até nós, humildes jornalistas do Planeta Diário, e aos nossos protetores, os policiais de Metrópolis, provas o suficiente para que o mafioso italiano permaneça atrás das grades por toda sua vida ou por pelo menos, o suficiente para pagar por seus crimes. Manifestos expondo toda a sujeira a qual este cometeu e recebeu auxílio para varrer para debaixo do tapete. Estas informações nos foram concebidas por fonte anônima.

‘Já estava na hora daquele italianinho saber o que é justiça!’ disse um entrevistado. Diversos cidadãos compartilham desta mesma opinião e agora respiram aliviados.

E para aumentar ainda mais a sensação de término de um ciclo de terror, foram encontradas provas de que Gazzo ainda fora responsável pela morte de Sindella Zatara, esposa do famoso mágico, Giovanni Zatara. Durante muito tempo a causa da morte era desconhecida, todavia, hoje sabemos que foi mais um caso de atrocidade cometido por Bobby Gazzo.

Nesta manhã Metrópolis nasce mais esperançosa por saber que um elo de uma corrente sombria antes invisível para a maioria, agora foi quebrado abrindo as portas para um recomeço.”

Gazzo foi imediatamente levado para a delegacia. Após a comprovação das informações contidas nos manifestos e os depoimentos de Giovanni e Zatanna, o mesmo foi encaminhado para o presídio, onde esperamos que fique por um bom tempo, embora, talvez não dure.

Estou em pé de frente para a janela de meu apartamento. Acabo de receber uma ligação rotineira de Lucius Fox. Combinamos que uma vez por semana ele me faria uma ligação através de um número criptografado para atualizar-me dos passos de Alfred e de meu lar.

Meu velho amigo ainda estava perseguindo pistas frias. Restava-me tempo para ficar em Metrópolis por talvez um mês ou dois. Tio Phillip continuava como gestor da sede das Empresas Wayne em Gotham, mesmo contra a vontade do conselho, uma vez que o mesmo estava sendo capaz de alavancar as receitas de forma favorável para a empresa. Quanto a meus amigos...

Harvey Dent estava ingressando em uma faculdade de advocacia. Seu pai havia falecido há alguns dias. Roman Sionis não havia mudado muito. Ainda seguia nos passos de seus pais, apesar de acreditar que isto não o satisfazia. E Thomas Elliot igualmente ingressava em uma faculdade de medicina. Sua mãe apresentava sinais de câncer, o que o entristecia profundamente. Sentia falta de meus amigos, gostaria de estar com eles agora.

Vejo um gato na janela de um apartamento no edifício de frente para o meu. E repentinamente vem-me a mente a lembrança de Selina. Onde estaria agora? Ainda estaria com seu pai? Lembro-me de como ela ensinara-me a arrombar fechaduras e como preferira não falar em como aprendera a fazê-lo. Poderia ela estar associada, juntamente a seu pai, no mundo de crimes? Na próxima vez pediria para Lucius reportar-me igualmente sobre atividade criminal incomum.

Agora com Bobby Gazzo encarcerado, um peso deveria ter saído das costas de Zatara. O homem culpava-se pela morte de sua esposa, pois acreditava ter sido um erro seu. Agora que sabia a verdade, qual rumo tomaria?

Estava ali para aprender as artes de ilusionismo e escapismo com o mágico, mas em meio a tudo o que houve, não houvera tempo. Este precisava se recuperar. Antes de abordá-lo para pedir sua atenção, o deixaria descansar e absorver a verdade. No dia seguinte, falaria com ele.

...

— Bruce! É bom te ver. Pode entrar.

Zatanna saúda-me convidando-me para entrar no teatro.

— Papai está no terraço desde cedo.

— Como ele está? – indago-a enquanto subimos as escadas para o apartamento.

— Pensativo. Não falou muito. Talvez ele se abra um pouco mais com você.

Chegando ao terraço encontramos Zatara de costas para nós observando a vida abaixo na rua. Seu corpo pode estar ali, mas assim como acontecia com papai, tenho certeza de que estava com sua mente distante.

— Eu achei que fosse minha culpa.

Surpreendemo-nos quando ele inicia o assunto voltando-se para nós. Ele segurava em suas mãos uma cartola.

— Durante dois anos acreditei que por um erro meu Sindella havia falecido. Por minha causa.

No dia anterior Zatara havia descoberto a verdade sobre a morte de sua esposa. Sua reação foi a de erguer uma parede de chamas do chão para atordoar Gazzo e seus homens.

— No dia eu estava tão nervoso. Quando fico assim a magia foge de meu controle. Ao checar as cordas, eu acreditava que poderia ter causado isto. Mas agora...

— Agora você sabe a verdade. O senhor é inocente. Não fez qualquer mal a sua esposa. Sei que a dor da perda é grande, sempre será, mas talvez, agora, possa seguir em frente. Encontrar uma forma de fazê-lo. – digo aproximando-me lado a lado a Zatanna.

Reflito sobre minhas próprias palavras. Há quase seis anos atrás o Detetive James Gordon as dissera para mim quando informara-me da prisão de Joe Chill. Aquela, o que agora fazia, era a minha forma de seguir em frente.

— Era o que Sindella me diria. Sempre que eu errava, ela me encorajava a fazer melhor. Tentar de novo e superar-me.

— Está na hora de ser feito pai. Não vamos esquecer só aprender a conviver. Da melhor forma possível. – Zatanna segura a mão de seu pai e ambos trocam um sorriso de entendimento.

— Sua mãe e este teatro eram minha vida. Até você chegar. Deixei que a tristeza e ressentimento me cegassem para isso. – Zatara observa a cartola em sua mão – Se vamos recomeçar, talvez seja a hora de voltar às raízes.

— Pai?

— O mundo é um lugar frio. E poucas coisas fazem com que as pessoas esqueçam isto e sejam capazes de ver a verdadeira beleza. Afinal, o que é o mundo sem um pouco de mágica?

— Você... Você quer reabrir o teatro?

— Não só reabri-lo, mas retomar os shows. Todavia, não posso fazer isto só. - Giovanni coloca carinhosamente a cartola sobre a cabeça de Zatanna – Seria uma grande honra tê-la como minha parceira no palco filha. Assim como sua mãe um dia foi.

Pai e filha se abraçam. Subitamente recordo-me de Alfred. Sinto falta de meu amigo. Mas preciso protegê-lo. Nem sequer imagino o quanto ele teria estado em perigo nestes últimos anos comigo. Por enquanto, é melhor desta forma.

— Ah, Bruce! – chama-me Zatara. Não surpreendo-me que saiba quem verdadeiramente sou. Zatanna devia ter-lhe contado – Não devia ter escondido sua identidade de mim. Seus pais eram grandes apreciadores de mágica. Vez ou outra nos velhos tempos vinham aqui. Sinto muito pelo que houve, mas tenho certeza de que ficariam orgulhosos do homem que está se tornando. Obrigado por ter nos ajudado. Obrigado.

— É bom vê-los bem Gio. É a você que agradeço.

Suas palavras são belas, contudo, o aperto em meu coração é inevitável. Todos os dias pergunto-me o que meus pais achariam do caminho que estou seguindo. Afinal, faço isto por eles. Pelo que representavam.

— Se quiser, há lugar para você aqui. Depois do que fez por nós, é sempre bem-vindo.

— Vou lembrar-me disto. Obrigado.

— Pai, como pretende reabrir o teatro? – indaga Zatanna.

— Com mágica podemos consertá-lo. Trazê-lo a seus dias de glória. Apenas precisaríamos em seguida chamar a atenção do público. – avalia Giovanni voltando a caminhar pelo terraço.

— Posso ajudar com isso. – me voluntario.

— Obrigado Bruce, mas não posso pedir isso de você.

— Não é nada. Será fácil. Mas gostaria de pedir algo. Vim aqui inicialmente para aprender, e ficaria honrado se o senhor pudesse ensinar-me.

— A você ensinaria tudo o que sei e muito mais. – apertamos as mãos – Agora, acredito que tenhamos um teatro para reconstruir.


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