Batman - Alvorecer escrita por Cavaleiro das Palavras


Capítulo 20
Capítulo Vinte - Prestando contas


Notas iniciais do capítulo

Olá, desculpe a demora para postar este novo capítulo. Espero que de agora em diante possa estar postando-os com uma maior regularidade. Gostaria muito de saber o que estão achando da história. A opinião de vocês é muito importante, por isso, caso possam, comentem o que estão achando. Obrigado e um Feliz Ano Novo.



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Metrópolis. Uma cidade em diversos quesitos diferente de Gotham City. Mas, independente de para onde você vá, certas coisas nunca mudam. Se em meu lar temos conhecidas famílias criminosas como os Falcone e Maroni, aqui na Cidade do Amanhã, o responsável por carregar esta má fama é Bobby Gazzo. Gestor de um império de crime firmado através da compra de variadas propriedades ao redor da cidade. As quais utilizava para manter seus negócios como o comércio ilegal de armas e drogas. Império este que foi ligeiramente retardado pelo fato de que Giovanni Zatara, um grande mágico, recusou-se a vender o teatro onde se apresentava ao mafioso. O que levou Gazzo a empreender uma investida que pretendia assustar Zatara, e que, no entanto, levara a morte de sua esposa.

Com os arquivos que encontrei com o agora falecido “Fósforos” Malone, temos provas o suficiente para mostrar a todos uma faceta que Bobby Gazzo mantém escondida de alguns e comprada de outros. Todavia, homens poderosos como Gazzo não são quebrados por um punho, mas sim com palavras. Palavras que uma jovem estagiária que conheci a pouco tempo do Planeta Diário, Lois Lane, é capaz de recitar para as pessoas certas.

— Tem certeza de que ela pode nos ajudar? – Zatanna, a filha de Giovanni Zatara indaga-me enquanto caminhamos até o prédio do Planeta Diário.

— Ela é o único contato que possuo na mídia no momento. E este é o meio mais seguro através do qual podemos fazer um estrago nos planos de Gazzo sem nos expormos. – respondo quando já estamos às portas do edifício.

— Acredito que papai deva saber. Não acho certo esconder isso logo dele.

Reflito sobre isto. Contar a Zatara o que sabemos poderia ser catastrófico pelo simples fato de que o homem não se controlaria e certamente procuraria por Gazzo. Pondo sua própria vida em risco e talvez fazendo algo pelo que se arrependeria, assim como eu quase fiz com Joe Chill.

— Não. Por enquanto, vamos mantê-lo fora disto. Assim que entregar isto a Lane, iremos à polícia. Precisamos que o máximo de pessoas saiba disso para que não possa ser esquecido.

A recepcionista do jornal me reconhece e acena. Saúdo-a e seguimos caminho chegando ao vigésimo quinto andar. Lá faço o percurso que acredito ser o mesmo para encontrar com Lois. Não surpreendo-me ao encontra-la freneticamente escrevendo em seu computador.

— Senhorita Lane? – chamo-a.

— Ah, você voltou! O que dei-lhe... Serviu para algo? – ela volta-se para nós e por um breve instante faz uma expressão curiosa em direção a Zatanna.

— Perfeitamente. Ah, esta é Zatanna. Zatanna, Lois Lane. Lois Lane, Zatanna.

— É um prazer. – Zatanna estende a mãe e ambas cumprimentam-se.

— E aqui está o que havia prometido. – entrego-lhe uma pasta onde está uma cópia dos arquivos incriminadores sobre Gazzo. Sussurrando prossigo – Aqui tem um manifesto sobre grande parte, se não todos os negócios que Bobby Gazzo fez nos últimos anos. Malone Anotava cada negócio e aos poucos os distribuía a quem pagasse mais. Publique isso e vai ter o seu emprego fixo aqui logo.

Lois abre o envelope e vasculha página por página. Seus olhos aparentemente sentem dificuldade em acompanhar tudo, pois arregalam-se a medida que executa a leitura.

— Eu... Isso é incrível. Isso vai mais do que garantir o meu emprego. Obrigada. Eu... Estava duvidando de você. - responde-me Lane segurando o envelope como se ali estivesse sua vida.

— Fiz uma promessa.

— Eu sei. E me desculpe. Depois que veio aqui investiguei você. Precisava de uma garantia. Mas não se preocupe, quem você é de verdade, nunca esteve aqui.

Fico surpreso. Ela havia descoberto que Williams era unicamente um pseudônimo. Zatanna já o havia feito, então era só uma questão de tempo que outros o fizessem. Uma das razões pelas quais não ficava em um lugar só e mudava constantemente de identidade. Se eles o faziam, meu velho amigo, Alfred Pennyworth, também era capaz.

— Obrigado. Boa sorte. Publique isso o mais rápido que puder.

— Certo. Obrigada Bru... Williams.

...

Após passarmos no Planeta Diário, deixamos os manifestos na delegacia em mãos que acreditávamos seguras e retornamos ao Teatro. Com sorte, a notícia estaria saindo nos jornais em poucos minutos e a polícia organizando uma força tarefa para averiguar a veracidade dos negócios de Gazzo. Como em Gotham, o mesmo teria aliados na polícia, mas não o suficiente para impedir que isto ocorresse.

Ao adentrarmos o Teatro Giovanni Zatara está sentado no palco com diversos papéis a seu redor. Avalia-os com grande atenção, notando nossa entrada apenas quando Zatanna o chama. Subimos ao palco e juntamo-nos a ele.

Contudo, é neste momento que um som ensurdecedor preenche o teatro por completo e evoca nossa atenção para as portas principais devidamente seladas. Estas explodem e por ela homens armados invadem o local. Escondemo-nos imediatamente por trás das proteções laterais do palco no exato instante que Bobby Gazzo em pessoa entra acompanhando os indivíduos armados.

— Pode sair daí Zatara! Sei que está aqui. Sei que foi você que mandou a polícia atrás de mim. – anuncia Gazzo com seu forte sotaque italiano.

O homem não era muito alto, e o fato de andar curvado não ajudava. Era calvo, os resquícios de cabelo que conservava estavam começando a ficar grisalhos. Seu rosto era enrugado e gordo. Trajava um tuxedo com uma rosa vermelha ao bolso.

— A sua filha. Ela foi vista por meus homens no local onde aquele verme do Malone vendia informações sobre mim para qualquer um! Essa pirralha deve ter entregue a polícia o que ele tinha e agora eles estão invadindo minhas propriedades. Eu não vou deixar isso impune! Nem que me prendam aqui e agora, eu vou matar vocês dois! Pela noite já vou estar livre mesmo. Hahahaha!

Os responsáveis por executar “Fósforos” Malone o haviam feito a mando de Gazzo. O mafioso devia ter descoberto o que o homem fazia e mandara apaga-lo. Na confusão em que Zatanna e eu envolvemo-nos chamamos a atenção de seus homens, levando-os a culpar Zatara e sua filha pelo que os policiais agora estavam fazendo. E em uma última tentativa de demonstrar que Gazzo não é passado para trás, ele estava pronto para mata-los.

Não poderia agir ali. Estava sem qualquer equipamento, e caso sequer mostrasse meu rosto ali, seria baleado. O que poderia fazer? Zatanna movimentava-se a meu lado. Passava-se por nossas cabeças a mesma ideia. Ela iria tentar executar uma magia para incapacitar os homens. Mas quais seriam as chances de sucesso? Caso falhasse, seria morta de imediato. E caso executasse a magia, provavelmente seria deixada inconsciente pelo esforço e pouco controle que possuía.

Seguro seu braço e demonstro a ela que seria uma má ideia. Ela entende e morde os lábios a pensar. Olho para o lado e Zatara está a vasculhar os papéis que antes lia. Um por um ele os vasculha e recita baixo o que neles está escrito.

— Você achou mesmo que mandando a polícia atrás de mim ia mudar o que aconteceu? A vadia da sua esposa morreu! Pôr-me na cadeia não vai mudar nada seu palerma! Você vai virar uma peneira agora.

A expressão de Zatara demonstra que agora os pontos se ligam em sua mente. Gazzo era o responsável pela morte de sua esposa. O peso que a matara fora sabotado pelos homens de Bobby. Sendo que o mesmo pretendia mandar uma mensagem para evocar medo no coração de Giovanni convencendo-o a vender o teatro.

Antes que pudesse fazer qualquer coisa, Zatara deixara as proteções do palco e mostrava-se aos capangas. Vejo apenas Gazzo gargalhar antes de ordenar que seus homens atirassem quando:

— Ogof ed Arierrab! *Barreira de Fogo de trás para frente* - grita Giovanni.

Do chão uma parede de chamas se ergue derrubando tanto Gazzo como seus capangas e fazendo-os derrubar suas armas. Zatara salta do palco e à medida que locomove-se as chamas dançam a seu redor acompanhando-o. Este segura Bobby por seu colarinho enquanto suas mãos incendeiam-se. Ele ergue o mesmo no ar e o encara. Os homens do mafioso ao ver o que ocorria sequer tentam recuperar suas armas, apenas fogem amedrontados.

— Você matou Sindella! Você tirou minha vida! – exclama Zatara sacudindo o homem.

— Pai! – Zatanna salta do palco e com um gesto faz as chamas cessarem cambaleando para o lado enquanto seguro-a para não cair.

Zatara volta-se para sua filha largando Gazzo no chão. Suas mãos antes em chamas apagam-se. De supetão dois policiais entram correndo no teatro.

— Está tudo bem aqui? Algumas pessoas ouviram e uma comoção e... Este é Bobby Gazzo? – indaga um dos homens da lei.

— Sim. Policiais. O único.

Os oficiais arregalam os olhos. Em seguida erguem Gazzo algemando-o.

— Precisaremos que nos acompanhem para averiguarmos o que houve aqui. Poderiam, por favor?

Zatara lança um breve olhar a Bobby. Este parece em choque com o que vira. Não sou sequer capaz de imaginar o que se passa por sua mente.

— Com prazer. – responde-lhes Zatara abraçando Zatanna que se aproximava – É mais do que hora de alguém prestar contas.


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