Batman - Alvorecer escrita por Cavaleiro das Palavras


Capítulo 12
Capítulo Doze - Uma noite de prática em balística


Notas iniciais do capítulo

Mais uma vez obrigado a todos que continuam acompanhando a série. Vocês fazem tudo valer mais à pena.



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Nas semanas seguintes Henri Ducard conduziu-me a lugares que tenho certeza, poucos possuíram o desprazer de conhecer. Por vezes encontramo-nos em busca de traficantes, ladrões entre outros tipos de criminosos por diversas vezes piores. Seus métodos, apesar de brutais eram efetivos. Mantive-me por muitas ocasiões silenciosamente descontente com suas maneiras, todavia, ter a sabedoria sobre tais atos, não exatamente me obrigava a executá-los. Alfred, por meu pedido, não nos seguia na maioria de nossas investidas na criminalidade, contudo, possuía a certeza de que ele ficaria por perto.

Ducard não era dos mais limpos aparentemente. Para obter suas informações ele costumava fazer tratos com criminosos de baixo calão que andavam por todos os lados. Dizia que a melhor forma de se combater algo era conhecendo a tal. Em meio a uma de suas negociações, obtivera de um mal intencionado indivíduo um contrato um tanto quanto complicado.

— Esse homem possui uma lista extensa. Tem certeza sobre isso? – indago-o.

— Absoluta. – responde-me.

— Não estou falando pelo dinheiro. E nem pelo homem, ele fez e ainda é capaz de fazer muita coisa ruim. Digo, por quem lhe oferecera o contrato.

— O que é que tem?

— Esse cara, tem potencial para fazer tanto mal quanto o outro. Podemos leva-los a prisão. A justiça.

— Pois é, poderíamos, mas não faz parte do contrato. Além do mais, não importa o quão fundo corte, sempre vai surgir algo mais dali. Então, por que raios acabar com dois sem levar nada, se podemos acabar com um e ganhar com isso? Pensa nisso, tá? Agora vamos, precisamos de algumas informações sobre esse cara.

Poucos dias depois Ducard recebera uma mensagem do que o próprio chamara de “Voz do Passado”. Essa tal “Voz”, o dera informações cruciais sobre o alvo de seu contrato. Agora, tínhamos muito mais que um nome. Em troca, ele deveria fazer alguns serviços especiais relacionados. Para o mesmo, não havia problemas.

Nosso procurado era Thomas Woodley. Traficante de armas e drogas. Envolvido igualmente em tráfico de pessoas e suspeito de possuir fortes relações com terroristas. De acordo com a ajuda de Henri, o mesmo estaria em Paris em breve para efetuar um negócio em um armazém nas docas da cidade. Caso meu instrutor fosse inteligente o suficiente, conseguiria cumprir seu contrato e fornecer a seu amigo especial o que precisava.

Ducard, Alfred e eu nos reunimos no apartamento de meu instrutor. O lugar era imundo e faltavam diversos móveis. “Serve as minhas necessidades, então é ótimo”, ele costumava dizer sobre o local. Para um homem que era capaz de ganhar uma quantidade esplêndida de dinheiro, não compreendia por que viver em um local como aquele.

— É o seguinte. Você meu rapaz, aprendeu umas coisinhas, mas tá longe de saber o que é necessário pra se virar direito no mundo aí fora, sendo assim, toma. – diz Henri oferecendo-me um revólver. Alfred se aproximara para intervir e provavelmente negar, fiz-lhe sinal de que lidaria com aquilo.

— Tudo bem, mas não vou usar essa arma. – respondo recusando o revólver.

— E vai usar o quê? Seus punhos? Olha, não estou duvidando de suas capacidades físicas... Não, tô sim. Olha, você não é exatamente grande ainda garoto, então uma arma vai te ajudar.

— Tem outra? Não letal?

Ducard ri desdenhoso provavelmente acreditando que minha ação é algum tipo de futilidade e logo se põe a vasculhar em sua bolsa de armas. Impressiono-me com o número de equipamentos que há dentro dela. Acredito ter descoberto em quê usa seu dinheiro.

— Tenho essa. – ele anuncia estendendo-me uma arma – É uma pistola tranquilizante. Utilizo para caçar às vezes, ou nunca. Pode usar. Agora, fica longe do combate ou acho que seu amigo aí me mata. E eu não recebo o resto do dinheiro.

— Obrigado. – aceito a pistola e a guardo em meu casaco.

— Certo. Bond, escolhe a sua e nós partimos.

...

Estamos a caminho de um armazém onde Ducard dissera que seu alvo, Thomas Woodley, estaria fazendo uma negociação de armas.

De acordo com a estratégia elaborada por meu mentor, observaríamos a compra e a forma com o alvo operava. Uma abordagem direta nesta situação seria suicídio, portanto, nos manteríamos fora das vistas.

Estacionando nosso veículo atrás de uma cobertura nos esgueiramos para dentro do armazém. As luzes das docas e dos restaurantes e bares à distância criam uma bela paisagem que pessoalmente é abafada pela seriedade da situação. Nas semanas em que estive com Ducard aprendi muito sobre camuflagem e furtividade.

— Há algo errado. – sussurra Ducard – Se estamos no lugar certo, isso aqui deveria estar cheio de gente. Mesmo evitando contato, teríamos visto um ou dois... Ah Droga!

Neste momento as luzes do armazém se acendem direcionadas a nós cegando-nos. Se não pelos reflexos rápidos de Alfred empurrando-nos para trás de um grupo de empilhadeiras que nos dera cobertura, teríamos nos tornado peneiras.

— Quem são essas pessoas?! – pergunto.

— Provavelmente capangas de Woodley. Devem ter descoberto que viríamos. Fizemos muito barulho procurando por ele. – exclama Henri enquanto saca suas armas. Como se tratava de uma missão na surdina levara duas 9 mm. Alfred fizera o mesmo.

Não ousamos fazer qualquer manobra ofensiva uma vez que a taxa de tiros de nossos inimigos é quase ininterrupta. Até que dois deles caem incapacitados com tiros certeiros.

— Droga, a cavalaria chegou!

Tropas altamente armadas e protegidas adentram o armazém pondo abaixo quase todos os nossos agressores. Reconheço seus uniformes, são forças especiais da INTERPOL.

— De onde eles vieram? – pergunta Alfred. Quase não o ouço pelo barulho ensurdecedor da troca de tiros.

— Lembram-se da minha “Voz do Passado”? É um velho amigo da INTERPOL. Ele me passou boa parte das informações que temos sobre Woodley. Ele só não me contou que as forças especiais iam invadir o lugar! – explica Ducard arriscando alguns tiros – Vamos aproveitar a confusão e fazer como os nossos amigos ali, fugir!

Corremos até nosso veículo e partimos atrás dos capangas de Woodley que já haviam tomado certa distância. Os agentes pareciam não diferenciar-nos dos homens de Thomas e abrem fogo contra nós. Uma das balas atravessa o vido de nosso carro e atinge meu braço de raspão.

— Precisamos fazê-los parar. Ou vão acabar matando alguém ou pior, fugindo! – exclama Ducard enquanto observamos um dos veículos aos quais perseguimos subir a calçada e por centímetros errar os pedestres.

— Dirige aqui Bond! Vou acertar o pneu do desgraçado! – grita Henri largando o volante que rapidamente é assumido por Alfred enquanto este coloca parte de seu corpo para fora do carro e visa tiros contra os pneus de um dos carros dos capangas mais próximo.

Ele acerta.

O motorista perde o controle e bate em uma árvore na calçada. Os pedestres próximos correm o mais rápido possível para longe. Aparentemente, ninguém além dos homens de Woodley se ferira na perseguição. Saltamos de nosso veículo para averiguar o carro batido. Estamos de armas em punho.

— Meleca! O motorista morreu! – constata Ducard fazendo minha atenção voltar-se para o cadáver. Um corte profundo em sua testa deve ter sido a causa da morte – Esse aqui tá vivo.

Alfred e Ducard retiram o passageiro que ostentava um corte na testa e outro no braço. Ambos sangram muito.

— Você, vai nos ajudar a descobrir que droga foi que aconteceu. – Ducard apaga o homem com um soco e o arrasta até nosso veículo onde o coloca no porta-malas.

Observo Alfred. Ele parece pouco contente com o que vê. No momento em que retorna o olhar desvio-o.

— Patrão Bruce, está sangrando!

— Não foi nada.

— É esse tipo de coisa que queria evitar! O senhor poderia ter morrido hoje! Diabos! Todos nós poderíamos ter morrido! O que acha que estava fazendo?

— Ei Pennyworth, né? Relaxa. O garoto tá bem. Foi só de raspão. – tenta amenizar Ducard.

— O senhor não me diga o que fazer! Já fez o suficiente! Afinal, o que houve lá? – meu amigo aponta para o instrutor e sua fúria é inconfundível. Henri ergue as mãos em demonstração de que não se meterá mais.

— Bem, é isto que nosso amiguinho aqui vai nos contar. Não é não rapaz? – Henri bate duas vezes no porta-malas do carro – Vamos lá, temos perguntas a fazer.


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