Batman - Alvorecer escrita por Cavaleiro das Palavras


Capítulo 13
Capítulo Treze - Quantas vozes um passado pode ter?


Notas iniciais do capítulo

Queria mais uma vez agradecer a todos que estão acompanhando a história. E pedir que se realmente estiverem gostando, divulguem. Vocês fazem tudo isso valer à pena. :)



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— Então... Pronto para conversar?

Ducard se abaixou próximo ao capanga de Woodley ao qual fomos capazes de capturar. O mesmo ainda ostentava os cortes tanto em sua testa, quanto em seu braço, contudo, ambos haviam parado de sangrar.

Alfred e eu estávamos um pouco mais atrás no quarto de hotel ao qual Ducard alugara. O mesmo dissera que não havia problema algum em levar o homem ao local, uma vez que o proprietário do hotel era um velho conhecido e sequer ligava.

Indaguei a respeito do fato de que nossos rostos estavam à mostra e de que poderia ser um risco desnecessário. Henri assegurara que dali nosso cativo não iria a qualquer local do qual pudesse nos fazer mal.

— Vamos lá... Facilite as coisas para si mesmo. – Ducard tenta convencer o homem que está amarrado a uma cadeira ostentando uma expressão de profundo ódio contra o mesmo – Tudo bem.

Meu instrutor se levanta e aperta o ferimento no braço do imobilizado. Seu dedo afunda na ferida e faz o cativo ranger os dentes.

— Isso pode ficar pior, vai falar? – tenta novamente Henri largando o braço do homem. Olho para Alfred que se movimenta inquieto. Sua expressão é fechada.

— Você... – começa o capanga – Você tá muito ferrado Ducard. O Woodley... Ele sabe que você tá atrás dele. E vai ficar um passo a frente o tempo todo seu maldito fu...

Ducard soca o ferimento no braço do indivíduo. Ele grita.

— Agora, que você está falando de novo, que tal nos dizer o que houve com a negociação.

— Ele sabia que você ia tá lá. Contaram a ele. Contaram para a INTERPOL. Era para vocês se matarem!

— Quem contou?

— O quê...?

— Quem contou ao Woodley?!

Ducard segura o dedo indicador direito do cativo. Há terror no rosto do mesmo.

— Fala! – ordena.

Ele quebra o dedo do capanga. O mesmo grita. Ele continua a ordenar que o conte. O indivíduo se nega e o próximo dedo é quebrado.

— Agora é o suficiente! – grita Alfred se aproximando.

— Fica na sua parceiro! – Ducard se vira como que de um pulo e encara meu amigo – Acha que não entendi o que você quer? O que você é? Pode convencer muita gente, mas não a mim. Sei que você já viu e fez umas coisas bem pesadas. A forma como se comporta. No armazém. Aquilo é treinamento de Forças Especiais!

— Isso não te interessa! E o Mestre Bruce...

— Ah, o garoto?! Quer protegê-lo, não é? Então faça um favor a ele. Não esconda o mundo. A verdadeira face do mundo. Esse lugar podre cheio de gente depravada. Deixa o garoto saber, sentir. O melhor que faz é preparar ele!

— Você...!

Ducard se vira e outro dedo do homem quebra. Alfred está prestes a socá-lo, posso sentir quando:

— Eu falo! Eu Falo!... Ele tem um bode expiatório! Sabia que você ia tá lá e armou a tocaia. Mandou a INTERPOL também. Mas o bagulho fedeu e nada saiu como o planejado. – grita o capanga imobilizado.

— Uma fonte? – indago – Você disse que tinha uma na INTERPOL. Ele poderia estar atuando dos dois lados.

— Não sei. Qual o nome do contato de Woodley? – Henri segura outro dedo do homem que agora irrompe em prantos.

— Eu não sei cara! Eu juro... Eu não sei!

— É o suficiente. – Alfred cruza seus braços. Ducard nota o movimento e parece prever o que viria a seguir se prosseguisse de sua forma com o interrogatório.

— Tudo bem. – ele ergue as mãos.

— O que fazemos agora? – pergunto.

— Agora, nós vamos consultar uma de minhas fontes.

— Uma das?

...

— Então, pode nos explicar de verdade o que está havendo? – pergunto.

Sentamo-nos a mesa de um café não muito longe ao Arco do Triunfo. É próximo do meio-dia e diversas pessoas frequentam o local. Para manter as aparências fizemos pedidos, entretanto, nenhum de nós sequer tocara nos mesmos.

— Olha, assim que recebi o contrato, um amigo meu, da INTERPOL, um cara com o qual eu trabalhava entrou em contato dizendo que precisava de ajuda com a missão dele. E como eu era o melhor que ele conhecia, estava ligando. Precisava que eu reunisse o máximo que pudesse em cima do Woodley pra que ele finalizasse a missão rápido sem muito contato com o cara. Ele me falou sobre a negociação. Mas não me disse que tinha contado também pra INTERPOL e que os caras iam estar lá também. O resto, você viu. – explica meu instrutor.

— Esse seu contato, desconfia que possa ser o mesmo de Thomas Woodley? – indago.

— Tenho minhas dúvidas. Mas os sinais apontam a isso. Como um infiltrado, ele poderia saber da negociação, me avisar e avisar a INTERPOL, mas manter Thomas ciente do que ia acontecer.

— Agora, por que ele iria te pôr em uma situação que te mataria?

— Talvez tenha algum ressentimento. Mas vamos descobrir isso agora. – Ducard agora observa alguém que se aproxima.

Olhamos para o ponto que Henri observa. Um homem se aproxima. Ruivo, sardento, por volta dos trinta e cinco anos. Trajando uma jaqueta, camisa xadrez azul e jeans. Perfeitamente se misturando a multidão.

— Quem diria... – Alfred divaga consigo mesmo ao ver que quem se aproxima é...

— Willi Doggett. Faz um bom tempo, não é mesmo? – Ducard cumprimenta o homem que arrasta uma cadeira e se senta conosco.

— Até demais. Todavia, acredito que não me trouxera aqui para pôr o papo em dia, o que houve? – Dogget não aspira qualquer receio ou medo em mim, torna-se quase difícil acreditar que o mesmo possa ser um agente da Interpol.

— Não, não foi para isso. Na verdade, queria tirar uma dúvida com você.

— Fique à vontade.

— Tem ouvido falar de Harris?

— Harvey Harris? Faz um bom tempo que reportou da última vez.

— Ele por acaso apresentou algum comportamento suspeito neste último contato?

— Quem é Harvey Harris? – interrompo.

Dogget e Ducard trocam olhares. Meu instrutor parece assentir algo a seu companheiro que concorda.

— Harvey Harris é o meu contato principal. O infiltrado na organização de Thomas Woodley. E o Willi Doggett aqui é meu intermediário. O cara que me passava as mensagens de Harris. Também da INTERPOL. – finalmente me responde Ducard.

— Exato. Mas como eu disse, o Harvey parou de responder a um tempo. Logo antes da negociação no armazém nas docas.

— Então, Harvey para de te responder no exato momento em que me avisa sobre a negociação que se transforma em uma armadilha? Parece que nós temos um traidor aqui e ele tá tentando me tirar do jogo de uma vez por todas.

— O que vai fazer?

— Retribuir o favor.


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