In your dreams escrita por JM


Capítulo 3
III - Colors


Notas iniciais do capítulo

Oii oii pessoas!
Aqui está mais um capitulo para vocês, e espero que gostem, deu um trabalhão, haahaha

Antes de chegarmos ao capitulo em si, queria agradecer a todo o carinho e o incentivo da Cath Locksley Mills, se não fosse por ela, talvez essa história não estivesse aqui. Obrigaada amiga, brigada por tudo! Esse capitulo é dedicado a você, então espero sinceramente que goste :)

A todos os leitores e também a quem favoritou a historia, agradeço por ter darem uma chance a história!

Só mais uma coisinha: pra vocês não se perderem: negrito = fala da regina, italico = fala do robin (quando estao falando entre si).

Boa leitura a todos!



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“O que está acontecendo comigo?”— a voz reverberou em sua mente, um pensamento que não era seu, que invadira sua cabeça sem nenhum tipo de aviso prévio, tal como uma tempestade que chega sem ser anunciada, interrompendo um dia ensolarado.

Ótimo. Muito bom mesmo Regina. Agora você está ouvindo vozes. Talvez Daniel esteja certo afinal de contas, e você tem a mente fraca. — pensou com raiva. Tudo que não precisava naquele momento era começar a ouvir vozes, e aquela simples frase foi suficiente para deixa-la em pânico.

Não.— A voz se fez ouvir novamente dentro da mente da morena. – Você não está ouvindo vozes, pelo menos não vozes que tenham como morada a sua própria mente. Não sei como ou porque isso está acontecendo, mas posso te garantir que não sou fruto de sua loucura. Sou real, uma pessoa comum como eu espero que você também seja se não serei eu que estarei ficando maluco. A proposito, meu nome é Robin, é um prazer conhece-la milady.

Isso não é possível! Como posso estar ouvindo você dentro de minha mente e você não ser fruto de minha imaginação?— perguntou, ainda incrédula com o que estava acontecendo. Como era possível que estivesse ouvindo aquele tal de Robin em sua cabeça? O que estava acontecendo com ela afinal?

Olha milady, eu não tenho a resposta para esta pergunta, estou tão confuso quanto você. Tudo que posso dizer é que estava sentado no sofá do meu apartamento, tentando voltar a dormir depois de despertar de um sonho estranho do qual não consigo me lembrar de quase nenhum detalhe, e quando reabri meus olhos, encarava as páginas de um livro que eu não tinha em minhas mãos, que estava sendo lido por outra pessoa. Foi ai que comecei a ouvir sua voz em minha cabeça. A proposito, você ainda não me disse qual o seu nome. Não acha esta atitude um pouco falta de respeito milady?

Ao ouvir as palavras dele em sua mente, tão leves e naturais como se fossem seus próprios pensamentos, ela não pode deixar de sorrir com a forma com a qual ele havia lhe dirigido à palavra, petulante e lisonjeiro ao mesmo tempo. Aquela era uma situação muito estranha, e ela simplesmente não sabia como lidar, mas agir de forma rude e grosseira não iria ajudar em nada não é?

Desculpe minha falta de delicadeza.— começou, ainda tentando entender como aquela ligação funcionava. – Não sei muito bem como lidar com situações esquisitas como essa. Além do mais, ainda não descartei a possibilidade de você ser apenas fruto de minha mente em colapso. Mas já que você quer tanto saber, meu nome é Regina.

—---

Muito prazer em conhecê-la, Regina.— ele respondeu, não conseguindo conter o sorris o que se formou em seus lábios. Talvez ela estivesse certa e ele também devesse estar surtando, afinal, ela podia muito bem ser fruto de sua própria imaginação, de sua mente cansada. Ainda assim, não conseguia se forçar a reagir de uma forma que qualquer outra pessoa normal reagiria. De alguma forma, a voz daquela mulher em sua mente, fosse exatamente o lugar onde devesse estar. Não podia negar que gostara de ouvir a voz dela, mesmo que tudo aquilo fosse uma grande loucura.

Percebendo que ela permanecia em silencio, voltou a falar. – Então, por que este livro?— perguntou, não conseguido esconder a curiosidade que sentia em sua voz.

É um bom livro. Já o li muitas vezes, mas hoje o escolhi por puro acaso. Apenas para distrair minha mente, já que não conseguia mais dormir.

Você também não conseguia dormir? O que aconteceu, teve pesadelo?

—---

Pesadelo? Não, não fora um pesadelo que levara seu sono embora. Fora um sonho estranho, cuja única lembrança que lhe restara era aqueles encantadores olhos azuis. Mas como falar daquele sonho para Robin? Alguém com quem ela não trocara mais que meia dúzia de palavras, e pior ainda, com quem conversava em pensamento?

Contrariando seus próprios questionamentos, ela simplesmente começou a falar, despejando em uma torrente de palavras, sem nem ao menos parar para pensar.

Não foi bem um pesadelo. Foi...um sonho, um sonho do qual não consigo me lembrar de quase nenhum detalhe, mas que deixou com uma angustia enorme. Como se eu tivesse perdido alguma coisa, algo que era realmente importante para mim. - Quando terminou de falar, sentiu como se um grande peso tivesse sido retirado de seus ombros, um peso que ela não havia se dado conta de que estava ali.

Entendo milady. Não sei se você vai acreditar em mim, mas também tive um sonho estranho essa noite, do qual não consigo me recordar de praticamente nada...engraçado não? Será que nossos sonhos são a resposta para esta nossa ligação?

Não sei Robin, esta maluquice toda está me dando dor de cabeça. De verdade, não sei o que pensar sobre isso...estou confusa.

Por um momento, ambos permaneceram em silencio, tentando entender o que estava acontecendo, qual era a razão daquela misteriosa ligação.

Está com medo?- a voz de Robin voltou a sua mente, e ela não conseguiu evitar de abrir um sorriso ao ouvir sua voz, sentindo uma pontada de preocupação em cada uma das palavras ditas por ele.

Tudo aquilo que estava acontecendo com os dois não fazia o menor sentido, mas ainda assim, a voz dele exercia um efeito calmante sobre Regina, algo que ela não conseguia explicar nem para si mesma. Quanto à pergunta que ele fizera, a resposta era bem simples: não.

Com toda a certeza não estava com medo, apesar de todo o seu lado racional estar gritando para que ela pirasse, se deixasse envolver pelo manto da loucura que era aquela história toda..., o sentimento que a dominava estava mais para a curiosidade.

Não Robin, não estou com medo. Se quer mesmo saber, estou curiosa.

A suas palavras, ouviu ecoar por sua mente uma gostosa gargalhada, que fez com que todo o seu corpo se arrepiasse, aquecendo seu coração. Estranhamente, aquela reação de seu próprio corpo a assustou ainda mais do que toda aquela história de conversas telepáticas.

—---

A risada do loiro surpreendeu até a ele mesmo, que sentira um imenso alivio quando ouviu a resposta de sua recém-descoberta interlocutora. Uma sensação que ele não compreendia de onde vinha, não conseguia entender o porquê de se importar tanto com o modo com que a mulher estava lidando com toda aquela situação, mas o fato incontestável era que sim, a opinião dela era extremamente importante para ele.

Foi arrancado de seus devaneios pela voz de Regina, que soou um pouco insegura quando chegou aos seus ouvidos, como se ela estivesse escolhendo as palavras com cuidado: - Então....já que temos essa...ligação estranha, estou um pouco curiosa sobre meu interlocutor...

Ficarei feliz em responder suas perguntas, milady.— interrompeu-a, surpreendentemente feliz com o interesse dela.

De onde você é?

Brooklin, Nova York, e você? – tentou parecer casual, como se estivesse apenas devolvendo a pergunta que lhe fora feita, mas a verdade era que estava fervilhando de curiosidade, queria muito conhece-la, saber mais sobre ela, o que era realmente estranho, já que em geral ele era uma pessoa reservada, e as circunstancias nas quais havia “conhecido”  Regina não eram exatamente normais.

Wichita, Kansas.— ela respondeu simplesmente, sem novas perguntas.

Qual sua cor favorita?— ele perguntou, quando viu que o momento de silencio estava se prolongando.

—--

Regina pensou na pergunta que Robin acabara de lhe fazer, achando-a no mínimo inusitada. Depois de responder onde vivia, achou que ele fosse lhe perguntar algo sobre sua cidade (que alias, não tinha nenhum atrativo para ser enaltecido), mas ao invés disso ele lhe perguntara qual era a sua cor favorita. Uma pergunta simples, mas de certa forma também pessoal.

Ela permaneceu em silencio por um momento, pensando na resposta que daria. A verdade era que fazia muito tempo que não se permitia olhar para si mesma, nem mesmo para pensar em questões aparentemente banais, como por exemplo, a cor que mais gostava.

Talvez, se fossem outros tempos, a resposta provavelmente teria sido o branco, uma cor que, antes de seu período de tormenta, lhe transmitia paz, mas que agora só lhe remetiam a lembranças amargas e um gosto horrível de remédio em sua boca.

Enquanto refletia sobre as cores e tentava achar uma resposta para a pergunta de Robin, os oceanos azuis que vira em seu sonho voltaram a sua mente, e ela respondeu, sem pestanejar:

Azul. E a sua?

—--

Ao contrario de Regina, Robin não precisou pensar para dar sua resposta, os olhos castanhos caloroso submergindo em sua mente assim que ouviu a pergunta ser pronunciada.

Castanho.— ele estava prestes a formular outra pergunta, algo sobre comidas preferidas, quando percebeu que a paisagem que vislumbrava da realidade de Regina estava se alterando. Até aquele momento, ele vira apenas às palavras do livro que ela estivera lendo, e depois à capa do mesmo, mas agora parecia que a moça se levantara bruscamente, parecendo assustada com algo que ouvira.

Regina? Está tudo bem?— falou, assustando-se com a mudança brusca de cenário (afinal ainda não entendia muito bem como aquela ligação funcionava), e temeu que algo tivesse perturbado sua interlocutora.

Não houve resposta de Regina, que ao se levantar de forma brusca, deixara cair o livro que estava em seu colo, o barulho do volume caindo no chão soando muito alto em meio ao silencio que se instalara na mente do loiro.

— Daniel. – a única palavra dita por Regina soou mais altas do que as demais que eles haviam trocado desde a descoberta de que podiam se comunicar um com o outro, como se ela não estivesse falando apenas com ela, mas em voz alta, como se estivesse se dirigindo a alguém que acabara de chegar.

Robin não precisou esperar muito para descobrir o que estava acontecendo. Poucos segundos depois de a moça ter pronunciado aquele nome, passos foram ouvidos, cada vez mais próximos ao aposento no qual ela se encontrava. E então ele o viu, tão nitidamente como se fosse ele que estivesse ali de pé, de frente para aquela figura de jaleco branco e olhos frios.

— Ainda acordada meu amor? Você deveria estar descansando....- a voz do homem soou aos ouvidos de Robin como uma rajada de vento frio, o fazendo estremecer por um breve momento. Ele não sabia nada sobre aquele tal de Daniel, nem qual era a ligação dele com Regina, mas tinha uma certeza: não gostava nem um pouco dele.

—----

Quando ouviu o barulho dos passos de Daniel ecoando pelo chão daquela casa enorme e vazia, Regina sentiu seu coração gelar, um temor irracional tomando conta de si. E se ele percebesse alguma coisa? E se de algum modo notasse que ela estava diferente? E se achasse que ela estava retornando ao seu período de tormenta só de olhar para ela?

Levantou-se bruscamente, deixando cair o livro que antes estava apoiado em seu colo, lutando para manter uma expressão neutra, passar confiança e tranquilidade quando o marido a encontrasse. Por mais que lutasse, no entanto,  sentia seu corpo tremer, os joelhos ficaram bambos e sua garganta ficou seca quase que instantaneamente.

Naquele momento, se odiou internamente por se comportar daquela maneira, por se mostrar tão fraca diante da figura de seu marido. Nem sempre fora assim, no inicio do relacionamento dos dois era ela quem ditava as regras, quem regia a própria vida e não permitia que ninguém lhe desse ordens....mas ao longo do tempo as coisas haviam mudado. Aos poucos, ela havia se perdido de si mesma, um pouco de cada vez, até que finalmente chegara a tormenta, e Daniel acabara por se sobrepor a ela, dizendo que era para sua própria proteção.

É claro, por um tempo ela acreditara nele, acreditara que tudo que ele almejava era vê-la bem e recuperada, que queria vê-la como era antes, uma mulher forte e determinada, mas acabou por perceber que não eram bem esses os planos de seu querido marido. O problema era que, quando se deu conta disso já parecia tarde demais para lutar, tarde demais para fugir...afinal, se fizesse isso, para onde iria?

A voz de Robin voltou a ecoar por sua mente, parecendo cada vez mais preocupado: - Regina, você está bem? O que está acontecendo? Quem é esse?- aquela era a segunda vez que Robin perguntava a ela o que estava havendo, mas Daniel também estava falando com ela, e devido ao cansaço e a tudo que havia acontecido na ultima hora, ela estava achando extremamente difícil manter duas conversas paralelas.

Decidiu então responder Daniel primeiro, garantir-lhe de que estava bem e que logo iria voltar a dormir, para depois poder se concentrar na conversa com Robin sem interrupções.

— Estou bem querido, não se preocupe. Apenas perdi o sono, vou ler mais um pouco e esperar o sono voltar. – Daniel pareceu absorver suas palavras, mas ainda não parecia totalmente convencido. – Estou bem, de verdade. – ela tentou novamente convence-lo, abrindo o que julgou ser o mais encantador dos sorrisos que podia dar no momento.

— Tem certeza? Quer que eu fique com você até que consiga vencer a insônia? – perguntou Daniel, parecendo genuinamente preocupado com o estado de insônia no qual sua esposa estava emersa. – Ou prefere que eu lhe dê um remédio para dormir?

Antes que ela pudesse responder, a voz de Robin voltou a invadir sua mente, em um tom ligeiramente mais alto do que aquele que usara anteriormente: - Remédio para dormir? Você não vai aceitar, vai?

Forçando-se a se concentrar apenas na conversa que mantinha presencialmente, Regina ignorou Robin, e respondeu a Daniel: - Não preciso de nada querido. Estou bem, serio. Vá descansar você dever ter tido um dia cheio hoje.

Daniel não discutiu, sua esposa tinha razão, sentia-se exausto. Como sempre ficava quando acabavam suas noites de plantão. Ele lançou um sorriso em resposta para ela, em seguida se virou e seguiu o corredor em direção do quarto do casal.

Assim que ele saiu, Regina soltou a respiração, que até aquele momento ela nã havia se dado conta de que estava prendendo. Abaixou-se, pegou o livro que estava caído no chão e voltou a se sentar na poltrona. Fechando os olhos e concentrando sua mente em responder Robin.

Este era meu marido, Daniel. Ele é médico, psiquiatra para ser mais especifica. Ele acha que tenho a mente fraca, que inspiro cuidados, por isso me ofereceu o remédio para insônia (no momento em que disse estas palavras, Regina se perguntou o porquê de estar fazendo isso. Por que era tão fácil conversar com Robin, se abrir com ele, mesmo que nunca o tivesse visto na vida?). E não, eu não vou aceitar o remédio para dormir, já estou farta de tantos comprimidos.

—---

Pela segunda vez naquela ultima hora, uma sensação de profundo alivio tomou conta de Robin. Ficara imensamente feliz por Regina não ter aceitado a oferta do marido e tomado um remédio para dormir. Não só por que assim teria posto fim a conversa dos dois, mas também por que ele duvidava que ela realmente precisasse de algo assim. Além do mais, não fora nem um pouco com a cara daquele sujeito de olhos gélidos.

Você ainda está ai?— a voz dela lhe pareceu um pouco aflita, como se temesse que ele tivesse desaparecido, que tivesse rompido a ligação, embora ele não fizesse a mínima ideia de como se fazia isso. Além do mais, ao pensar nessa possibilidade, tomou consciência de que mesmo que soubesse como fazer, não quebraria a ligação que tinha com Regina.

Estou sim. E tenho que dizer, estou muito feliz que você não tenha aceitado tomar o remédio. Se tivesse feito isso, quem iria conversar comigo?— brincou, arrancando uma gostosa gargalhada de sua interlocutora.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam??
Espero que tenham gostado, estou a espera do feedback de vocês para saber como estão reagindo a historia ok?

Beijooos



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