O Legado escrita por Luna


Capítulo 49
Capítulo 49


Notas iniciais do capítulo

A demora na atualização é em virtude da falta de comentários, gente. Ação - reação
Espero que vcs gostem.
Beijos!



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O sucesso parece ser, em grande parte, uma questão de persistir quando os outros desistiram.

William Feather

 

Eles voltaram escoltados por dois aurores que não entregavam nada por suas expressões, mas a forma rígida como andavam demonstrava toda a tensão que sentiam. Assim que eles chegaram às portas do saguão de entrada conseguiram ver vários bruxos adentrando o Castelo pelo portão, pelas vestes sabiam que não eram apenas Aurores. Felizmente, ou não tanto dependo do humor da mulher, Scorpius reconheceu a bruxa com veste azul e seus brilhosos cabelos soltos ao vento da noite, o menino se perguntava se ela sempre tinha que parecer tão glamorosa.

Dafne veio caminhando com passos rápidos até onde eles estavam, Scorpius sentiu o ímpeto de se encolher, mas espantou isso para o mais distante possível, tomou uma distância segura de Albus e manteve-se ereto e de cabeça erguida, como sabia que ela aprovaria. O garoto mal respirava quando ela chegou perto o suficiente para ver o suor escorrendo de sua têmpora.

— Scorpius. – Dafne o cumprimentou com polidez.

— Tia Dafne, tudo bem?

Ela tirou os olhos dele e se virou para os outros, que não aparentavam nem de longe a tranquilidade do sonserino.

— Depende do tipo de problema que vocês se meteram. Estou aqui a procura de uma vidente. – Ela tirou um papel do bolso. – Arwen Thompson.

De forma inconsciente eles se aproximaram da lufana, como se quisessem protege-la. Dafne analisou a menina por alguns segundos, querendo ver algo além nela, algo que desse uma justificativa para todo aquele circo estar sendo montado a alguns metros dali.

— Srta. Thompson, eu sou Dafne Greengrass. Trabalho no Departamento de Mistérios, o centauro Bane solicitou auxílio ao Esquadrão de Aurores afirmando que seu bando estaria correndo risco de um ataque eminente, isso pautado em uma visão que a senhorita teve. Estou certa?

A única coisa que Dafne tinha da irmã era a cor dos olhos, mas enquanto os olhos de Astória eram doces e passavam cuidado, os de Dafne eram sagazes, como de uma águia a procura de uma presa e eram esses olhos que encaram Arwen. A mulher não sorria ou passava cortesia, sua voz era cortante e toda sua postura era amedrontadora.

— Sim, eu vi...

— Ótimo, venha comigo.

Dafne começou a andar, mas parou quando percebeu que não estava sendo seguida. Reprimiu a vontade de revirar os olhos, agarrar a menina e sair a puxando pelos corredores.

— Temos trabalhos a fazer, srta. Thompson. Se puder me acompanhar. – Dafne estendeu a mão para frente convidando a menina a segui-la.

— Acompanhar para onde? – Arwen perguntou temerosa.

— Para um lugar sem tantos ouvidos. – Dafne olhou para os lados vendo a quantidade de alunos que se aglomeravam do saguão.

— Mas...

— Há duas formas de fazermos isso. – Dafne chegou próximo a menina, o suficiente para apenas os mais próximos ouvirem. – Vamos até uma sala e você responde tudo que eu perguntar, então vou poder voltar para o que realmente importa ou nós vamos até o Ministério. De uma forma ou de outra vou ter o que eu vim fazer.

— Posso acompanha-las, Arwen. – Acácia que tinha chegado a pouco propôs.

— Não, não pode. Isso é um trabalho do Departamento de Mistérios, auror. – Dafne a olhou com reprovação. – Até onde sei seu trabalho era não deixar que essas crianças andassem desacompanhas, evitando assim que chegassem até a Floresta Proibida, por exempo.

Acácia baixou a cabeça envergonhada. Dafne respirou fundo tentando puxar toda a paciência que existia dentro de si.

— Preste atenção, garota. A solicitação para o pedido de ajuda foi fundamentada em uma visão de uma vidente não reconhecida pelo Ministério. Nós temos procedimentos, até o momento temos Aurores vasculhando toda a Floresta, mas eles não poderão agir até que eu dê a autorização para isso. Qualquer ação não autorizada será vista com maus olhos por funcionários que acham que bruxos não deveriam se envolver com assuntos de criaturas mágicas. – Dafne falou muito rápido, buscando sempre manter um tom que impediria os mais distantes de ouvirem. – Thompson, a lua cheia já vai atingir seu ápice.

Ela alertou a menina em tom de urgência, fazendo com que ela despertasse de seus devaneios. Ela confirmou com a cabeça repetidas vezes como se entendesse pela primeira vez a gravidade que tinha levado uma Inominável até Hogwarts. Arwen seguiu a mulher sem olhar para trás.

— Sua tia é... – Rose não conseguia encontrar palavras.

— Bem bonita. – Amélia completou. – E assustadora. O que ela faz no Ministério?

— No dia que alguém descobrir eu adoraria saber. – Scorpius sorriu e deu de ombros.

— Dafne Grengrass é uma Inominável, Amélia. – Respondeu Acácia. – Ninguém sabe o que um Inominável faz, eles chegam ao Ministério se enfiam no Departamento de Mistérios, fazem suas coisas e saem. Fim.

Eles sentaram nas escadas e ficaram encarando a escuridão que dava para a Floresta Proibida.

— Isso é meio sinistro. – Amélia concluiu.

— Você precisa ser incrível na escola para ter uma pequena chance de se inscrever para os testes. Depois disso você passa por inúmeros desafios, se você passar ganha a veste azul, se você não passar... Bem... – Acácia deixou a ideia no ar.

A lua já aparecia em todo o seu esplendor, tão grande que dava a impressão que se subisse até a torre de astronomia daria para tocá-la.

— O que vocês acham que acontecerá lá dentro? – James não sabia se realmente queria saber.

— Eles trarão os lobisomens, deixarão eles perto o suficiente para quando a lua atingir seu ponto alto eles se transformarem a atacarem os Centauros, depois entrarão os bruxos e matarão o que sobrarem dos cavalos.

— Edmundo. – Acácia se ergueu e empurrou o homem recém-chegado.

— Ora, o garoto perguntou. – Ele respondeu sorrindo.

Edmundo Jacobs era um homem amargurado, idiota, extremamente estúpido e grosseiro. Sua única qualidade, na opinião dos irmãos Potter era seu extenso conhecimento em magia.

— Você não deveria estar em outro lugar? Talvez do outro lado do Castelo. – Acácia sorriu cinicamente.

Ele fez uma reverência exagerada na direção dos Potter e saiu andando pelo jardim até sumir na escuridão.

— Arwen nos avisou a tempo, a essa hora a equipe de planejamento já protegeu todo o perímetro e...

Acácia estava tentando ser otimista, mas parou de falar quando alguns professores saíram pelas portas tendo uma pequena multidão de alunos as suas costas. Eles ficaram parados nos jardins por alguns minutos, se tornou claro o que eles esperavam quando Harry e Ben vieram caminhando da Floresta. Eles se juntaram aos professores e depois se espalharam pelo lugar.

Eles ergueram as varinhas para o céu e aquilo foi a coisa mais linda e assustadora que os alunos já tinham visto. Pequenas bolas luminosas subiam ao céu e se juntavam formando um manto prateado que ia de encontro ao chão, os alunos olhavam embasbacados sem ter real noção do que aquilo significava.

Minerva mandou todos entrarem, mas teve que usar o feitiço sonorus para que seu comando fosse atendido. Os alunos foram caminhando lentamente, alguns ainda olhando para trás para ver se realmente o manto prateado ainda estava ali.

Guiado pelos professores os alunos foram levados até o Salão Principal, o grupo se amontoou na mesa da Corvinal, segundos depois Lily, Nicholas e Tim ocuparam o pouco espaço que tinha sobrado.

— O que aconteceu lá? – Lily perguntou afoita.

— Estão dizendo que colocaram barreiras mágicas ao redor do Castelo. – Tim falou por cima de Lily.

— Os aurores não nos deixaram sair daqui desde que chegamos. – Nicholas explicou aos outros. – Os professores estão preocupados.

Minerva pediu silêncio e que todos tomassem seus lugares, se isso queria dizer que cada um deveria ir para sua respectiva mesa alguns alunos trataram de ignorar. A diretora não esclareceu a situação, apenas explicou que os aurores estariam ocupados na Floresta Proibida e que para a maior proteção dos estudantes e professores a escola tinha recebido proteção extra.

É claro que ninguém acreditou nisso. A pouco mais de um mês ela tinha dado um pronunciamento sobre um perigoso bruxo que tende a atacar escolas de magia, então a escola tinha recebido aurores em tempo integral e agora cercada por uma barreira mágica consistente.

Minerva disse que o jantar iria ser servido mais cedo, mas que depois cada um teria que voltar para seus Salões Comunais. O jantar começou calmo e normal, mas se podia ver as crianças falando aos murmúrios com os colegas próximos tentando elaborar hipóteses do que tinha acontecido.

Emílio se aproximou dos garotos depois de espantar um aluno do segundo ano, de longe ele poderia jurar que aquele grupo sabia exatamente o que tinha acontecido e não só porque Harry Potter foi avistado dentro do Castelo.

— Alguém pode me dizer o que está acontecendo? – Ele perguntou a ninguém em específico.

Eles se entreolharam, nenhum deles sabendo o que falar, o que poderiam contar. Arwen tinha feito um pedido e até então eles tinham cumprido, ninguém sabia o que ela podia fazer, Scorpius temia que a chegada da tia a escola pudesse alterar isso.

— Nós não sabemos. – Scorpius assumiu a mentira, era quase fácil para ele fazer isso. – Mas com certeza não acreditamos nisso que a Diretora falou.

Emílio franziu as sobrancelhas, as expressões dos outros suavizaram um pouco tentando amenizar a situação, mas isso não melhorava a sensação que ele sentia que eles sabiam o que tinha acontecido.

— Talvez saia algo no jornal amanhã. – Albus deu continuidade.

Todos puderam ouvir os uivos vindos do lado de fora e foi impossível conter a horda de alunos correndo para ver o que tinha acontecido. A lua estava no alto, linda e brilhante. Mas mesmo com a claridade que ela propiciava não dava para ver muito além, os uivos continuaram por alguns minutos e depois vieram os sons de batalha, feitiços se chocando, árvores caindo.

Arwen chegou instante depois seguida de perto de Dafne, que mesmo aparentando tranquilidade possuía um brilho incomum nos olhos.

— Você consegue ver algo? – Amélia perguntou com urgência.

— Não. – Arwen respondeu frustrada. – Mas algo mudou, não sinto mais o que eu sentia antes.

A lufana se calou depois de Dafne colocar a mão em seu ombro.

Os professores tentavam controlar a massa de alunos, mas não surtia tanto efeito com tantos dispostos a não obedecer. Com um feitiço Minerva fechou as portas e janelas do saguão, fazendo com que aqueles que estivessem mais próximos fossem rechaçados pela magia.

Dafne, como membro do Ministério, achou que seria seu dever tentar remediar as coisas.

— Atenção! – Ela amplificou a própria voz para que todos pudessem escutar. – Não há nada para se preocupar, tomas as medidas de precaução foram tomadas e todos nós estamos em segurança.

— São lobisomens, os uivos são de lobisomens. – Gritou um aluno vestindo as cores da Corvinal.

— Sim, há lobisomens na Floresta Proibida, por ser uma área extensa sempre houve algumas dessas criaturas habitando a região, o Ministério controla a área para que não haja acidentes. No momento não temos todas as informações, mas provavelmente foi apenas um grupo que não conseguiu acesso a poção a tempo e não conseguiu chegar a um local protegido antes da lua surgir e escolheu se esconder na Floresta.

— Então porque os feitiços de proteção?

— É óbvio, não? Lobisomens são seres imprevisíveis. – Scorpius revirou os olhos para o grifinório. Ele olhou para a tia que assentiu minimante o estimulando a continuar – Eles podem ter se escondido na Floresta, mas sentir o cheiro de humanos podem os instigar a se aproximar.

— Mas e os Centauros? – Dana perguntou preocupada.

Dafne trocou um olhar aflito com Minerva.

— Os Centauros estão protegidos pelos aurores. – A diretora esclareceu.

— Você quer mesmo que acreditemos nisso? – Falou um aluno da grifinória.

— Sr. Forbes, o senhor pode acreditar no que quiser. – Professora Melanie falou cruzando os braços. – Todos irão para os seus Salões Comunais agora.

O saguão logo estava vazio sendo ocupado apenas pelos professores.

— Assegure que Potter saiba o que deve dizer ao jornal amanhã. – Dafne pediu para Minerva.

Um arrepio subiu por seu braço quando um novo uivo foi ouvido, provavelmente até pelos alunos que estavam nas masmorras.

— Fico me perguntando se não seria melhor dizer a verdade as pessoas. – Professor Flitwick divagou, continuou depois de ver a expressão de confusão dos outros. – Falar sobre os perigos que estamos enfrentamos.

— E nós sabemos que perigos são esses? – Dafne falou com amargura e pesar.

Dias se passaram desde o incidente na Floresta, seus acontecimentos foram omitidos e em seu lugar contado mentiras para a população para que todos se sentissem seguros. O efeito não foi almejado dentre os alunos de Hogwarts já que o dobro de aurores foi colocado no Castelo, alguns deles ficavam permanentemente em locais estratégicos, como a entrada da Floresta Proibida.

Mas o primeiro jogo de quadribol se aproximava e o Clube de Duelos iria iniciar ainda aquela semana, o que fazia com que eles esquecessem um pouco toda a movimentação duvidosa e os novos inquilinos do Castelo.

Lily caminhava apressada pelos corredores querendo chegar o mais rápido possível na biblioteca, não precisaria estar quase correndo se não tivesse sido parada por James e depois por Rose. Ela sabia que Harry e Gina estavam furiosos, claro que os irmãos e os outros não tinham a entregado, mas seus pais não eram tão tolos com relação aos filhos, juntando os pedaços e ouvindo os aurores ficou claro que ela tinha feito algo.

Apenas ficou aliviada por Gina não poder mandar um berrador, sabia que em outra situação teria recebido um berrador por dia durante todo o mês. Os aurores agora olhavam desconfiados para ela e sempre mantinham uma atitude profissional e distante, até mesmo Ben e Acácia, que depois desse tempo tinha se mostrado uma pessoa aberta e sempre disponível para conversas interessantes.

Só podia imaginar a confusão que os botou. Lily se perguntava se teria sido capaz de enganar Ben, ele sempre tão atento e desconfiado. Por sorte ele estava resolvendo alguns problemas no Ministério, então a ruiva conseguiu botar seu plano em prática sem grandes interferências. Mas sabia que Ben não cairia tão fácil assim, ele a conhecia demais para confiar em seu rosto angelical e seu sorriso bondoso.

— Hey! – Ben a segurou pelos ombros. – Não importa para onde você está indo, tenho certeza que não vai sair do lugar.

— Benjamin, estava pensando em você. – Lily sorriu.

O homem olhou desconfiado e abriu caminho para que ela passasse.

— Devo me preocupar?

Lily sorriu, ela passou os livros de um braço para o outro e jogou os cabelos para trás.

— Claro que não. – Ela assegurou.

— Precisa de ajuda? – Ele apontou para os livros.

— Não, posso carrega-los sozinha. – Lily assegurou confiante. – Nos vemos por aí, Benjamin.

Lily chegou a biblioteca e diminuiu o ritmo, passou a procurar Nicholas que sabia estar esperando por ela. O encontrou sentado afastado das outras pessoas, como sempre. Foi com passos silenciosos, já fazia um tempo que ela percebia que ele escrevia cartas, mas sempre que ela perguntava ele desconversava ou era grosseiro. Agora ela poderia enfim descobrir o que ele estava escondendo.

Ela andou até chegar as costas dele e tentou espiar o que ele escrevia, mas infelizmente ele já estava selando a carta.

— Por que está mandando uma carta para o Sr. Olivaras?

Nicholas se surpreendeu em ouvir a voz dela tão próxima e deu um pulo da cadeira derrubando alguns livros. O barulho chamou a atenção dos outros que passaram a olhar para os dois.

— O que acha que está fazendo? – Ele perguntou irritado.

— Eu só... O que você quer com o Sr. Olivaras? – Ela voltou a perguntar.

Nicholas colocou todos os livros em sua bolsa de qualquer jeito, também enfiando a carta. Ele afastou Lily com o braço e foi em direção à saída.

— Nicholas! – Lily foi chamando andando com passos apressados para conseguir alcança-lo.

— O que você quer?

Nicholas se virou, seus olhos em fendas e seus lábios formavam apenas uma linha, demonstrando o quanto ele estava contrariado. Lily deu um passo para trás um pouco assustada com o olhar que ele lhe dava.

— Eu só estava...

— Querendo se intrometer onde não deve, como sempre.

— Ei! Isso não é justo. – Lily se defendeu.

Nicholas se virou. Ele estava exausto, há semanas que lia vários livros de feitiços avançados e continuava no mesmo lugar. Sr. Olivaras não tinha encontrado ainda uma saída para o seu problema, então ele mesmo teria que encontrar. Ainda não queria dizer nada a ninguém, especialmente não a Lily que sempre era animada e festiva, sabia que ela não falaria de outra coisa por dias, querendo lhe passar confiança e força, mas que no fim só o deixaria mais nervoso e ansioso por resultados. Por hora era melhor que ninguém soubesse.

— Você quer ir à cozinha? – Lily propôs com dúvida. – Eu estou morrendo de fome.

Nicholas se virou para ela, ela o olhava com expectativa e pouco temerosa. Seu rosto tinha pontos vermelhos, o que significava que ela tinha andado um bocado até chegar à biblioteca, seu cabelo estava desalinhado e amassado pelo coque que ela tinha feito na aula de herbologia.

— Será que ainda tem aquela torta do almoço? – Ele perguntou respirando com mais calma.

Lily sorriu e pegou na mão do corvinal o puxando para andar. Mas Nicholas ainda permaneceu parado fazendo com que ela parasse também.

— Luna...

— Está tudo bem. Desculpe por tê-lo assustado. O que quer que seja você pode me contar depois, quando quiser. – Ela deu de ombros, como se não estivesse terrivelmente curiosa.

— Você será a primeira a saber. – Nicholas garantiu. – Eu prometo.

Nicholas tinha confiança que conseguiria, ele era inteligente o suficiente para isso, jamais desistiria até que restasse comprovado que era algo impossível ou tivesse conseguido. Há dois dias ele tinha encontrado Arwen, ou ela tinha lhe encontrado e depois de ouvi-la uma chama de esperança acendeu-se dentro dele de que seu sonho poderia se tornar real. Arwen acendeu a chama.

— Nicholas.

O garoto voltou alguns passos e viu Arwen encostada a parede de pedra, como se esperasse por ele.

— Thompson. – Ele a cumprimentou. – Deseja algo?

Arwen o olhava com curiosidade, ela não era alta para a idade, o que fazia com que eles tivessem a mesma altura.

— Eu vi você. – Arwen falou baixo, embora não houvesse ninguém por perto. – Eu vi você em um sonho.

— Devo me preocupar? – Nicholas respirou fundo.

Os olhos dela estavam vagos, ela não o encarava mais.

— Eu estava em um lugar, eu não consegui ver bem o local, estava tudo embaçado, como se visse através de um vidro. Mas eu escutei um som, música, uma música triste e melancólica. Tinha pessoas, elas vestiam capas pretas e máscaras e aos poucos cada uma delas foi caindo, então a música acabou.

Nicholas passou a sentir um frio na barriga e pela primeira vez entendeu o conceito de ter borboletas no estômago.

— Por que acha que isso tem a ver comigo?

— Porque era você que estava tocando a música. Você conseguiu algo... algo que eu nem mesmo sei explicar. É um novo conceito de magia? – Ela perguntou agitada.

— Não sei do que você está falando. – Nicholas respondeu confiante.

Arwen soltou a respiração que prendia e assentiu. Ela se virou para ir embora, mas voltou-se para Nicholas.

— Seja o que for não desista. Você vai conseguir, Nicholas. Isso vai salvar sua vida e a dos outros.

Ela saiu sem esperar que ele desse uma resposta. A visão dela confirmou que o que ele buscava era real, que suas pesquisas incessantes dariam uma resposta, que seu sonho não era apenas uma alucinação de sua mente inquietante. Se o que seus pais falaram era real uma nova guerra estava se aproximando e eles precisariam de todas as armas possíveis.


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Notas finais do capítulo

Com comentários posto o próximo ainda hoje ;)



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