A Lenda de Yuan escrita por Seok


Capítulo 14
O Vilarejo JiHao - Parte Dois


Notas iniciais do capítulo

Desejo a todos uma boa leitura! Só relembrando que a postagem das ''partes'' (cada uma narrada por um personagem diferente, entre os três principais: Yuan, Fang e Seoyin) de cada capítulo são: Segunda-Feira, Quarta-Feira e Sexta-Feira. Em casos raros, Terça-Feira e Quinta-Feira também terão postagens novas.



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                                                Fang

Às vezes eu me pego pensando quando é que vou voltar para Ba Sing Se. Eu não digo que sinto tanta falta assim da minha família e tudo mais, só que… sei lá. Gostaria de ver como eles estão. Acho que seria bem legal ver o olhar de orgulho da minha mãe quando ela ver o quão bom eu estou na dobra d’água. Claro que eu não sou um mestre, mas mesmo assim! Seria legal.

Estou caminhando pelo interior do vilarejo JiHao em busca de Seoyin, entretanto, minha busca não está tão boa assim. Cruzo com algumas pessoas no caminho e as pergunto sobre minha amiga e, embora eu deteste admitir, ninguém parece tê-la visto. É um pouco esquisito, já que a Seo não costuma sumir. Espero de coração que o Yuan esteja melhor na busca que eu.

Começo a ficar preocupado. Quanto mais eu pergunto, mais aflito meu coração fica. Vejo um senhor de idade parado nas proximidades de uma loja de frutas. Imagino que ele seja o vendedor local. Comerciantes costumam conhecer muitas pessoas. Mamãe dizia que eles sabem tudo, vêem tudo e ouvem tudo… Pelo preço certo. Espero que não seja o caso.

Me aproximo, relutante. Conversar com as pessoas não é tão fácil pra mim. Me sinto envergonhado, por algum motivo. Minhas mãos estão juntas do corpo, uma fechada por cima da outra. O comerciante me olha. Eu inclino o corpo em respeito à sua idade e também como cumprimento.

— Com licença?

O idoso me olha. Um sorriso bondoso surge em seu rosto e eu me sinto mais confortável em conversar.

— O que deseja, meu jovem? — Os olhos ávidos do vendedor percorrem discretamente pelo meu corpo, embora sua discrição não fosse o suficiente para eu não notar. — Temos frutas de todos os lugares do Reino da Terra. Fresquinhas!

— Ah, muito obrigado, senhor, mas não estou procurando frutas. — Eu tento ser o mais brando possível. — Na verdade, estou procurando uma amiga. Por acaso o senhor viu uma menina um tiquinho assim mais baixa do que eu? Cabelos amendoados, tipo castanho…

— Acho que eu vi uma garota que se encaixa nessa descrição. — Ele parece pensar bastante, e então diz: — Roupas de uma nômade do ar?

Uma luz se acende no meu peito.

— Isso! — falo, animado. — É exatamente quem eu estou procurando!

— Ela passou aqui mais cedo. O dia ainda nem havia clareado direito. Me pediu uma maçã, bananas e depois foi na loja do senhor Heng para comprar incenso. Ele fica ali, do outro lado da rua.

— Incenso? — eu pergunto para mim mesmo, pensativo. Depois, retomo meu foco e agradeço ao comerciante com um gesto da cabeça. A única conclusão que consigo chegar é que Seoyin se retirou para meditar.  

— É. Eu a ouvi dizer que iria até a praia para oferecer algo a… me falha a memória.

— Muito obrigado, senhor.

— É um prazer ajudar alguém da Tribo da Água. Está bem longe de casa, não está, rapazinho?

— O senhor… como foi que…? — tento falar, mas nada parece sair além de balbucios desconexos e confusos.

— Mesmo com roupas do Reino da Terra, esses olhos. — Ele sorri pacientemente. — Azuis como o mar. Cheios do espírito da lua. Assim como os da minha esposa, Yonhwa. Você tem um longo caminho pela frente…

Meu corpo se arrepia. Cheios do espírito da lua… Nunca pensei que alguém falaria de Tui e La tão longe da minha tribo natal. Acabo me lembrando das histórias que me foram contadas desde pequeno: uma jovem princesa da Tribo da Água do Norte, que se sacrificou para salvar todo o mundo e restaurar a vida do espírito lunar. São apenas lendas, sim, porém, a ideia de alguém se sacrificar pelo bem maior me é curiosa. Fico imaginando como um ser humano comum consegue tamanha a bravura. Não consigo me aguentar de curiosidade.

— Onde está sua esposa, senhor?

— Ela já se foi há muito tempo. — Seu bondoso sorriso parece murchar aos poucos. Entretanto, seus olhos, pelo o que posso perceber, estão repletos de orgulho e uma tênue faísca de uma felicidade dolorida. — Ela deu a sua vida para proteger esse vilarejo e todos que estão aqui. Muitos dizem que o espírito da lua a ajudou a suportar o que houve.

A voz do comerciante está cheia de melancolia. Posso perceber a saudade que ele sente de sua esposa. Ainda que a tristeza seja notória, o brilho orgulhoso no olhar me faz sentir mais confortável. Me pergunto se os espíritos realmente nos ajudam em um momento de crise.

— Senhor… — Não resisto. Preciso perguntar. Acho que é mais forte que eu. — Será que os espíritos nos ajudam em um momento de necessidade?

O vendedor me olha com certa curiosidade e pousa uma das mãos em meu ombro. Em seguida, olha para as nuvens no céu, dando-me a impressão de que está tentando constatar algo que eu mesmo não consigo perceber.
Em seguida, ele volve sua atenção para mim.

— O Avatar está entre nós, criança. Metade-espírito, metade-humano. Ele nos ajuda e nos guia para um mundo melhor, em direção ao equilíbrio e a paz. Não há dúvidas que eles, os espíritos, também ajudam o Avatar nesta tarefa… agindo, individualmente, na vida de cada um. Você conhece a história da Princesa Yue?

Uma breve nostalgia toma conta de mim. Recordo-me dos dias em frente à lareira, ouvindo histórias e lendas da minha tribo, e posso jurar que ainda sou capaz de sentir o calor das chamas. Não me lembro muito bem de como era na Tribo da Água, pois mamãe só viajava até lá para ver a família, já que meu pai é um dobrador de terra. Depois do nascimento do meu irmão mais novo, nós nunca mais voltamos a visitar a Tribo da Água. Acho que sou um pouco ressentido com isso. Não me entenda errado: eu amo meu irmão, só que muita coisa mudou depois que ele nasceu.

Eu respondo a pergunta do comerciante com um gesto da cabeça e, então, ele continua:

— Os espíritos interferiram na vida dela. A princesa nasceu muito doente, e nenhuma cura era capaz de restaurá-la… Seu pai, o chefe tribal, a banhou na água espiritual. Seus cabelos pretos ficaram brancos, como a lua. E ela foi tocada, pois os espíritos atenderam às preces de seu pai. Os espíritos vieram ou não vieram em um momento de necessidade?

Suas palavras me atingem em cheio, como uma flecha. Eu não gosto de parecer burro, contudo, tenho o pressentimento de que esse comerciante é mais sábio que eu. Arrisco dizer:

— Mas, senhor, isso não é só uma lenda?

Ele balança a cabeça. ‘’Quem sabe?’’,  diz sem palavras.

— As lendas podem vir de histórias verdadeiras, jovem dobrador de água.

Reflito por alguns segundos. As lendas podem vir de histórias verdadeiras… Não descarto a possibilidade dele estar certo. Me pergunto se ele já passou por muita coisa para saber tanto e confiar tanto nos espíritos. Acabo me lembrando do meu avô; ele era muito devoto aos espíritos da Lua e Oceano, sempre cuidava do Oásis Espiritual na Tribo da Água do Norte. Quando íamos visitá-lo, pelo pouco que minhas memórias permitem recordar, ele costumava me levar na residência de Tui e La para vê-los. O lugar onde vivem é quente, o que destoa completamente do restante do Polo Norte. Lembro-me que a Lua e o Oceano, quando os vi, estavam na forma de peixes: eles se rodeavam, bailando com sutileza e graciosidade.

Fora da Tribo da Água, muitos têm convicção de que os espíritos não vivem em forma humana, muito menos em um oásis quente no meio de uma selva de gelo. Eles não são apenas histórias para colocar crianças na cama. Eu pude vê-los pessoalmente.

Olho para o vendedor, e é a primeira vez que pareço estar observando-o verdadeiramente. Tem mais nele do que os olhos podem notar.

— Acho que o senhor tem razão. — Meu corpo se inclina mais uma vez, agora em despedida. Bato um punho fechado na palma da mão aberta. — Mais uma vez,  muito obrigado por suas palavras.

— Eu é que agradeço — ele responde. — Por ouvir.

Um sorriso floresce em meu rosto. Dou as costas e olho por cima do ombro antes de subir a colina, assistindo o vendedor e sua barraca se tornarem um pequeno ponto desconexo e distante antes de desaparecerem da minha visão.

‘’O Avatar está entre nós…’’ Não entendo muito sobre os espíritos, mas seria Yuan metade-espírito? Seria curioso se fosse verdade. Ele é um menino especial. Não por ser o Avatar, sabe? Mas por ser ele. Por algum motivo, não conseguimos conversar direito desde que ele me roubou um beijo. Aquilo fez com que os meus sentimentos ficassem mais confusos do que nunca. Sempre que Seoyin nos deixa sozinhos, sinto que um silêncio constrangedor se forma entre nós dois. Eu não tenho a intenção de fazer isso. Só não consigo agir de forma diferente. Aquele garoto realmente me deixa confuso.

E tem a Seoyin. Aqueles cabelos castanho-amendoados que descem por seus ombros como uma cascada sedosa, acompanhada de um belo par de olhos cinzentos, como um dia tempestuoso. Ela é tão incrível que não sei nem por onde começar a descrever. Quando estamos juntos, sinto que sou poderoso como uma maré. Ela faz eu me sentir completo. Nós nunca fizemos nada de mais: andamos de mãos dadas e só.

Às vezes, eu percebo que o Yuan se sente um pouco desconfortável com isso, o que me deixa preocupado. Não sei dizer se é por ciúmes ou por ele se sentir deslocado. Eu me importo demais com ele para magoá-lo. Reza a lenda que Avatar Kyoshi, natural do Reino da Terra — como o Yuan — foi rejeitada pelo seu povo como Avatar porque amava tanto homens quanto mulheres. Me pergunto como Yuan se sentiria se isso acontecesse com ele, ou se esse rumor, o do nosso beijo, se espalhasse. Sem contar, é claro, que ele cresceu no Anel Inferior de Ba Sing Se — em outras palavras, cresceu com pessoas extremamente conservadoras do Reino da Terra, visto que são menos abastados, digamos assim. O irmão dele, Shun, com certeza não receberia bem a notícia, pois me lembro muito bem da relação entre ele e Yuan. Se algo acontecesse por minha culpa… Eu nunca me perdoaria. Yuan ‘’recém-aceitou’’ que é o Avatar e parece estar digerindo a ideia cada dia mais. Parece estar aceitando esse fardo tão pesado.

Eu não consigo imaginar como é, para ser sincero. Deve ser como ter o peso do mundo nos seus ombros ou pior ainda. Toda a cobrança, os treinamentos excessivos, e também tem o fato da frustração. O Yuan não consegue dominar a água, por mais que ele tente e por mais que eu me esforce para ensiná-lo. Ele sequer consegue fazer uma pequena onda ou um chicote d’água. Por mais que eu não seja um mestre, realmente dou o melhor de mim para vê-lo progredir, mesmo que esse avanço seja mínimo. Só que estamos na estaca-zero desde o começo e isso o deixa bastante frustrado. Acabo ficando mal por ele. De verdade.

Espero que não seja errado eu me sentir assim.

                                             [...]

Acredite quando eu digo que não sou facilmente impressionável. Acredite de verdade, tudo bem? Só que eu preciso admitir que fiquei bem impressionado quando, ao voltar para o chalé, vejo um Yuan-muito-ousado com um grande e assustador Tigre-Leopardo ferido. Se você quer saber, o bichão sequer passou pela porta. Ele ficou nos fundos do casebre, no jardim traseiro, e eu nem arrisco a perguntar como o Yuan achou aquela coisa. Tigres-Leopardo não são nem um pouco amigáveis e são bastante raros. Me admira o fato do Yuan estar mais perto dele do que eu teria coragem em toda a minha vida. O bichano não parece nem ter forças para avançar em mim. Ele só me lança um olhar triste.

— Você pode ajudar, Fang? — pergunta Yuan, acariciando o animal caído.

Acho que estou ficando louco. Minha cabeça deve estar me pregando peças. Quais são as chances de você voltar do centro da vila e encontrar o Avatar com um Tigre-Leopardo ferido? Ah, e eu preciso adicionar que o Yuan está todo sujo de terra. Parece ter sido uma aventura e tanto.

— Olha, se quer saber — diz Yuan. — Ele não é tão perigoso quanto parece. Pode chegar perto. Você vai ver. Só, por favor… Você precisa curá-lo.

Eu divago minha atenção entre o animal e Yuan. Os olhos verdes do moreno parecem estar ainda mais profundos, recheados de preocupação. Tenho a sensação de que ele está quase chorando, e dando o seu melhor para não fazê-lo. Sou acometido por uma pontada incômoda no peito. É difícil dizer não para esses olhos… E eu também nunca me perdoaria se virasse as costas para alguém — ou, nesse caso, um animal — que precise de mim. Fazer o bem me dá uma sensação genuína de prazer. Eu parto da filosofia de que é melhor dar do que receber.

Faço que sim com a cabeça. Evito, porém, olhar o Yuan diretamente. A imensidão esverdeada que tem em seu olhar me deixa um pouco confuso. Parece que a minha cabeça fica embaçada e eu não consigo pensar direito. Por mais que eu insistisse e insista em erguer barreiras, Yuan tem uma forma estranha de quebrá-las. Acabo me lembrando daquele dia e ficando envergonhado. Sei que não devia me sentir assim, só que é inevitável.

Eu dou alguns passos em direção ao Tigre-Leopardo, embora cada fibra do meu corpo esteja me dizendo para correr o mais rápido possível. Olho ao redor e não encontro nenhum recipiente com o meu elemento nativo. Volto minha atenção para Yuan.

— Me traz água.

Ele sorri feito um bobo. Após isso, corre para dentro de casa e traz uma jarra cheia de água. Parece estar fazendo muito esforço para não derramar a água, e isso é bem hilário. Ele deixa o objeto do meu lado e volta a fazer carinho no corpo do Tigre-Leopardo.

Concentro-me por alguns segundos, repuxando as mãos para perto do corpo e desenhando um arco com elas no ar. A água instantaneamente me obedece, deslizando para fora do recipiente. Ela engloba minhas duas mãos como uma luva e passa a cintilar em um azul-claro e reluzente. Yuan faz que sim com a cabeça quando eu faço menção de me aproximar.

Aprumo dois passinhos em direção ao Tigre-Leopardo e dobro as pernas até alcançar sua altura. Mesmo deitado, o bicho é bem grande. Minhas duas mãos recostam em seus ferimentos, e eu sinto uma grande quantidade de energia tortuosa. Imagino o medo que esse animal sentiu ao passar por seja-lá-o-que-foi. Eu passo com as palmas por todo seu corpo, reparando células danificadas e restaurando o que foi ferido. Vejo o Tigre-Leopardo ronronar de alívio e Yuan me olhando com certa curiosidade, embora eu disfarce e finja não perceber o segundo caso. Como último lugar, volto minhas mãos para a pata do animal, sentindo um grande peso se apossar dos meus ombros. Percebo que os ossos estão danificados. Preciso me esforçar mais… Concentro toda minha atenção e energia ali, fechando os olhos. Todo o sofrimento, toda a dor, desespero e nervosismo da fera é repuxada para a água e, inevitavelmente, sou capaz de senti-la. É como um pesar intenso no peito, uma angústia.

Até que, enfim, paro de sentir esse grande peso.

Noto que minha respiração está pesada e um pouco de suor escorre pela minha testa. Me sinto como se acabasse de correr uma maratona, embora não o tenha feito. Devolvo a água para a jarra e limpo meu rosto com a manga, aliviado. Ao olhar para o Tigre-Leopardo, o vejo se erguer e encaixar sua cabeça (bem grande, por sinal) debaixo do meu braço.

— Ele gostou de você! — exclama Yuan.

Ele desvia sua atenção do bichano e um extenso sorriso aflora em seu rosto.

— Parece que sim — eu respondo. — Onde você o encontrou?

Yuan dá de ombros.

— É uma longa história. Acho que vou ficar com ele.

Eu pisco os olhos repetidas vezes — acho que é algo que eu faço quando fico nervoso. Yuan pretende mesmo domesticar um Tigre-Leopardo? Acho que meus ouvidos estão me enganando. Ou, quem sabe, Yuan seja mais avoado e ousado do que eu pensava.

— Eu não vou conseguir te fazer mudar de ideia, vou? — pergunto, apesar de já saber a resposta.

Ele faz que não com a cabeça e agora parece estar mais animado do que antes. A sombra do choro que estava o castigando deu lugar à excitação e entusiasmo.

— Acho que vou chamá-lo de Yang. É um bom nome, não é? Yang e Yuan. Yuan e Yang. Seríamos uma dupla e tanto.

— É, acho que combina.

Volvo o olhar para Yuan. Ele está parecendo uma criança de cinco anos de idade que ganha o seu primeiro bichinho. Está mais bobo do que normalmente seria. É um pouco engraçado, até.

— Com certeza, Yang é a sua cara.

— A propósito, você encontrou a Seo? — Ele acena para o Tigre-Leopardo e o animal se aproxima novamente, deitando nos pés do moreno.

— Não encontrei. Mas tenho a sensação de que ela está segura. Um comerciante me disse que ela comprou incenso e frutas. Disse que ela ia oferecer na praia. Se ela saiu sem avisar, acho que é porque não queria ser incomodada.

— Se você diz — Yuan deixa escapar um suspiro e ajeita sua bandana, respondendo-me em seguida. — Tudo bem. Eu preciso tomar outro banho e tirar essa poeira e terra de mim. Está me incomodando. Até mais!

Ele dá as costas para sair e o Tigre-Leopardo não parece querer ir embora ou fugir. O felino gigante se enrosca e deita a cabeça sobre suas patas, olhando conforme Yuan se afasta.

— Vê se não demora, Yuan — eu digo conforme ele se afasta. — Precisamos sair daqui logo. É arriscado ficar muito tempo na mesma cidade. Já passamos três dias aqui.

Ele faz um joinha com o dedo e some da minha visão após entrar em casa.

 


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