Black Desert escrita por Kallin


Capítulo 81
(D) Uma Proposta Irrecusável




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Diante daquilo que ouvira, tudo que Damian conseguiu então fazer foi abrir os seus olhos em um (previsível) choque! Engasgando com as palavras que ele mesmo falhara em pronunciar, ao que por outro lado a Oráculo apenas continuava a observá-lo -se mantendo sempre com o mesmo irredutível prazer em sua face. Até seus olhos então por fim decidirem se fechar, dando lugar assim a um curto e malicioso riso que escapou  por entre aqueles seus lábios secos.

"Então... isso significa que ela é uma-!?"
Damian procurou -com muita dificuldade- se ater ao pouco que sua mente conseguira raciocinar naquele momento, ao que seus olhos então questionadoramente vidraram na Oráculo, encarando-a em silêncio ao que ela -por sua vez- distraidamente começou à apenas caminhar sem rumo por dentro daquele apertado quarto empoeirado -quase até como se estivesse dando algum tempo para Damian também se recuperar daquela surpresa.

E ao que ela não deu nenhum novo tipo de atenção para ele, suas envelhecidas mãos então aleatoriamente começaram a se distrair e transitar por sobre vários dos objetos que repousavam ao seu redor. Agindo daquela forma despretensiosa por alguns minutos, até que então sua voz finalmente decidisse por voltar a abordar o Skrea que tão hesitantemente a observava de longe.

— "... É fato que esse assunto sempre foi muito pouco comentado dentro da nossa raça. Só que provavelmente desde o surgimento dos Vessels, é que o Conselho esteve entregando a nós -híbridos- esse posto de maior responsabilidade. Eles nos treinam e nos ensinam a sermos caçadores. Interpretes, de um mundo que sempre esteve muito além dos domínios de qualquer outro Skrea... E que agora, está entregue em nossas mãos já que -diferente deles- nós não somos filhos de apenas um único mundo, e privados à apenas um único tipo de natureza também."
— "Mas como-... Isso não é um fato qualquer!! Então como é que mesmo assim eu nunca ouvi ou li nada sobre isso antes?!"
— "Heh, simples... Porque o Grande Conselho preferiu por manter isso ocultado de nossos arquivos e de nossas conversas cotidianas. Eles dizem que é mais fácil para a nossa raça respeitar um Oráculo, se esquecerem que estão na realidade diante de um 'meio-Skrea' esse tempo todo."
— "E vocês apenas aceitam isso...?! Fingir que são aquilo que na realidade não são?!"
— "'Aquilo que não somos'? Me diga garoto... se te perguntarem se você é um Skrea, o que você dirá de imediato? Que não, você é só um mestiço?"
— "!..."
— "Hehe... foi o que eu pensei. Mas nós não estamos também mentindo e fingindo que somos algo diferente. Se as perguntas certas forem feitas, nós iremos então seguir nossa natureza e responder honestamente que não somos na realidade Skreas puros. Só que é claro, ninguém realmente pergunta isso. E assim nós apenas prosseguimos, esquecendo nossos passados e títulos mais desagradáveis, em troca de termos a permissão e a expectativa para finalmente nos provarmos como sendo -na realidade- os mais fieis à Skreevah -e também à essa raça."

Falando aquilo, a Oráculo então deixou um confuso e auto consciente sorriso moldar aquele seu rosto que até então se dividira entre manipulativas e ardilosas expressões. Dando finalmente então alguns passos de volta na direção de Damian, até que sua mão pudesse pousar por sobre a armação de cobre que ainda separava os dois à uma distância (cada vez menos) segura.
Porém nada ela fez. Nada, além de encará-lo com certa admiração enquanto Damian cada vez menos parecia conseguir esconder para si o fato de que ele não confiava em sua presença dentro daquele quarto. Sempre se mantendo preparado para recuar alguns passos, e com seu corpo ligeiramente inclinado para o lado como se sequer ele quisesse dar qualquer chance para ela -no reflexo- ser capaz de agarrá-lo com sua mão.

E no que os dois ficaram se encarando daquela maneira, a Oráculo então finalmente sorriu para ele e balançou a sua cabeça em uma muda concordância. Admitindo para si mesma que ela não estivera errada em ter vindo atrás daquele Skrea, mesmo ele agindo com todos os resguardos imagináveis perto dela.
"Ele não vai confiar em mim... mas eu também não preciso realmente que ele confie. Só preciso fazer com que ele ouça tudo que precisa ouvir... e o resto acontecerá com o tempo."
Pensou ela então consigo mesma, antes de finalmente decidir abordá-lo com o começo daquilo que sua mente -desde o princípio- já estava ansiosamente pretendendo fazer e dizer àquele jovem Skrea.

— "... Sabe, isso pode não fazer parte da minha missão, mas eu tenho o desejo de te ajudar... filho de Derak."
— "Me... ajudar?"
— "Sim, eu tenho a pretensão de lhe dar a mesma possibilidade que eu também tive em minha juventude. Quando um Oráculo antes de mim me convidou para seguir os seus passos, e me tirou desse futuro aonde ninguém me desejava."
— "... E o que você vai ganhar com isso?"
— "A certeza de que consegui ajudar mais um Híbrido, colocando-o no melhor caminho em que eu poderia colocar."
— "Humph... Agradeço, mas não tenho por que aceitar."
— "Ora, e por quê não? Entendo que até agora sua vida possa ter sido um tanto fácil para os padrões de nossa existência -já que você tinha os seus irmãos para poder dividir o fardo da rejeição-, mas... agora eles se foram garoto. E se você já não começou, então acredito que logo você irá começar a sentir em sua pele o verdadeiro desgaste de ser maltratado diariamente por todos que agora cruzarem o seu caminho."
— "Com ou sem meus irmãos por perto, eu sempre fui igualmente maltratado. Então com todo respeito, não serei ingênuo em dizer que farei o que for, só porque parece que dá para me manipular assim."
— "Entendi, você não é burro -e eu gosto disso... Mas isso ainda sim não te salvará do fato de que você agora está sozinho. Sem ninguém para te aconselhar, para te consolar enquanto o Conselho insistir em limitar cada um de seus passos. E igualmente, sem qualquer apoio também quando cada estranho que cruzar o seu caminho for tentar te subjugar -ao que eles jamais saberão nada sobre quem você realmente é capaz de ser, porque ninguém mais te dará a chance de se provar para a raça que te acolheu, e que você tanto adora."
— "Esse é um problema só meu. E não tenho porque começar a achar agora que preciso dividi-lo com estranhos."
— "Heh, você não está errado... Mas isso não muda o fato de que eu também já estive aonde você está hoje. Então não adianta, não fingirei ignorância diante do que sei e conheço tão bem -as dificuldade de se viver sozinho dentro de um mundo que te odeia. Um mundo que te culpa, por você carregar consigo algo que você nunca teve realmente culpa de carregar e que não pretende também te dar uma chance de mudar e consertar as coisas com suas próprias mãos, enquanto você insistir que quer viver dentro dele!"
— "..."
— "Você não pode negar que sabe muito bem do que eu estou falando, não é? Uma vida aonde seu único destino é o ódio, a morte e o esquecimento. E aonde a mera ideia de poder mudar esse destino se torna uma cobiça quase que indescritível e latente dentro de você! Esse desejo de ter uma única chance, uma única possibilidade... uma única oportunidade de se tornar algo mais para eles, do que apenas um inútil... Híbrido!"
— "Tsc..."

Ouvindo todas aquelas afirmações que tão duramente estavam encharcadas de verdade, Damian então finalmente se deixou abalar um pouco e permitiu por fim com que seus olhos caíssem até chão -em certa rendição. Tentando ainda sim esconder todos aqueles seus mais confusos pensamentos da maliciosa Oráculo, ao que sua voz mais uma vez se exilou dentro dele perante a menor sensação de que ela poderia acabar revelando algo que ele desejava guardar apenas para si.
Era possível dizer que à essa altura tudo o estava incomodando de alguma forma, porém o que realmente estava mexendo mais com seu interior -e sua real capacidade de se resguardar perante aquela mulher- era na realidade o fato de que em nenhum momento a Oráculo realmente errou sobre as coisas que tão confiantemente ela disse para ele.

Ele estava sim sendo mais maltratado do que antes pelo seu pai e pelos outros, já que agora ele não possuía a referência ou influência de seus dois irmãos para se proteger de maiores injustiças. Ele estava sim habituado a constantemente idealizar qualquer tipo de chance que pudesse haver, só para mudar por menor que fosse aquele seu tão óbvio e decadente futuro. E sempre quando caminhava entre os Humanos, era então quando Damian mais sentia dentro de si aquele medo. Um medo de estar eternamente atado a um fardo que ele nunca teve culpa -ou desejo- de carregar consigo. Mas que carregava ainda sim.

E no que todas essas coisas então começaram a se empilhar desgovernadamente dentro dele, foi que Damian então cometeu um pequeno deslize e acabou indagando a Oráculo em um perigoso sinal de confirmação -e aceitação- quanto às suas palavras. Permitindo assim com que ela então finalmente percebesse que estava no caminho certo para render Damian por completo às suas reais pretensões.

— "Mesmo que eu seja um Híbrido, mesmo que você queira me dar uma chance, e mesmo que você esteja certa sobre tudo o que me disse... Ainda sim eu não sei se conseguiria fazer metade das coisas que um Oráculo consegue fazer. Eu nunca consegui identificar Humanos ou Vessels... E eu nunca tive provas que eu podia ser especial ou escolhido para ter toda essa capacidade que você acha que eu posso ter, eu-...! Eu obviamente não fui escolhido por Skreevah. E eu não posso mudar isso, mesmo que me esforce!"
— "Hehe, é aí que você se engana, criança... Porque eu consigo ver todas as capacidades certas, quando olho para você! Sua genética, sua inteligência, sua disciplina, sua dedicação... E mesmo que você não saiba ainda fazer certas coisas, eu posso te assegurar de que tudo não passa na verdade de uma questão de tempo e treinamento -que aliás, você receberá da Ordem assim que for aceito por ela."
— "... Me perdoe se eu for indulgente, mas não vai ser apenas uma troca de palavras que vai me fazer conseguir aceitar isso."
— "Tudo bem, afinal eu não esperava menos do que desconfiança mesmo, quando percebi que precisaria convencer alguém com o seu histórico. Mas e se nós então nos esquecermos um pouco das palavras, e fizermos apenas você colocar mais uma vez a sua mão sobre o orbe que está na sua frente?"
— "...?"
— "Já que você é um Skrea inteligente, então creio que não é uma informação estranha para você o fato de que apenas certos Skreas conseguem manusear as relíquias da nossa raça, não é? E que normalmente esses Skreas são Oráculos, ou um dia virão a ser, já que eles foram abençoados por Skreevah para carregar consigo algo além do que somos capazes de enxergar."

Ao ouvir aquilo, os olhos de Damian então discretamente se voltaram mais uma vez para o Orbe em frente dele com certa fixação -ao que a Oráculo agora parecia acariciar sua lisa superfície com certa malícia. Fazendo aquele cristal voltar à sua colocação mística e esfumaçada de antes, perante seu cuidadoso toque.
Ela estava claramente demonstrando, tentando Damian com mais do que apenas palavras. Ela estava tentando convencê-lo através da melhor prova que ela tinha em suas mãos no momento, e ela realmente conseguiu! Ao que ainda sim -não satisfeita com uma mera demonstração-, aquela Skrea então prosseguiu com uma explicação um pouco mais didática, embalando assim Damian em uma posição complicada, e quase que impossível de ser rebatida por sua mente.

— "Gostávamos de chamá-la de 'olho de Grivah' durante a época dos extermínios, porque ela nos mostrava tudo que poderia estar interligado à Grivah -independente de sua localização. Vessels, Feiticeiros, meros humanos..."
— "Então era verdade. Tinha mesmo algo assim escondido aqui dentro."
— "Heh, você realmente não é pouco informado, não é? Sim, desde a época dos extermínios cada cidade herdou uma esfera dessas. Só que ela é difícil de se manusear, e limita demais suas reações apenas ao toque de nós Orác-... ou melhor, ao toque de alguém abençoado para se tornar um Oráculo. Um Skrea especial, assim como você."
— "..."
— "Então, isso seria o suficiente para te convencer agora do que eu disse, ou não? Porque sinceramente, este quarto está cheio de objetos que vão reagir à você da mesma forma que esse aí reagiu -se manipulados corretamente. E eu não me importo de gastar mais algum tempo aqui dentro se isso significar que finalmente terei um pouco mais da sua confiança à minha disposição."

Sendo assim a Oráculo estendeu sua mão para Damian em um convite para que ele tentasse tocar em qualquer outro objeto dentro daquela sala. Fazendo-o se retrair em conformação, e admitir calado que era impossível realmente continuar tentando se manter contrário à cada uma das palavras dela -isso é, pelo menos agora que ele estava perante um fato um pouco mais familiar.
"Ela está certa, eu havia lido já que esses objetos não interagiam com qualquer Skrea... Se bem que eu não havia realmente me lembrado desse detalhe, até ela mencionar isso agora."
Damian então pensou consigo no tom mais desanimador e impotente que sua mente fora capaz de reproduzir. Ao que ele se sentiu obrigado a confiar em cada uma das palavras dela, da forma mais amarga e desagradável possível.

O problema todo dele tentar confiar na mulher denominada por Oráculo não era apenas -ou realmente- porque ela era uma pessoa de índole suspeita. Não, Damian não se deixava na verdade ser intimidado por Skreas que pudessem acreditar serem capazes de tirar qualquer vantagem dele -especialmente, já que eles quase nunca conseguiam também.
Não, o problema todo na realidade estava apenas no fato de que para um Híbrido como ele, soava quase que como uma blasfêmia aquela ideia de se imaginar dentro de uma posição de respeito tão grande quanto a de um Oráculo! Sendo que à cada vez mais que ele evitava fazer aquilo, mais desafiador ainda acabava sendo não o fazer.

E no que ele estava cada vez mais -relutantemente- caindo naquela complexa teia de palavras que a Oráculo tecera sobre ele, foi que então os desejos de Damian também começaram a se tornar ainda mais conflituosos e intensos dentro do seu peito. Fazendo-o se questionar sobre suas sinceras vontades, ao que ele realmente não parecia estar precisando de ainda mais ajuda para se sentir perdido quanto ao que deveria realmente fazer.
"Virar um Oráculo... Se eu virar um Oráculo então tudo vai ficar para trás. Meu pai, as coisas que fizeram comigo, a memória dos meus irmãos, aquele maldito ainda correndo vivo por aí, e-..."

Seu corpo travou e seus olhos então congelaram diante da noção de que ele iria ser obrigado a devolver a vida de Yura também à sorte, caso decidisse por aceitar a mão que a Oráculo estava tentando estender para ele agora. Definitivamente não era sensato para um Skrea admitir que um Humano poderia pesar tanto assim contra qualquer decisão racional que ele deveria vir a tomar, mas ainda sim, nada disso impediu Damian de bem lá no fundo temer por cometer um erro quanto à sua própria escolha.
Um erro que poderia custar a vida de alguém que ele a-... que ele não estava preparado ainda para esquecer, ou então, a sua própria vida -o seu próprio destino incerto.

E no que aquela dúvida inoportuna só servia na realidade para afundá-lo ainda mais na ausência de uma resposta definitiva, Damian então não viu outra alternativa senão postergar aquela sua decisão. Guardando para si todo o tempo que ele poderia ganhar antes de dar a sua resposta final, ao que então sua voz começou a indagar a Oráculo novamente -na tentativa de tornar sua obviamente mais sensata proposta, em algo um pouco mais atraente para a sua mente do que a complicada existência daquele jovem Humano que tanto mexera com sua cabeça.

— "... Então todos os Híbridos viram Oráculos?"
— "Sim. Ou pelo menos, sim, se sobreviverem até lá. De fato não importa quanto tempo passe, ou a distância que você tente cruzar... Em qualquer lugar nós ainda continuamos sendo muitas vezes entregue à morte, antes mesmo de termos qualquer chance de convencer o Patriarcado de nossa importância. Por isso não espere também conseguir metade do reconhecimento que você pode conseguir como Oráculo, se decidir por continuar sendo nada mais do que um Híbrido aos olhos do seu pai."
— "Tsc, e ele sabia sobre isso? Que eu-... Que os Híbridos podem se tornar Oráculos?"
— "Qualquer Patriarca -ou Skrea de hierarquia igual e superior- sabem. O que talvez seja o grande motivo para que ele nunca tenha na realidade te dito nada sobre isso. Afinal, ele não seria o primeiro Patriarca que eu vejo se recusando a querer abaixar a cabeça na frente de todos para um Híbrido que ele conhece pessoalmente."
— "... E ele por acaso teria como se opor? Caso eu decidisse aceitar me tornar um Oráculo?"
— "Bem, ele poderia tentar. Mas com a minha recomendação pessoal, não haveria Skrea algum que iria ser capaz de realmente se opor perante o Grande Conselho, e efetivamente vetar a sua admissão dentro da nossa Ordem."
— "Então você está dizendo que pode me fazer-...?"
— "Sim Damian, eu posso te fazer finalmente significar algo para essa raça, como você sempre desejou significar. Contanto que claro, você aceite fazer em troca antes um pequeno favor para mim."
— "... Um favor?"

Damian então recuou diante daquela ligeira sensação de que seus instintos estiveram certos o tempo inteiro, e que não fora exagero dele ter se resguardado tanto até então! A Oráculo estava tentando manipulá-lo para conseguir algo, e não tivera sido por falta de tempo que ela acabou postergando essa revelação também. Não, ela estava usando de toda sua paciência para levá-lo até onde ela desde cedo já o pretendia levar!
E sendo assim foi que então Damian firmou mais uma vez a sua postura e a sua voz, ao que ele não era em nada ingênuo para deixar com que ela se aproveitasse dele, mesmo depois de todo o esforço que ela tivera tido só para poder tirar a sua desconfiança do meio de seu caminho!

Sendo assim Damian voltou a encará-la com um renovado resguardo impossível de se passar desapercebido, ao que a Oráculo por outro lado apenas parecia querer manter seu sorriso em -uma incompreensível- admiração!
"Definitivamente, esse é o Skrea que eu estou procurando."
Ela então pensou consigo mesma -muito satisfeita- antes de finalmente chegar até o ponto que tanto a estava lhe deixando ansiosa.

— "Não é nada muito complicado na verdade. Tudo o que eu quero é o garoto que você ajudou a escapar hoje cedo. Eu quero que você traga-o de volta para mim. E aí estaremos quites."
— "O-o quê!?"

"Yura!?"
Os olhos de Damian então se contraíram ao que seu corpo inteiro recebeu o baque daquelas palavras -que por hora pareciam querer seduzi-lo, e por hora pareciam querer devorá-lo como à uma presa!
Incapacitando-o assim de esconder seu imenso incômodo perante os olhos sórdidos da Oráculo, mesmo que a última coisa que ele pudesse querer fosse realmente revelar ali o seu arriscado interesse pessoal em Yura!
Damian podia ser um Skrea com plenas noções das consequências que estava atraindo para si, ao desejar se aproximar de um Humano. Só que isso sequer se tornava mensurável, ao que ele estava agora tendo que pesar isso contra o peso do desejo pessoal de uma pessoa tão importante para sua raça como aquela Oráculo -fazendo ou não parte de um trato, aquele desejo não poderia ser ignorado por ele sem ser considerado como insubordinação!

Sendo assim Damian se alarmou diante da difícil situação contra a qual foi colocado, e quase que instantaneamente então ele se viu retornar à sua inquestionável necessidade por saber o que afinal a Oráculo tanto queria com Yura -desejando através de uma simples conversa lógica, conseguir ainda reverter aquela armadilha que fora armada sob seus pés!
E foi com isso que então suas palavras conseguiram encontrar a força necessária para escapar de sua boca. Lutando ainda sim para não saírem tremidas de dentro dele, já que o pouco do controle que Damian ainda tinha dentro daquela conversa parecia agora estar se esvaindo diante da eminente resposta que ele tanto temia acabar podendo ouvir!

— "Por quê afinal você está atrás daquele Humano?"
— "Como assim porquê eu estou atrás dele? Não é óbvio? Ele é um Vessel, e eu vou usá-lo -igual a todos os outros- em meu experimento!"
— "!!"


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