ALMARA: Ameaça na Ilha de Xibalba escrita por Xarkz


Capítulo 21
CAPÍTULO 20 | A Ladra da Cidade Flutuante


Notas iniciais do capítulo

Voughan e Kore se recuperam da luta contra Uriel mas Algar fica preocupado com os sentimentos que o monge nutre por Eril. Saja tenta contatar a ladra mais eficiente que existe para por em prática seu terrível plano, que envolve grande destruição.



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A cidade de Pharon Katora é uma cidade relativamente grande em tamanho, mas com uma população pequena, construída em uma planície sem nenhum monte ou rochedo ao redor. A maior parte da cidade é composta por campos abertos, onde os mercadores montam suas barracas de produtos diversos.

Apesar da pouca população, o centro da cidade tende a estar sempre muito cheio devido às pessoas que vêm de fora, tanto para vender quando para comprar produtos.

Em meio à multidão uma figura se destaca por suas vestes nobres e ar imponente. É Saja, o misterioso homem que coletou a chama de Ákyros, o avatar do Vazio. Ele observa algumas espadas decorativas, ornamentadas com pedras preciosas, mas claramente sua atenção está em outro lugar.

Ao seu redor, diversas pessoas circulam o tempo todo, algumas negociando mercadorias e outras apenas de passagem, mas uma em especial parece chamar sua atenção.

À primeira vista não parece haver qualquer traço anormal ou chamativo para que tenha conseguido a atenção do nobre, porém, observando apenas com sua visão periférica e atento à conversa, ele volta toda sua atenção para uma jovem mulher, alta e muito magra, que compra algumas frutas em uma banca próximo à ele.

Após o pagamento, a mulher se afasta enquanto come uma maçã e carrega outras frutas em uma sacola, até que adentra em uma carruagem motorizada e segue sua viagem, guiando-a.

O sorriso sutil, que Saja sempre carrega em seu rosto, se torna mais evidente e ele segue para o lado oposto da mulher, indo em direção à uma enorme mansão, que mais parece uma igreja de teto alto e vigas de pedra.

Lá dentro seu fiel serviçal, o enorme bárbaro Gregory, o aguarda, sentado em uma espécie de poltrona de metal feita de diversas engrenagens. Por cima do que sobrou de suas pernas amputadas, há faixas brancas que cobrem as cicatrizes.

Ao comando de uma alavanca, na mão direita de Gregory, as engrenagens da poltrona giram e dois pares de pernas biônicas, semelhantes à pernas de aranha, surgem de trás dela. As pernas se firmam no chão, elevam a poltrona à um metro e meio do chão e então caminham em direção à Saja.

— Vejo que já está se adaptando ao equipamento, Gregory.

— É mais simples do que parece.

— Apesar da estabilidade deste, o modelo bípede lhe daria mais mobilidade. Podemos trocar quando você quiser.

— Eu realmente prefiro o modelo quadrúpede. Mas agradeço pela consideração, senhor Saja. Teve alguma pista da pessoa que procuramos?

— Sim. Estive próximo à ela.

— Isso é verdade? — Espanta-se o bárbaro, quase como se tentasse levantar-se da poltrona.

Saja apenas o encara com seu olhar calmo de sempre e, de alguma forma, isso parece intimidar o gigante.

— Desculpe, senhor Saja. Não estou duvidando de sua palavra. Apenas não imaginei que o senhor a encontraria tão rápido. Como sabia que ela estaria nesta cidade?

— Ela é uma ladra de artefatos raros e o boato de que conseguimos a chama de Ákyros já se espalhou. Esta é a cidade perfeita para vender todo tipo de mercadorias, é onde se pode encontrar os mais raros equipamentos. Certamente é onde ela iria nos procurar.

— O senhor disse que a viu, mas sabe para onde ela foi? A seguiu?

— Não foi necessário. Ela virá até nós. Se eu a vi, quer dizer que ela também já me viu. Além do mais… — fazendo uma pausa, enquanto volta-se para a parte mais interna da mansão. — Ela está nos observando neste exato momento.

 

De volta à Pea Nui, Algar termina de tratar o que sobrou do braço amputado de Kore, enfaixando-o.

— Como está se sentindo, garoto? — pergunta o anão, preocupado.

— A dor diminuiu bastante. Mas era meu braço favorito. — responde Kore, com um certo ar de sarcasmo.

— Sem piadas neste momento. Isso foi bem grave e você poderia ter morrido.

— Eu sei! — abaixando a cabeça, envergonhado.

Algar respira fundo e então volta-se para Voughan.

— E você, como está?

— Não enche, velhote. Ao invés de me consertar, porque não dá um jeito de consertar meu bracelete?

— Não sou um ferreiro. Deve ter algum na cidade.

— Então vou procurar.

— Você deveria descansar. Suas feridas foram muito profundas e você está muito fraco.

Ao ouvir a palavra “fraco”, o shamarg fita Algar com ódio, como se fosse matá-lo apenas com o olhar. O anão recua e Voughan sai caminhando pela porta, pisando forte no chão.

Ao lado de Kore está Araziel, cuja asa também foi medicada e ele a move devagar, verificando o quão ferida ficou.

— É um milagre que ainda consiga movê-la. — diz Algar, referindo-se a asa do anjo.

— O ferimento foi profundo, mas os angawatu se recuperam rápido e nossas asas ainda mais rápido.

Algar senta-se ao lado dos dois feridos e respira fundo novamente.

— Agora que o pior já passou, por favor me expliquem melhor o que aconteceu. Quem é esse Uriel e porque vocês estavam lutando?

— Ele sequestrou Belvedere. — diz o monge. — Eu não podia deixar que nada acontecesse com ele.

Por um instante, Algar observa Kore e parece compreender sua motivação.

— Entendo! É um sentimento bastante bonito que você tem por ela, garoto.

— Hã? Araziel te falou alguma coisa? — questiona Kore, confuso.

— Não é necessário. É bem óbvio que você gosta da princesa Eril. Qualquer um percebe pela forma como você a olha. Isso explica o porquê de você ter se empenhado tanto para salvar Belvedere. Claro que isso também faz de você um idiota.

— Como é que é?

— Não é óbvio? Você salvou o noivo da pessoa que você ama. Eles vão voltar a ficar juntos e o que você ganhou? Um braço amputado. Onde está a lógica nisso?

— Eu fiz uma boa ação e você está fazendo parecer uma coisa ruim.

— Não disse que foi uma coisa ruim. O que você fez foi louvável… Mas também foi uma idiotice.

— E ele continuou lutando mesmo sem o braço. — acrescenta Araziel.

— Kore, meu rapaz… — inicia Algar, aproximando-se do monge. — Não estou dizendo que foi errado o que fez, só estou preocupado com o que você está sentindo. Isso pode ser complicado pois, mesmo que Eril terminasse com Belvedere, ela não teria nada com você.

— Porque acha isso?

— Ela é uma princesa, jamais se envolveria com alguém que não é da nobreza. Isso vale para todos que são da realeza, mas para ela é algo mais. Você certamente se lembra da história da mãe da Eril, certo?

Kore apenas acena positivamente com a cabeça.

— O rei só foi morto por causa do envolvimento de Euridice com aquele pirata. — prossegue Algar. — Obviamente ela não teve culpa ao ser raptada, mas nesse meio tempo se envolveu emocionalmente com seu raptor e, para completar, Eril nasceu desse envolvimento. Por mais que o povo não toque no assunto e continue do lado dos Galvaskauss, não tenho dúvidas de que todos guardam essa mágoa da antiga rainha. Agora pense bem, com toda essa mágoa do povo para com a rainha, que se envolveu com alguém de fora da nobreza, tem ideia de como receberiam Eril se ela aparecesse com um noivo plebeu?

Um instante de silêncio permanece na sala, enquanto Kore digere o que acaba de ouvir. Ele olha para sua mão direita e em seguida olha para onde deveria estar sua mão esquerda.

— Desculpe se isso te deixou desanimado, mas é a verdade.

— Não estou desanimado e não me arrependo do que fiz. Eu teria feito o mesmo por qualquer outra pessoa. Talvez eu não tivesse tanta motivação para continuar lutando mesmo sem o braço, mas ainda sim teria tentado.

Araziel se aproxima de Kore.

— Eu acredito em você, meu amigo. Afinal, você perdeu seu braço ao me tirar da frente do ataque de Uriel. Estou em débito com você. A partir de hoje minha vida é sua. Serei seu servo fiel e cumprirei suas ordens sem nunca questionar.

— Então, como minha primeira ordem, quero que você me deixe em paz. — diz o monge, enquanto deixa a mansão, saindo enfurecido.

— Mas… Eu disse algo de errado? — estranha o anjo. — Ele parecia estar aceitando tudo tão bem. Estava calmo.

— Não é nada com você. Aconteceu muita coisa ao mesmo tempo. Deixe ele colocar as ideias em dia e esfriar a cabeça.

 

Em outro cômodo da mansão, Eril e Belvedere conversam, sentados na beirada da cama.

— Você podia ter morrido. — assustada, enquanto abraça seu noivo. — Temos que acabar com aquele dissimulado.

— Sei que está apavorada, mas eu estou aqui. Uriel disse àquele seu amigo shamarg que irá nos deixar em paz, não virá atrás de mim.

— E se ele estiver mentindo?

— Ele é do povo angawatu. Eles não podem mentir. Além do mais, o que faríamos com aquelas pessoas que ele acolheu?

— Podemos ajudá-los. Não podemos deixar essa gente nas mãos daquele cara. Não sabemos o que ele vai fazer com elas. Além do mais, Uriel arrancou o braço do Kore. Não podemos deixar isso assim.

— Seu amigo é um inconsequente. Haviam milhares de maneiras melhores de lidar com aquela situação. Mas sou grato que ele tenha salvo minha vida.

— Você não tem ideia de como fiquei aterrorizada quando ouvi o que aconteceu.

— Por minha causa ou por causa do seu amigo?

— Pelos dois. Mas é óbvio que minha preocupação maior era com você. Só conseguia pensar em você.

— Esse é o problema, minha querida Eril. — diz o elfo, enquanto se afasta.

— O que quer dizer com isso? — confusa.

— Isso é algo que venho querendo lhe dizer à algum tempo. Você diz que só conseguia pensar em mim quando ouviu o que aconteceu. O mais normal é que eu só conseguisse pensar em você, mas não foi o que aconteceu.

Os olhos marejados de Eril se arregalam, prevendo que algo ruim viria após isso.

— Enquanto eu estava preso, indo em direção à morte certa, o normal é que eu pensasse na pessoa mais importante para mim. Na verdade foi o que aconteceu. Só que eu não pensei em você, eu pensei apenas em mim.

— O que está tentando dizer com isso?

— Você já deve saber aonde quero chegar. A verdade é que você não é a pessoa que quero para passar o resto de meus dias. Nunca foi. E esse evento me fez ter a certeza disso.

— Como pode dizer uma coisa dessas?

— Eu gosto de você, Eril, mas acho que sou egoísta demais para entrar em um relacionamento sério com alguém. Além do mais, eu iria querer você aqui comigo o tempo todo, mas você insiste em sair em suas aventuras.

— “AVENTURA”!? — irrita-se a elfa. — Isso não é uma brincadeira, estou tentando impedir uma invasão ao nosso mundo. Se eu estiver certa o futuro de todos depende disso.

— Tem certeza de que é apenas isso? Não me parece que esta sua jornada esteja sendo um fardo para você. Acho que você gosta da aventura.

— Aonde quer chegar com isso?

— Talvez esteja no seu sangue.

— Não ouse continuar esse comentário.

— Calma, não me interprete mal. Realmente não me importo que não haja sangue real correndo em suas veias. O fato é que você não é uma pessoa que será feliz dentro de um castelo, rodeada de bajulações, ostentação e burocracias. Por outro lado, este é o meu mundo e é onde eu me encaixo. Eu sou um nobre de corpo e alma. Essa vida de glamour é tão importante para mim quanto minha música e o ar que eu respiro… E o mesmo vale para você e a aventura.

Após um longo minuto de silêncio, Eril respira fundo, com a mão direita contra seu peito, como se estivesse sentindo dor.

— Eu amo você, Belvedere. Mas não vou me rastejar e implorar seu amor. Se temos ideias tão contrárias, acho que não temos mesmo como dar certo. — voltando-se na direção da porta de saída do quarto. — Você é realmente um egoísta.

A porta do quarto bate com força e, só então, Eril deixa escapar uma lágrima.

No andar de baixo, Araziel e Algar estão sentados em um grande sofá, quando veem a elfa descendo as escadas, enxugando as lágrimas.

— Princesa!? — exclama o anão, estranhando a situação.

— Vamos embora deste lugar. — afirma Eril, convicta. — Vou pagar quartos na melhor hospedaria da cidade. Por favor, encontrem Kore e Voughan para mim.

— Como quiser, alteza.

 

A noite cai e, um pouco afastado da cidade, um acampamento foi montado, mas diferente do habitual. A barraca é grande o suficiente para comportar pessoas em pé, suas lonas são de tecido finíssimo com franjas nas pontas, bordados caros e seu interior parece extremamente confortável, com almofadas e lençóis de seda.

Do lado de fora, sentado em um banco almofadado e lendo um livro, está Saja, enquanto seu escudeiro Gregory monta guarda ao redor, locomovendo-se com suas bizarras e animalescas pernas mecânicas.

Os minutos passam sem que nada anormal aconteça, até que Saja retira de dentro do bolso de seu casaco um orbe, onde, dentro dele, pode-se ver uma chama roxa. A chama de Ákyros.

De forma negligente, ele coloca o orbe em uma almofada à sua frente.

— É isto que veio buscar. Está bem aqui. — diz Saja, em voz alta.

Gregory ouve e procura alguém ao redor, mas não avista ninguém, não compreendendo com quem seu mestre fala, mas ainda sim não retruca.

— Você pode roubá-lo facilmente sem que eu possa fazer absolutamente nada, ou pode sentar-se comigo e ouvir o que tenho a lhe dizer.

Nenhuma resposta é ouvida.

— Gregory! — chama o nobre. — Por favor, sirva-me um chá e traga outro para nosso visitante.

Mesmo sem entender, o bárbaro atende ao pedido sem questionar, dirigindo-se ao interior da barraca para preparar o pedido.

Displicentemente, Saja continua lendo seu livro sem sequer reparar o valioso orbe à sua frente.

Alguns instantes depois, um vulto translúcido surge próximo ao nobre. Sua silhueta é como água levemente turva e tão transparente quanto. A figura chega mais perto e então revela sua identidade, desativando a camuflagem que cobria seu corpo e revelando uma mulher alta e muito magra de olhos um tanto quanto puxados, num tom azul muito claro, quase brancos.

— Obrigado por aceitar minha oferta. — agradece Saja, com seu sorriso sutil de sempre.

Ela afasta os lisos e embaraçados cabelos da frente do rosto com uma das mãos, enquanto empunha uma estranha adaga, de formato pouco comum, com a outra.

Sua roupa é diferente do convencional, sendo colada ao corpo e com algumas linhas que a percorre, como se fossem circuitos. Possui partes de equipamentos mecânicos adornando o corpo em sua cintura, ombros, tronco, pulsos, tornozelos e alguns em sua cabeça, em forma de uma tiara tecnológica, porém, parecem muito mais evoluídas que qualquer equipamento conhecido.

— Sente-se, por favor, senhorita Kaima. — solicita Saja, apontando para um banco almofadado à sua frente.

O silêncio permanece, a mulher, quase tão alta quanto Gregory era, antes de perder suas pernas, apenas encara Saja sem sequer piscar, enquanto o nobre apenas sorri de forma despreocupada.

— Entendo que esteja confusa, mas lhe dou minha palavra de que isto não é uma armadilha. E quando me conhecer melhor irá descobrir que eu jamais minto.

— Apenas os angawatu nunca mentem. — profere a convidada, com uma voz um tanto rouca e quase como um sussurro. — Humanos, por outro lado, não são conhecidos por terem palavra.

— Isso ocorre porque a maioria dos humanos vê na mentira uma arma e na honestidade uma fraqueza. Uma constatação simplória de um intelecto limitado. A honestidade, quando bem administrada, pode se tornar uma arma terrivelmente mais poderosa do que a mentira.

Ainda relutante, Kaima senta-se no banco, sem jamais soltar sua adaga e continua a encarar Saja.

— Outra arma muito poderosa, mas pouco explorada pelas pessoas, é o poder da curiosidade. Mesmo sendo uma pessoa tão cautelosa você está aqui, sentada à minha frente. Não porque confia em mim, afinal, você mal me conhece. Está aqui porque quer respostas. Quer saber como eu soube que era você na cidade. Como eu sabia que você estava espreitando na mansão. Como eu percebi sua chegada aqui e, acima de tudo, quer saber qual meu objetivo. Ninguém largaria um objeto tão precioso assim sem proteção alguma.

Confusa, Kaima olha rapidamente para o objeto e então torna a encarar Saja.

— Você é esperta e percebeu que também sou, por isso sabe que eu não tentaria um truque qualquer como usar um objeto falso. Sim, esta é a verdadeira chama de Ákyros, bem na sua frente. Você poderia facilmente roubá-la e fugir sem que eu pudesse detê-la, afinal, você é a ladra mais eficiente de quem já se ouviu falar.

— Blefe! Você não tinha como perceber minha presença.

— De fato, eu não detectei você na mansão e também não detectei você aqui na floresta. Mas sabia que estava aqui porque EU lhe conduzi até mim.

— Está dizendo, sem nenhum pudor, à uma ladra assassina que a manipulou e espera sair vivo?

— Você não irá me matar, pelo menos não até ter todas as respostas que veio buscar. E quando as tiver, irá se juntar à mim.

Visivelmente irritada pelo comentário, a ladra fecha o cenho e aperta com força sua adaga, que emite um brilho azulado por linhas que a percorrem, semelhantes às de sua roupa.

— E como soube que era eu na cidade? Já conhecia meu rosto?

— Eu sei muito sobre você, mas sua fisionomia não me era conhecida. Porém, apesar da sua dicção perfeita, há uma leve entonação que a diferencia dos demais. Um sotaque particular que os viajantes planares, que aprendem nosso idioma, possuem. Obviamente apenas isso não seria o suficiente, mas ficou claro quando vi sua carruagem motorizada. O som que ela emitia não batia com o que deveria estar fazendo. Isso porque o som dela era falso. Sua carruagem utiliza uma tecnologia diferente, silenciosa, mas teve que utilizar o som falso para disfarçar. E esse tipo de tecnologia só existe em um único lugar de Almara...

— Neo Kalak! — responde, impressionada.

— Também conhecida como a cidade flutuante. Sua cidade natal.

— Como sabe tanto sobre minha cidade?

— Sou uma pessoa bem informada.

Neste momento Gregory retorna com duas xícaras de chá.

Após Saja pegar uma delas, Gregory oferece para a ladra, que fica apreensiva por um instante.

Depois de encarar Gregory por algum tempo, Kaima parece relaxar um pouco e então guarda a adaga em um compartimento em suas costas, mas recusando a bebida, de forma precavida.

— Mas, afinal, o que você quer de mim?

— Posso te levar de volta à sua cidade natal. — diz Saja, entre um gole e outro de chá. — Em troca, quero que roube algo de lá para mim. Algo que será capaz de causar ainda mais destruição que o próprio Ákyros.


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Notas finais do capítulo

Opiniões e críticas construtivas são bem vindas.