Angels or demons escrita por Aline


Capítulo 27
Vida que segue


Notas iniciais do capítulo

Eu estava revendo aqui os últimos dois capítulos, e percebi que as imagens não foram! KK.
Bom, não faz muita diferença né? Mas esse aqui tem.
Próximo capítulo E ÚLTIMO, no sábado.



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Quatro meses haviam se passado. Quatro meses desde o apocalipse e do pretenso fim do mundo. O mundo estava igual, ou quase. Muitos diriam que estava melhor. Sem anjos ou demônios, os humanos eram, finalmente, livres como sempre haviam desejado. Eles estavam bem, em seu mundo perfeito. Eu não. Quatro meses depois e continuava desolada, pensando se, algum dia, me sentiria inteira novamente. Seria possível em algum momento no futuro? Talvez sim, contudo, não tinha grandes esperanças. Porém, tento seguir minha vida.

Abri um abrigo. Bem, algo entre um hospital e um abrigo. Funcionava na casa que era de Anthonny. Acolhíamos todos os humanos, especialmente aqueles que agora estavam sozinhos no mundo e queriam companhia, ou se encontravam feridos e precisavam de alguém para cuidar deles. Aquela era a minha vida. Cuidar dos outros, para não me lembrar que eu também necessitava de ser cuidada.

Não voltara à casa de Nickolas. Não sabia se algum dia voltaria lá. Precisava ocupar minha mente com algo, o tempo todo, e estar lá só me faria pensar numa coisa. Nele.

Eu tinha um quarto, no abrigo, ao lado daquele que se tornara o quartinho de Ari. Ele se tornara como um filho para mim. Ele era a razão da minha confusa existência, talvez minha única ligação com Nickolas, já que fora ele que o deixara comigo. Ele queria que eu ficasse com o pequeno Ari, então devia cumprir seu desejo, não que me custasse muito. Afeiçoara-me ao menino.

Sentia-me mais crescida, sem qualquer motivo aparente. Talvez a dor e o sofrimento amadurecessem as pessoas. A mim, com certeza aconteceu.

O pior era à noite. Habituara-me à presença de Nickolas, a dormir a seu lado, sob a proteção e ao desejo de seu corpo. Agora, a única coisa que acompanhava minhas insônias era o frio dos lenções brancos de algodão.

Naquela noite, a um dia de completar quatro exatos meses desde a guerra, como em tantas outras antes daquela, eu me revirava na cama, fazendo uma lista mental de tudo o que era preciso fazer no dia seguinte, no abrigo. Era assim que eu preenchia meus momentos noturnos, para me afastar de pensamentos mais tenebrosos e muito mais penosos.

— Gabrielle!

Sentei, de imediato, na cama. Para alguém que, até há bem pouco tempo, não dizia uma palavra, Ari tinha uns ótimos pulmões. Levantei e caminhei rapidamente para seu quarto. Aquele era outro ritual. Ari sonhava e, se não gostava do sonho, me chamava para mandá-lo embora. Ele acabava adormecido, comigo contando uma história e fazendo festas em seus cabelos.

— Estou aqui, estou aqui. - sussurrei, entrando em seu quarto e sentando em sua cama. Ele estava também sentado, os olhos inchados pelo sono, os cabelos despenteados pelas voltas e a respiração ofegante pelas tentativas de fugir dos monstros de seus sonhos. — O que é que aconteceu?

— Tive um sonho.

— Agora já passou. - peguei suas mãozinhas e as esfreguei. — Foi sobre o quê?

Se aqueles meses me haviam tornado mais adulta, em Ari tiveram efeito oposto, pois naquele momento, parecia mais criança do que nunca. Finalmente, seus olhos assustados aparentavam a mesma idade que seu corpo.

— Eles voltaram, Gabrielle. - ele murmurou, de órbitas arregaladas. — Ele também voltou.

— Quem, Ari? Quem é que vai voltar? - perguntei, continuando massageando suas mãos.

— Eu vi. Eu vi, mas não eram eles. Não era ele, mas eu sei que era, porque eu vi dentro dele.

— Mas, quem? - pressionei.

— O demônio.

Meu coração saltou um batimento em falso.

— Que demônio.

— O demônio que nos fechou no inferno, Gabrielle. O dos olhos verdes escuros.

— Nickolas - questionei, ainda que prenunciar seu nome tenha doído, tanto na garganta como no peito.

Ari assentiu e seu olhar se perdeu no espaço.

— Nickolas. - disse, devagar como se estivesse a saborear o nome. — Sim. Ele vai voltar.

No dia seguinte, me forçava para não pensar no que Ari dissera. Era impossível. Nickolas morrera, desaparecera para sempre, estava no vazio, onde quer que isso fosse. Ainda sim, sua condição de profeta tornava tudo pior. Abria uma pequena janela de possibilidades que eu preferia não conhecer, porque fazer isso magoava. Muito.

— Mamãe, pode cuidar do paciente da cama quatro? - pedi. — Acho que está com febre.

— Claro. - ela assentiu. Nossa relação voltou ao normal, como se nada tivesse acontecido e eu nunca tivesse saído de junto de meus pais. Era reconfortante e agoniante, ao mesmo tempo. Não conseguia esquecer o fato de que nenhum deles comparecera ao meu casamento. Essa era outra coisa que eu preferia manter trancada na minha mente, meu estatuto de mulher casada e senhora do inferno, ainda que não conseguisse tirar o anel que pesava em meu dedo. — Está tudo bem?

Assenti, sem lhe responder por palavras e avancei para o próximo paciente. Não era nada de mais, um ligeiro corte num rapazinho que precisava ser limpo. Quem diria que eu podia ter aptidão para tratar dos doentes?

— Deixem passar! Deixem passar! Uma cama, por favor!

A voz de Joshua se fez ouvir a alto e bom som por toda a sala, ao mesmo tempo que um pequeno grupo carregava o que parecia ser um homem nos braços.

— Coloquem-no aqui! - gritei, apontando para a cama junto a mim. — O que é?

— Encontramos ele no terreno ao lado da antiga igreja. Estava cheio de fuligem. - informou Joshua, que estava encarregado da patrulha de nossa nova cidade. — Não conseguimos acordar ele. Estava completamente sem roupas, não sabemos quem é.

Observei o homem deitado inconsciente na cama. Coloquei a mão em sua testa para ver se tinha febre, mas estava frio, ainda que não muito. Tirei um espelho da gaveta da mesinha de cabeceira e o coloquei junto a seus lábios. Respirava. Parecia estar perfeitamente bem, como se estivesse apenas dormindo.

— Vou ter que esperar que acorde, para saber o que tem. Não demonstra nada de errado. Sem cortes nem queimaduras. - afirmei.

Joshua assentiu.

— Você está bem? - perguntou. — Parece cansada.

— Uma noite ruim, apenas isso.

Voltou a assentir, sorrindo.

Fitei novamente o homem. Sua face parecia estar em paz. Tinha um rosto bonito com sobrancelhas bem desenhadas e um nariz reto. Seus cabelos cor de café forte, um castanho-escuro que fugia do preto por vários tons. Era algo pálido. Tinha uma camiseta branca, provavelmente de Joshua, e um short mais largo do que sua cintura. Tinha boa forma física, o que era estranho seu aparecimento, pessoas saudáveis não desmaiam. Não aparentava ter se queimado, apesar de estar levemente sujo de fuligem. Talvez tivesse andado tanto que não resistira ao cansaço. Não, não podia ser. Seus pés estavam saudáveis sem cálo algum. Deixei ele dormindo e pedi a alguém que o verificasse de vez em quando.

Voltei, novamente para para o outro paciente cuja ferida estava limpando.

— Isto é capaz de arder um pouco.

Não podia dizer que a noite seguinte estava correndo melhor do que a anterior. Ari não chamara, era um fato, mas meus olhos não conseguiam se fechar, nem mesmo se tentassem (dizem que não tentar é mais eficiente). Não me sentia particularmente inquieta, para ser sincera, mas também não estava cansada. Era como se fosse uma tarde luminosa em vez de noite. Como se simplesmente, não fosse hora de dormir.

Foi, exatamente por estar acordada, que notei o pequeno som que perturbou o silêncio do abrigo, um som tão suave que, se não estivesse totalmente dispersa, teria passado despercebido. O bom de ter insônias é que estava sempre pronta para ajudar um paciente do abrigo que necessitasse.

Levantei e peguei no roupão que estava atrás da porta. O som vinha da sala de tratamentos, então foi para aí mesmo que fui. Os corredores estavam frios, àquela hora da noite. Tinha de falar com meu pai para instalar algo que aquecesse o ar e, se possível, algumas luzes também seriam bem-vindas. Entrei na sala de tratamentos. Tudo estava calmo, ninguém se mexia, todos pareciam estar bem, os doentes estavam na cama.

Mas a cama seis estava vazia.

— Que lugar é este? - disse uma voz masculina e grave à minhas costas.
Virei, devagar. Era o doente da cama seis, o homem misterioso que Joshua trouxera. Era muito mais alto do que parecia deitado e tinha uma expressão feroz, ainda que fosse possível notar um pouco de incerteza banhado pela luz da lua que entrava pela janela.

— Você está num abrigo para humanos, doentes ou sozinhos. - expliquei. — Ninguém vai magoar você aqui. Os anos de escravatura acabaram.

Nada nele se alterou. O que quer que lhe tivessem feito, enquanto escravo, o marcara.

— Escravatura? O que quer dizer?

— Acabou. Os anjos e os demônios desapareceram. Somos livres.

Sem mais nem menos, pegou em meu braço, com força e me puxou para junto da janela.

— Eu conheço você. - murmurou, com confusão em seus olhos escuros. Banhados por aquela luz, pareciam quase prateados, o que conjugado pelo sentimento de confusão que marcava suas sobrancelhas, concedia-lhe uma fragilidade atraente.

— Não creio... Ou talvez, me tenha visto quando chegou, esta tarde.

Observou meu cabelo, com atenção.

— Talvez... Como se chama?

— Gabrielle e você?

— Nilas. - disse, rápido demais, e pareceu surpreendido consigo mesmo.

— Olá, Nilas. Bem-vindo a nosso abrigo. - falei, com um sorriso. — Agora agradeceria se me soltasse.

Ele soltou de imediato.

— Obrigada. - agradeci e massajei o local onde, na manhã seguinte, tinha a certeza que apareceria uma marca roxa.

— Então, diz que cuidam de doentes aqui?

Assenti.

— E não só.

Suas feições se tornaram determinadas.

— Ainda bem, porque eu não me lembro de nada do que aconteceu comigo antes de eu ter acordado naquela cama. Então, quer dizer que éramos escravos, todos nós?

— Não, não todos. A Resistência não era. Nenhum deles. - expliquei, enquanto tirava mais um biscoito da lata.

— Oh, sim. Já me esquecia. Foram eles que me trouxeram, certo?

Assenti. Sabia que já era de manhã porque o sol começava a entrar pela janela da cozinha, onde passara o resto da noite, contando a Nilas a história da humanidade, ao mesmo tempo que bebíamos chá e acabávamos com os biscoitos que alguém fizera no dia anterior.

— Fico contente de não me lembrar, se era assim tão horrível. - ele afirmou, removendo uma pepita de chocolate do biscoito.

Não conseguia esconder a nostalgia que me assolou. Era tão estranho estar ali a contar a alguém como fora a vida humana até ali.

— O que foi? - ele perguntou, atento. — Não concorda?

Respirei fundo.

— Minha vida não foi assim tão horrível. - admiti.

— Como é que pode dizer isso? Como é que ser escrava não é mau?

Encolhi os ombros.

— Durante meus anos com um Domínio, ele nunca me tratou mal, muito pelo contrário. E depois... - sorri. — Bem, o depois foi o melhor do que o que quer que tivesse pedido.

— O que aconteceu? - inquiriu, com genuíno interesse.

Observei-o. Ali estava alguém que não se lembrava nem de anjos, nem de demônios. Alguém que, se ouvisse o que eu tinha para dizer, não me censuraria por me ter apaixonado por um dos senhores do inferno. Alguém que não tinha opinião a não ser a minha, a que eu lhe contara. Alguém que não me julgaria. Pela primeira vez naqueles quatro meses, ali estava alguém com quem eu poderia falar sem ser alvo de acusações. Porém eu não lhe diria quem era Nickolas, o demônio da luxúria. 

— Eu fui oferecida a um demônio, a um dos mais importantes do inferno. - afirmei, fitando a caneca vazia.

— E... - pressionou.

— E, por mais estranho que pareça, encontrei nele algo que faltava em mim. - admiti, com um sorriso de saudade no rosto.

— Você se apaixonou por um demônio?

Assenti e lhe contei nossa história, minha história, desde que entrara na casa de Nickolas à fatídica aceitação de sua morte. Nilas ouvia, atentamente, e tal como esperava, sem qualquer sinal de censura ou desagrado no olhar, apenas curiosidade.

— Ele parecia algo arrogante, egocêntrico e cruel, provavelmente para desconhecidos não seria uma pessoa muito agradável. - comentou, quando acabei. — Mas com você não. Tenho a certeza que era muito especial para ele. - colocou sua mão sobre a minha, com suavidade e sorriu. — Mas acho que devia voltar para a casa do demônio. Vai ajudar a enfrentar as coisas.

— Talvez um dia. - assegurei e peguei nas canecas para lavá-las.

Talvez um dia, Nickolas não passasse de uma memória boa e não de um acontecido com um desfecho doloroso.

Os dias foram passando e, com eles, minha proximidade com Nilas foi aumentando. Ele me distraía. Estava saudável e me ajudava no abrigo. Tinha até seu próprio quarto. Deixara de ser um paciente para ser um habitante do nosso lar. Fazia-me bem, ainda que não destruísse por completo a presença silenciosa de Nickolas ainda espalhava em mim. Isso nunca desaparecia. Ainda assim, passara a ocupar um espacinho em meu coração que eu pensara estar condenado ao vazio para todo o sempre. Gradualmente, preenchia meus pensamentos, não substituindo Nickolas mas, pelo contrário, completando-o, quase como se fossem duas faces da mesma moeda. Nilas era calmo, mas ao mesmo tempo tinha um fogo inerente igual ao de Nickolas, ainda que o conseguisse controlar melhor. Nickolas tinha passado a controlar sua raiva quando eu estava por perto, mas mesmo assim, ás vezes falhava totalmente, como da última vez. Nilas era parecido, mas o humano tinha a polidez e o controle que faltaram ao demônio, sem deixar de ser genuíno ou espontâneo.

Ele respeitava, completamente meu espaço. O máximo que fazia era me dar sua mão de um modo sutil e totalmente contrário ao ataque vigoroso de meu demônio. Sabia que nunca haveria ninguém que substituísse, por completo Nickolas, mas se alguém poderia aplacar, por menor que fosse, a dor e o vazio que eu sentia, esse alguém era Nilas.

Quando este tipo de pensamentos rondava minha mente, me censurava, imediatamente, irritada comigo mesma. Como é que podia pensar assim? Como é que oferecia o lugar de Nickolas a um qualquer humano que mal conhecia? Mas aí Nilas entrava na sala. Algo em mim associava Nilas a Nickolas, por mais estranho que parecesse. E as palavras de Ari chegaram à minha mente: ele vai voltar.

Talvez.. Talvez fosse assim.

— Gabrielle?

Olhei para a porta do quarto. Nilas espreitava.

— Eu bati, mas acho que não me ouviu. - se desculpou ele.

Sorri. Não, não podia ser. Nickolas nunca batia.

— Olá. Tem razão, não ouvi.

— Vamos?

Assenti.

Aquele seria o teste final. Percorríamos o caminho até a casa de Nickolas em silêncio. Tanto tempo depois, estava de volta ao sítio onde tudo começou, se podemos concluir que foi ali naquele cruzamento, onde vi Nickolas pela primeira vez, quando nenhuma palavra entre nós foi trocada, que conheci Nickolas. Inspirei fundo à frente da porta.

— Pronta? - Nilas perguntou, me olhando, tenso.

— Se não for agora, acho que nunca será.

Subi o pequeno lance de escadas e coloquei a mão na porta. Inspirei fundo mais uma vez e empurrei. Não fui assaltada por aquele odor característico da canela e especiarias de uma casa habitada por demônios, o que me entristeceu ao ponto de as lágrimas começarem a cair. A mão de Nilas agarrou a minha, transmitindo uma sensação de segurança já há muito por mim esquecida.

Subi, lentamente as escadas que davam ao andar de cima. Quando chegamos ao topo, parei, observando o corredor que mostrava a porta do quarto de Nickolas.

— Eu sei que vai doer - declarou Nilas -, tenho consciência disso, e por isso, me custa fazer esta sugestão mas, sem entrar ai, você nunca será livre.

— Talvez eu não queira ser livre. - murmurei.

— Mas eu quero que seja. - me conduziu, com determinação, mas sem força, até à porta do quarto de Nickolas. Fez uma pequena pausa, antes de girar a maçaneta e nos fazer entrar naquele que fora o nosso santuário, um dia.

Estava tudo igual. A cama de lenções negros estava feita, a porta do closet estava fechada. Naquele ponto, já não me era possível controlar as lágrimas. Desabei na cama.

— Ele tinha bom gosto. - comentou Nilas, provavelmente para quebrar o gelo.

Observei-o. Então, uma interrogação interrompeu minha tristeza.

— Como é que sabia qual era o quarto certo?

— Não sei. Apenas sabia que tinha de entrar aqui, com você.

E se Ari tivesse razão? E se...

— Gabrielle? - Nilas sentara, junto a mim.

— Sim? - observei-o, atentamente. Fisicamente, não tinha nada a ver: o cabelo era mais claro era um pouco mais alto. Mesmo em termos de personalidade, era mais afável, contudo, ainda sim, era parecido o suficiente...

— Mas será que não houve o que eu digo?

Meu coração saltou uma batida em falso, ao mesmo tempo que observava o sorriso sarcástico se formando, com um leve arquear de sobrancelhas insolente. Por momentos, por momentos, se parecia tanto...

— Porra, Gabrielle... - levando os dedos à minha face, afastou as lágrimas de minha pele, deixando suas mãos nesse lugar.

Observei-o com ainda mais atenção, olhei dentro de seus olhos. Como é que eu nunca percebera que seus olhos tinham uma tonalidade verde escondida no meio de tantos outros tons mais escuros? Como é que me passara despercebido? Mesmo ao redor de toda a palidez de cinzas e castanhos, estava um fino aro muito escuro, tão escuro que facilmente se confundia com mais uma tonalidade de cinza. Mas não. Era verde.

Eu vi-o, mas não era ele. O demônio que nos fechou no inferno, Gabrielle. O dos olhos verdes escuros. Ele vai voltar.

— Disse que Nilas era um diminutivo. De quê? - questionei.

Ele pareceu surpreso, mas prontamente respondeu.

— Uma das poucas coisas que tenho a certeza de conhecer acerca de mim é o nome. Parece que tudo o resto foi apagado e apenas deixaram o nome. - ele admitiu.

— E qual é?

Fitou-me, com intensidade e, naquele momento, eu podia jurar que via para além daquilo que ele aparentava ser. Eu via dentro dele, como Ari fazia. E eu vi-o. A ele. A olhar de volta para mim, como se nunca tivesse ido embora, como se aqueles meses nunca tivessem ocorrido, como se tudo não passasse de um sonho ruim.

— Nickolas.


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Notas finais do capítulo

Bom é isso... Espero que tenham gostado, por que o próximo capítulo será o último.
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