Angels or demons escrita por Aline


Capítulo 28
Ressurgimento - FIM


Notas iniciais do capítulo

Bom.. Nos vemos lá em baixo...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/710900/chapter/28

Nilas's POV

Minha cabeça era uma tamanha confusão onde nada fazia o mínimo sentido. Umas vezes, sabia perfeitamente quem eu era, Nilas, Nickolas, um homem que, ainda que não tivesse um passado, via um futuro à frente com tudo o que havia de bom: uma casa, uma mulher, um montão de possibilidades. Outras vezes, uma escuridão doentia se apoderava de mim, com um conjunto de flashes violentos que me mostravam caras que não recordava, mas que deviam fazer parte de meu passado escondido. Gabrielle estava lá, nesses flashes, constantemente. Depois de acordar, pela primeira vez, no abrigo, suas feições se haviam mostrado dolorosamente familiares.

Quando apareceu nos flashes, tivera a confirmação. Conhecia-a e, pelo modo como os pelos de meus braços formigavam sempre que a via, conhecia-a bem demais. Era como se possuísse um interruptor e ela soubesse, exatamente, onde estava e como o acionar. Era agoniante e delicioso, ao mesmo tempo.

Para além das visões, haviam certas mudanças repentinas de humor, um sentido de proteger Gabrielle acima de tudo, e a recentemente descoberta falta de paciência para um conjunto variado de coisas irritantes. Como, por exemplo, o namorado morto da Gabrielle. Perdão, marido. Gabrielle me disse que tínhamos o mesmo nome, quando eu lhe dissera meu nome completo. Não o conhecera, mas sofria, diariamente, com seu egoísmo ao não libertar a doce Gabrielle de suas garras infernais, mesmo depois de morto. Eu queria-a para mim, como era óbvio. Como poderia não querer? Era meu sonho de consumo, ainda que não soubesse que possuía um.

— Nilas? – ouvi uma voz chamar, enquanto me ocupava de pregar a prateleira do escritório que tinha caído novamente.

— Sim, humanazinha? – respondi e, depois de mais um golpe certeiro no prego, me virei.

Gabrielle estava pálida, muito pálida, como ficava, de vez em quando, depois de eu dizer ou fazer qualquer coisa totalmente banal. Bem, tinha de admitir que chamá-la de “humanazinha” não era totalmente banal, mas que mal teria?

— Está tudo bem? – perguntei.

Vi-a engolir em seco, antes de responder.

— Sim. Eu… vim pedir se você podia ajudar meu pai, carregando a fruta para o andar de cima? – ela disse, com uma segurança em sua voz surpreendente para o tumulto que ia em seus olhos.

— Claro – desci do banco e me aproximei dela. – Tem a certeza de que está tudo bem?

Gabrielle articulou um sorriso.

— Por que razão não estaria?

Gabrielle’s POV

Por que razão não estaria? Bem, talvez porque, mais uma vez, Nilas me chamou de “humanazinha”, mesmo sem dar conta, tal como tantas outras vezes, nos últimos meses, fez tantas outras coisas que nunca antes vira outra pessoa fazer, com excepção “dele”. O ele que me assombrava as noites enquanto Nilas me assombrava os dias, numa mistura tão perfeita que me parecia única e indivisível. Talvez, porque Nilas sabia exatamente onde o quarto de Nickolas era. Ou, talvez, porque me sentia me apaixonando por ele, ainda que isso me fizesse sentir uma traidora.

Obviamente, não estava tudo bem.

Nilas se chamava na verdade Nickolas. Como fui burra. Por mais mirabolante que a ideia me parecesse, meu interior formara uma teoria, que eu desejava abraçar e agarrar com todas as minhas forças: de algum modo, por alguma razão, o Nickolas que encontraram em um terreno ao lado da igreja, era o Nickolas, demônio da luxúria. Talvez fosse algum tipo de reencarnação. Tudo aquilo me parecia coincidência demais para ser apenas isso, uma coincidência.

E eu desejava que fosse verdade com todo o meu coração.

Então, eu formara um plano. Um plano simples que eu esperava que desse resultado: levaria Nilas a vários locais, locais onde sabia que Nickolas tinha ido e que, talvez, conseguissem despoletar alguma memória mais concreta. Era minha última esperança. Rezava para que não fosse uma coincidência.

— Depois, quer ir dar um passeio? – convidei.

Um sorriso enorme se espalhou por seu rosto.

— Claro.

Uma hora depois, estava caminhando pelas ruas da cidade com um destino muito concreto, ainda que ele não se apercebesse: o cruzamento, o local onde Nickolas e eu nos encontramos pela primeira vez.

— Está muito calada – Nilas comentou.

— Uma vez, assisti aqui a um confronto entre anjos e demônios – contei.

— Não que se conseguisse perceber muito bem, mas, quando pararam, aí sim, consegui ver.

— O que é que estava fazendo aqui?

— Anthonny tinha-me enviado para buscar uma mensagem aos Tronos.

— Sozinha? – questionou, com as sobrancelhas franzidas.

— Eu tinha um colar com sua insígnia, supostamente, ninguém me tocaria.

— E onde está esse colar agora?
Sorri tristemente.

— Nickolas o tirou de mim quando me levou ao inferno – esperava que, dando algumas informações sobre momentos vividos por Nickolas, provocasse algum tipo de flash back na cabeça de Nilas que o fizesse recordar.

Ele parou e agarrou meu braço suavemente.

— Ele levou você ao inferno?

Assenti. Eu não lhe dissera que Nickolas era Guardião do Círculo da Luxúria. 

— Como é que foi capaz? Não era lugar para uma jovem como você – atirou, irritado.

— E como é que é uma jovem como eu?

— Bonita e… - me largou e passou as mãos pelo cabelo, visivelmente encabulado.

— Frágil? – opinei.

Ele me olhou, com atenção.

— Não, frágil nunca – murmurou. – Mas, mesmo assim, ele nunca deveria ter levado você.

— Ele estava lá. Ele me protegia. Nunca ninguém me tocaria enquanto estivesse com ele.

— Como é que poderia ter a certeza?

— Era o Nickolas. Quando não tinha certezas, fazia-as.

Houve um silêncio.

— Se eu fosse mais… mais como ele… seria melhor? – falou Nilas, pouco depois.

— O que quer dizer? – quis saber.

— Nada – abanou a cabeça. – Vamos a mais algum lado?

Fomos. Por dias, levei Nilas ao quartel-general da resistência, ao que restava da casa de Avaritia, de volta à casa de Nickolas, ao local onde Nickolas fora mantido prisioneiro por Anthonny, ao mesmo tempo que lhe contava as situações que se haviam passado em cada local. Nada. De vez em quando, lá dizia algo que me fazia pensar que voltara ao normal, mas não.

Por outro lado, ele se sentia cada vez mais confiante perto de mim. Me tocava, sempre que podia. Havia reparado nisso, mas, sendo sincera, não me importava. Era lisonjeiro, quando a oportunidade o permitia, ainda que não fosse em excesso de modo a se tornar cansativo. Parecia que estava tentando me seduzir, contudo, não poderia ter a certeza. Minha relação com Nickolas não tivera, propriamente, um começo convencional. Eu gostava, dessas pequenas amostras de atenção. Gostava mesmo, gostava ao ponto de, se nunca conseguisse provar que os dois Nickolas eram uma mesma pessoa, talvez continuasse considerando uma vida com ele. Por quê não?

Aquele era meu último local. Fizéramos as malas, com poucas coisas, e partíramos para a praia. Aquele era o local de nosso casamento, de nossas núpcias, havia de haver algo de especial que o fizesse lembrar, nem que fosse de quem fora, se é que o fora, de verdade.

O tempo estava igual ao da última vez. A cabana se mantinha de pé. As ondas continuavam com a mesma força.

— Bela vista – comentou ele.

— Uma das melhores.

— Como é que conhecia este lugar?

— Casei aqui.

A expressão de Nilas se fechou.

— Com o demônio?

— Só estive casada uma vez.

Ele deu uma risada triste.

— Por que é que está fazendo isto comigo, Gabrielle?

— Que quer dizer?

Seus olhos eram uma mistura de raiva e dor e tudo estava dirigido a mim.

— Durante os últimos dias, tem de arrastado de um lado para o outro, para me mostrar todos os locais onde foi feliz com o amor da sua vida. Por quê? Para me fazer sofrer? Para me mostrar tudo aquilo que você lhe deu e não me poderá dar a mim?

Observei-o, confusa.

— Não tem nada a ver com isso…

— Então, tem a ver com o quê? E espero que tenha uma razão muito boa, porque, acredite, ver a menina de quem gostamos esfregar na nossa cara o ex-marido é uma merda. 

Duas coisas me chamaram a atenção em sua frase: dizer que gostava de mim e o tom frio e, ao mesmo tempo, tão quente devido à fúria com que o disse.

— Não vai gostar se disser.

— Me teste – ordenou, com os dentes cerrados.

Respirei fundo e tentei ganhar coragem. Se o dissesse e ele não tivesse nada a ver com meu Nickolas, ou nunca se lembrasse, poderia perde-lo para sempre. Tinha de fazer uma escolha. Arriscar ou não. Me segurar à imagem de Nickolas ou seguir em frente, para um novo futuro. O que teria ele feito? Quase que conseguia ouvir sua voz, sussurrando em meu ouvido: “Não desista. Não desista de mim. Não desista de nós. Eu estou aqui”.

— Desde que você chegou ao abrigo, têm acontecido coisas, você tem feito coisas…

— Que tipo de coisas? – ele interrompeu. – Coisas de que não gostou?

— Nada disso. Tem feito coisas que o Nickolas costumava fazer. Sabia onde era o quarto dele, e disse que eu não ouvia você, me chama “humanazinha”, como ele fazia. Eu… tive a ideia de que, talvez, você fosse ele. De algum modo estranho, como foi estranho o desaparecimento de todos os anjos e demônios.

Olhei para ele, de baixo, e o modo como ele retornou o olhar me fez sentir pequenina.

— É sempre ele, não é? Será sempre ele? – rugiu, com raiva. – Nunca poderei ter aquilo que quero, agir como quero, por que a sombra dele vai estar sempre presente, não é? Nunca vai conseguir se afastar dele.

— Nickolas…

— Não! Me chame de Nilas. – fez uma pausa para levar suas mãos ao cabelo, em exasperação. – Temos somente o nome em comum, Gabrielle. Estou lutando com a merda de um fantasma e, pior de tudo, estou perdendo. – Abanou a cabeça com descrença.

— Não está perdendo…

— Claro que estou!

— Não está perdendo. Você também não me é indiferente.

— Não te sou indiferente? – bufou. – Acha que isso é suficiente? Acha que quero apenas isso? – se aproximou de mim e emoldurou minha face com suas mãos. – Eu quero mais, Gabrielle – sussurrou. – Quero tudo que deu a ele e tudo mais. Quero cada pedacinho de você.

— Sabe que nunca poderá ter cada pedacinho. Ele levou uma parte com ele.

— Então, devo ir ao inferno busca-la – num movimento brusco devido à irritação que senti, Nilas empurrou seus lábios contra os meus, ainda que não me tivesse magoado ou algo parecido, muito pelo contrário. Sua força se transformara em paixão e eu me deixei envolver por aquele beijo. Me aproximei mais dele, para tocar seu peito quente, e ele tomou isso como uma aceitação porque aprofundou o beijo e o tornou mais poderoso. Aos poucos e poucos, perdeu algum do seu fogo, o que não foi mau, porque apareceu uma ternura cálida e saborosa.

Sem sequer abrandar, Nilas parou, de repente, e pousou a testa na minha. Seus olhos estavam demasiado abertos, sem qualquer expressão, quase sem vida.

— Nilas. – coloquei as mãos em seus ombros para o afastar e poder encarar em condições. – O que se passa?

Não me respondeu, o que apenas me deixou mais assustada.

— Nilas! O que você tem? – abanei-o, contudo, minha força era nada comparada com o poder de seu corpo, então apenas o consegui embalar ligeiramente, o que não teve qualquer efeito em sua reação. – O que está acontecendo? Nilas!

Gradualmente, seus olhos foram regressando à terra, retomando à sua cor amendoada, ainda que só conseguisse identificar alguém por detrás deles algum tempo depois.

— Nilas? – perguntei, com insegurança.

Me observou, primeiro, com surpresa e certa desconfiança; depois, com reconhecimento, e estreitou os olhos de um modo que me era dolorosamente familiar.

— Nilas? – repeti.

— Nickolas – ele disse.

— O quê?

— Me chame de Nickolas. Sabe que odeio apelidos.

Meu coração começou batendo mais depressa, de um modo que aquele beijo não tinha conseguido fazer.

— Quem é você?

Sorriu sarcasticamente.

— Sou eu, humanazinha. Tinha razão. Sempre fui eu.

Uma lágrima escorreu por minha face.

— Não brinque comigo – pedi, com dor.

— Não estou brincando, humanazinha. Sou eu – o sorriso se abrindo e seus braços envolveram minha cintura. – Não sei o que aconteceu, nem por quê, mas estou aqui. Eu, Nickolas, o senhor do inferno. Posso provar. Quer que eu te diga quantos sinais tem esse seu corpo? Porque posso dizer. Eu me lembro.

— Nickolas! – a felicidade me encheu e me atirei a ele. – É você!

— Sou eu! Inferno, estes meses foram horríveis!

— Está aqui! Não morreu! – agora, as lágrimas escorriam com vontade. – Eu sabia que era você!

Me abraçou com força, pousando o queixo no topo de minha cabeça.

— Desculpe. Desculpe por não me ter lembrado mais cedo.

Bati com os punhos em seu peito.

— Sabe como sofri durante todos estes meses? Sabe?

— Estava prestes a se entregar ao humano - brincou. – Não deve ter sofrido muito.

— Ao humano que era você!

Ficou sério.

— Ao humano que sou eu – declarou, com alguma confusão. – Não sinto as asas. Não sinto a força. Não sinto nada de especial.

— Isso é mau?

Pareceu ponderar, por um momento.

— Não – abanou a cabeça. – Finalmente, posso ter uma vida normal com você. E a consciência da brevidade de sua vida não me vai assombrar para a eternidade.

— Vai se habituar à vida como humano?

— Vou conseguir. Não há de ser assim muito difícil. E este corpo, de onde quer que tenha vindo, até é gostoso.

O desaparecimento de Nickolas no apocalipse, afinal, não fora o fim. Ou talvez, fora apenas o fim do início.

Uma vida normal. Era isso que Nickolas queria e foi isso que conseguiu. Ninguém ficou sabendo da transformação que ocorrera na mente de Nilas e, para todos, ainda mesmo com relutância de Nickolas, continuava sendo Nilas, com apenas uma diferença, agora, tinha uma namorada. Aparentemente, quase ninguém notara diferença alguma em seu comportamento, nem era para isso. Já era Nickolas mesmo antes de o saber. Apenas Ari conhecia perfeitamente a identidade de Nilas. O pequeno profeta se aproximou dele e, sem medos, se atirou em seus braços para o abraçar, ao mesmo tempo que chorava, baixinho.

Pela primeira vez, Nickolas fazia coisas de humano, com força e sentido de humano, e a percepção de que o estava fazendo, tendo em memória a facilidade com que o fazia, antes, lhe trazia alguma frustração, mas era bom em se adaptar e facilmente esqueceu isso.

Meus pais, que odiavam Nickolas e gostavam de Nilas, passaram a gostar ainda mais ao descobrirem nossa relação. Me apetecia derruba-los com a informação sobre quem ele era realmente, afinal, quando estávamos nas refeições, Nickolas pegava minha mão por baixo da toalha, ou acariciava minha perna e eu me acalmava.

A maior surpresa de todos fora, de fato, quando pegamos em Ari e nos mudamos para a mansão de Nickolas. Ninguém conseguia compreender como é que Nilas não se importava de viver na casa de meu falecido marido e houve muita gente comentando a rapidez com a qual eu tinha ultrapassado o luto. Nada disso nos importava. Nossa vida era perfeita.

— Sei que está acordada.

Abri os olhos com um sorriso para encarar Nickolas, embrulhado nos lenções negros.

— Bom dia também para você.

Ele se aproximou para espetar um beijo em meus lábios.

— Dormiu bem? – perguntou.

— As noites estão muito mais calmas, não é?

— Graças a Deus, não sabia quanto tempo poderia aguentar mais.

Aquela era uma nova. Nickolas acreditando em Deus. Para ele, aquela era a única explicação para o desaparecimento de todos os anjos e demônios e para o seu ressurgimento. Só não conseguia compreender por que é que ele, de todos, fora o escolhido para regressar.

— Talvez os outros também estejam por aí e ainda não se tenham apercebido – dizia eu.

— Talvez – ele concordava e pensava onde é que Anael poderia estar. Eu sabia que Nickolas sentia sua falta.

O silêncio da manhã foi interrompido pelo som de pezinhos percorrerendo o chão. No momento seguinte, a porta do quarto se abria e uma bomba se atirava para cima da cama.

— Bom dia! – a pequena figura rastejou dos pés da cama até em cima, onde nós estávamos e se deitou mesmo no meio. – Bom dia, mamãe – a menina de quatro anos beijou minha bochecha. – Bom dia, papai – repetiu a ação para o outro lado, com Nickolas.

— Bom dia, querida – respondi, acariciando seus cabelos ruivos. Era, no mínimo, desconcertante olhar para Érica, nossa filha, tendo conhecido o antigo Nickolas. Se seu cabelo era parecido com os meus, seus olhos eram da exata mesma cor dos de Nickolas, para não falar nas feições que eram uma cópia mais pequena e infantil das do Guardião da Luxúria quando estava no ativo. Ainda ninguém reparara, mas eu tinha medo que, quando crescesse, algum de meus pais se apercebesse.

Na porta do quarto, estavam um outro rapazinho, mais alto, mais velho, mas que também era nosso em tudo o que importava. Estendi o braço e ele caminhou até nós, com um sorriso no rosto, o que se tornara frequente, desde que vivíamos ali. Nickolas pegou em Érica ao colo e eu me aproximei deles para deixar espaço para Ari entrar.

Olhei para Nickolas e, por olhares, comentamos a família perfeita que tínhamos. Eramos uma família peculiar. Um ex-demônio, uma ex-escrava humana, a filha de ambos e um profeta.

— Sabem o que está fazendo falta? – perguntou Ari.

— Como é que pode dizer que falta algo? – falou Nickolas, enquanto fazia cócegas na barriga de Érica.

— Mais um irmão para completar a família.

Encarei-o assustada.

— Ari, não pode…

Ele riu.
— Posso sim. Teremos um irmão, Érica.

— O que é que ele quer dizer? – quis saber Érica. – Eu não me importo com um irmão. Ele ia querer brincar comigo? – se virou para o pai, como se eu não fosse apropriada para responder aquela pergunta por não me enquadrar no gênero correto.

— Ele quer dizer que vamos ser cinco – declarou Nickolas, com um sorriso. – Temos um menino no caminho.

Érica se virou para mim.

— A sério, mãmãe? Quando é que ele vem?

Olhei para Ari, em interrogação.

— Sete, oito meses – ele respondeu.

— Vamos ter mais um menino – suspirou Nickolas.

— Por que é que tenho a noção que você será um pai babado? – questionei, encarando-o.

— Por que sou muito protetor de minhas fêmeas – me aproximou de si, juntamente com Érica e Ari, colocando uma mão em minha nuca. – Amo muito esse moleque aqui. E também amarei esse outro moleque que está por vir.

E, com a cama cheia de gente e um beijo delicado, o futuro sorria.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bom. Acabou. E eu queria agradecer a todos que me ajudaram, mesmo que de forma indireta, chegar aqui só foi possível por causa de vocês.
Eu lembro que comecei a escrever sem dar nada à história, por nunca ter escrito em uma versão feminina, mas acabei descobrindo que me saio muito bem (devo me preocupar? KK).
Dessa vez não vai ter um "Até a próxima". Mas, fica ai um xauzinho...
Um beijão anjinhas, um abraço demôniozinhos, foi bom conhecer vocês! :)
FELIZ ANO NOVO



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Angels or demons" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.