Naruto, A Criança Hokage: escrita por Yori Sora


Capítulo 5
Meus Sentimentos Turvos - Parte II:


Notas iniciais do capítulo

Gente que favorita, se quiserem, comentem mais! É rapidinho, pode ser algo como "gostei" - acreditem, isso incentiva pra caramba. ;D

Mas obrigado por estarem gostando e vamos ao capítulo.



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Quando saí do hospital, no dia seguinte, já era de manhã. Eu estava meio acuado, com medo de ver qualquer um; sim, qualquer boa ou má alma vista seria um inimigo para o meu coração assustado. E, para a infelicidade dele, senti um cheiro particularmente adocicado naquela rua ainda não movimentada.

 

Era um cheiro realmente adocicado e suave, parecia até mesmo gentil, de tanto que agradava o meu olfato. Frágil, bondoso e acalentador. Era o cheiro de Hinata. Meus olhos se arregalaram, eu não podia vê-la! Com que cara eu, um assassino, encararia o anjo dos Hyuuga?!

 

Me convencendo que não era um covarde, saí rapidamente daquela rua, mas sabendo que ela estava indo me ver no hospital, sem saber que eu recebera alta. Mas sim, eu era um covarde, eu ter que falar com o Sandaime não era desculpa para fugir de algo que eu deveria encarar de frente: minha vergonha de mim mesmo.

 

Foi nesse mesmo dia que eu recebi a pior honra da minha vida. Como? Você pode se perguntar – digamos que eu fiquei trancado em meu apartamento até dar em pouco mais de meio dia; diversos pensamentos vinham na minha mente:

 

Como estava Sasuke?

 

Itachi não matou mais ninguém?

 

Algum Uchiha furioso viria me matar?

 

Eu não estava, particularmente, com medo de ser morto, na verdade, eu o queria, mas o meu corpo conhecera o pavor de quase morrer e lutaria sozinho contra qualquer um que atentasse contra a minha vida.

 

Sorri, deitado e olhando para o teto. Fechei os olhos para tentar dormir um pouco e, sinceramente, não lembro se o consegui; tudo que eu lembro foi que, no início da tarde, estava eu, no Palácio do Fogo: na sala do Sandaime Hokage – que era um senhor calmo e gentil, sempre fumando o seu velho cachimbo. Entrei ali, temeroso, vendo diversos jounins, como Kakashi-ojii-san, Itachi e alguns que não conhecia na época. Sorri, involuntariamente.

 

— Morrerei ou serei preso? – perguntei. – Vocês podem notar que não perdi a minha vaidade.

 

Eu disse isso porque usava um moletom laranja com capuz, combinando com belas calças azuis. Estava com o capuz na cabeça, que coloquei para ser menos reconhecido andando na vila.

 

O Sandaime sorriu.

 

— Continua brincalhão como sempre, Naruto-kun – ele disse. – Sente-se, por favor.

 

E eu me sentei de frente à sua mesa, pedindo licença para os ninjas ali. Notei também a presença de dois conselheiros, idosos; sabia, então, que algo ocorreria ali, algo importante envolvendo o meu nome.

 

— O Itachi matou mais uchihas? – perguntei, olhando de lado para Itachi, que parecia apreensivo.

 

— Não precisa se preocupar, Naruto-kun – o Sandaime disse. – Itachi-kun, por algum motivo, desistiu de desafiar o plano Uchiha.

 

Arregalei os olhos, assustado.

 

— Plano? – perguntei.

 

— O Clã Uchiha pretendia iniciar uma guerra contra Konoha – o sábio velho me explicou. – Você sabe que esse clã estava sendo tratado com desconfiança, certo? Isso tudo tem a ver com o Sharingan, que supostamente seria capaz de controlar a Kyuubi, dez anos atrás.

 

— Ou seja: um Uchiha pode ter forçado a Kyuubi no Yoko a atacar a vila? – perguntei, arqueando uma sobrancelha. Tirei meu capuz laranja. – Que ótimo, mais conversa com a raposa depois.

 

O Hokage me olhou, apavorado, como se eu tivesse dito o maior horror deste mundo; sorri, provocativo.

 

— Quando ajudei o Itachi a chutar uns traseiros uchihas, conheci a Kyuubi – eu contei. – Se eu te contar toda a história, o senhor me conta o que eu devo saber? – perguntei.

 

— Certamente – ele assegurou, tentando parecer mais calmo, mas com uma feição um tanto sombria.

 

Foi então que expliquei tudo que ocorrera até então – o meu dia comum na Academia, o rastro de Itachi, a luta no clã, as minhas habilidades e as vezes que quase morri. O Hokage ouvia tudo pacientemente, até eu não ter mais nada para contar, nada para sair de meus lábios, além de um último:

 

— Eu matei o Líder do Clã Uchiha, vocês sabem disso – foi o que eu disse. – Por isso a pergunta: serei preso ou morrerei?

 

Lembro de Itachi ter tocado a mão em um dos meus ombros e Kakashi-ojii-san ter tocado no outro; olhei para um e para outro, surpreso pelo ato de consolo.

 

— Hokage-sama, se me permite dar a palavra – Kakashi-ojii-san começou –, Naruto está com a mente confusa, não acho que deveríamos conversar sobre coisas importantes agora.

 

— Mas isso é necessário! – eu gritei, me levantando da cadeira. – Por que o Yondaime selou a Kyuubi em mim? O que os uchihas queriam dominando Konoha? O que vai acontecer comigo?! – eu dizia, liberando todo o fôlego que me restava. – Um ser feito para matar como eu deveria pertencer a esse mundo?!

 

Um suspiro.

 

— Sim, Naruto-kun, algo acontecerá com você – o Sandaime Hokage disse. – Como era de se esperar, a sua vida não será normal à partir de agora, pois você assassinou o líder de um dos clãs mais importantes de Konoha; você estar na Academia seria um perigo para todos ali – ele concluiu. Engoli em seco. – Mas eu não acho que você deveria morrer, pelo contrário, eu acho que deva contribuir para um mundo melhor.

 

— Onde o senhor quer chegar? – eu perguntei. – O senhor ainda nem respondeu nenhuma pergunta minha!

 

— Lhe responderei tudo sobre seus pais, sobre a Kyuubi, sobre a rebelião que Itachi quis evitar e sobre o que você deveria fazer daqui em diante... claro, tudo que eu souber – ele respondeu. – Em troca, vou querer lhe estender um convite.

 

Eu estava totalmente em silêncio – como assim eu havia matado Uchiha Fugaku e ainda receberia um convite?!

 

— E qual seria? – perguntei.

 

— Torne-se, hoje, um gennin de Konoha – disse o velho Hokage para a criança de dez anos que achava que estava sendo vítima de uma pegadinha.

 

— Como...

 

— Como assim? – ele completou. – Eu sei que você entende a necessidade disso, você não pode permanecer na Academia e essa é a única solução gentil. Fora que você poderia facilmente ser enquadrado no nível de um ninja anbu, mas tudo em seu tempo – ele continuava. – A vida ninja é feita de degraus.

 

— Embora isso faça sentido, eu... – não consegui completar meu pensamento.

 

Havia muita coisa para eu pensar, eu tinha muitas questões internas para resolver – eu ser gennin tão cedo seria sim a melhor opção para os meus amigos, para que eles não fossem vítimas de algum Uchiha vingativo. Mas mesmo assim, por algum motivo, eu sentia que aquilo não era o certo, que eu deveria me resolver primeiro; mas eu tinha obrigações, não só morais, como também éticas.

 

Vi, surpreendido, o Hokage me estender a mão, tendo nela um hitaiate de Konoha: azulado e com aquele símbolo que eu tanto adorava ver nos ninjas da vila.

 

— Contarei tudo. Naruto-kun, mas você precisa de tempo. Por ora, você é um gennin – o Hokage disse. – Se sentir-se melhor amanhã, venha ao meu escritório novamente e lhe contarei tudo, eu o faria agora, mas você realmente precisa rever seus conceitos, precisa pensar, certo? – e sorriu ternamente.

 

Peguei o hitaiate, meio hesitante e o vi em minha pequenina mão. Eu era... um ninja?!

 

Sim, eu deveria ser.

 

— Eu... – fiquei sem palavras por alguns instantes. –Eu aceito os termos, Hokage-sama.

 

E fui amarrando o hitaiate na minha testa. O meu destino estava sendo marcado no início da minha vida e eu agora deveria pertencer a um mundo que só os mais velhos deveriam conhecer.

 


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Notas finais do capítulo

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