Eyes On Fire escrita por Brê Milk


Capítulo 4
Chapter 3: Histórico de vida


Notas iniciais do capítulo

Olá, meus amores!
Eu sei que estou beeem atrasada, quase um mês sem atualização! Mas como assim gente?
Eu sou um pouco enrolada com esse negócio de data, e com o fim do ano próximo, a vida se torna uma loucura e eu nao consegui encaixar o capítulo antes no meio de tanta coisa que tenho para fazer... Enfim, espero que vocês me perdoem por esse super atraso e por essa nota super grande haha ( ou então não, não sei).

E antes de lerem esse capítulo, só mais uma coisinha que eu tenho a dizer: Já chegamos aos dez acompanhamentos em um mês! Muito obrigada, pessoal! Mas, se já temos dez acompanhamentos, por que só uma pessoa comenta? Isso é desanimador quando acontece, e deixar um comentário incentivador não mata ninguém! Por isso, conto com a opinião de vocês ao fim desse capítulo, okay?

~ Boa Leitura ~



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          Alec Volturi

 

 


Félix tinha um olhar entediado fixado na televisão de lede quando Alec adentrou no apartamento, despindo com brusquidão a longa capa preta. A madrugada lá fora caía quando o Volturi atravessou a sala de estar do apartamento, insensível a temperatura congelante no ambiente e tentando deixar sua frustração da última semana de lado. Sete longos dias sem resultados, pistas ou aparições que o fizesse obter sucesso em sua missão. Até ali, só havia desperdiçado tempo, estratégia e força de vontade para compactuar com o clã Cullen.
Se deslocou até o sofá, onde se atirou ao lado do outro vampiro, jogando as pastas com os arquivos na mesa de centro. Era um vampiro, sabia que não podia sentir emoções e nem ser afetado, mas algo culminava dentro de sua cabeça, algo que ligava o psicológico á uma espécie de dor de cabeça inventada pelo fracasso. Ele arregaçou as mangas da camisa preta social até os cotovelos, no momento em que Félix resolveu abrir a boca:

 

— E então, como foi?

 

Alec deu de ombros observando a âncora do jornal, sem vontade de começar um diálogo sobre suas decisões e sobre seus resultados.

 

— Encontrei o que queria - limitou - se a dizer, balançando a cabeça na direção das pastas jogadas na mesa em frente.

 

— Sem nenhum contratempo? - Félix insistiu no assunto. Como resposta, obteve um encolher de ombros que o fez bufar inconformado. - Pare de ser maçante, Alec! Não é só você que odeia ficar entediado neste lugar!

 

E era verdade. Estavam hospedados no melhor condomínio que conseguiram localizar ali em Forks, entretanto, tudo naquela cidade em geral era declinável demais para os padrões de um Volturi, o que não os agradava. A ideia de morar temporariamente em um apartamento, havia partido de Jane, que assim como os outros, não considerava a ideia de permanecer na casa dos Cullens algo saudável e suportável. Sendo assim, os quatros estavam acomodados e vivendo juntos entre seis cômodos, entre quais o próprio Alec, Demetri e Félix dividiam um único quarto, enquanto Jane ocupava outro, sozinha.

Ele deixou a cabeça pender para trás, o rosto limpo de emoções enquanto o do outro, se remoía em irritação. Alec era bom em esconder as coisas que sentia e pensava para si mesmo, sabia disso. Auto controle e domínio sobre si próprio era duas das coisas que ele prezava por tantos e tantos séculos. Não culpava Félix por se sentir daquele jeito, ele mesmo já não aguentava mais ficar trancafiado naquele lugar, mas não toleraria os desabafos lastimantes do amigo, não ele.

 

— Alguma novidade? - questionou, ignorando o assunto e engatando em outro.

 

Félix o olhou de cara amarrada.

 

— Carlisle ligou, mas não disse o que queria - informou, os olhos rolando a contra gosto.

 

— Ele vai voltar a ligar - balançou os ombros. - Mas alguma coisa?

 

— Jane recebeu uma carta do mestre.

 

— Hum.

 

— Heidi telefonou, de novo - nessa última informação, Félix assumiu um sorriso que misturava malícia e zombaria, aparentemente esquecendo de sua irritação minutos atrás.

 

Um xingamento repercutiu pela sala.

 

— Ótimo - resmungou revirando os olhos. - Já é a vigésima vez na semana que ela liga.

 

— Ela está apaixonada, cara. Isso é só o começo... Daqui a pouco vem as flores, as mensagens descontroladas, o ressentimento por você não sentir o mesmo... "Oh, Aleczinho, por que não me amas como eu o amo, meu bem?"

 

— Cala a boca!

 

 

Félix riu, se divertindo com a expressão descontente do amigo. Em contrapartida, diversão era tudo menos o que Alec sentia naquele instante. Sabia que certamente seria aquilo que futuramente aconteceria caso Heidi não parasse com aquela visão destorcida de seus sentimentos para com ele: Não existia nada entre os dois que se relacionasse à emoções. A única coisa que existia era encontros casuais regados a muito sexo selvagem, fora isso, nada mais a ser considerado, a não ser, no mínimo, o respeito que tinham um pelo outro.
Refletir sobre aquele assunto o dava uma grande sensação de incômodo, porque sabia que esse só seria mais um tópico de sua existência que deixaria pendente enquanto não terminasse sua missão ali; e Alec Volturi odiava deixar assuntos pendentes - mesmo que o em questão, envolvesse uma vampira sexy com sentimentos que ultrapassavam os limites permitidos que ele estabelecia.

Balançou a cabeça aborrecido, e ouviu quando um grito agoniante reverberou pela sala, vindo de um dos quartos do corredor a direita. Alec escutou com atenção o grito ser abafado por um estralo de osso se partindo e girou a cabeça para Félix, que permanecia com o sorriso divertido no rosto pálido, erguendo as sobrancelhas. Então ligou os pontos.

 

— Onde está, Jane, Félix? - perguntou já sabendo a resposta.

 

— No quarto. Fazendo um lanchinho - o outro Volturi deu de ombros, zapeando os canais da televisão.

 

Alec deixou o pesado suspiro sair.

 

— E Demetri?

 

— Se servindo com ela, creio eu.

 

— Janett e seu comportamento insólito - resmungou.

 

 

Félix soltou a espécie de mais uma risada misturada com um grasnar, e se deixou ser indiferente a presença e as censuras do amigo, se concentrando no filme de ação que encontrara em sua troca de canais na TV a cabo.
Alec, que ainda se sentia aborrecido e frustrado com os últimos dias, se levantou do sofá e apanhou as pastas na mesa, indo para o quarto que dividia com os outros dois vampiros em velocidade sobre - humana. Ainda era capaz de ouvir os ruídos abafados do outro quarto na direção aposta ao seu, e tentou se concentrar em outra coisa que não fosse as indagações do que estava acontecendo entre sua irmã, Demetri e a vítima da vez.

Assim que fechou a porta atrás de si, jogou as pastas com os arquivos em cima da única cama que tinha no quarto (e que somente ele utilizava, já que Demetri preferia a de Jane e Félix gostava do sofá), e se dirigiu para o armário de bebidas posto ali no quarto ao lado do frigobar. Puxou de dentro uma garrafa de Whisky e um copo de vidro, onde encheu até a borda e colocou gelo. Alec caminhou a passos humanos até a poltrona deslocada no fundo do quarto e se sentou, relaxando os músculos do corpo em seguida.
Se sentia incapacitado por ainda não ter cumprido a tarefa que o fora dado por seu mestre, e isso o frustrava tanto. Quando deixara Volterra, não sabia e nem imaginava que as coisas fossem demorar mais do que esperava, e que fosse ficar no escuro sem respostas ou informações concretas por tanto tempo. Sabia que não podia falhar, não somente pela ira e decepção que causaria em Aro, mas também por ter dado a própria palavra aos Cullens que encontraria e acabaria com o responsável pelo caos estalado na cidade.

Era sua palavra, promessa e dever que estavam em jogo ali, e ainda que isso não importasse muito para um vampiro com mais de oitocentos anos de vida, para Alec importava.
Sendo assim, o único pensamento que permanecia em sua mente, transitando sempre de um lado para o outro, era acabar de uma vez por todas com aquela missão. Naturalmente, precisava encontrar o culpado que incitara sua presença ali em Forks, e nisso ainda não tinha obtido bons resultados - na verdade, resultado nenhum. As mortes continuavam acontecendo, os corpos drenados e mordidos continuavam aparecendo e a população já começara a se mostrar preocupada e curiosa com a relação dos casos.

Abriu todos os botões de sua camisa.

O gelo batendo no fundo do copo produzia um tintilar que cortava o silêncio do quarto e da noite lá fora, e levando a bebida até os lábios, Alec a virou de uma só vez. Quase nem sentiu o ardor que desceu pela garganta, e jogando a cabeça para trás no estofado da poltrona, fechou os olhos pela primeira vez naquele dia, deixando - se ser engolido pela escuridão e o silêncio do cômodo, as engrenagens do cérebro trabalhando em alguma resposta.

 

 

               (...)

 

 

 

A água pingava das botas dos quatro vultos encapuzados naquela noite chuvosa e sombria quando a porta da casa foi aberta e o sorriso cordial da vampira apareceu, seguido de seus olhos dourados.

 

— Venham, entrem - Esme Cullen saiu do caminho para os quatro Volturi entrarem, abrindo caminho para a sala repleta de pares de olhos ansiosos.

 

Eles se locomoveram com aquela habitual graciosidade veloz e em perfeita sincronia, abaixaram os capuzes, revelando rostos pálidos e olhos vermelho - sangue recém alimentados. Alec foi o primeiro a se adiantar para a sala, onde encontrou todo clã Cullen os esperando, em pé, um ao lado do outro. Ouviu os outros três pararem atrás de si, e em um ligeiro movimento de cabeça, encontrou com os olhos de Edward o perfurando.

 

— Boa noite. Queiram se sentar, por favor - Carlisle foi o primeiro a se pronunciar, tomando o assento da poltrona ao lado da lareira e apontando para os restantes dos lugares dispostos no espaço.

 

Prontamente, um por um, foi tomando lugar, tanto Volturi, quanto Cullen. Os vampiros de olhos vermelhos ficaram com o sofá confortável de frente para a alta estante com a Tv desligada, e Alec observou, limpo de expressões, que Edward não parava de o vigiar, concentrado em sua revista habitual de leitura de mente que sempre acontecia quando os dois se encontravam. Já não o aborrecia mais o fato de ter a mente vasculhada por um fracasso de vampiro como Edward Cullen, e por isso, se contentou em empertigar - se no estofado do sofá e deixar que o desconfiado e patético Cullen, fizesse seu trabalho do dia sem impedimentos.

Retribuiu o olhar no momento em que Edward apertou os lábios para conter o rosnado e deixou o olhar recair para a figura atenta da híbrida ao lado do pai, livre da companhia do lobo essa noite, e que assim que percebeu que ele, Alec, a encarava friamente sob o olhar curioso que ela lançava para ele, assumiu um tom rosado nas bochechas e tratou de encarar o tapete do chão.
Era sempre irritante o modo como a menina híbrida - Renesmee, se não se enganava - era curiosa e gostava de se meter nos assuntos tratados em reuniões como aquela daquela noite, e estranho mais ainda ser o centro da curiosidade dela toda vez que a pegava o olhando como se ele fosse uma experiência resultante de laboratório, quando era o contrário. E Alec tinha suas dúvidas quanto o que ela estaria fazendo ali naquela noite, visto que em todas as tentativas dela de participar das reuniões, nenhuma tivera sucesso quando Isabella a despachava com o lobo para fora de casa.

Mas o lobo não estava presente no momento, o que explicava tudo.

 

 

— Renesmee vai ficar sim, Alec. E é melhor guardar suas opiniões sobre a minha filha, para você - a voz ríspida de Edward quebrou o silêncio fazendo todas as cabeças virarem em direção ao vampiro louro acastanhado.

 

— Eu só estava considerando - o tom de voz displicente e o balançar de ombros de Alec coincidiram com as bochechas agora avermelhadas de Renesmee.

 

Ouviu - se um bufar desdenhoso vindo do sofá.

 

— As restrições dessas reuniões estão se elevando muito, se até aberrações de crianças podem participar. Só falta convidar um humano agora; já temos até cachorro - Jane empinou o nariz lançando um olhar feroz para a híbrida que abriu a boca indignada.

 

Há oito metros de distância, Bella que estava ao lado de Edward, se preparou para avançar em Jane, mas foi segurada por Alice que a puxou de volta para a poltrona.

 

— Chega! Não foi para isso que nos reunimos aqui - elevando a voz, Carlisle se colocou de pé e virou para encarar Jane. - E agradeceria se você parasse de fazer comentários ofensivos sobre a minha família, Janett.

 

— Ora, seu...

 

— Irmã, já chega. Você o ouviu - Alec interrompeu qualquer protesto da vampira, e a lançou um olhar penetrante, que mesmo que estivesse soltando faíscas pelos olhos, a fez se resignar e fechar a boca porque sabia que naquele momento onde haviam fechado um acordo com os Cullens, o mais inteligente a se fazer era evitar conflitos. Já haviam conversado sobre aquilo. Ele assentiu imperceptivelmente, e se voltou para o anfitrião da casa, assumindo o ar formal: - Aqui estão os documentos, Carlisle.

 

— Obrigado, Alec. Já deu uma olhada?

 

— Ainda não.

 

— Eu ainda acho que poderíamos ter pedido a Charlie, ele não iria nos negar e ainda dispensaria todo o trabalho de invadir a delegacia - entoou Bella de um lado da sala, a voz em um tom de despeito explícito contra os Volturi.

 

Alec nem se deu ao trabalho de responder.

 

— Claro que sim. Porque ele não perguntaria o motivo de estar dando todos os registros de toda a população da cidade, não é mesmo - quem retrucou foi Demetri, que tinha uma ligeira expressão irônica.

 

Alec viu os cantos da boca de Jane subirem em um sorriso deleitoso. Em contrapartida, os de Bella desceram em um rosnar contido.

 

— O que importa é que conseguimos colocar as mãos neles, pessoal - Jasper fez soar abrangendo o clima.

 

— Jasper está certo, então por que não começamos a procurar alguma pista? - a sugestão de Esme fez todos assentirem em concordância.

 

 

Portanto, com todos em rara concordância, Carlisle entregou para cada vampiro e vampira na sala, uma pasta, cujo conteúdo Alec tivera a tarefa de embolsar da delegacia. A ideia de começar do ponto de imigração da cidade, foi dada por Edward, que ainda muito coerente, fez Alec hesitar em usar. Ele sabia que era o único - e mais brilhante - ponto de partida que tinham para começar a juntar as pistas do mistério, porém, seus desentendimentos e falta de confiança no outro, o faziam reagir em contradição a aprovação dos demais.
No fim das contas, teve que aceitar o fato de Edward estar certo e se voluntariar a realizar a primeira parte do plano: roubar os arquivos da sala de Charles Swan. Não foi muito difícil para ele, e o resultado fora que agora estavam todos ali lendo o que os dados diziam sobre as chegadas das pessoas em Forks nos últimos três meses.

Não era muita coisa a se analisar, afinal, era Forks. Mas também não podiam desconsiderar os nomes escritos ali, pois qualquer um era suspeito. E, se não encontrassem nada na imigração, partiriam para os nascidos e criados na cidade, quer fosse preciso, quer fosse não.

 

 

— Alguém encontrou alguma coisa suspeita? - perguntou Rosalie fechando a pasta que tinha em mãos com o ar frustrado, dez minutos depois.

 

— Não - todos disseram em coro.

 

— Ei, espera - chiou uma Renesmee com os olhos arregalados. - Essa é a garota nova da escola!

 

Antes mesmo de desgrudar os olhos dos papéis, Alec já os estava revirando.

 

— E o que ela tem? - Jane inquiriu irritada e interessada ao mesmo tempo.

 

A híbrida pareceu se embaraçar com todos os olhares dirigidos a si, e abaixou os olhos para a pasta em seu colo.

 

— Bom, nada. Mas...

 

— Deixe - me ver - pediu Edward puxando a pasta. Seu cenho se franziu. - Ela é bem problemática.

 

— Nem tanto assim... - argumentou Renesmee puxando de volta o arquivo do pai.

 

— Nem tanto? Estou vendo o relatório dela. - Edward fitou a filha sério - Fique longe dela, Renesmee .

 

— Pai!

 

— Edward! - Bella o repreendeu.

 

— Podemos voltar ao assunto principal aqui, por favor? - implicou Félix largando a própria pasta.

 

Houve um pestanejar por parte de Edward e Renesmee, que continuavam trocando olhares teimosos, mas, logo ambos concordaram. Ninguém contou quanto tempo se passou, horas ou minutos, mas, quando perceberam, todas as pastas estavam jogadas na mesinha de centro. Todas descartadas, sem respostas ou pistas que os levasse a lugar algum.

 

— É como procurar agulha no palheiro: não tem nada aí! - Emmet foi o primeiro a se pronunciar, depois de um longo tempo onde páginas farfalhando, era tudo que se ouvia.

 


— Não consigo entender - Carlisle balbuciou, concentrado nas pastas imóveis. - Nem um rastro, nenhuma pista. É como se ele ou ela não existisse. Sendo imigrante aqui na cidade ou não.

 

Todos concordaram.

 

— Um especialista em ficar fora do radar - Bella completou o raciocínio de Carlisle, fazendo um gesto indicativo para Demetri.

 


— Não consigo rastrear nada - O Volturi se defendeu.

 

 

— É aí que está... É como se ele não existisse, ao mesmo tempo que existe. As vítimas são provas disso... Está em todo lugar.

 

 

Alec não pareceu se importar com o resto da frase de Edward, sua mente já rumava para outra direção. Os nomes que lera nos relatórios passaram em sua mente como pequenos flashbacks, um por um com pequenas anotações mentais que tivera feito, mas nada que revelasse indício de suspeita. Conseguia sentir as engrenagens do cérebro funcionando, e ainda que estivesse muito concentrado em seus pensamentos, conseguia captar alguns pedaços da conversa que acontecia ao redor de si. Particularmente, ele acreditava que os Cullens e até ele mesmo com sua guarda, vinham tratando do assunto pelo ângulo errado. E só agora se apercebera disso. Se parasse para pensar com mais cautela, e voltasse alguns anos atrás, perceberia que a situação do presente momento, era quase a mesma - senão pior -, do que tiveram com o exército de recém - criados da vampira Victoria e de Riley Biers... Quase a mesma... Como se ele ou ela não existisse, mesmo que soubessem que existia... Infiltrado em todo lugar... Ao mesmo tempo...

 

E como uma pancada fortíssima dos anos que tivera treinamento físico para ser um Volturi, a verdade parece cair sobre ele. Inesperada, grandiosa e óbvia demais para não terem percebido antes.

 


— A não ser que... - ele disse elevando o tom de voz, sendo interrompido pelo grito agudo que se sobressai pela sala, abafando sua voz.

 

— Alice? O que você está vendo? - ouviu Jasper perguntar no estranho silêncio que se formara, e quando deu conta, todos os rostos se voltavam para a vampira imóvel com o rosto inexpressivo e olhos fixos no nada a frente.

 

 

Demorou apenas um minuto para que ela voltasse a si, e quando voltou, só pela expressão, Alec soube que seu pensamento fora terminado.

 


— ... Estejamos lidando com algo maior do que pensávamos - sibilou Alice agarrando no braço de Jasper e encarando todos. - As pessoas começaram a desaparecer.

 


E foi naquele silêncio tenso e receoso, que todos se entreolharam, deixando explicitamente claro ali, que o sentimento de espanto era coletivo.

 

 

                  (...)

 

 

 

O sol já alcançava o céu quando Alec Volturi adentrou o quarto que dividia com Félix e Demetri no apartamento. Sua aparência, mesmo que perfeita e intacta de um vampiro, parecia a de alguém doente e acabado para aquela hora da manhã. Os botões de seu blazer estavam escancarados, as mangas arregaçadas, os pés descalços e os cabelos louros acastanhados em um emaranhado bagunçando. Em sua mão, um copo vazio de Whisky balançava, e o alívio o atingiu quando a maciez do estofado de veludo da poltrona entrou em contato com suas costas. Estresse e concentração era as duas palavras que definiam suas últimas horas; a reunião com os Cullens no final, servira para alguma coisa. Uma teoria. Fora o que conseguiram atingir, mas já era muito se comparado aos resultados das reuniões anteriores.

 

Discutir planos e se certificar que tudo ocorresse da maneira como planejavam, se adicionava a lista de coisas que Alec deveria comandar, igualmente como Aro planejava ser. Aro, que já tinha sido notificado sobre as coisas ocorridas no intervalo das últimas vinte e quatro horas em uma ligação. Seu único comentário fora para continuarem com a missão e resolverem tudo, então encerrou a chamada.

Alec não se surpreendia com o desinteresse de seu mestre pelo sucesso da missão, sabia que ele não desejava isso. Entretanto, não era Aro que o aborrecida, era a lentidão da missão. Tinha as teorias e todo o resto, mas não tinha o vampiro culpado em mãos. E esse era o seu objetivo ali, sem ele, a demora do processo não fazia diferença.

Deixou pender a cabeça para o lado e com a visão periférica, observou as pastas pretas jazidas em cima do console da lareira. Ele não tivera tempo de ler todas, no máximo duas, e por isso se levantou, na velocidade vampírica de sempre, parando de frente a lareira acessa do quarto. Alec descansou o copo vazio no console e apanhou as pastas em um movimento, voltando com a mesma rapidez para a poltrona onde estivera sentado. Aprumou - se confortavelmente e abriu a primeira pasta, analisando minuciosamente, tentando encontrar algo que os outros talvez deixaram passar.

 


Sabia que seria improvável encontrar algo que todos os outros não encontraram, mas não podia controlar o ardente desejo de ter algo mais concreto para trabalhar, fosse um nome, uma data ou um histórico de vida qualquer. Só precisava achar algo que o direcionasse para a pessoa certa.

O sol agora já alcançava o ponto alto do céu, ainda que fosse oculto pelas pesadas nuvens de Forks. Uma brisa leve levantava as cortinas do quarto escuro, e baixos rangidos vinham dos outros cômodos do apartamento. Alec ficou ali por poucas horas, na mesma posição, os olhos perfurando o papel, as páginas sendo trocadas cada vez mais rápidas, porém não tinha nada ali para encontrar. Nada que chamasse sua atenção, até o último nome na última pasta que o fez demorar um pouco mais do que o necessário das outras vezes. Escrito em negrito, no espaço final da folha, poucas palavras que o deixaram intrigado:


         Brooke Evern

Internada em duas clínicas de reabilitação, uma em um centro especial para jovens problemáticos, entradas em hospitais de Denver e recentemente sobrevivente de um acidente de carro. Há um mês em Forks. Transferida para a Forks High School.

 


 Alec piscou quando acabou de ler, pequenos e breves flashes inundando sua mente.

Brooke Evern.

Já ouvira esse nome antes.

Só se perguntava aonde.

 

 


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Notas finais do capítulo

Considerações finais:

O capítulo foi meio paradinho, mas é porque está só no começo da fic e o melhor vem por aí... Não vou fazer uma consideração definida sobre o capítulo, porque quero deixar o suspense no ar, mas, será que o Alec realmente conhece a Brooke? Ou será só um engano?

Não percam o próximo capítulo!

Bjs! ❤



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