I Take My Crown escrita por Cat Lumpy


Capítulo 9
Os Sete Candys (Quase)


Notas iniciais do capítulo

Aê! Eu disse que voltava em breve XD
Capítulo novinho acabou de sair do forno!
Aproveitem :)



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Simon tinha pedido licença e as deixado para conversar com um velho amigo. Isso antes de responder a pergunta de Jujuba. Ela encarou as costas daquele homem fascinante — o mais másculo que já conhecera — e teve uma incrível vontade de tirar os sapatos de salto que apertavam seus pés e jogá-los na cabeça do Rei Gelado.

— Acho que precisa de outra taça.

Jujuba desviou a atenção de Simon e encarou a vampira ao seu lado, o que causou novamente a falta de ar em seus pulmões. Mais tarde, quando estivesse em sua cama, sem sono algum, ela tentaria descobrir o motivo para essas reações estranhas ao rosto de Marceline. Mas, por enquanto, se limitou a sofrê-las:

— Sua beleza me deixa sem ar.

Mais que merda eu estou falando?!

É bom pontuar aqui que as bochechas da Princesa Doce aqueceram-se de imediato. Marceline pareceu um pouco surpresa com a frase, porém, não demorou a achar graça.

— Este é um elogio muito bem vindo — Ela abriu um leque de renda preto que trazia em uma das mãos. — Gostaria de poder dizer o mesmo a senhorita...

Jujuba arfou, não iria permitir que a vampira a insultasse em resposta a algo que nem ao menos dissera por querer, simplesmente saiu!

— Aconselho a não prosseguir, Marcy! — Ah, quase me esqueço! — E precisamos conversar sobre meu guarda-costas invisível!

—... Contudo, — Marceline continuou como se não tivesse sido interrompida — “sem ar” não chega nem perto do que sua imagem me provoca.

Jujuba tinha duas opções, a primeira era ficar calada e encolher-se de vergonha, já a segunda consistia em ignorar o que a vampira tinha dito e prosseguir com a obtenção de explicações. Foi esta ultima que ela escolheu, embora não pudesse evitar de...

— S-seu irmão, Marshall, m-mandou ele me seguir! —... Gaguejar.

Desejou parecer tão aborrecida o quanto estivera ao descobrir tal fato, mas era difícil lembrar-se de sua raiva diante daqueles olhos negros. E da nova taça que foi posta em sua mão.

— Claro, não poderia eu mesma segui-la.

Marceline finalizou a frase revirando os olhos e dando de ombros. Como Marshall fizera mais cedo. Daí, foi fácil Jujuba pôr o elogio de lado (logo depois de tomar a sua bebida de uma vez).

— Essa não é a questão! Fizemos um trato...!

— Onde você me ajuda a vencer e eu a impeço de se casar —Marceline a interrompeu. — A questão de sua proteção não estava incluída na proposta que te fiz, é algo que se refere ao meu dever como Princesa e Rainha.

Jujuba arfou, pois as palavras da vampira despertaram nela aquele sentimento nítido de impotência no qual Rômulo a acostumou. O Rei Doce controlava cada detalhe de sua vida. Ela está muito enganada se acha que poderá fazer o mesmo!

— Ainda assim, qual a vantagem de me manter as cegas sobre minha própria segurança?!

— Chega. — Marceline fechou o leque com um estalo e fez questão de se aproximar mais — Entendo que tomei uma decisão que a desagradou, mas é bom se acostumar senhorita, não estou aqui sob suas ordens.

Ela tinha uma expressão divertida, mas nada do que dizia parecia uma brincadeira.

— Está dizendo...?!

— Não irei mudar meus planos e nada do que a senhorita diga me convencerá do contrário. Fim da discussão. — Marceline tirou a dúvida de Jujuba antes mesmo dela concluir a pergunta.

Jujuba já tinha começado a formar sua resposta a essa declaração quando o ar alegre da vampira endureceu, ela tinha desviado a atenção para alguém além da Princesa Doce.

— Seu amiguinho está vindo para cá.

Em poucos instantes, Finn apareceu, ele continha uma expressão nervosa e parecia um pouco inseguro. Mas Jujuba não sentiu compaixão por seu cavalheiro, não sentiria isso por muito tempo.

— Por Glob! O que quer?! — ela soltou, provocando uma risadinha de Marceline.

Finn não tinha escolhido um bom momento para fazer uma nova tentativa. Jujuba já estava um pouco alta por causa da bebida, embora, cadê um daqueles garçons? Preciso de mais um pouco de álcool.

— Princesa, — Ele lançou um olhar de esguelha a vampira, desconfiado — deixe-me falar sobre minha última missão, entenderá...

— Boa noite a todos! — A potente voz de Rômulo encobriu as palavras do cavalheiro.

Os convidados giraram as cabeças em busca da figura imponente do Rei Doce. Ele estava no meio do salão, uma taça de vinho erguida e um grande sorriso no rosto. Jujuba reparou que bem ao lado de seu pai estava o Rei Gelado.

— Estamos aqui hoje para celebrar sete rapazes — Rômulo prosseguiu — Estes que irei anunciar neste exato momento. Eles foram escolhidos pessoalmente por mim, são os melhores entre os melhores, por isso, peço que ergam suas taças a cada nome que pronunciar, brindaremos aos sete!

No mesmo instante, Jujuba teve mais uma vez aquela vontade de tirar seus sapatos para jogá-los em alguém. Seu pai.

— Sem mais delongas, o primeiro Candy oficial é... — ele fez uma pausa antes de declarar — Finn Mertens!

O salão inteiro brindou o cavalheiro. Jujuba deixou sua taça cair. Teve a leve impressão de que alguém chamou seu nome. Não podia ser verdade. Finn, meu amigo de infância, a partir de agora ele é...

— Jujuba, eu estava no Reino de Fogo em minha última missão! — ele começou, depressa.

Contudo, a Princesa Doce já estava se afastando e, quando Finn fez uma tentativa de se aproximar, ela virou-se e abriu passagem por entre os vários convidados. Mais uma vez pensou ouvir alguém chamá-la.

Magoada. Ferida. Estas palavras definiam bem o que Jujuba estava sentindo no momento. Pensava em sair dali, encontrar uma das várias portas que levavam a algum corredor. Avistou uma bem a sua direita, começou a ir a sua direção. Estava perto, logo poderia colocar aquelas lágrimas para fora, logo iria...

— Oh, isso não é maravilhoso querida?! — uma mão agarrou seu braço.

Jujuba tentou se desvencilhar, mas não conseguiu, virou-se para a dona da mão e lembrou-se dela conversando com seu pai mais cedo. Simone.

— Me larga! — gritou, o álcool em suas veias e a dor em seu peito tornando qualquer escândalo algo mínimo em sua lista de preocupações.

Embora não precisasse esquentar a cabeça com isso, pois todo mundo estava distraído, afinal, quem iria perder o momento mais emocionante da noite?

Mais doloroso!

— Seu pai contou-me que Finn Mertens é um cavaleiro fiel à Coroa Doce — Simone comentou animada, não percebendo que Jujuba tentava libertar-se com todas as suas forças.

— O segundo Candy: Braco Waffle!

O salão fez outro brinde. Jujuba puxou o braço mais uma vez. Simone soltou um guincho antes de gargalhar.

— Ótimo! Ótimo! — Encarou a Princesa Doce — Apostei duas garrafas do melhor vinho nele!

Só havia uma coisa que Jujuba, em seu estado de embriaguez, podia dizer ao ouvir isso:

— Sua vadia!

Simone arquejou, soltando a princesa como se tivesse levado um choque.

— O terceiro Candy: Guy Wolf!

Quem?!

— Como se atreve?! — Simone, em todo o seu ultraje, não estava mais prestando atenção na revelação dos pretendentes — Saiba que está falando com a Rainha do Reino Gelado!

— Ah, perdoe-me! — Jujuba levou uma mão à boca — Eu não fazia ideia de que era uma vaca da realeza!

— O quarto Candy: Marshall Lee Abadeer!

Mais um brinde.

— Sua mal educada! — a Rainha exclamou, as narinas infladas — Espere só até eu contar ao seu pai!

— Pode ir em frente, ele se importa tanto comigo! — Jujuba gritou em resposta — Afinal, o que seria de mim sem esse concurso maravilhoso?!

— O quinto Candy: Flame Flamel!

Simone estava prestes a retrucar, mas deteve-se. Jujuba logo descobriu o porquê: estava chorando. Não era um choro de nada. Seus olhos pareciam cachoeiras de tantas lágrimas e grandes soluços começaram a sacudi-la. Estava chorando como uma criancinha de cinco anos de idade bem na frente de uma mulher fútil.

— O sexto Candy: William U. Manteiga!

Não pode ser! Ele não!

Daí, Jujuba deu às costas a Simone, deixou o salão e saiu correndo pelo amplo corredor, não parando para observar nenhuma das majestosas pinturas ou sentir o cheiro maravilhoso das várias flores que embelezavam o castelo. Nem mesmo a lua cheia, que lançava sua luminosidade pelas grandes janelas de vidro, a desviaram de seu sofrimento.

O lamento em sua cabeça não podia ser outro: por quê?! Por que o Rei de Ooo?! Como papai pôde?! Como?!

Terminou tropeçando na barra de seu vestido — ele não fora feito para corridas, somente para calmos passeios em jardins floridos. Caiu para frente, suas mãos sustentando o impacto quando tocaram o chão.

— Droga! — gritou por causa da dor em seus pulsos, então, pelo concurso: — DROGA!

— Bonnibel?

Ela levantou-se de um salto.

— Gumball! — Franziu as sobrancelhas para seu primo, ele estava a poucos passos, de frente a uma das grandes janelas.

— Você está bem? — ele cobriu a distância que os separava, cheio de preocupação.

Jujuba atirou-se sobre o primo, abraçando-o com força.

— Está chorando? — a pergunta foi feita em um sussurro.

Mesmo que ela não tenha respondido, os soluços que sacudiam seu corpo a entregavam.

— O que aconteceu?

Ela demorou um pouco para conseguir falar. Apenas uma palavra resumia toda a sua tristeza:

— Papai.

Gumball se desvencilhou de seus braços, retirou um lenço do bolso e a entregou; como todos naquela noite, ele estava usando roupas finas. Se bem que Gumball já tinha um ar naturalmente elegante, com seus cabelos rosa avermelhados arrumados em um topete.

— Não se preocupe, prima, eu não irei deixar que se case — ele disse enquanto Jujuba secava as bochechas.

— Correção: nós não iremos.

Jujuba viu Marshall surgir ao seu lado, ele ofegava com uma mão no peito.

— Ufa! Finalmente consegui alcançá-la! — O vampiro puxou mais ar para os pulmões — Como consegue correr tão rápido usando essa coisa?

Ele apontou para o vestido. Acontece que nem mesmo ela podia responder tal pergunta. Até porque estava ocupada demais tentando entender algo muito mais importante:

— Marshall, o que quis dizer com “nós”? — Jujuba olhou de um para o outro — Vocês dois se conhecem?

— Mais é claro! — o vampiro disse empolgado, já recuperado de seu cansaço.

Ela fungou, os olhos azuis presos no primo, a mensagem era clara: explique-se!

— Eu sou...

— Um dos Jurados. — Uma pessoa aproximava-se, vinha da mesma direção que Jujuba.

A forma que andava era estranha, como se estivesse sendo arrastada. Mas Jujuba prestou mais atenção no que o sujeito disse.

— Você é? — miou, por favor, não.

Ela encarou Gumball, captando sua expressão, não havia culpa nele.

— Sim — Gumball confirmou.

O rapaz tinha os alcançado, Jujuba precisou de um grande esforço para reconhecê-lo, mas não conseguia associar os cabelos castanhos, olhos verdes e pele azulada a um nome. O que não importava realmente, pois:

— Guy! — Marshall deu um tapinha no ombro do recém-chegado — Meus parabéns! Eu não esperava que fosse escolhido!

— Nem eu. — Uma voz feminina acrescentou.

A cabeça de Guy se inclinou para um dos lados como se alguém estivesse puxando seus cabelos. Não demorou muito para, no meio do tufo castanho, uma mão pálida surgir, e, logo depois, o resto do corpo de Marceline.

Jujuba passou pelo básico: falta de ar, de pensamentos coerentes. Ao menos foi forte o suficiente para ficar calada, lembrando-se da conversa que tivera a pouco com a vampira.

Marceline olhou para todos os presentes no corredor, demorou-se um pouco mais na Princesa — oh, eu não estou nada bem, bebi tanto que estou delirando!

— Princesa, vamos para a sala de reuniões — a vampira anunciou.


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Notas finais do capítulo

He He, comentários???



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