Entre dois mundos escrita por Vicky18


Capítulo 70
A última dança




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—Você está maravilhosa!-Magali não conseguiu discordar do elogio que recebera quando se viu no espelho depois de horas de preparação para o tão esperado show.

Ela nunca havia se visto daquela forma, tão deslumbrante que parecia brilhar.Seus cabelos compridos e volumosos chamavam muito a atenção,sua maquiagem,o vestido...Tudo.Magali mal conseguiu se reconhecer depois que olhou aquela figura tão majestosamente elegante.Era como se fosse outra pessoa.O que não deixava de ser verdade.

—Já terminaram?É melhor irmos de uma vez!- Uma das assessoras de Magali invadiu o quarto enquanto a equipe de maquiadores,cabeleireiros e estilistas corriam de um lado para o outro para garantir que tudo ficaria perfeito para o show daquela noite.- Vocês tem 5 minutos!

Enquanto colocava os sapatos,Magali torcia para não encontrar com Quim na saída.Mas pra sua sorte,realmente não o viu na sala de estar e nem mesmo quando desceu correndo as escadarias junto a sua equipe.

Assim que saíram do lugar,já havia uma limousine os esperando e mais uma van para levar o restante da equipe.

Magali quase foi empurrada para dentro da limousine pela sua assessora e os dois seguranças que as acompanhavam.Ela mal conseguiu olhar pra trás ou se despedir dos seus gatinhos de estimação quando o veículo acelerou para cada vez mais longe da sua “casa”.

—Você ensaiou a coreografia direito?Decorou a música?Espero que não tenha bebido na noite passada,não precisamos de mais um vexame para estampar os jornais.

—Eu ensaiei sim…- Magali não fazia ideia de que música iria cantar,nem do que teria que fazer,mas caso fosse preciso,cantaria uma antiga das star stars para completar o repertório.

—O que pensa que está fazendo?

—Só estou tirando o sapato,meus pés estão me matando.-Descer aqueles degraus de mármore com um salto agulha não foi nada fácil,Magali nunca se acostumar com aquilo nem se quisesse.

—Você está louca?!Os fotógrafos vão estar aglomerados na entrada da mansão do Sr.D`Mont,não podem te ver de pés descalços.

Magali desistiu de tirar os sapatos e se deitou a cabeça no banco,contando os segundos para encontrar Cebola naquela festa.

—Já estamos chegando,não se esqueça de manter a pose e sorrir.Nada de responder perguntas,só vai responder os jornalistas que vão estar lá dentro.Entendeu?

Aquela mulher era a versão feminina de Quim de tão rude que era.Magali nem tentava questionar ou bater de frente,apenas concordava com a cabeça e aproveitava para revirar os olhos quando ninguém estava vendo.

Quando chegaram nas proximidades do local,já havia uma quantidade considerável de fotógrafos nas proximidades.Todos a espreita,esperando que algum famoso chegasse.

Pelo que Magali escutou de sua assessora,seria uma festa privada com poucos convidados,o que deu ainda mais esperanças de Magali conseguir encontrar o seu amigo com mais facilidade quando estivesse lá dentro.

Ela só conseguia pensar no que diria quando o encontrasse,estava sentindo a boca do seu estômago queimar e seu coração quase saltar pela boca,não só pela performance que teria de fazer,mas também porque iria vê-lo novamente.O que era estranho,já que era apenas para ser um amigo qualquer.

Mas aquele Cebola era diferente,ela não sabia o porquê de se sentir tão nervosa toda vez que lembrava do rosto dele.Até mesmo quando estava no laboratório,passando pelas coisas que passava,só ficava sonhando quando o veria de novo.

Isso a fez recordar da vez que tentou conversar com isso com o próprio Cebola,quando estavam passando pelas fases iniciais do experimento na casa de Franja.

=========

—Aquele teste foi insano…-Cebola subia as escadas para os aposentos com Magali depois de mais um teste exaustivo.-...E pior que vão ter mais desses.

—Nem me fale…

—Ei,Você tá legal?- O dois pararam no corredor do segundo andar quando Cebola pegou a amiga desprevenida.- Eu sei que você tá cansada por causa do teste, mas...sei lá, você não falou muito da sua experiência quando eu perguntei daquela vez.

— Bom, não tinha nada demais mesmo...como eu disse, gatos,comida....Quim-A garota evitou olhar nos olhos do amigo naquela hora, seu rosto parecia queimar.

—Tem certeza? Não acho que tenha sido tão entediante assim...Sabe,minha experiência foi muito legal, não consigo acreditar que a sua não tenha sido também.

—Ela foi legal sim,Cebola...Eu só achei tudo muito...muito diferente.-Magali não havia nem sequer falado a Franja que tinha um detalhe a mais que não quis comentar sobre sua experiência.Quando passou pelos corredores até a sala de jantar onde Quim se encontrava,no meio do caminho se deparou com um porta-retrato de Cebola numa mesa de canto junto a alguns vasos.

O retrato e a moldura pareciam se camuflar por detrás daquela decoração,era como se a outra Magali não quisesse que ninguém o encontrasse,mas também parecia ser algo valioso demais para ser retirado de lá.

Magali não sabia como explicar o que sentiu, mas sabia que era diferente de tudo o que já poderia ter sentido por alguém antes.Nem o seu reencontro com o outro Quim superou aquele momento de poucos segundos que seu olhar se cruzou com o olhar radiante daquela fotografia.Magali não queria contar para Franja pensando que seria um detalhe um tanto inútil perto de toda a experiência que teve,mas no fundo ela sabia que aquele pequeno momento foi o mais marcante que vivenciou naquele tempo tão escasso.

Agora,com o verdadeiro Cebola lhe encarando no corredor,era difícil não sentir aquela mesma sensação.Era como se aquela fotografia estivesse na sua frente,como se estivesse vivendo aquele momento de novo.

—Maga?....

—Ah sim?!

—Tem alguma coisa que você queira me falar?

—E-eu na verdade tenho uma duvida, eu sei que deveria perguntar isso pro Franja, mas…- Magali tentou encontrar as palavras certas para não deixar que as verdadeiras escapassem da sua boca. Ela tinha medo de ser julgada,afinal de contas tinha sido a primeira vez que tinha visto a imagem do outro Cebola,ela não queria tirar conclusões precipitadas.

—Mas?...-Cebola se aproximou um pouco mais da amiga,fazendo com que ela sentisse aquela sensação ainda mais forte,mesmo sabendo que ele só estava chegando perto porque estava curioso pra saber o que ela iria dizer.

—...Mas eu confio em você pra perguntar….Você já sentiu que não deveria sentir algo?

—Depende de que “algo” você tá falando.

—Bom,é complicado de explicar...Quando eu vi o Quim lá eu senti algo tão bom, mas eu sei que não deveria estar sentindo isso por ele,por causa do que ele fez comigo…-Magali teve que usar o exemplo do ex pra tentar se explicar, ela não tinha coragem o suficiente para dizer de quem realmente estava falando.- Eu me sinto culpada, eu não deveria sentir isso por ele,deveria?

—Você não tem que se culpar, Maga.Isso é normal, sabe? Sentimentos não somem de uma hora pra outra, é normal que você sentisse isso quando visse ele lá,também porque vocês ainda estavam namorando...O Franja me explicou que é normal essas paradas acontecerem, você ver alguém que não tava esperando...Acho que com sentimentos deve ser a mesma coisa.

—Mas eu estou magoada com ele,como isso é possivel?

—Magoada não significa esquecer o que você sente,ou já sentiu.Talvez tenha aparecido pra você porque era algo que já tinha aí dentro...Vai saber,não é?

—Algo que eu já tinha aqui dentro?-Magali sussurrou consigo mesma,tentando acreditar se aquela teoria realmente fazia sentido.

—É,tudo o que apareceu pra mim pelo menos eram coisas que eu queria muito...Talvez com você não seja diferente.

—Eu não sei se era aquilo que eu queria.

—Com o tempo você descobre.

================

—VAMOS!VAMOS!- Magali acordou do seu transe escutando sua assessora aos gritos com sua equipe. Ela nem lembrava como já tinha entrado dentro da festa e muito menos como foi parar naquele camarim.- Espero que não esteja tão distraída assim quando subir no palco.-Magali apenas assentiu com a cabeça enquanto sua equipe fazia os últimos preparativos para a apresentação.

Assim que ficou pronta,a assessora conduziu Magali rapidamente por uma entrada até os degraus que levavam ao palco. Pela salva de palmas que a garota escutou antes de ser convidada a subir no palco,os convidados não eram tão escassos quanto a sua assessora havia comentado mais cedo.Seria bem mais difícil encontrar Cebola naquela multidão.

Ao se deparar com todos aqueles convidados,Magali sentiu suas pernas tremerem e tentou ao máximo lembrar de tudo o que aprendera em sua curta carreira de cantora.Seu medo começou a tomar conta,ela temia que algo tivesse acontecido com seu amigo.Mas felizmente, ele estava lá, lhe observando no meio da platéia.

O show foi um sucesso,todos os convidados se divertiram,menos a assessora,que não tinha ficado nada feliz em ver que Magali decidiu trocar o repertório de “ultima hora”.Mal sabia ela que a garota não fazia ideia de qual repertório deveria cantar.

De qualquer forma todos gostaram e Magali conseguiu voltar a festa sem maiores problemas.

—Você estava incrível…-Cebola a surpreendeu ao aparecer logo na saída do camarim.

—Cê!-Magali o abraçou fortemente,sem conseguir conter a felicidade que estava sentindo ao revê-lo.-Deu tudo certo?Você está bem?

—Estou sim…

—Tem certeza?Parece tão abatido…-A expressão do rapaz realmente não parecia ser as melhores.

—Só um pouco cansado,eu vim cedo pra cá.- Cebola quis ter certeza de que nem Quim ou qualquer outra pessoa ameaçasse a segurança da sua amiga antes,durante e depois do show.Ele tinha chegado bem cedo para garantir que toda a equipe de segurança estaria alerta caso algo não saísse como o planejado.Felizmente,tudo parecia sob controle.

—Bom,qual é o plano agora?-Cebola tentou abrir um sorriso amarelo ao ver a empolgação de sua amiga,ela não fazia ideia do que estava por vir.

—Ehr…-O rapaz sentiu o toque gélido a adaga no seu bolso.-...Porque não aproveitamos um pouco a festa?Ainda temos tempo aqui.

—Tá legal…-Magali estranhou um pouco aquele convite tão inesperado,parecia informal demais para aquele Cebola que ela havia conhecido.Ele estava tão focado em ajudá-la com o experimento e agora estava “focando” em outras coisas que não eram tão relevantes naquele caso.

Magali nem teve muito tempo de questionar quando Cebola a conduziu até o salão principal para que pudessem se juntar aos demais convidados.A orquestra tocava ao fundo enquanto Magali se sentia como um membro da realeza,rodopiando com aquele vestido amarelo bufante junto ao seu par.

Cebola era um verdadeiro cavaleiro,sua mão esquerda pousava suavemente na cintura de Magali e sua mão direita segurava a dela como se estivesse segurando uma boneca de porcelana.Ambos não conseguiam não cruzar seus olhares,que eram seguidos por sorrisos tímidos e poucas palavras.

Magali não queria acreditar que aquele momento fosse uma simples criação da sua cabeça ou uma projeção.Tudo parecia tão real que por um momento ela desejou ficar lá para sempre.Tudo à sua volta parecia girar lentamente e aquele desejo secreto se tornava cada vez mais forte.Um magnetismo que ninguém poderia explicar enquanto não sentisse o mesmo.

Seus corpos se aproximavam cada vez mais a cada passo de dança,a cada vez que se olhavam uma ponte era criada para que ficassem mais perto.As pontas dos narizes estavam prestes a roçar uma na outra,seus lábios se abriam aos poucos até que suas pálpebras estivessem prestes a se fechar como cortinas para que o espetáculo começasse.

No entanto,antes que o “espetáculo” pudesse começar,Cebola se afastou abruptamente e puxou Magali para longe do salão principal.Não era exatamente o que ela estava esperando,mas sabia que estava longe de ser uma surpresa romântica.

—O-o que houve?!-Magali sabia que Cebola tinha um plano de fuga em mente,mas não sabia que seria daquela forma tão inesperada.Ele mesmo tinha dito a poucos minutos atrás que eles ainda tinham tempo,então por que estava correndo tão rápido?

—Rápido!Entre no carro,ele não pode nos ver aqui!- A garota quase tropeçou em seu vestido bufante ao quase saltar para dentro veículo.

—Ele quem?!

—Eu te explico no caminho.

Enquanto isso...De volta ao mundo real=========

Cebola mal conseguia acreditar que tinha conseguido nocautear um guarda que havia entrado minutos atrás naquele dormitório a procura de Anne.O golpe foi certeiro quando o garoto se escondeu por detrás da porta e esperou que o Agente desse alguns passos para dentro para que desse o bote.

Talvez a mistura de medo e adrenalina tivessem ajudado ele nessa empreitada,certamente ele pensaria duas vezes antes de fazer isso em outras ocasiões.Mas seu desespero em encontrar a sua amiga e dar o fora daquele lugar se tornou muito maior do que qualquer coisa.Ele sentia que não tinha mais tempo para esperar um milagre acontecer.

Aquela era sua única chance de conseguir escapar,ou senão não sobreviveria para ver o resto.

Agora,enquanto observava todos os guardas seguindo na direção da Ala médica,Cebola esperava a hora certa para seguir o lado oposto até a sala de controle,onde poderia ver onde Magali estava pelas câmeras de segurança.

Para a sua sorte,ninguém percebeu que era a cobaia que estava debaixo daquele uniforme de agente,já que todos eles usavam um boné que um pouco mais para baixo seria o suficiente para esconder o olhar de um garoto assustado.

Cebola já podia imaginar o porquê daquela movimentação pelos corredores do laboratório,já estavam dando falta de Anne,o que significava que ele tinha pouco tempo antes que todos os guardas encontrassem o corpo da sua colega no dormitório 67.

—Cara,que bom que você chegou,o Dr.Jeremy está enlouquecendo lá embaixo,não tá?

Cebola apenas assentiu com a cabeça,com medo de que aquele guarda pudesse desconfiar de alguma coisa.

—É,parece que vou ter que ir lá pra dar um reforço...Me avise se ver a Anne nas câmeras.-O guarda saiu às pressas deixando a sala de controle nas mãos de Cebola.

Agora tudo parecia estar se encaminhando,mas ainda era cedo demais para comemorar.

—Vamos lá,cala!Vamos lá!-Cebola suava por debaixo daquele uniforme,nem mesmo com a porta daquela sala trancada,se sentia seguro o suficiente.Imaginando que qualquer maluco pudesse entrar lá a qualquer instante sem avisar.

Eram muitas câmeras e o garoto se perguntava como conseguiria encontrar a sua amiga em tempo recorde com aquele tanto de informação.

O tempo passava e nada,Cebola não tinha ideia de como mexer nas câmeras ou encontrar alguém com elas.Mas quando ouviu a voz daquele mesmo guarda ecoar do Walk Talk,Cebola sentiu que a sorte estava do seu lado mais uma vez.

— Agente 39,estamos aqui na Ala médica,sala 2 com a Cobaia Alfa 1,acreditamos que a Cobaia Alfa 2 está com a Dra.Anne,precisamos que verifique nas câmeras se eles estão em outras Alas.

—Positivo.

Enquanto isso...A alguns andares abaixo=========

—EU TENHO CERTEZA QUE ELA ESTÁ AQUI!-Os gritos de Jeremy poderiam ser escutados a distância na Ala médica.

—Já pedi para um agente ficar de olho nas câmeras de segurança,qualquer coisa ele irá nos avisar.Não se preocupe.

—É bom mesmo…

—Dr.Jeremy…

—O QUE É AGORA?!-Jeremy arrancou o Walk Talk da mão do guarda,enquanto todos os demais torciam para que ele não o jogasse no chão como fez com o outro.

—A encomenda está aqui.

—EU NÃO DISSE PRA VOCÊ CANCELAR A MERDA DO PEDIDO?!

—Eu tentei,mas eles acabaram de ligar avisando que o pedido já estava aqui.

—QUE ÓTIMO!MAL POSSO ESPERAR QUANDO O CHEFE DESCOBRIR.-Jeremy desligou o Walk Talk e o devolveu para um dos guardas.- Fiquem de olho em todas as alas,eu vou lá fora pegar essa PORCARIA de encomenda.

Todos continuaram a busca enquanto o Dr.Jeremy subia até a superfície do laboratório,pensando em qual desculpa daria para o seu superior quando ele acordasse.Ele era um dos poucos da organização que poderia se dar o luxo de dormir.

Jeremy só torcia que ele não tivesse sono leve,ou senão já deveria ter acordado com os seus gritos.

Agora,enquanto subia rapidamente por todos os andares,já preparava algum discurso que fosse o suficiente para expulsar o caminhão com as encomendas de lá.Ele até poderia esconder os equipamentos novos na ala médica se quisesse,mas o dinheiro iria sair do bolso do Chefe,então mais cedo ou mais tarde ele descobriria.

Já com o discurso na ponta da língua e a desculpa esfarrapada do “Acho que foi um engano”,Jeremy estava mais do que pronto para usar o melhor das aulas de teatro que nunca teve.

A cada passo que dava naquela trilha do lado de fora do laboratório,tentava pensar em um bom personagem.Talvez um fazendeiro que ouviu a buzina do caminhão e agora estava irritado porque um caminhoneiro desconhecido invadiu seu terreno,ou o dono de uma carpintaria que resolveu ficar até mais tarde no trabalho para recontar o estoque de madeira e achou que o caminhão fosse uma encomenda de madeira que ele tinha pedido.A segunda opção parecia ser mais viável.

—Sr.Jeremy?-O caminhoneiro desceu do veículo assim que viu aquele senhor de meia idade saindo do meio da floresta.

—Não conheço nenhum Jeremiah não,senhor.-O funcionário tentou forçar ao máximo seu sotaque caipira para não levantar nenhuma suspeita.

—Não foi aqui que pediram equipamentos médicos?-O motorista parecia confuso enquanto verificava a prancheta em suas mãos.

—Deve ter sido engano,moço,por acaso minha chácara tem cara de hospital?

—Bom,o endereço da encomenda era esse…

—Que pena!Deve ser ter sido um engano.Boa noite.

—Temos certeza que não foi.


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