Entre dois mundos escrita por Vicky18


Capítulo 61
Choque de realidade


Notas iniciais do capítulo

Oie meus amores!Como estão?Aqui está mais um capitulo,espero que gostem e tenham uma boa leitura:)



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Eram quase 4 da manhã quando o delegado se deparou com dois adolescentes maltrapilhos e ensanguentados lhe aguardando na recepção da delegacia.Ambos pareciam estar em estado de choque,o que fez o agente pensar por algum momento que tivessem se envolvido em algum acidente de carro ou algo do tipo.
     Mas a verdade veio a tona quando se aproximou dos jovens e viu que suas feições lhe eram familiar.

— O que estão fazendo aqui?-O mesmo indagou ainda surpreso com a presença de Mônica e Cascão no recinto.

— Nós fugimos do...Do professor.- Cascão ainda tentava falar sentindo os resquícios da substância que lhe foi injetada a algumas horas atrás.
Mônica por sua vez mal conseguia falar,depois que a adrenalina passou,a dor aguda na sua perna se intensificou de tal forma que até a simples ação de abrir os olhos se tornou dolorosa.

— De quem estão falando?

— Do professor Licurgo, ele nos ajudou com o experimento. -A expressão indignada do delegado foi tudo o que Cascão precisou para se arrepender de ter falado a verdade.

— Então quer dizer que também estavam trabalhando de com o amigo “Cientista” de vocês?!

— Nós pedimos ajuda para o professor para entrar em contato com os nossos amigos e…

— Não importa!Isso é trabalho da polícia...E o que houve com vocês dois,porque estavam fugindo dele?

— Eu não sei direito o que rolou,a Mô pode explicar melhor o que aconteceu...Mas eu não sei se ela vai conseguir.

— E porquê não levou sua amiga para o Hospital?!Vocês enlouqueceram por acaso?

— O que?- Mônica balbuciou quando ouviu aquilo,embora estivesse sentindo uma dor terrível não tinha noção da gravidade do ferimento que acometia a sua perna.Muito menos Cascão, que ainda estava dopado não conseguiu ver a faca cravada na batata da perna da sua amiga.

— É,vocês dois realmente não tem noção do que estão fazendo...Nem sei como chegaram aqui desse jeito.- O delegado correu às pressas para um dos seus colegas e pediu para que chamassem a ambulância o mais rápido possível antes que Mônica perdesse todo o seu sangue por conta do ferimento. - Garoto,você vem comigo. -Cascão não estava 100%,mas estava consciente o suficiente para responder mais algumas perguntas sobre o tal experimento.

— Você por acaso sabe o que é isso?-Assim que Cascão entrou na sala do interrogatório,o delegado lhe entregou um caderno com algumas anotações e fórmulas.

— Não faço ideia,senhor.- O garoto mal conseguia ficar encarando aquele caderno por muito tempo que sua visão já desfocava de imediato.

— Tem certeza?- O delegado permaneceu acreditando que arrancaria mais alguma coisa do interrogado,mas não conseguiu ir muito longe quando Cascão respondeu negativamente enquanto sua cabeça pendia para trás. -...Esse caderno foi encontrado no laboratório do seu "amigo" quando fizemos a coleta de evidências na busca.Imaginamos que esse caderno tivesse algo importante, já que tem algumas anotações sobre esse tal experimento.

— É...O Franja vivia subindo pra cima e pra baixo com esse caderno na escola,mas eu nunca achei que fosse nada demais.- Cascão estava forçando as engrenagens do seu cérebro a funcionarem.O que o fez lembrar de um momento muito específico que ocorreu a tempos atrás.

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Todos estavam na sala de aula esperando o professor de ciências terminar de formar os grupos do tal trabalho de decomposição assistida naquela manhã.Principalmente,Cebola que estava torcendo para cair no mesmo grupo que Mônica.

—Eae,Careca...Parece meio nervoso,ein.-Cascão começou a caçoar o amigo,sabendo o ótico de tanta expectativa.

—Cala boca, Cascão!Eu to ouvindo o professor!

—Aham sei, acha que eu não sei que você criou uma playlist de música lo-fi só pra as aulas de ciências?Admite,vai!Tá esperando pra cair no grupo da mó, né?hehe

—E-eu se eu tiver,algum problema?!

—"Problema" nenhum careca, só não é legal ficar fingindo também.

—Bem que você podia fingir que tá prestando atenção na aula, né?!

—Grupo 3...Cebola,Franja e…

—mônica,por favor, mônica.-Cebola fechou bem os olhos e cruzou até os dedos dos pés pra ter seu pedido atendido.

—...Magali.-O garoto bufou e revirou seus olhos assim que ouviu o nome da terceira integrante.-Um dos integrantes do grupo pode vir aqui na minha mesa pegar a ficha de avaliação.-Magali se prontificou a buscar a ficha e se dirigiu rapidamente a mesa do professor.Enquanto isso,Cebola resmungava pelos cantos.

—Qual é,Cara.A Maga é mó gente boa!Bem que eu queria ter caído no grupo dela...

—Alunos, não se esqueçam que semana que vem eu quero todas as perguntas do exercício respondidas na minha mesa.E sem falta.

— Exercício?Do que ele tá falando?!

— Da atividade que ele passou no quadro hoje.

— Mas não tem nada lá, Ué!

— Por que ele apagou, é nisso que dá não prestar atenção na aula... depois fica falando de mim.

— Droga!Ei...Franja,você pode me emprestar o seu caderno?

— Pode pegar na minha mochila.

—Valeu!- Assim que Cascão abriu a mochila do colega,pegou o primeiro caderno que viu e começou a folheá-lo até achar a pagina com as anotações daquela aula.Mas a unica coisa que encontrou fora uma série de de fórmulas e contas que não lembrava de ter visto algo parecido antes.Aquilo era muito mais complexos do Baskara ou Logaritmo,Embora não prestasse muita atenção nas aulas de matemática,sabia que nunca tinha aprendido aquilo em nenhuma aula sequer. -Não sabia que tinha matemática hoje.- O garoto zombou enquanto continuava olhando todas aquelas folhas,mas não esperava que Franja tivesse uma reação tão “estranha”.


      - O QUE PENSA QUE ESTÁ FAZENDO?!-O Garoto arrancou o caderno das mãos de Cascão,que recuou no mesmo instante.

— Foi mal,cara...Eu tava brincando.

— Isso daqui não é brincadeira.Cascão.-O rosto de Franja chegou a ficar vermelho e uma veia saltou em sua testa.Ele realmente parecia furioso.

— Me desculpa,cara.Eu só peguei o caderno errado.

— Não é só um caderno.- O garoto terminou de intimidar o colega de classe,antes que guardasse o seu material.

— Oie,Franja...ta afim de ficar aqui na escola de tarde pra começar o trabalho?-Magali se aproximou dos dois,sem ter ideia do que estava acontecendo a poucos segundos atrás.

— Claro...Eu só vou esperar o Cascão usar meu caderno de ciências e já podemos ir.- O humor do rapaz mudou rapidamente e um sorriso amarelo surgiu em seu rosto enquanto estendia o caderno de ciências para o colega.-Se quiser esperar um pouco aqui,o Cascão não vai demorar pra copiar.

—Tudo bem,eu só vou avisar o Cebola e depois eu volto aqui…-Depois de alguns segundos,Magali dera meia a volta.-Cas,você tá legal?Ta tão quieto…

— Ehr...eu…

— Ele ta legal sim!Só tá concentrado mesmo.-Franja interrompeu o colega,tentando ao máximo evitar que este abrisse a boca a respeito do que viu.

— Ta legal então…-Magali estranhou um pouco aquela cena,mas acabou saindo do mesmo jeito.
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— Eu não sei porque ele ficou tão nervoso,em nem sei fazer conta de fração direito,imagina entender aqueles negócio?

— Mas ele entende.E é isso que importa.- O delegado se colocou pensativo por alguns instantes antes de colocar sua estratégia no papel.Franja ainda estava aguardando por julgamento na delegacia e por isso esperava ter mais provas, e porque não uma confissão do detento?

Franja não tinha dado muitas informações sobre o caso e nem sobre o tal experimento,tudo o que a polícia descobriu foi com base em depoimentos e evidências encontradas na casa do garoto.Mas nada além daquilo.
E se o suspeito não queria falar a verdade para as autoridades,poderia ter um resultado diferente se a conversa fosse com um velho amigo.

—Talvez ele pudesse te explicar o que significa.

—O que quer dizer com isso?

—Me acompanhe.

De volta ao Mundo paralelo===============

— Onde você se meteu?!-Penha não pensou duas vezes assim que viu seu marido entrando passando pela sala de estar da mansão depois de ter saído a poucas horas atrás,sem avisar para onde iria.

— Eu preciso descansar um pouco…-O rapaz parecia estranhamente cansado enquanto se apoiava na borda da janela da sala.

— E como acha que EU vou descansar tranquila depois que você some desse jeito!

— Penha...Por favor...Eu não estou em condições…- Seus olhos mostravam seus esgotamento,o que era bem incomum comparado com o estado energético que Cebola saíra de lá a poucas horas atrás para tentar encontrar a localização do tal laboratório.

Um silêncio invadiu o local,fazendo com que Penha desistisse de tentar entrar em qualquer discussão.Seu marido não parecia nada bem,embora sem nenhum machucado,demonstrava estar abalado emocionalmente,parecia tão anestesiado que até se recusou a continuar a briga(O que não era muito convencional na rotina dos dois).

— O que houve com você?-A mesma pousou uma das mãos no roto do rapaz e logo percebeu o quão fria e pálida estava a sua pele.-Céus!Você está branco igual a um fantasma!O que está acontecendo,Cebola?!

— É tudo uma mentira...Vivemos uma mentira,Penha.

— Do que está falando?

— Nada disso é real...Absolutamente nada.

— Você está suando frio…-Penha tateava o rosto do marido,mas não conseguia sentir qualquer vestígio de calor humano.-...Jane!Chame um médico,rápido!

— Sim,Sra.-A governanta da casa saiu as pressas procurando o primeiro telefone que encontrasse em seu caminho.

Cebola começou sentir seu estômago embrulhar ao lembrar do que viu naquele lugar que deveria ser o suposto laboratório,um aperto se instaurou no seu peito e sua respiração começou a falhar.Ele mal conseguia acreditar que tinha conseguido voltar sozinho pra casa depois do tamanho choque que teve.

— Ele estará aqui daqui dentro de 1 hora,Sra.

— 1 HORA?!PRECISO DELE AGORA!- Penha começou a se desesperar ainda mais quando a pressão do seu marido baixou drasticamente,fazendo com caísse inconsciente em seus braços. -Querido...fale comigo,por favor!- A mulher abraçava o rapaz contra o peito,enquanto chorava copiosamente,ainda sem entender o que estava acontecendo com ele. -Por favor...Me responda!

Todos os funcionários da mansão corriam de um lado para o outro,todos tentavam contatar qualquer doutor que estivesse disponível naquela hora do dia,outros corriam com toalhas molhadas com água quente e cobertores para aquecer o corpo do rapaz,que tremia e suava frio naquela tarde tão ensolarada.
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Enquanto isso-Na outra realidade....

—Cumprimos a nossa parte,agora precisa cumprir a sua.-Anne se apoiava na entrada da porta do quarto enquanto tentava convencer a sua cobaia a trabalhar.

—Eu não vou sair daqui enquanto não saber com que fizeram com a minha amiga!-Cebola esbravejou,sem qualquer medo das consequências que aquilo teria. - Ela tentou tirar a própria vida!Como querem que eu ignore isso?!
—Sua amiga está respirando,não está? - Ambos olharam para a garota,que se encontrava sentada na cama olhando para a parede cinza do quarto,sem expressar qualquer emoção.

— Ela está com vida,não era isso que importava pra você?-Anne respondeu ironicamente.

— O que importa pra mim é que ela esteja bem!Não adianta ela estar viva e ficar dopada quase que o tempo todo!

—Nós não nos responsabilizamos pelos efeitos colaterais das substâncias utilizadas nela.

—NÃO?!SABEM MUITO BEM O QUE ESSAS SUBSTÂNCIAS FAZEM,COMO NÃO VÃO SE RESPONSABILIZAR POR ISSO!- Os gritos de Cebola ecoavam pelos corredores do laboratório,chamando a atenção de todos os funcionários e “pacientes” que passavam por lá.

—Escute aqui,garoto!Você não está em posição de exigir mais nada enquanto não cumprir sua parte conosco.Se reclamar mais uma vez,vamos sumir com a sua amiguinha de vez!E você nunca mais vai vê-la de novo.Muito menos com vida...então seja grato por deixarmos ela respirar. - O olhar frio e certeiro da mulher fora o suficiente para que fizesse Cebola recuar,pelo menos por enquanto.- ...Agora me acompanhe até a sala de testes.

— Não posso deixar ela sozinha aqui.-Cebola permaneceu resistente em sair do local.

— Não se preocupe quanto a isso,vai reencontrá-la daqui a pouco.

O garoto engoliu seco,ainda com uma sensação entranha,com um pressentimento de que aquele encontro não seria dos melhores.Mas resolveu seguir com Anne para a tal sala,sem ter ideia do que lhe aguardava.


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Notas finais do capítulo

Estou produzindo proximo capitulo e em breve vou publicá-lo,muito obrigada por lerem e até a próxima♥Bjss da Vicky



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