Entre dois mundos escrita por Vicky18


Capítulo 45
O primeiro passo


Notas iniciais do capítulo

Oiee pessoas do meu core...Depois de MTA demora eu voltei com um capítulo quentinho pra vcs,espero que gostem e tenham uma boa leitura:))



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O ar que Magali inalava era pesado e gélido, enquanto abria os olhos e arfava com dificuldade tentava enxergar alguma coisa dentro da pequena “prisão” em que estava.Seu corpo formigava por inteiro e seu estômago embrulhava cada vez mais,um gosto amargo tomava conta da sua boca deixando aquele momento ainda mais desconfortável.

Agora ela não estava mais naquele mundo no qual poderia andar livremente por onde quisesse e sim presa a uma camisa de força com os braços impossibilitados de se movimentar,assim como seus pés que também se encontravam presos uns aos outros por amarras.A mesma ainda tentava se locomover no local,se arrastando para o canto mais próximo na esperança de encontrar a saída daquele lugar(o que era pouco provável na situação em que se encontrava).

Porém assim que iria começar a se movimentar novamente,a voz voltou a ecoar em sua mente fazendo a cobaia parar tudo o que estava fazendo:

—imagino que deve ter feito uma boa viagem…

—Fiz sim...Como você pediu.

—Otimo,espero que tenha coletado o máximo de informações possíveis.

—Sim... Não foram muitas na verdade,mas espero que seja o suficiente pra você deixar o meu amigo em paz.

—Não se preocupe quanto a isso,seu amigo está mais perto do que imagina...A única coisa que precisa é colaborar comigo.Agora me diga tudo o que viu em todos os seus “sonhos” Até o que teve hoje.

—Ta bom...Eu vou tentar contar a você,mas por favor! Você tem que me prometer que não vai machuca-lo.

—Eu já disse que cada um tem que fazer sua parte aqui, você faz a sua e eu faço a minha...Agora fale de uma vez garota!—A tal voz parecia ter aumentado o tom como se tivesse ficado irritada com a atitude de Magali.

Já a cobaia começou a tentar negociar com a voz, não queria dar todas as informações sem ter certeza de que a outra parte do trato seria cumprida.-Me desculpe...Eu não vou falar nada.

—O que?! Você quer me testar não é mesmo?!!

—Eu não quero te testar, só quero ter certeza de que vai cumprir a sua parte.

—Eu já disse que vou!

—Palavras não são o suficiente...Eu quero o meu amigo aqui e agora!

—Você não sabe com quem está se metendo garota!Sabe muito bem quem está no controle e o que eu posso fazer com o seu amiguinho não sabe?

—Eu sei que está no controle,mas você precisa das informações que eu tenho...Se você ousar descumprir a sua promessa,pode ter certeza que não vai ter nada do que quer!

—Como pode ter coragem de me ameaçar?!

—Só estou negociando...Eu tenho o que você precisa e eu vou te fornecer todas as informações que quiser, só basta me deixar ver meu amigo.

A voz não respondeu e um silêncio perturbador tomou conta do local,deixando Magali com medo... Será que seu pedido seria atendido?

==Enquanto isso do lado de fora…=======

Cebola acordara em uma maca de ferro com as mãos e pés presos por amarras de couro,sua cabeça doía mais do que nunca como se tivesse sido pisoteada e seu corpo estava dormente.O mesmo sentia uma sensação horrível percorrer o seu corpo inteiro e um pressentimento que algo terrível iria acontecer.

Enquanto a cobaia acordava aos poucos,poderia ver alguns homens mascarados  com seus jalecos a sua volta conversando sobre o suposto experimento.

—Foi nele que implantaram o chip?-Um dos homens perguntou enquanto firmava as amarras sobre a maca.

—Sim...Eu até examinaria melhor,mas o chefe mandou deixar ele intacto por enquanto.

—Intacto?Pra quê?

—Eu sei lá.. se eu fosse ele já tinha pulado pra fase gama de uma vez.

—O problema é a garota... Enquanto não terminarem os testes nela, ninguém pode tocar no amiguinho dela.

—A gente não tem muito tempo pra realizar esse experimento,quero ver só quando a polícia descobrir o nosso esconderijo..

—Para de falar asneira!É claro que a polícia não vai achar a gente…

—Mas essas cobaias tem família né cara?Acha mesmo que não vão notar a ausência deles?

—Relaxa em relação a família...O doutor já ligou pra mãe desse aí e falou que tá tudo bem.

—E ela acreditou?

—Claro que acreditou hahahahahaa

—Mas que mulher lerda…

—Ela pode ser meio lenta,mas não consegue superar o marido HAHAHAHA

—O que tem o marido?

—A gente mandou uma “promoção” de emprego pros EUA,o cara caiu como um patinho...Mal sabe ele que quando chegar lá vai ter uma surpresinha hahahahahaa

—Eu até posso imaginar qual vai ser a surpresa.-Enquanto os dois homens riam,Cebola começará a se debater na maca despertando a atenção dos funcionários:

—O QUE VÃO FAZER COM A MINHA FAMÍLIA?!!-O mesmo esbravejava tentando se soltar das amarras.

—Olha só!A bela adormecida finalmente acordou!-Um dos funcionários se dirigiu a Cebola num tom irônico.

—O QUE VÃO FAZER COM A MINHA FAMÍLIA?!!

—Não interessa o que vamos fazer com eles pirralho...Porque não pensa em você ein?!

—Se não calar a boca a gente vai descontar na sua amiguinha hahahaha

Cebola percebeu que por mais sarcásticos que aqueles homens fossem,ainda estavam falando a verdade fazendo com que a cobaia se cala-se imediatamente.Assim que os funcionários iriam fazer mais uma piada com o paciente,outro homem adentrou na sala surpreendendo a todos:

—Soltem ele agora.-O mesmo ordenou seriamente enquanto se aproximava dos três.

—Por que?!-Um dos funcionários perguntou um tanto incrédulo (afinal aquilo não fazia parte do procedimento padrão com as cobaias)

—Você não é pago pra perguntar,é pago pra obedecer… agora solte ele! São ordens expressas do chefe.

—Ok como quiser.-Os dois homens começaram a soltar Cebola das amarras,deixando a cobaia aliviada.Depois os dois funcionários entregaram a cobaia para o misterioso homem que por sua vez levou Cebola por longos corredores brancos e quietos.

O mesmo não conseguia descrever ou contar por quantas portas e corredores havia passado,mas a cada passo se sentia em um labirinto infinito onde o silêncio reinava.Após um tempo indeterminado de muita caminhada finalmente chegaram a uma sala diferente de todas as outras das quais haviam passado...Ela era repleta de inúmeros computadores e vários funcionários (também mascarados)todas as mesas em que os mesmos trabalhavam ficavam em volta de uma estrutura cilíndrica de vidro gigantesca com um líquido azulado, além de conter inúmeros fios metálicos mergulhados na substância.

Cebola ficou um tanto assustado com o que viu,como e pra que eles usavam aquilo?E quem eram todas aquelas pessoas?Pra quem trabalhavam?...Muitas perguntas surgiam na cabeça do mesmo fazendo-o se questionar a respeito da magnitude e importância do experimento alfa,talvez não fosse um simples experimento e sim algo muito além do que sua imaginação permitia inventar.

—Me acompanhe…-O mesmo homem conduziu Cebola a um pequeno corredor que ficava logo atrás daquela estrutura e depois de alguns segundos parando em frente a uma porta metálica.-Você vai perguntar a sua amiga sobre o sonho e depois vai dar isso a ela-Cebola recebeu um pequeno papel rosa que cheirava a chiclete.

—O que é isso?-A cobaia observou o pequeno objeto em suas mãos.

—É um adesivo que sua amiga deve ingerir depois que responder todas as suas perguntas.

—Mas pra que serve?O que vai acontecer com ela depois que comer isso daqui?

—Você faz perguntas demais garoto... Você verá assim que der a ela,agora entre de uma vez e faça seu trabalho.-O homem abriu a porta, impaciente e empurrou Cebola para dentro de um corredor completamente escuro.

Já o garoto se assustou a perceber que estava sozinho dentro daquele breu,cada passo ou respiração sua parecia ecoar pela escuridão...O mesmo seguia o seu caminho a passos curtos tentando tatear as paredes até chegar em algum lugar que ainda não tinha ideia de qual seria.O local era frio e parecia ter uma energia pesada,o mesmo sentia o tempo todo que estava sendo observado ou que alguém o perseguia.

Até que em um momento luzes fracas começaram a iluminar e mostrar um corredor sujo e cinzento,com paredes de ferro enferrujadas e muito sangue seco no chão,o líquido estava espalhado como tinta vermelha em uma tela branca.Cebola se sentia ainda mais desconfortável naquele lugar,enquanto tentava respirar e manter a calma até alcançar a porta branca que se encontrava no final do corredor.

Depois de passos que pareciam eternos e intermináveis,Cebola finalmente chegou a tal porta...Abrindo-a cautelosamente e se deparando com um cenário perturbador.

Uma sala branca com paredes e piso acolchoados,o local era vazio sem nenhuma janela ou abertura...Magali era a única “decoração” do lugar,a garota com uma camisa de força no corpo e com seus longos fios de cabelos pretos emaranhados uns nos outros,cobrindo o seu rosto pálido e sem vida.

A mesma se encontrava encolhida em um canto da sala, aparentemente assustada como se quisesse se esconder de alguém:

—Magali?-Cebola entrou aos poucos no lugar,ainda assustado com o que viu.

—Cebola?-A mesma susurrou direcionando o seu olhar assustado ao amigo.

—Sim...Sou eu.

—E-eles te machucaram?

—... Não…-Cebola não queria contar a verdade a amiga,afinal ela já se encontrava numa situação muito pior que a dele-Eu é quem pergunto...Eles fizeram alguma coisa com você?

—...Eu não quero falar sobre isso.-Derrepente Magali tentou se levantar para tentar abraçar o amigo(mesmo com os braços presos),mas Cebola percebendo o esforço da amiga...Se aproximou dela e a abraçou fortemente,deixando-a sem reação.

—Eu prometo que vou te tirar daqui-O mesmo sussurrou para amiga,apertando-a ainda mais em seus braços com um medo irracional de perdê-la.

—... Você não devia ter vindo aqui…

—Agora eu já estou aqui, não tem volta...Eu não iria ficar em casa como se nada estivesse acontecendo com você…

—Eu sei...Mas mesmo assim foi arriscado demais ter vindo atrás de mim.

— Todo o risco vale a pena,porque eu ainda vou tirar a gente daqui.

—Como pode ter tanta certeza?

—Como você pode ter tanto medo?Confia em mim...No final vai dar tudo certo.

—Eu espero que você esteja certo...Porque depois de tudo o que aconteceu eu não duvido de mais nada.

—Então não duvide de mim…-Cebola desfez o abraço e encarou a amiga seriamente.

—Pode começar as perguntas.-Magali já previu que o amigo não teria entrado tão fácil lá se não fosse obrigado a fazer alguma coisa.

—Como foi o seu sonho?Se é que você teve algum…

—Eu lembro vagamente de ter encontrado você lá…-Magali sabia que tinha que comprir com a sua promessa,mas sua intuição lhe pedia para não contar tudo.-Eu tava com muito medo e você me ajudou, depois fomos visitar o professor Licurgo... Só isso.

—Tem certeza que não lembra de mais nada?

—Não...Foi um sonho muito curto.

—Bom... Já que me contou tudo o que lembra…-Cebola pegou aquele pequeno adesivo em seus dedos e o fitou com preocupação,algo lhe dizia que ele não deveria entrega-lo a Magali.Por isso já lembrando que haviam câmeras na sala,o mesmo pediu para que Magali abrisse a boca e em seguida fingiu perfeitamente que depositou o papel na língua da amiga.

Já a mesma não entendeu o que aconteceu e assim que iria perguntar,viu que Cebola piscava e gesticulava a ela disfarçadamente que fingisse que havia comido ou engolido o tal adesivo.Magali entendeu o recado e fez uma careta,em seguida fingiu engolir alguma coisa...Por fim retribuindo a piscadela.

Cebola amassou discretamente o papel em seus dedos e os escondeu rapidamente em suas roupas,depois dera mais um abraço na amiga e saiu da sala como se nada tivesse acontecido.Magali por sua vez voltou a se encolher no canto e fingiu estar passando mal para dar mais dramaticidade a cena...Afinal independente do que fosse aquele adesivo,não parecia ser nada bom.

—Você fez o que eu mandei?-O homem esperava Cebola do lado de fora da sala.

—Sim, exatamente como me pediu.

—Ótimo.O que ela disse sobre o sonho?

—Falou que me encontrou lá e depois que encontrou o nosso professor.

—Só isso?!

—Ela disse que não teve muito tempo porque o sonho foi muito curto.

—Hum...Vou pedir para aumentarem a dose de substância no sangue dela...E você entregou o adesivo a ela?

—Claro.

—Perfeito,agora o nosso chefe vai poder retomar o contato com ela...Bom trabalho,agora me acompanhe você ainda tem muitas tarefas pra realizar.-Cebola respirou aliviado quando evitou que o tal chefe entrasse em contato com a amiga,poderia ter sido algo um tanto irrelevante no momento...Mas já era o primeiro passo para a fuga.


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Notas finais do capítulo

Primeiro passo para o fracasso ou para o sucesso? Veremos com o decorrer dá história... Obrigada mais uma vez a vc que leu e nos vemos na próxima;))



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