A escuridão que Cebola via a sua frente logo começara a ganhar forma,em questão de segundos ele fora teletransportado para um novo lugar.O local a sua volta era uma grande e extensa sala branca,não havia janelas em nenhuma de suas paredes somente uma pequena lâmpada pendurada no teto que iluminava o local.

Seu silêncio era perturbador e trazia uma sensação estranha para Cebola...um medo inexplicável,teoricamente não havia nenhum objeto ou pessoa naquele lugar que despertasse o medo...aquela sensação só estava lá espalhada sem explicação.

Cebola tinha dificuldades para respirar naquele lugar,e quando tentava se mover percebera que estava amarrado a uma camisa de força branca.Aos poucos vários objetos e equipamentos cirúrgicos surgiram a sua volta...ele poderia ouvir vozes de várias pessoas e sussurros na sala,sendo que não havia ninguém lá.

Der repente uma porta surgiu em uma das paredes,dela saíram vários médicos sem face que corriam em direção a Cebola...por fim o prendendo em uma maca.Já Cebola tentava escapar daquele tormento de todas as formas possíveis ,se debatendo  com todas as suas forças e tentando gritar de qualquer jeito...Mas sua voz não saia de sua boca e seu corpo se movimentava lentamente como se ele estivesse  dentro da água.

Os médicos o seguravam e colocavam as suas luvas para começar uma suposta cirurgia,alguns deles ligavam máquinas e outros pegavam agulhas e remédios.Cebola já tinha tentado de tudo..mas o desespero o deixou paralisado naquele lugar.

Por fim entrou na sala o “chefe” daqueles médicos,ele usava uma máscara de palhaço e tinha uma risada estridente..o mesmo usava um jaleco sujo de sangue e tinha os bolsos repletos de agulhas e notas de dinheiro queimadas.Cebola sentiu o sangue gelar ao ver aquele palhaço dos horrores lhe encarando com um sorriso grande e assustador,mas ao mesmo tempo que tinha medo...também achava que aquele “homem”lhe era familiar.

No entanto Cebola não teve muito tempo para tentar reconhecê-lo,pois o Médico palhaço aplicou alguma substância em suas veias...Cebola sentiu seu corpo tremer muito,como se estivesse tendo uma convulsão e sentiu a garganta queimar demasiadamente.Depois de segundos que pareciam intermináveis,o paciente não sentia mais nada...apenas observava de cima o que os médicos estavam fazendo com o seu corpo.

Era um tanto pertubador,Cebola poderia ver os cirurgiões abrindo o seu couro cabeludo e lá injetando um chip metálico...enquanto o palhaço gargalhava observando a cirurgia.

Após o término da cirurgia,Cebola voltou ao seu corpo sentindo fortes dores de cabeça e um enjoo terrível que consumia seu estômago..porém quando ele achou que não poderia ficar pior...Magali entrou na sala com um uniforme branco e um olhar sem vida.

A mesma fitava o amigo sem expressão alguma e aparentava estar sendo controlada pelo tal palhaço.Os médicos percebendo a presença de Magali no local,logo abriram caminho para que ela fosse na direção do seu “paciente”.

Cebola queria tanto poder falar com ela,avisar o que tinha acontecido...mas aquela não parecia ser a Magali de verdade e sim algum tipo de robô que agia friamente sem emoção ou sentimento.Porém essa imagem fora desconstruída rapidamente quando o Médico palhaço ordenou com um gesto que Magali matasse o amigo...no entanto ela se negou e recuou rapidamente da maca onde Cebola estava.

O palhaço havia se irritado e obrigado a mesma a voltar,dando-lhe uma faca para que “terminasse”o trabalho.Magali olhava para os lados em completo desespero e tentava ao máximo não cumprir a ordem.

Porém o médico insano tinha uma carta na manga e apertou um pequeno botão,transformando Magali em uma “máquina”e controlando os seus movimentos,deixando-a novamente sem expressão.Assim a mesma se aproximou de Cebola e sussurrou em seu ouvido:

—Vá embora...esse não é o seu lugar...você jamais deveria ter entrado aqui.-Quando Magali terminou a frase..desferiu um golpe certeiro no estômago de Cebola com a faca.Já o mesmo só sentiu a sua pele queimar e o sangue molhar sua camisa de força...fazendo-o acordar daquele sonho terrível.

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—Cebola?!!-Magali segurava o colega,aliviada por vê-lo abrir os olhos

—Magali?-Cebola demorou para tomar a sua consciência de volta,mas ao olhar ao redor pode ver a turma inteira a sua volta

—Meu Deus!!o que aconteceu com ele?-Cascão se aproximava dos dois colegas

—Ele ta bem?!!-Marina entrava no meio da roda

—Ei!Ei!Saiam daí agora!!-O professor intervenho  afastando os alunos-Magali vamos até a enfermaria!

—Mas profs a enfermaria ta fechada!-Denise exclamava

—E EU TE PERGUNTEI ALGUMA COISA?!-O mesmo esbravejou afastando ainda mais os seus alunos

—AAII NÃO PRECISAVA TER SIDO GROSSO!!-Denise saiu pisando forte com uma cara de poucos amigos

—Vocês dois venham comigo...-Magali se levantou do banco onde estava e tentou ajudar o amigo a dar os primeiros passos após a “orientação” do professor,porém Cebola estava tão dopado que sentia suas pernas dormentes e nem conseguia andar direito.

—Não se preocupe Magali...eu carrego ele!-O professor forte do jeito que era pegou o aluno e apoiou o braço direito dele em seus ombros,enquanto Magali segurava o esquerdo.Depois de algum tempo e várias tentativas do professor de arrombar a porta da enfermaria,o mesmo levou seus dois alunos para o seu carro saindo da escola em direção ao hospital mais próximo.

No meio do trajeto,Cebola se recuperava aos poucos tentando juntar os pontos daquele estranho sonho:

—Cê?Você já esta melhor?-Magali se aproximava devagar do colega

—Não sei...eu tive um sonho muito estranho...-Cebola não conseguia nem falar direito e sentia tonto por conta das curvas que o carro fazia-Eu não to me sentindo bem...

—Professor!!Para o carro por favor!-Magali ordenava que seu professor estacionasse,afinal já sabia o que poderia acontecer

—É pra já!-Não se passou nem um segundo e o mesmo freou bruscamente encima de uma calçada qualquer.

Assim que o carro parou Cebola sentiu seu estomago revirar por inteiro e abriu a porta do veículo quase caindo no chão por estar sem qualquer equilíbrio.

—Cebola!-Magali quase pulou do carro e ajudou o amigo a se levantar,levando-o até um ponto da rua mais “isolado” pra que ele não passasse vergonha e que não fosse visto regurgitando pelos vizinhos-Pronto!Agora fica a vontade...qualquer coisa eu vou estar aqui pertinho.-A mesma se afastou um pouco e deixou o amigo ter a sua “privacidade”.

Cebola por sua vez assim que a amiga virou as costas,ele vomitou uma cascata de sangue desesperadamente e sentiu suas forças se dissiparem junto a ela.Não se sabe quanto tempo ele demorou...mas o mesmo perdeu muito sangue e quase perdeu os sentidos novamente,sorte que estava mais lúcido do que antes.

—Hey!Garoto você esta melhor?-o professor se aproximou do aluno um tanto,mas quando viu aquela poça de sangue no chão quase teve um taque-MEU DEUS!!O QUE ACONTECEU AQUI?!!

—Eu não faço idéia...a única coisa que eu quero agora é voltar pra casa..-Cebola saia cambaleante do local.

—NEM PENSAR!!VOU LEVAR VOCÊ E A SUA AMIGA PRO HOSPITAL AGORA!!

—Professor!!Nós acabamos de receber alta...-Magali vinha em defesa do amigo(e da própria pele)

—ENTÃO VÃO TER QUE VOLTAR!!PORQUE NÃO TEM EXPLICAÇÃO ISSO ACONTECER COM VOCÊS...E A ÚNICA FORMA QUE IRÃO DESCOBRIR O QUE É .

—Mas professor....-Magali ainda insistia

—Maga...deixa assim,vamos pro hospital...-Cebola entrava no carro chamando a colega

—Mas...-A mesma não entendeu,afinal era evidente que era apenas os efeitos colaterais do encerramento agindo...porém Magali não hesitou e também entrou no veículo.

Assim os três foram em direção ao hospital num clima de medo e dúvidas,sem saber se algo inesperado iria acontecer.Já Cebola queria entender o que estava acontecendo...mas suspeitando seriamente de que aquele experimento estava apenas começando.