Lágrimas de Maroto - 1ª temporada escrita por JM


Capítulo 33
Capitulo 33 - Conselhos


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas!!
Como vão vocês?
Sei que não estou postando com a frequencia de antes, e peço desculpa por isso, mas a faculdade e o trabalho estão consumindo muito do meu tempo...prometo que vou tentar postar com maior regularidade, está bem?

Sobre o capitulo: ele ficou bem especial (pelo menos pra mim), e espero sinceramente que vocês gostem!!

Obrigado a todos que comentaram no capitulo anterior, e também a todos que acompanham esta história!

Boa leitura!!



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“Estava de volta aquele corredor negro, a fraca luz da varinha iluminando seus passos. Enquanto caminhava, tudo que conseguia ver era o que parecia ser um infinito corredor de paredes e chão de tijolos pretos, que a medida que ele andava se estreitava cada vez mais, parecendo se fechar sobre seu prisioneiro encurralado, tal como uma cobra que cerca sua presa antes de esmaga-la até a morte.

Enquanto percorria a longa extensão do corredor, tudo que conseguia ouvir era o som de seus pés contra o piso frio e as marteladas de seu coração que batia descompassado, aumentando mais e mais a medida que ele avançava por aquele caminho sinuoso.

Quanto maior era a distância percorrida, maior era o pânico que se instalava sobre o maroto. Parecia-lhe que aquela caminhada toda de nada estava servindo, era como se ele estivesse apenas girando e girando no mesmo lugar, sem nunca conseguir chegar ao seu destino.

Essa sensação de estar andando a esmo provocava um efeito sufocante. Um nó de desespero e desalento formou-se na boca de seu estomago, subindo até sua garganta para lá se alojar, o pânico do desconhecido fazendo com que até respirar se tornasse uma tarefa difícil.

À medida que o tempo passava, os passos inicialmente hesitantes e temerosos se transforam em um corrida desenfreada pelo corredor desconhecido. O maroto tinha a forte impressão de que conhecia aquele lugar, que já havia estado ali antes, mas por mais que forçasse sua memoria, não conseguia se lembrar, o que só serviu para que a urgência em sair dali se tornasse ainda maior.

Sem folego e com o coração mais parecido com uma grande bigorna que comprimia seu peito a cada batida, o maroto desacelerou a corrida por um momento, apoiando as mãos espalmadas em uma das paredes, respirando forte na tentativa de recuperar o folego.

Permaneceu assim por alguns segundos, sua mente povoada de questionamentos e temores, buscando desesperadamente encontrar uma saída. O que mais o incomodava não era exatamente a aparência física do lugar, mas a sensação de estarem em seu encalço, de estar sendo observado. Podia sentir, mesmo que não pudesse precisar exatamente o porquê desta certeza, que havia alguém que assumira a posição de espectador de seu desespero, apenas esperando a hora certa de se fazer presente.

Soltou as mãos da parede e apoiou as costas nela, ainda respirando de forma descompassada. Estava prestes a recomeçar a andar quando uma voz, bastante semelhante a um guincho de rato reverberou pelo aposento, repleta de escarnio e desprezo: - Ora, ora, ora, veja só se não é o nobre e convencido Sirius Black quem veio me fazer uma visita! Está perdido velho amigo? Precisa de ajuda? Quer que eu lhe mostre o caminho?

Ao ouvir a voz daquele traidor imundo, da pessoa que fora responsável por grande parte da tragédia na qual sua vida se transformara, o corpo de Sirius se retesou, revelando o desprezo e a dor que sentia pela suja alma de Pedro Pettigrew.

— Eu não preciso de nada que venha de você, seu traidor imundo! Saia daqui! Me deixe em paz, antes que eu resolva separar sua cabeça do resto de seu corpo! Acredite, posso fazer isso com um único feitiço, e vai ser um prazer terminar de uma vez com essa sua vidinha imprestável! – rugiu Almofadinhas, sentido que suas palavras saiam ásperas como fuligem, arranhando sua garganta.

— Quanta hostilidade para com um velho amigo que só está tentando ajuda-lo! – falou Rabicho, sua voz carregada de ironia. – Acho que você deveria começar a me tratar um pouco melhor sabia? Afinal, sou sua única saída aqui. Além do mais, duvida que você tenha coragem de cumprir suas palavras, você não passa de um trapo humano Sirius. Marcado pela culpa e pela dor da perda. Um fraco! Em pensar que um dia eu cheguei a idolatra-lo! Me vangloriava de ter você como amigo, e veja só o que você se tornou! Uma vergonha para a família, um foragido da justiça que não conseguiu nem mesmo proteger os melhores amigos....você levanta a voz para me chamar de traidor, dizer que eu tenho culpa pelo que aconteceu a James, mas a verdade, é que a culpa disso tudo é sua, e nós dois sabemos disso.

Almofadinhas abriu a boca para responder, mas as palavras não saíram. Sua vontade era de gritar que o que Pedro estava dizendo era mentira, que tudo que acontecera fora culpa de ele ter se vendido a Voldemort. Mais do que tudo, desejava simplesmente pular no pescoço de seu ex – amigo e sufoca-lo, mata-lo, faze-lo pagar por tudo que havia feito, por todo o mal que havia causado, mas simplesmente não conseguia se mover. Sentia seu corpo pesado como se fosse preenchido de chumbo.

Lentamente, deu um passo na direção de Rabicho, estendendo o braço para alcançar o pescoço roliço do covarde grifinório, mas antes que conseguisse completar seu objetivo, um forte clarão irrompeu pelo aposento, e uma mão pousou sobre seu braço estendido, pressionando para que este se abaixasse.

—Não faça isso, ele não vale seu esforço. – a voz calma e forte de James forte chegou aos ouvidos de Sirius, que não conseguiu acreditar no que estava acontecendo.

— James?? Pontas, é você? – falou Sirius estufado enquanto se virava para encarar o dono da voz que lhe impedira de estrangular aquele verme traidor, as lágrimas irrompendo pelos olhos e descendo por suas magras faces ao encarar os olhos castanho-esverdeados de seu melhor amigo.

James não respondeu, apenas abraçou o amigo, também extremamente emocionado. Sentira muita a falta de Almofadinhas, os dois eram como irmãos, e ele sabia exatamente como seu melhor amigo estava se sentindo com este reencontro. Não precisavam de palavras, o abraço já dizia tudo que precisava ser dito entre eles.

— Mas que comovente! Um reencontro entre os amiguinhos de escola! Fico quase comovido com essa demonstração de afeto de vocês dois, mas uma coisa mais importante esta me intrigando no momento: o que você está fazendo aqui Pontas? E como chegou aqui? – a voz de Rabicho se fez presente, interrompendo o reencontro entre os melhores amigos.

— Por que você não coloca essa sua mente brilhante para funcionar e descobre sozinho? – falou uma voz feminina, que Sirius reconheceu na hora como sendo de Lily, que até aquele momento ele não notara que também estava ali.

Desvencilhando-se de Pontas, Almofadinhas se virou para encontrar o cabelo ruivo e os olhos verdes brilhantes de Lily, tao iguais aos de Harry. A amiga lhe lançou um sorriso enorme, e cobriu a distancia que os separava, abraçando-o com força. Sentira muita falta de seu amigo e confidente, fora graças a intervenção de Sirius e Remus que ela e James haviam finalmente engatado um relacionamento na metade de seu sexto ano em Hogwarts, e a ruiva nutria um grande carinho pelo herdeiro mais velho dos Blacks. – Senti sua falta cachorro! – falou Lily, ainda abraçada ao amigo.

— Também senti muito a sua falta ruiva, você não sabe o quanto! Quero que você saia que estou fazendo o melhor que posso para cuidar de Harry, mesmo a distância.  – respondeu o maroto, suas palavras soando falhas por conta da emoção que sentia naquele momento. Como podia ser possível que aquilo estivesse acontecendo?

— Eu sei meu amigo, e agradeço muito por tudo que você tem feito pelo meu menino, Harry vai precisar muito de seu apoio Sirius, e tenho certeza que você irá saber como ampara-lo. – falou a ruiva, lançando mais um de seus radiantes sorrisos ao amigo quando se soltaram do abraço.

— Sinto desaponta-la cara Lily, mas duvido que Sirius consiga fazer muito por seu afilhado. Esse ai se transformou em uma sombra do que era. Alem do mais, logo, logo seu tempo terá se esgotado.  – intrometeu-se Pettigre, recebendo como resposta um olhar fulminante da esposa de James.

— Não se importe com isso Almofadinhas, são apenas ameaças vazias. Ele só está tentando desestabiliza-lo. Preciso que me prometa que não vai se deixar abalar por isso, está me entendendo? – disse James, olhando no fundo dos olhos do amigo, que apenas assentiu em sinal de concordância as palavras que lhe eram dirigidas.

— Agora, porque você não leva Almofadinhas para fora dessa escuridão James? Deixe que eu me encarrego do nosso velho amigo. – falou Lily, em uma voz suave, que, no entanto transparecia muito mais ameaça do que se ela estivesse gritando. Aquelas palavras, Rabicho não pode evitar encolher-se ligeiramente. Mesmo que não quisesse transparecer, sentia  certo receio com relação a Lily, sabia muito bem que a ex – amiga era uma bruxa extremamente talentosa.

— Você tem razão querida, já está na hora de tirarmos o cachorro daqui, ele já passou tempo demais preso nesse lugar. – respondeu James, que em seguida voltou a falar, dessa vez se dirigindo unicamente a seu melhor amigo: - Anda Almofadinhas, vou tirar você daqui.  

Aquelas palavras de Pontas, Sirius voltou a abraçar Lily, despedindo-se da amiga com os olhos marejados: - Vou sentir saudade ruiva. Sinto muito por toda a dor que minhas atitudes estupidas causaram...prometo que vou olhar pelo nosso menino está bem?

— Não se desculpe querido amigo! Tudo aconteceu exatamente como tinha que acontecer, um dia você vai entender o que estou dizendo. Obrigada por cuidar de Harry! Fico muito feliz que ele tenha você e Remus para cuidarem dele, eu não poderia pedir ninguém melhor! Agora vá, James vai mostrar-lhe o caminho, e me arrisco a disser que ele quer conversar com você em particular também. Após o maroto se despedir de sua melhor amiga, ele e James deram as costas a ela e a Pettigrew, seguindo seu caminho pelo túnel escuro.

— Isso não é real, é Pontas? – indagou Almofadinhas, após eles terem ganhado alguma distancia de onde Lily e Rabicho havia ficado.

— Só por estar acontecendo em sua cabeça, não significa que não é real Almofadinhas. Eu e Lily intervimos nesse seu sonho, ou melhor dizendo, pesadelo. Eu não aguentava mais vê-lo passar por isso quase todas as noites. Rabicho também está aqui por meio do sonho, supondo que esteja seja sua próxima pergunta. – respondeu o herdeiro dos Potter, calmamente, tentando transmitir tranquilidade diante da inquietação que seu amigo demonstrava.

— Entendo....obrigado por isso Pontas. Desde que fui parar em Azkaban, são poucas as noites que não tenho pesadelos. Mas deixa essa historia de sonho pra lá, Lily me disse que você queria conversar comigo, o que foi? – falou Sirius, notando que a expressão até o momento neutra de James assumiu uma feição de preocupação a menção do assunto sobre o qual ele queria tratar.

— Ela está certa. Estou preocupado com você, Sirius, nós dois estamos. As coisas ainda vão ficar muito difíceis antes de enfim melhorarem, e preciso que você seja forte está bem? E tem mais uma coisa, você tem que parar de se sentir culpado pelo que aconteceu. Você não tem culpa nenhuma! Muito pelo contrario, é graças a você que meu filho tem com quem contar! Então por favor, tente parar com isso está bem? Você precisa seguir em frente. – disse James, passando um dos braços ao redor dos ombros do amigo.

— Não sei se consigo Pontas. Se eu não tivesse insistido na troca do fiel do segredo, nada disso teria acontecido, Harry ainda teria os pais, e eu ainda teria meu irmão e minha melhor amiga. Já faz treze anos James, e não há um dia sequer em que eu não sinta falta de vocês, em que não imagino como seria se tudo fosse diferente. – a voz do maroto saiu pouco mais alta que um sussurro.

— Você consegue, eu sei que sim. Quanto à saudade, ela vai ser uma companheira eterna de todos nós, mas lembre-se: aqueles que nos amam nunca nos deixam de verdade. Por isso, tenha certeza de que tanto eu quanto Lily estaremos com você, Harry e Remus, mesmo que vocês não possam nos enxergar. Quero que você me prometa que irá tentar viver, e não apenas sobreviver está bem? Prometo que não estará tentando sozinho.

— Você sabe ser persuasivo quando quer, não é veado? – brincou Sirius, ambos rindo da antiga piada. – Está bem, prometo que vou me esforçar para não chafurdar na tristeza.

— Ótimo! Esse já é um começo. – respondeu James, feliz por estar na companhia de seu melhor amigo, mesmo que fosse por poucos instantes. – Já estamos chegando Almofadinhas. - Quando o maroto se deu conta, estava diante de uma porta sem maçaneta, pelas frestas da qual saia uma claridade forte.

— Quando você atravessar essa porta vai despertar de seu sonho, e me arrisco a dizer que vai adorar fazer isso, terá uma bela surpresa. – continuou James, um sorriso maroto brincando em seus lábios.

— Isso é um adeus Pontas? – inquiriu Sirius, que não sabia se estava preparado para se despedir tão cedo do amigo.

— Não. Esse é apenas um até breve! Ah, e antes que eu me esqueça, fique de olho no comportamento dos dragões, principalmente os húngaros ok? – com essas palavras, James abraçou novamente o amigo, e o conduziu até a porta agora aberta, sem dar tempo para que o outro dissesse mais alguma coisa, em direção àquela luz que parecia que iria cegar a ambos.”

— Almofadinhas!! Sirius!! Acorda criatura!! – a voz de Lupin chegou aos ouvidos do filho mais velho dos Blacks, fazendo-o despertar do sono profundo no qual se encontrava.

— Que? Aluado? O que está acontecendo? – perguntou Sirius, ligeiramente confuso e ainda sonolento.

— Finalmente! Achei que ia ter que jogar água fria para acorda-lo! Você parecia uma pedra! – respondeu Remus, parecendo estar muito feliz por algum motivo ainda desconhecido pelo outro maroto.

— O que está acontecendo de tão urgente para você vir me acordar? Logo hoje que eu não tive pesadelo? – resmungou Black, que queria ter continuado no sonho no qual estava. Não conseguia lembrar-se dele por completo, só que era um sonho bom, com Pontas e Lily...

— Pare de reclamar feito uma velha coroca! Temos visitas! A proposito, feliz natal! – respondeu Aluado, abraçando o amigo.


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Notas finais do capítulo

E então?? o que acharam??
Por favor, deixem um comentariozinho para fazer essa autora feliz!
No proximo capitulo teremos uma festa de natal e algumas explicações sobre o que aconteceu neste quase tres meses de salto temporal.
Vejo vocês nos comentários!
Beijokas!!