Le Sobriété de Pouvoir escrita por Megara


Capítulo 3
S01C03 - Poeira


Notas iniciais do capítulo

YEY! I'M BACK!
Finalmente, né?!
Olá serumaninhos lindos do meu ♥! Como cês tão?
Como é claro e óbvio que devo uma explicação a todos vocês; chega de enrolação, não é mesmo?
1. Bom... se alguém leu meu perfilzinho aqui no Nyah, deve ter chutado uma idade por aí (sei lá, talvez...), mas o caso é que eu estou no ensino médio (não vou falar idade por causa de umas histórias aí que eu leio, hihi), e eu, como uma aluninha fofa do segundo ano que trabalha, não tenho tempo quase nenhum, e esse tempo bem perto de zero chegou ainda mais perto depois que eu comecei a fazer curso técnico a noite. Então, recapitulando: Camilinda é uma pessoinha que trabalha de manhã, estuda a tarde e a noite; não é fácil.
2. Outra coisinha: meu notebook. Sou uma pessoa que ama a mobilidade do notebook, mas ô coisinha desgramada de quente... Resultado= superaquecimento e desligamento. O que ocasiona na minha completa falta de paciência (e olha que eu já sou a epítome da impaciência) e a perca de MUITOS documentos. Já aconteceu de eu estar quase terminando um bendito capítulo e... puff! Notebook desliga... Fico P-U-T-A de raiva e perco a vontade de escrever tudo de novo.
3. Para completar esse quadro lindo descrito acima: BLOQUEIO CRIATIVO! Uma delícia. Por causa dessa belezura que é tão difícil ser escritor e, como eu sou super encalhada com essa coisinha de escrever tudo com erros e mal feito, não sai nada. Escrevo, escrevo e escrevo e depois apago tudo pq não gostei... um dos males de ser perfeccionista...
Sei que prometi escrever capítulos periodicamente, mas tá difícil com isso tudo, gente... Eu tinha falado pra vocês todos que eu tinha capítulos prontos, e era verdade. Mas antes de postar, eu pensei melhor e postei todos juntos.
~Como assim "todos juntos"?~
Simples: os capítulos um e dois que vocês, pessoinhas, já leram, eram na verdade os QUATRO primeiros capítulos, que eu juntei por uns motivos ai que eu não posso contar (hihi)... E os outros que eu tinha escrito: culpem a Acer, sério. Não sei pq lançar um computador que superaquece TÃO RÁPIDO assim no mercado. Francamente...
ENFIM, meus amores... É isso. Espero que possam me perdoar pela demora e TENHAM MUITA PACIÊNCIA COMIGO ♥ ♥
Att.,
Megara.



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Florence já havia arrumado todas as suas malas. Os livros que nunca tiveram serventia a Dudley ela estava levando. Ela não tinha a mínima noção de como estudaria em sua nova e misteriosa escola, mas a garota tinha grandes expectativas.

Flor tentou se ater a diferentes atividades que pudessem ocupar sua mente. Mas... ao bordar, furou o dedo; ao tricotar, quase arrancou um olho com as agulhas. Ler parecia queimar os olhos e nem mesmo as deliciosas aventuras de Holmes e Watson pareciam entretê-la.

Que dia ordinariamente difícil.

Ao descer para o andar debaixo, Florence finalmente desistiu de fazer algo produtivo quando queimou dois bons ovos até o carvão. Jogou os restos fora, embora estivesse tentada a oferecê-los ao irmão (ele nunca realmente checava o que enfiava na boca).

Bem... ela podia tentar limpar o sótão. Os pais não se importavam realmente com as coisas que jogavam lá, logo nem mesmo saberiam se ela tivesse quebrado alguma coisa. Pegou alguns utensílios de limpeza no antigo “quarto” do primo e subiu em direção ao segundo andar.

Como em todas as casas que conhecia, o sótão ficava no último andar da casa, acessível por uma escada estreitinha e perigosa que era puxada do teto do segundo andar. Com a alça do balde enfiada em um dos braços, Florence arrastou uma cadeira pelo chão para que conseguisse alcançar a corda pendurada. A escada caiu com um estrondo.

Subiu com o balde pendurado balançando ao lado da cabeça, os pés quase escorregando dos degraus pequenos até mesmo para seus pés; não era de se surpreender que os pais nunca viessem ali. Quando chegou ao sótão, puxou o outro lado da corda e a escada subiu suavemente para seu lugar de origem.

Florence não se surpreendeu ao olhar em volta e encontrar pilhas e pilhas de caixas cheias de brinquedos quebrados, ultrapassados ou rejeitados de Dudley; ele não gostava que seus antigos pertences fossem doados, antes jogados fora. Sentiu novamente um pouco de raiva do irmão, mas rejeitou o sentimento.

A garota tinha uma forte alergia a poeira, mas o nariz escorrendo e os espirros não a impediram de espanar, limpar e consertar cada brinquedo que encontrou; eles seriam doados ao Orfanato Wool, nem que ela tivesse que levar brinquedo por brinquedo escondido durante anos.

Faltavam ainda algumas caixas quando Florence encontrou um tesouro escondido entre todas as outras caixas: livros. Lindos, novos e nunca usados antes; os olhos da garota podiam estar mesmo brilhando e ela não perceberia. Florence sabia que Dudley nunca gostara de ler, mas nunca o achara tão tolo antes. Brown, Fitzgerald, Dickens, Austen... bem, azar o dele...

Ela decidiu deixar aquelas caixas de lado um pouco, senão nunca terminaria de limpar o sótão. Eles estariam para sempre em sua posse, de qualquer forma. Se direcionou a última caixa do sótão. Engraçada, na verdade. Estava amassada e lacrada, mas Florence somente deu de ombros e pegou uma tesoura de dentro do balde que trouxera.

Abriu a caixa com cuidado e franziu um pouco as sobrancelhas quando atestou seu conteúdo. Fotos, muitas fotos e algumas fitas cassete. Franziu o nariz de nojo quando viu um bolo preto, bolorento e mofado, dentro de uma caixinha que pareceu um dia simpática, mas que estava corroída pelo tempo. Jogou-a no lixo e voltou novamente os olhos para as recordações.

Eram pessoas normais, mas não pareciam o tipo de gente das quais seus pais teriam fotos. Uma mulher de olhar bonito segurando-se em um homem alto e risonho, dançando no gelo, adolescentes, adultos; sempre o mesmo casal. Florence não conseguia entender por que aquelas fotos estavam justamente no sótão de sua casa. Até que achou uma das fotos mais antigas de todas.

Era uma garota que parecia o passado da mulher; os mesmos olhos, cabelos e o rosto simétrico. Florence mal notou que seus dedos tremiam um pouco ao segurar a foto. A garota... aquela garota parecia a mesma que a encarava de volta todos os dias quando estava de frente a um espelho. As mesmas ondas no cabelo, os olhos verdes..., mas os cabelos estavam errados, eram ruivos... ruivos acaju. Uma cor bonita.

Pegou uma foto do casal novamente e notou como o homem parecia com Harry, seu primo bruxo; a quem o casal Dursley não suportava. Assim como não suportava sequer a menção do casal Potter. A antiga Evans; bruxa. O Potter; bruxo. Florence estava olhando as fotos da família do primo.

Suas mãos tremiam ligeiramente e as lágrimas escorriam de seus olhos, mas Florence não entedia o motivo. Não conheceu o casal Potter, mas sentia uma grande compaixão pelo primo que não teve a oportunidade de crescer com os pais que pareciam amorosos. Era uma coisa muito triste para se pensar por muito tempo.

Ela então deixou a foto da pequena Evans de lado e continuou sua inspeção às outras fotos. Elas pareciam evoluir cada vez mais, até que Florence achou uma linda foto de casamento. Os pais de Harry pareciam radiantes, rodando em seu próprio eixo em uma pista de dança iluminada, um olhar apaixonado. Sob a luz alaranjada do anoitecer, a garota viu algo escrito no verso da foto: “James e Lilian Potter, 1978-“.

As fotos continuavam: uma casa bonita e austera, a chegada da primavera, a gravidez de Lilian, e, finalmente, Harry junto aos pais. Ele era um bebê gorducho, e aparecia em todas as fotos com um sorriso um pouco babado e pais risonhos atrás de si. Como seria Harry se os pais não tivessem morrido?

Perdida em pensamentos, Florence assustou-se quando viu que passara de uma foto de Harry em pé em seu berço para uma em que a família Potter não estava sozinha. Um homem de cabelos longos e negros acompanhava-os, na foto seguinte o homem sumira e um cachorro de pelo negro lambia o rosto de Harry. Na foto seguinte, o cachorro estava com Harry e outro homem em um sofá; cabelos curtos e um pouco desgrenhado e alguns cortes superficiais no rosto. Eles estavam todos risonhos, até mesmo o cachorro.

Florence poderia continuar a ver fotos até o dia seguinte, mas devia descer antes que a mãe a procurasse. Fez uma anotação mental de levar Harry ali quando acabasse o ano letivo do primo; sabia que ele gostaria de ver aquelas fotos.

Começou a guardar os brinquedos que limpara de volta em suas caixas, deixando-as de uma forma fácil de pegar. Chamaria alguém do Orfanato para pegar todos eles logo que pudesse.

Foi a vez das fotos serem guardadas no lugar, mas o lugar se tornara escuro como breu; anoitecera enfim. Florence não conseguia enxergar um palmo a mais em sua frente. Levantou-se com cuidado, mas não conseguiu se impedir de chutar a caixa, já bem danificada, das fotos. Droga! Não enxergava nada, mas sabia que todo o conteúdo se espalhava pelo chão.

Tateou cegamente por todo o cômodo até que encontrou outra corda, dessa vez um interruptor, que banhou todo o local com uma luz débil e amarelada. Olhou na direção das fotos e não se surpreendeu ao ver que, realmente, a caixa estava virada e tudo estava no chão. Suspirou antes de começar a arrumar tudo novamente.

Juntar as diversas fotografias se mostrou uma tarefa fácil se comparada ao resto do trabalho, mas a garota ainda levou um bom tempo para juntá-las sem danificar nada. Era um trabalho monótono, e depois de apenas alguns minutos Florence sentiu-se ligada em um modo automático, nem registrava mais algumas das fotos.

Faltava somente algo ao redor de duas dezenas para finalmente terminar, até que Florence encontrou uma foto queimada pela metade, as pontas do papel ainda carbonizadas. O autor da tentativa de destruição não fora bem-sucedido em seu intuito, o protagonista da foto ainda se encontrava brevemente intacto.

Era um adolescente magro, alto e de pele branca, sentado em um balanço com os pés brevemente encostados na grama verde. Ele parecia transtornado, a nariz em forma de gancho torcido em desgosto e os olhos brilhantes. Florence virou a foto para se certificar se não havia descrição. É claro que não.

Aquela foto deixou-a mais curiosa que todas as outras. Dentre todas as fotos de Potter, uma única de um completo desconhecido. Passou os olhos novamente pelas fotos restantes e encontrou outro achado interessante: Lilian com o garoto desconhecido, ambos deveras vezes mais jovens. Ele parecia sorridente, mas não era uma certeza; seu rosto parecia se desfigurar com uma expressão diferente.

Essa foto permanecia quase intacta, apenas um pequeno corte no meio da foto, nada que implicasse muita coisa. Era curioso, de fato, mas Florence não deu muita atenção ao fato. Aquela caixa de coisas parecia ter vindo diretamente da antiga casa dos Potter, e seus pais nada tinham conhecimento daquilo; certamente queimariam tudo com um piscar de olhos.

Florence terminou de guardar todas as fotos na caixa, pegou tudo que havia levado para o sótão e refez seu caminho para o andar de baixo, com pensamentos voltados para um banho quente e uma ligação ao Orfanato Wool.

Bem... de todas as fotos curiosas do sótão, podemos saber que Florence, definitivamente, não encontrou a mais intrigante.

 

Ela estava sentada calmamente no sofá da casa. Certificara que a mãe ainda não voltara do passeio na casa da “pobre Sra. Abrams” e o pai atrasaria para o jantar, Dudders estava enfurnado no quarto vendo televisão desde que acordara (o que não era surpreendente).

Florence se sobressaltou um pouco e levou as mãos ao pescoço quando finalmente ouviu a campainha tocar. A adrenalina rugia em seus ouvidos e parecia que alguém a pegaria em flagrante a qualquer momento. Patético. Outras com medo de serem pegas fugindo de casa e eu com medo de doar brinquedos a orfanatos... realmente.

Quando abriu a porta, encontrou um garoto alto e sardento, que mal parecia ter idade para dirigir, a frente à porta. Era um garoto comum; cabelos e olhos castanhos, compleição magra e jeito de assustado. Ele era até fofo, na opinião de Florence.

— Srta. Dursley? So-sou Peter Johanson, do Orfanato Wool.

— Olá. – Falou Florence, abrindo a porta para a passagem do garoto. – Presumo que veio recolher as doações, certo?

Somente recebeu um acenar leve de cabeça em resposta, mas decidiu não se demorar muito em formalidades; foi logo puxando o garoto até o segundo andar onde empilhara algumas das caixas com dificuldade.

Depois de algum tempo de esforço suado, todas as caixas de brinquedos estavam posicionadas na traseira da pick-up na qual o garoto chegara, e logo não tinham nenhum assunto de relevância para conversar.

— Então... você curte... pão? – Ele não gaguejara ao falar, mas Florence ainda sentia uma absurda vontade de gargalhar ante a pergunta. Decidiu que seria indecoroso.

— Presumo que sim. Nunca decidi não comer. – Falou Florence enquanto puxava algum fôlego, a vontade de rir ainda latente na garganta.

— Bem... ótimo, então... – Falou o garoto, se atrapalhando um pouco com as chaves, mas conseguindo entrar no carro com sucesso.

— Tem certeza que tem licença para dirigir, Sr.Johanson? Você aparenta pouca idade a mais que mim mesma...

— Hm... tome aqui um jornal, senhorita. Preciso ir, estão me esperando. – Ele não respondeu à pergunta, obviamente, e lhe entregou um jornal do dia. Florence se encontrou confusa enquanto observava o carro tomar partida e ir embora da Rua dos Alfeneiros.

Olhou atentamente o jornal em suas mãos e viu quando a mãe saiu da casa da Sra. Abrams cochichando junto a Sra. Flitz. Ambas se separaram ao atravessar a rua e seguiram rumos diferentes. Petunia estagnou em sua rota quando viu a filha parada na calçada da rua. Não obstante, passou por Florence e seguiu o caminho para casa.

Florence apertou o jornal nas mãos e seguiu a mãe.

 

Sentada de pernas cruzadas no sofá da casa, Florence folheava o jornal calmamente, observando uma notícia interessante sobre doninhas enraivecidas que apareceram no sudeste do país. Depois de ler sobre como os animais contraíram raiva de um cachorro, passou a página.

Era a seção de polêmicas, algo parecido com fofocas; nada que interessasse muito a Florence. Antes que passasse a página, um nome chamou sua atenção.

“O laureado Dr. Pettersen é preso pela morte de paciente. ”

Cada vez que lia mais uma linha da notícia, o coração de Florence bombeava mais forte o sangue. Era um ultraje! Uma mentira! Florence conhecia Sven Pettersen, o fora seu próprio psiquiatra, e ele não tinha coragem de matar moscas pois acreditava no direito à vida, imagine um paciente! Continuou a ler ávida a matéria, e, chegando ao parágrafo que citava o nome do tal, Florence, se possível, ficou ainda mais incrédula.

Patricia Watter era uma de suas colegas de quarto no internato. Enquanto Florence contava os dias para ir para casa, Patty amava cada segundo que podia viver longe de casa. Confidenciara a Florence sobre um pai abusivo, uma mãe submissa e agora jazia morta.

A foto do jornal mostrava Sven sendo preso em foco, mas Florence ainda podia ver Jason Watter e sua esposa ao fundo. A mulher chorava inconsolável, e tinha um braço amparado pelo marido. Florence não soube identificar o que, mas tinha algo errado com aquela foto; fosse errado o homem a ser preso ou aquela mão segurando Grace Watter em um torno tão apertado.

Um abajur da sala piscou e se apagou ao mesmo tempo em que a campainha era tocada.

O casal Dursley se encontrava na cozinha, com Petunia fazendo comida e Vernon reclamando sobre o dia de trabalho; a conversa de ambos cessou. Florence ainda tinha o jornal em mãos quando o pai emergiu da cozinha com a cara bolachuda vermelha como pimentão. Foi em direção a lareira e pegou o atiçador de brasa bem como fosse uma arma, e o segurou rente às costas. Caminhou para a porta.

Florence, bem como a tola que não era, seguiu o pai com curiosidade, a mãe espreitando da porta da cozinha. Quando Vernon abriu a porta para os inesperados, todos não poderiam ficar mais surpresos.

Era o casal mais incomum que Florence vira em toda a vida. Um senhor alto, de cabelos ralos e barba por fazer, vestido com roupas um pouco femininas e um cachecol colorido. A mulher; baixinha, rechonchuda e de rosto como um biscoitinho caseiro; vestida com um bongo e calças sociais. Eram ambos ruivos como cenouras maduras.

— Olá! Creio que seja o Sr. Vernon Dursley. – Começou a senhora – Sou Molly Weasley, e esse é meu marido Arthur.

— O que querem? – Perguntou Vernon, ainda tão vermelho quanto o cabelo dos Weasley.

— Ora, que educação estranha! Vocês trouxas são engraçados, de fato. – Falou o Sr. Weasley, olhando para dentro da casa com uma curiosidade quase infantil. – Podemos entrar? Está sereno do lado de fora.

Vernon, assim como Petunia, se mexeram com rapidez, como se apenas naquele momento tivessem notado que as pessoas mais estranhas que visitavam Little Whinging em anos estavam ali, bem a porta de sua casa, às sete horas da noite.

Ambos Weasley foram levados a sala da casa, com Florence seguindo a todos de perto. Quando Sr. Weasley sentou-se ao lado da esposa e os Dursley se acomodaram no outro sofá o mais longe que conseguiram, foi que todos deram nota à presença de Florence.

— Dahlia! – Esganiçou Petunia. – O que faz aqui? Ande, suba para seu quarto. Já!

— Seria um desperdício de tempo a pequena fazer isso agora, Sra. Dursley. – Falou a Sra. Weasley – Viemos a favor de Dumbledore para levar Florence Dursley para o local onde ela ficará hospedada junto de Harry até o início do ano letivo. Demoramos um pouco, até.

— Você acha que levará minha filha? – Falou Vernon, as veias grossas saltando do pescoço. – Realmente acha, hã? Digo que está enganada!

— Não vejo como poderiam impedir, Sr. Dursley. Sinceramente. – Resmungou Arthur Weasley, observando com curiosidade uma foto de Dudley. – Mas seria uma falta de respeito termos de levá-la sem sua devida permissão, visto que já foi confirmado que a mesma deseja, sim, tomar aulas em Hogwarts.

Petunia arquejou com a menção da escola que parecia atormentar seus pesadelos.

— Ela... ela... não tem tal maturidade! É por isso que crianças tem pais como responsáveis legais! Ela mal sabe o melhor para si! – A própria Florence arquejou com o ultraje. Que absurdo!

— Sr. E Sra. Dursley, nós poderíamos leva-la sem permissão, caso quiséssemos, mas obviamente não o faremos, é claro! – Falou a Sra. Weasley, mexendo as mãos dentro da bolsa que levava a tiracolo com nervo. – Mas devo informa-los que se a pequena não sair desta casa acompanhada de nós hoje, não voltaremos-

— Não poderiam dar notícia melhor! – Interrompeu Vernon, levantando-se. – Vão embora e não voltem mais!

— Eu não terminei de falar, Sr. Dursley. Francamente! Tão trouxa... – Resmungou a senhora olhando-o reprovadora. – Como eu dizia; não voltaremos mais, porém outro bruxo ou bruxa será mandado para buscar Florence. E creio que, se for a pessoa da qual eu desconfio que será, ela não será tão paciente quanto estamos sendo.

— Não temos medo de gente de sua laia! – Florence sabia muito bem que aquilo era mais que uma mentira; seus pais se aterrorizavam com bruxos.

— Mas terá muito medo se um homem chamado Snape entrar por essas portas tão enraivecido pela inutilidade de estar aqui quanto um furacão. Ele é absolutamente intragável. – Comentou Arthur Weasley.

— Vá buscar suas coisas, Dahlia. Não quero mais essas pessoas em minha casa. Ande! Já! – Petunia se manifestara, enfim. Florence estava surpresa, não imaginava a mãe tentando ajuda-la. – Já bastava Potter, agora minha única filha...

— É o sangue de sua irmã, Petunia-

Florence não ouviu muita coisa a mais da ladainha usual dos pais; culpar outros por coisas inevitáveis era sua especialidade. Subiu como um pássaro em direção ao próprio quarto e simplesmente pegou suas coisas que estavam arrumadas quase desde a saída do primo, voltou-se para a porta novamente e trombou com algo alto e gordo parado em frente ao seu quarto. Seus olhos subiram por uma roupa amarrotada e encontraram os de Dudders.

— Vai ‘pra mesma escola que Harry, certo? – Perguntou ele, com os braços cruzados sobre o peito. Florence simplesmente acenou a cabeça. – Se alguém irritar você, treine aquele soco de direita que eu te ensinei no ano passado na cara da pessoa. Proteja o rosto e se precisar arranhe e chute, depois corra!

Dudley podia ser um pé no saco, mas tinha se tornado o menos insuportável da família Dursley para Florence. Como sabia que nenhum dos dois lidava bem com abraços, simplesmente trocou um aperto de mão e um pequeno soco amigável com o mesmo e, finalmente, saiu do quarto.

 

Depois de apenas alguns acenos e nada de afagos, Florence finalmente virou as costas para a residência da família Dursley e ouviu a porta bater atrás de si. Com a mão quente da Sra. Weasley em um de seus ombros, ela reparou, enfim, no carro que a esperava.

Era o mesmo em que Harry havia fugido dias atrás; o velho Ford Anglia azul, com pintura descascando e que parecia piscar com os faróis defeituosos.

— Entre e coloque o cinto, querida. – Disse a Sra. Weasley amorosa – Por mais que Arthur ache o contrário, ele ainda não tem uma grande habilidade com engenhocas trouxas como o carro.

Os três entraram quase simultaneamente no carro, e, mesmo surpresa pela amostra de magia a sua frente, Florence se sentou ao lado de Molly; era um banco tão grande que caberiam mais duas pessoas, bem ali, no passageiro da frente.

— Obrigada pela ajuda, Sr. E Sra. Weasley, não acho que conseguiria ir para Hogwarts se não fosse pelos senhores.

— Não seja boba, querida. – Falou sorridente, o Sr. Weasley – Agora durma um pouco encostada em Molly. Já são quase oito horas da noite e ainda teremos algum chão para percorrer. Se Molly deixasse...

— Menos, Arthur. Temos tempo. – Falou Molly, já abraçando a garota de lado. – Dirija com cuidado.

  Não demorou muitos minutos e Molly Weasley já tinha uma garota loira adormecida em seu colo.

 

Florence não saberia dizer quanto tempo levara, mas sabia que tinha dormido um bocado. A garota acordou quando o velho carro dera um tranco sofrido e morrera em um gramado muito extenso e verdinho; o Ford não parecia muito animado a continuar.

— Acho que temos um problema... – Falou Florence, com a voz ainda arrastada de sono.

— Deixe-o descansando aqui mesmo hoje, Arthur. – Falou Molly, pegando Florence pelo braço e já descendo do carro. – Já está muito tarde e não queremos acordar as crianças...

— Conhece seus filhos, querida. Sabe que ninguém está dormindo... – Falou Arthur, também saindo do carro e seguindo a esposa.

— Bem... talvez Percy esteja dormindo...

Florence queria pedir explicações, mas sua língua parecia borrachuda e seca demais, colada no céu da boca como adesivo. Seus olhos coçavam e sua boca não parava de abrir-se em um bocejo. Queria perguntar tanto...

Quando a Dursley finalmente teve a força de vontade de abrir os olhos, sentiu vontade de abrir ainda mais a bocarra, tal qual a surpresa que a assolou.

Sob o horizonte, iluminada pelas estrelas do cair da noite, estava uma construção até charmosa. A casa dos Weasley parecia um grande cômodo que parecia ter evoluído e ganhado cômodos e chaminés aqui e ali; amontoados uns sobre outros. Um cercado simpático de madeira dava a volta pela casa e o gramado verde continuava até onde os olhos alcançavam. Em um letreiro torto de madeira, enfiado ao chão, lia-se “A Toca”.

Enquanto se aproximavam d’A Toca, Florence reparou nas luzes; todas acesas. Pequenas e grandes cabeças de cenoura e olhos esbugalhados os espiavam de dentro da casa. Florence contou quatro ruivos, mas não achava a cabeça castanha do primo em lugar nenhum. Estaria Harry dormindo?

— Boa noite, família! – Saudou o Sr. Weasley, quando finalmente todos haviam tirado os casacos e entrado porta adentro. – Estão perdoados por não estarem na cama; é quase noite de festa mesmo...

— Não os encoraje, Arthur!

Antes que pudesse processar a rapidez dos acontecimentos, Florence estava cercada de ruivos; todos de vários tamanhos e bem altos. Localizou os gêmeos Weasley e Ron (que conhecera outrora) rapidamente.

— Olá, Srt. Dursley!

— Que presença ilustre... – Os gêmeos sempre se completavam nas frases, como Florence podia perceber. Resolveu manter alguma distância dos mesmos, parecia haver algum perigo naqueles olhos matreiros.

— Olá, Fred. Olá, George. E olá a todos. Onde está, Harry? – Perguntou a garota, curiosa e, ao mesmo tempo, curiosa.

— Bem... Harry sempre foi um pouco tentado ao desastre... – Começou Ron, coçando a nuca meio constrangido. – Quando todos vimos que tinham chegado e o carro tinha enguiçado de novo, corremos para as janelas. Harry escorregou e bateu o cabeção na mesa quando correu. Fred e George arrastaram ele para o sofá.

Embora estivesse preocupada, Florence certamente não estava surpresa com a falta de habilidade motora do primo; pelo que sabia, Harry só era bom em movimentos quando estava no ar. Olhou um pouco aflita para a Sra. Weasley, que já seguia para outro lugar, e seguiu-a.

Enquanto Florence entrava adentro d’A Toca, reparava que tudo não poderia ser mais diferente da casa em que viveu todos os anos de sua vida. Petunia era tão asseada que beirava o delírio, enquanto os Weasley pareciam achar mais aconchegante e acolhedor uma pequena-grande bagunça arrumada. Florence preferiu muito mais aquilo tudo à Rua dos Alfeneiros, com sua falsa perfeição.

Quando chegaram ao sofá onde Harry estava, Florence sentiu o pequeno aperto que tinha no peito desfrouxar. Harry estava calmo como um bebê dormindo, somente um considerável caroço sobressalente na testa. Havia uma garota ruiva como todos os outros sentada perto de meu primo, ela o observava curiosa e um pouco interessada. Recebi um olhar confuso da mesma.

— Harry... acorde... – Florence tirou os cabelos rebeldes do primo que cobriam brevemente a testa e sua cicatriz e o chacoalhou um pouco. Seus olhos verdes como os seus se abriram lentamente até que estivem arregalados.

— Flor! Você chegou! – Harry levantou meio desengonçado e a envolveu em um abraço.

— Olha só... – Começou a garota, sorrindo enquanto lhe dava um soco fraternal no peito. – Podemos atestar agora que seu cérebro não escorreu pelas orelhas quando bateu essa testa gigante na janela.

— Engraçadinha como sempre, prima...

Florence fora apresentada aos Weasley que ainda não conhecia. Sua primeira impressão de Percy fora a de um garoto que tentava desesperadamente surpreender; talvez a si mesmo ou a todos os outros, Florence não sabia. De Ginny, Florence criou uma breve amizade, que se deu, talvez, pelo fato de serem da mesma idade, mas ela ainda parecia inconstante sobre Florence; talvez fosse aquele leve interesse que tinha visto nos olhos dela quando olhava Harry...

— Bem... todos foram apresentados devidamente. Infelizmente, todos estão bem acordado e, como Florence ainda não comeu, o mais sensato seria fazer algum chocolate quente...

Bem... Florence atestou em sua primeira noite n’A Toca como a vida com a família Weasley podia ser divertida e saborosa.


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Notas finais do capítulo

E aí, está! Espero que tenham gostado...
No próximo acho que vai todo mundo se surpreender... ;)
Se eu conseguir, posto ainda na quarta-feira que vem!
Beijos regados de muito amor!
Att.,
Megara ♥



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