Le Sobriété de Pouvoir escrita por Megara


Capítulo 4
S01C04 - Beco Diagonal


Notas iniciais do capítulo

Olá, serumaninhos lindosss ♥
Como cês tão?
Antes de mais nada, queria dizer que estou surpresa: Consegui terminar o capítulo até que rápido! Foi um rápido lento, mas eu tô felizona :)
Venho com um pedido, também, por favorzinho não deixem de comentar nos capítulos; é uma das coisas que nos motiva a seguir em frente, nos faz saber o que precisamos melhorar e o que devemos continuar, motiva...
Aos leitores fantasmas: DEIXEM DE SER FANTASMINHAS!!!
PLEEEEASE ;-;



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Naquela primeira noite, Florence não conseguiu dormir, por mais que estivesse cansada da viajem e com um sentimento gostoso de euforia no peito. Olhava o teto florido do quarto de Ginny, pensando em Hogwarts, no primo e nas famílias; não conseguia desligar o cérebro e adormecer.

— Está acordada ainda? – Perguntou Ginny, sentando-se em sua cama e esfregando um pouco os olhos. – Não consegue dormir?

— Estou acordada.

— Então... – Começou ela, fazendo Florence levantar da cama para observá-la. – Você gosta do Harry?

— Então, Ginevra. – Começou Florence, saboreando o nome. – Está me ignorando todo esse tempo por ciúmes?

— Claro que não, sua boba. – Falou a ruiva, vermelha como um pimentão, e virou-se para olhar a outra nos olhos. – E não me chame de Ginevra.

— Meu primeiro nome também é horrível, Ginny. – Respondeu Florence, rindo de sua cara, inchada como um sapo-boi, igual à Sra. Weasley nervosa. – Acredite, “Dahlia” não me parece um nome muito bonito.

A primeira reação dela foi olhar para a koira com um ar desconfiança, depois pareceu analisar a fala e logo começou a rir.

— Seu primeiro nome é “Dahlia”? – Falou, e continuou rindo mesmo vendo a cara enfezada da outra. – Certo, certo... “Dahlia” realmente não parece um nome bonitinho.

— “Ginevra” também não. – Falou Florence, rindo um pouco e estendendo a mão para a outra. – E eu não sou Dahlia, sou Florence.

— Bem... Antes eu te conhecia apenas como “a prima de Harry”, - Falou Ginny, levantando-se e pegando a mão estendida da Dursley. -, tenho que dizer que conhecer “Florence” parece mais interessante. Sou Ginny, Flor.

 

A vida na Toca era a mais diferente possível da vida na Rua dos Alfeneiros. Os pais de Florence gostavam de tudo limpo e arrumado; a casa dos Weasley era cheia de coisas estranhas e inesperadas. A garota Dursley caiu assustada quando se viu gritando “Penteie esse cabelo, desmazelada!”, no espelho sobre o console da lareira da cozinha.

O vampiro no sótão uivava e derrubava canos, sempre que sentia que a casa estava ficando demasiado quieta (o que quase nunca acontecia), e as pequenas explosões que vinham do quarto de Fred e George eram consideradas perfeitamente normais.

Porém, o que ela tinha achado mais fora do comum na vida nos Weasley era o mais improvável: o afeto que pareciam sentir por ela e, principalmente, por Harry.

A Sra. Weasley se preocupava com o estado de seus livros e tentava forçá-la a repetir a comida três vezes por refeição. O Sr. Weasley gostava que Florence e Harry sentassem ao lado dele, na mesa do jantar, para poder enche-los de perguntas sobre a vida com trouxas, pedindo explicações sobre como funcionavam coisas como as tomadas e o correio postal.

Numa bela manhã, cerca de uma semana depois de chegar à Toca. Florence e Ginny, quando desceram para tomar café, encontraram o Sr. e a Sra. Weasley já sentados à mesa da cozinha. Logo depois de colocarem a comida, Harry e Ron desceram e, no instante em que viu Harry, Ginny sem querer derrubou a tigela de mingau no chão fazendo um estardalhaço. A garota parecia muito propensa a derrubar coisas sempre que Harry entrava. Ela mergulhou debaixo da mesa para apanhar a tigela e reapareceu com o rosto rubro como um sol poente. Florence não conseguiu segurar a risada.

Harry fingindo não notar, sentou-se e aceitou a torrada que a Sra. Weasley lhe oferecia. Ele sorriu para Florence e lhe bagunçou o cabelo, olhando um pouquinho para Ginny, que tentava limpar o mingau do queixo.

— Cartas da escola - disse o Sr. Weasley, passando a Florence e Gina envelopes idênticos de pergaminho amarelado, endereçados com tinta verde. - Dumbledore já sabe que vocês estão aqui, crianças, ele não perde um detalhe, aquele homem. Vocês dois também receberam - acrescentou ele, quando Fred e George entraram descontraídos, ainda de pijamas.

Durante alguns minutos fez-se silêncio enquanto todos liam as cartas. Apesar de ter recebido a carta ainda na casa de seus pais, Florence não deixou de sentir as mesmas emoções conflitantes de outrora naquele momento. Medo, euforia e êxtase se entrelaçaram como cobras em seu estômago.

Srt. D. F. Dursley,

Terceiro andar,

A Toca,

Ottery St. Cathpole.”

 

Puxou, finalmente, a carta e leu,

“ESCOLA DE MAGIA E BRUXARIA HOGWARTS

Diretor: Alvo Dumbledore

(Ordem de Merlin, Primeira Classe, Grande Feiticeiro, Bruxo Chefe, Cacique Supremo, Confederação Internacional de Bruxos).

Prezada Srta. Dursley,

Temos o prazer de informar que V.Sa. tem uma vaga na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Estamos anexando uma lista dos livros e equipamentos necessários. O ano letivo começa em 1º de setembro. Aguardamos sua coruja até 31 de julho, no mais tardar.

Atenciosamente,

Minerva McConagall.

Diretora Substituta.”

 

Logo depois vinham o anexo com a lista de materiais. Florence leu tanto o nome de um tal Gilderoy Lockhart nos autores que admirou um pouco o homem. Ninguém poderia não ser incrível e estar em quase todos os livros da grade curricular de Hogwarts.

George, que terminara de ler a lista, deu uma espiada na de Harry.

— Mandaram você comprar todos os livros de Lockhart também! - Admirou-se. - O novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas deve ser fã dele, aposto que é uma bruxa.

Ao dizer isto, o olhar de George cruzou com o de sua mãe e ele rapidamente voltou a atenção para a sua geleia. Florence lembrou-se vagamente do assunto.

— Quem é Lockhart? – Perguntou Florence, afinal, o que ela conhecia de magia eram os livros velhos de Harry e neles não havia nenhum Lockhart.

— Gilderoy Lockhart, Ordem de Merlim, Terceira Classe, Membro Honorário da Liga de Defesa contra as Forças do Mal e vencedor do Prêmio Sorriso mais Atraente da revista Semanário das Bruxas cinco vezes seguidas. Um ótimo escritor. – Falou a Sra. Weasley sorrindo e mostrando um livro sobre pragas domésticas, que curiosamente tinha um homem sorridente e loiro demais na capa.

— Aquele por quem mamãe tem um xodó. – Falou Ron dando um risinho e voltando rapidamente seu olhar para o prato.

— Ah, você também vai entrar para Hogwarts este ano? — Perguntou Harry a Ginny, depois de observar sua carta quase idêntica à de Florence.

Ela confirmou com a cabeça, corando até a raiz dos cabelos flamejantes e enfiou o cotovelo na manteigueira. Felizmente, ninguém exceto Harry viu, porque, naquele momento, o irmão mais velho de Ron, Percy, entrou na cozinha. Já estava vestido, o distintivo de monitor de Hogwarts preso no suéter.

— Bom dia! - Disse Percy animado. - Lindo dia.

Sentou-se na única cadeira desocupada, mas quase imediatamente levantou-se de um salto, erguendo do assento um espanador de penas cinzentas – ou pelo menos era o que parecia, até que começou a respirar.

— Errol! - Exclamou Ron, recolhendo a coruja inerte da mão de Percy e extraindo uma carta que ela trazia presa sob a asa. - Finalmente chegou a resposta de Hermione. Escrevi a ela avisando que íamos tentar salvar você dos Dursley.

Ele levou Errol até um poleiro na porta dos fundos e tentou fazê-lo encarrapitar-se, mas a coruja tornou a desmontar, por isso Ron a deitou na tábua de escorrer, resmungando. Em seguida ele abriu a carta de uma amiga da escola e leu-a em voz alta.

Queridos Ron e Harry, se estiver aí.

Espero que tudo tenha corrido bem, que Harry esteja bem e que você não tenha feito nada ilegal para tirá-lo de lá, Ron, porque isso criará problemas para o Harry também, sabe como os tios dele são... Tenho estado realmente preocupada e, se Harry estiver bem, por favor, mande me dizer logo, mas talvez seja melhor usar outra coruja, porque acho que mais uma entrega talvez mate essa.

Estou muito ocupada, estudando, é claro...

 

— Como é que pode! - Exclamou Ron horrorizado. - Estamos de férias!

— Mas estudar nunca é demais! – Comentou Florence, com um olhar reprovador.

— Você deveria aprender alguma coisa com seus amigos, Ronald! – Reclamou a Sra. Weasley. Ron olhou rapidamente para as duas e continuou a leitura.

E vamos a Londres na próxima quarta-feira comprar os livros novos. Porque não nos encontramos todos no Beco Diagonal?

Mande notícias do que está acontecendo, assim que puder. Afetuosamente, Mione”.

 

— Bom, isso se encaixa perfeitamente. Podemos ir comprar todo o material de vocês, também - disse a Sra. Weasley, começando a tirar a mesa. - Que é que vocês estão planejando fazer hoje?

 

A Sra. Weasley acordou-os bem cedo na quarta-feira seguinte. Depois de comerem rapidamente quase uma dúzia de sanduíches de bacon cada um, vestiram os casacos e a Sra. Weasley apanhou um vaso de flor no console da cozinha e espiou dentro dele.

— Ah, muito bem, hóspedes primeiro! Pode começar, Harry querido!

E ela lhe ofereceu o vaso de flor. Harry olhou para os Weasley, que o observavam.

— Q-que é que eu tenho que fazer? - Gaguejou.

— Ele nunca viajou com Pó de Flu - disse Ron de repente. - Desculpe Harry, eu me esqueci.

— Se você nunca o usou antes...

— Ele vai conseguir, mamãe — disse Fred. - Harry observe a gente primeiro, você também Florence.

Fred apanhou uma pitada de pó brilhante no vaso de flor, foi até a lareira e atirou o pó no fogo.

Com um rugido, as chamas ficaram verde-esmeralda e mais altas do que Fred, que entrou nelas e gritou "Beco Diagonal!” e desapareceu.

— Vocês precisam falar bem claro, queridos - disse a Sra. Weasley a Harry e Florence, quando George mergulhou a mão no vaso. - E se certifique se está saindo na grade certa...

— Na o quê certa? - Perguntou Florence, um pouco nervosa, enquanto as chamas rugiam e arrebatavam George de vista.

— Bem, há um número enorme de lareiras de bruxos para você escolher, sabe, mas se você falar com clareza...

— Eles vão acertar, Molly, não se preocupe - disse o Sr. Weasley, servindo-se de Pó de Flu, também.

— Mas, querido, se eles se perderem, como é que iríamos explicar aos Dursley?

— Eles não se importariam - tranquilizou-a Harry, enquanto Florence ria um pouco. - Duda ia achar que teria sido uma piada genial se eu me perdesse dentro de uma lareira, não se preocupe.

— Bem... está bem... você vai depois de Arthur - disse a Sra. Weasley. - Agora, quando entrar no fogo, diga aonde vai...

— E mantenha os cotovelos colados ao corpo – aconselhou o Sr. Weasley, desaparecendo da lareira logo depois.

— E os olhos fechados - recomendou a Sra. Weasley. - A fuligem...

— Não se mexa - disse Ron. - Ou pode acabar caindo na lareira errada... mas cuidado para não entrar em pânico e sair antes da hora. Espere até ver Fred e George.

Harry parecia estar indo para a forca, mas avançou corajosamente até a beira do fogo. Inspirou profundamente, lançou o pó nas chamas e entrou; ele abriu a boca e tentou dizer “Beco diagonal”, mas o que saiu foi:

— B-be-co Diagonal - tossiu.

Logo as chamas o engoliram e era a vez de Florence. Ela acabou por lamentar amargamente por caçoar mentalmente de Harry, afinal, ela mesma estava aterrorizada.

Florence pegou um pouco do Pó de Flu que a Sra. Weasley lhe estendia, lançou o pó nas chamas e entrou; o fogo lhe lembrava das horas agradáveis e mornas em que se lembrava de que era sábado, depois de acordar cedo demais; abriu a boca e falou alto e claro.

— Beco Diagonal!

A sensação era parecida com estar sendo espremida e socada para dentro de um buraco de roedores. Parecia que estava girando muito rápido. Os gritos e falatórios em seus ouvidos era ensurdecedor. Ela conseguiu manter os olhos abertos por um tempo, mas a sensação de rodar estava lhe dando um enjoo muito forte.

As sensações pareciam demais e Florence mal podia esperar para cair fora dali, o que foi rápido, considerando que assim que viu uma lareira com alguém ela se mexeu como se estivesse afogando.

Quando tudo acabou, ela caiu logo em cima de um garoto de cabelos platinados loiros e penteado para trás que estava parado bem à frente da lareira do lugar, estavam em uma loja abarrotada de adolescentes e crianças de todas as idades, que mexiam em prateleiras de jogos falantes e caixas de brinquedos esquisitos.

— Droga! – Praguejou o garoto. – Saia de cima de mim, sua louca!

— Desculpe... – Falou Florence. – Não estou acostumada com Pó de Flu.

Enquanto tirava seus cabelos desgrenhados da frente dos olhos, não percebeu que o garoto a olhava, avaliando-a.

— Quem é você?

— Meu nome é Florence Dursley. – Disse a garota, de queixo erguido. – E você é?

— Dursley? Nunca ouvi falar de nenhuma família bruxa com esse nome, é trouxa?

— Sabe, Sr. Educadinho, quando as pessoas dizem o nome para um estranho, esperam que ele responda igualmente. Principalmente quando são questionados sobre tal.

— Draco Malfoy. – Falou com um sorriso arrogante no rosto – Então, é trouxa ou não?

— Não, sou bruxa. – Falou ela, com um vinco entre a sobrancelhas. – Não acho que teria algum trouxa aqui, de qualquer forma...

— Acredite, garota, têm mais do que se pode imaginar... – O loiro arrogante deu um passo à frente e pegou uma das mechas de cabelo de Florence, analisando.

— Pelo menos você também é loira... Minha família vêm se erguendo através dos séculos com essa cor nos cabelos. Você poderia ser uma Malfoy e nem mesmo saberia.

— Não existem Malfoy’s desconhecidos, Draco. – Retrucou uma voz às costas de Florence. Ela olhou para trás e pode vislumbrar um flash do que poderia ser o futuro do garoto que conversara; alto, loiro e longos cabelos, pose aristocrática e olhos gelados. – Vamos embora agora. Passar bem, Srta. Dursley...

Por algum motivo desconhecido, Florence não gostou do sorriso frio do homem, e ele tampouco se apresentara. Ela observou enquanto Draco Malfoy saia de perto de si e encarapitava-se perto do mais velho. Talvez pai e filho, quem sabe...

Eles não lhe dirigiram mais a palavra, e ela somente observou com interesse superficial ambas as costas e, sem mais nem menos, saiu porta afora a procura de seus acompanhantes.

 

Achar sete bruxos de cabeças flamejantes pelas ruas do Beco Diagonal foi mais difícil que Florence imaginara. Eram tantos bruxos e bruxas que andavam sorridentes pelas ruas, que a baixa estatura pouco ajudava e quanto mais ela andava, mais parecia perdida.

Logo Florence começara a se desesperar. Pouco custava ela ficar perdida para todo o sempre, ser sequestrada ou talvez morta por alguém mau intencionado. Ela olhava para os lados e via crianças sorrindo e correndo, andava e andava, mas sempre parecia parar no mesmo lugar.

Quando parecia não haver outra opção senão sentar ao chão e chorar de desespero, Florence foi agarrada pelos braços por trás. Tentou se virar rapidamente já com a boca aberta ao grito, mas logo foi abraçada. Gentilmente, ela reconheceu o abraço e retribuiu.

— Quase tendo um ataque de pânico, certo? – Perguntou Harry, o queixo dele tremendo sua cabeça pelo uso da voz. – O que faz aqui, Flor?

— Eu saí na lareira errada e não consegui achar os Weasley. – Florence conhecia aquele sentimento de desamparo e ansiedade, mas conseguiu engolir o bolo de emoção que parecia obstruir sua garganta.

— Vamos encontra-los, não se preocupe. – Falou Harry soltando-a, mas mantendo um braço sobre seus ombros. – Hagrid, essa é minha prima Florence. Florence, esse é Hagrid. Ele é guarda-caça de Hogwarts.

Florence não sabia como havia conseguido ignorar um homem daquele tamanho. Hagrid era enorme por todos os ângulos que se podia olhar. Parecia ter quase três metros de altura e, pelo menos, a metade de largura. Suas mãos pareciam ter o tamanho de todo o torço de Florence. Ela poderia ter ficado com medo, mas a confiança que Harry parecia ter com o homenzarrão logo a acalmou.

— Olá, Hagrid. – Respondeu Florence, estendendo a mão. Hagrid pareceu sorrir, mas não pode responder; Harry, em menos de um minuto, tinha uma garota pendurada em si.

— Harry! Eu estava procurando por você! – Falou a garota, sorrindo e olhando para Florence e Hagrid. – Olá, Hagrid. Olá... você.

— Hermione! – Exclamou Potter, surpreso. – Como você...

— Eu estava esperando em Gringotes e vi Hagrid, depois vocês dois. – Explicou Hermione, dando de ombros. – Onde estão os Weasley? Quem é ela?

Florence achou-a um pouco rude, mas não ligou muito, ela parecia hiperativa e um pouco mandona em seu normal.

— Nos perdemos na lareira. E meu nome é Florence Dursley, sou prima de Harry. – Falou ela, sendo amassada em um abraço logo depois.

— Oi! Harry sempre falava de você em Hogwarts. – Disse Hermione, largando a outra e sorrindo logo depois. Florence gostou dela, não parecia uma pessoa ruim e era amiga de todos os bruxos que Florence conhecia. Bem... quase todos.

Tão logo todos se apresentaram, em um timing perfeito, se viraram ao som de passos: correndo pela rua cheia de gente vinham Ron, Fred, George, Percy e o Sr. Weasley. Todos afobados e com o cabelo a se misturar com os rostos corados pela corrida.

— Harry, Florence - ofegou o Sr. Weasley. - Tivemos esperança de que vocês só tivessem ultrapassado uma grade de lareira... - Ele enxugou a careca reluzente. - Molly está alucinada... Aí vem ela.

— Onde foi que vocês saíram? - perguntou Ron. – Olá, Hermione!

— Harry saiu na Travessa do Tranco - informou Hagrid de cara feia.

— Que ótimo! - exclamaram Fred e George juntos.

— Nunca nos deixaram entrar lá - comentou Ron invejoso.

— Ainda bem - rosnou Hagrid.

— Eu saí numa loja de jogos. Estava lotada de adolescentes e crianças. – Falou Florence.

— Ah, devia ser a Grambol & Japes. – Começou Fred, com um cara pensativa.

— A Gemialidades Weasley vai ser ainda maior que ela, você vai ver. – Terminou George.

Antes que ela tivesse chance de perguntar o que era “Gemialidades Weasley”, a Sra. Weasley aproximou-se correndo, a bolsa balançando loucamente em uma das mãos, Ginny agarrada à outra.

— Ah, Harry, Florence, vocês podiam ter ido parar em qualquer lugar... – Falou a Sra. Weasley ofegante.

Tomando fôlego ela tirou uma grande escova de roupas da bolsa e começou a escovar a fuligem de Harry; Florence estava bem limpa. O Sr. Weasley apanhou os óculos de Harry, deu-lhes uma batida com a varinha e os devolveu, como se fossem novos.

— Bom, tenho que ir andando - disse Hagrid, cuja mão era apertada pela Sra. Weasley ("Travessa do Tranco! Se você não o tivesse encontrado, Hagrid!"). - Vejo vocês em Hogwarts! — E o grandalhão se afastou a passos largos, a cabeça e os ombros mais altos do que os de todo mundo na rua cheia.

— Vamos ao Gringotes. Preciso encontrar meus pais. – Falou Hermione, conduzindo ao prédio branco de mármore.

— Adivinhem quem eu encontrei na Borgin & Burkes? - perguntou Harry a Ron e Hermione enquanto subiam as escadas do banco. - Malfoy e o pai dele.

— Malfoy? – Perguntou Florence. – De Draco Malfoy?

— Sim. – Falou Harry olhando-a desconfiado. – Eu já lhe falei sobre ele.

— Não me lembrei. – Falou ela de cara amarrada. – Caí em cima dele na Grambol & Japes. Draco parece estranho, falou sobre família e sangue, então outro como ele chegou e o levou.

Logo depois, o clima ficou tenso e ninguém se manifestou por um bom tempo, até o Sr. Weasley quebrar o gelo.

— Lucius Malfoy comprou alguma coisa na Travessa do Tranco? - perguntou ele, sério, logo atrás de nós.

— Não, ele estava vendendo. – Respondeu Harry.

— Então está preocupado - comentou o Sr. Weasley com cruel satisfação. - Ah, eu adoraria pegar Lucius Malfoy por alguma coisa...

— Tenha cuidado, Arthur - disse a Sra. Weasley com severidade quando eram cumprimentados pelo duende à porta do banco. - Aquela família significa confusão. Não abocanhe mais do que você pode mastigar.

— Então você não acha que sou adversário para o Lúcio Malfoy? - respondeu o Sr. Weasley indignado, mas foi distraído quase no mesmo instante pela visão de um casal, que estavam parados nervosos no balcão que ia de uma ponta a outra do saguão de mármore, esperando.

— Mas vocês são trouxas! - exclamou o Sr. Weasley encantado. - Precisamos tomar um drinque! Que é que têm aí? Ah, estão trocando dinheiro de trouxas. Molly, olhe! - Ele apontou excitado para as notas de dez libras na mão do Sr. Granger.

— Te encontro lá no fundo - disse Ron a Hermione quando os Weasley, Harry e Florence foram conduzidos aos cofres subterrâneos por outro duende de Gringotes.

Chegava-se aos cofres a bordo de vagonetes pilotados por duendes, que os manobravam em alta velocidade por trilhos de bitola estreita através dos túneis subterrâneos do banco.

Sinceramente, Florence achou que nunca me atreveria a entrar em um daqueles vagonetes novamente. A náusea parecia lhe subir a garganta. Olhou um pouco para os lados e se sentiu um pouco melhor ao perceber que ninguém parecia muito melhor que ela.

A viagem até o cofre dos Weasley fora um martírio completo. Os solavancos, as guinadas e as voltas repentinas do vagonete estavam fazendo cabeça rodar e o estômago contorcer. E, quando o conhecido bolor na garganta já subia em direção à boca, o carro parou e os Weasley e Harry saltaram do vagonete.

Florence os seguiu tonta e se apoiou em Harry, que parecia bastante abalado. Logo que ela olhou para frente, entendeu o porquê.

No cofre dos Weasley havia apenas uma pequena pilha de moedas de prata lá dentro e apenas uma de ouro. A Sra. Weasley tateou pelos cantos antes de varrer tudo para dentro da bolsa. Harry pareceu se sentir ainda pior quando chegaram ao seu cofre. Tentou bloquear a visão do conteúdo enquanto enfiava, apressadamente, mãos cheias de moedas em uma bolsa de couro.

— Harry, agora que me ocorreu – Disse a Dursley, enquanto saíamos do banco -, eu não tenho nenhum tipo de dinheiro no mundo da magia. Como vou pagar meus materiais de Hogwarts?

Antes que Harry respondesse, a expressão vertiginosa que ela tinha dentro do vagonete voltou com força total. Se não pudesse pagar pelos materiais, com certeza teria que voltar à Rua dos Alfeneiros.

— Ora, Flor, não é obvio? – Harry pareceu achar graça na minha expressão, aparentemente já havia pensado nisso a muito tempo. – Eu vou pagar pelos seus materiais. Você é minha irmãzinha.

— Obrigada. – Falou Florence, emocionada, o abraçando.

De volta aos degraus de mármore, todos se separaram. Percy murmurou qualquer coisa sobre a necessidade de comprar uma pena nova. Fred e George tinham visto um amigo de Hogwarts, Lee Jordan. O Sr. Weasley insistia em levar os Granger ao Caldeirão Furado para tomar um drinque. Ginny e Florence foram levadas pela Sra. Weasley a uma loja de vestes de segunda mão.

— Vamos nos encontrar na Floreios e Borrões dentro de uma hora para comprar o material escolar - disse a Sra. Weasley, se afastando com as garotas. - E nem pensar em entrar na Travessa do Tranco! - gritou ela para os gêmeos que seguiam na direção oposta.

A loja que a Sra. Weasley as levou era muito velha e tinha mofo cobrindo todas as paredes. Madame Imogeny, dona da loja, era uma senhora com aparência tão velha e mofada quanto sua loja; tinha o rosto decrépito e olhos atentos como os de uma cobra, chegava a assustar um pouco.

Ao invés de medir Gina, Madame Imogeny simplesmente olhou para ela e foi até os fundos da loja, voltando logo depois com um caixa, e a abriu para a Sra. Weasley. Dentro da caixa havia todo o uniforme que Hogwarts exigia, embora surrado e um pouquinho maior que Ginny.

A Sra. Weasley não discutiu o tamanho das roupas, pagou logo a mulher e seguiram para o Olivaras, uma loja de varinhas; a melhor do mundo, segundo Molly.

Era uma loja estreita e feiosa, com um letreiro dourado descascado com os dizeres: “Artesãos de Varinha de Qualidade desde 382 a.C”. Tinha uma vitrine empoeirada que mostrava uma única varinha em uma almofada púrpura desbotada.

Quando entraram, o sino da porta fez seu usual barulhinho irritante e, de trás de uma estante com milhares de caixinhas empilhadas e apertadas, saiu um velhinho de grandes olhos azul-claros e brilhantes.

Seus olhos penetrantes percorreram a Sra. Weasley, depois Ginny e por último pousaram em Florence.

— Olá – Disse ele, sorridente, para a Sra. Weasley e então se voltou para Ginny e Florence. – Imaginei que veria vocês duas em breve, Srta. Weasley e Srta. Dursley.

— Desculpe, Senhor. Mas deve estar me confundindo com outra pessoa. – Retrucou Florence, olhando para as Weasley, que tinham a mesma confusão estampada no rosto.

— Imaginei que diria isso, senhorita – Disse, calmamente. – Mas eu me lembro de cada varinha que vendi, Srta. Dursley. E me recordo muito bem do dia em que James e Lilian Potter entraram por aquela porta e compraram uma varinha para um bebê recém-nascido. É claro que... não estavam realmente com o bebê ali, mas trouxeram uma foto.

Sem dizer uma palavra, o Sr. Ollivander voltou para entre as prateleiras novamente e retornou logo depois com uma foto na mão. Ao entregar a foto para a Dursley, examinou-a. São exames visuais demais para um único dia.

A garota pegou a foto e percorreu os olhos pelo bebê recém-nascido da foto; aquela com certeza era Florence Dursley; os cabelos loiros e a pele cheia de pequenas sardinhas; mas aquilo era estritamente impossível. Ela sabia exatamente como era o hospital em que tinha nascido (graças às dezenas de fotos que Vernon tirara) e não era aquele.

— Achei curioso o fato. A Sra. Potter sabia que você viria a ser uma bruxa. E você é nascida-trouxa.

— Posso ficar com ela, Sr. Ollivander? – Perguntou Florence, após percorrer os olhos pela foto novamente.

— Claro! Vamos às medidas. - falou - Qual o braço da varinha, Srta. Weasley?

— Direito. – Falou Ginny, e, do bolso do Sr. Ollivander, saiu uma fita métrica que começou a medir Gina sem nenhum auxílio do dono, nem ao menos um floreio da varinha. Mediu-a por um longo período.

— Já chega. – Ordenou, pegando a fita que havia caído no chão. – E você, querida?

— Eu... sou destra.

Quando a fita terminou novamente seu trabalho, o Ollivander novamente percorreu os corredores de estantes e voltou minutos depois com os braços cheios de caixinhas de varinhas.

— Experimente esta, Srta. Weasley. – Disse ele – Pinheiro e pelo de unicórnio, vinte e sete centímetros, pouco flexível.

A Weasley balançou a mão e nada aconteceu.

— Não, não – Disse de novo – Tente essa. Mogno e pena de fênix, trinta e dois centímetros, bastante flexível.

Ao invés de pegar a varinha que o Sr. Ollivander lhe estendia, ela abriu uma das caixinhas e pegou outra varinha, bastante diferente da que o homem lhe estendia. A varinha soltou fagulhas vermelhas e amareladas.

— Ah! Boa escolha. – Ollivander não pareceu dar muita importância ao fato de Ginny não ter pego a varinha que ele lhe estendia. – Ameixeira e pena de fênix, vinte e nove centímetros, flexível.

Tempos depois, Florence havia perdido a conta de quantas varinhas tinha experimentado; ninguém conseguia mais lidar com o tédio e a Sra. Weasley parecia que tinha se cansado, pois disse:

— Garotas, se importam se eu for terminar as compras enquanto Florence experimenta as varinhas?

— Claro que não. – Falaram juntas, Florence dando um sorrisinho sem graça a ela.

— Você sabe... vamos ficar o dia todo aqui se não tentar uma que você mesma escolher, Flor. Vá até caixinha que mais lhe deixa curiosa. – Falou Ginny.

Sob o olhar de Ollivander e Ginny, Florence percorreu os olhos sob as caixas restantes. Pegou uma caixa bonita e quadrada, perfeita ao ver. A varinha dentro era bonita, também. Mas não despertava nada em Florence, logo a garota soltou-a e voltou-se novamente paras as restantes.

Seu olhar pousou na mais feia e amassada, e parecia mofada em alguns pontos. Ela pegou a caixa e tirou de lá a varinha mais bonita que já tinha visto na vida, em sua opinião. Ela era negra e tinha algumas ondulações no cabo, linhas finas talhadas na madeira. Parecia simplesmente que ela completava seu braço. Balanço-a levemente e ela soltou fagulhas azuladas, parecidas com seus desenhos.

— Curioso, não? – Ao ver a dúvida nos dois pares de olhos, Ollivander completou. – Mogno e pelo de unicórnio, vinte e nove centímetros, flexível. Meu avô dizia que nunca tinha encontrado unicórnio mais extraordinário... depois de pronta, essa varinha nunca saiu dessa loja, Srta. Dursley. São quatorze galeões e aqui está seu troco.

Primeiro, Florence vincou as sobrancelhas, depois lembrou-se que ele tinha dito que os pais de Harry, tinham lhe pagado uma varinha.

Depois de pegar seu troco, ambas foram a Madame Malkin e, assim que entraram na loja, uma senhora gorda e sorridente vestida de lilás perguntou-lhes:

— Roupas para Hogwarts, queridas? – Apenas Florence acenou e ela arrastou-a para loja adentro e começou a tomar suas medidas, assim que saiu à procura do meu tamanho, Ginny comentou:

— Nunca comprei nada aqui na Madame Malkin, mas as roupas são bonitas.

— Bem... quando é seu aniversário?

— Já passou – Sorriu ela. – Não se preocupe, Flor. Não me importo com roupas, a comida de mamãe é boa demais para nos importarmos com isso.

Florence sentiu o carinho pelos pais na fala da amiga, mas também percebeu um tom de mentira. E Florence sabia que não era bem como ela falava.

— Não perguntei isso, besta. Responda! – Florence riu um pouco, mas Ginny apenas lhe deu um soco amigável no braço.

— Besta é você! E meu aniversário é 3 de agosto.

— Fazemos aniversário em datas próximas! – Animou-se Florence – Nasci dia 7 de agosto.

Florence não disse nada, mas queria comprar algo para a Weasley mais nova no próximo ano em Madame Malkin. Quando saíram da loja, Florence fez a anotação mental e sorriu para Ginny, que apenas a olhou como se fosse louca. Acabaram por entrar em uma loja intitulada “Animais Mágicos”.

Mesmo com o barulho ensurdecedor, andaram em volta da loja até que o olhar de Florence pairou sobre uma enorme gata; ela tinha uma plaquinha na gaiola escrito “Espécie híbrido Ragdoll”. Parecia muito ranzinza e tinha olhos de cores diferentes, um era verde-musgo e o outro era azul-piscina; simplesmente linda.

— Senhor, quero aquela gata ali. – Falou Florence ao balconista.

— Tem certeza, garotinha? – Falou ele, olhando-a divertido. – Ela é muito arisca e preguiçosa, está na loja a um bom tempo.

— Tenho sim. – Falou com convicção, então percebeu Ginny olhando apaixonadamente uma pequena bola de pelos cor-de-rosa, a criaturinha poderia caber ser problemas em uma mão. – E quero aquele bichinho cor-de-rosa ali também.

— Ah, o mini-pufe? – Falou o senhor pegando a gaiola, deixando Ginny abismada. – Aquela é sua irmã?

— Não, senhor. – Falou Florence, compreendendo seu erro. As duas garotas eram parecidas.

— São dezessete galeões. – Falou, me estendendo a gaiola dos dois bichinhos.

— Aqui. – Falou, o entregando a quantia. – Eles já têm nome?

— Não, nunca demos um nome para a gata e o mini-pufe é muito novinho. – Falou o senhor. – O que me lembra de uma coisa. Garotinha, essa gata aqui é muito especial; ela muda de cor.

— Se ela tem esse dom tão legal, por que ninguém a comprou até hoje?

— Aqui nós não anunciamos os dons dos animais. Pessoas têm que se interessar pelos próprios animais, não por suas habilidades. – Disse ele com um sorriso bondoso. – Bom-dia para vocês.

Assim que saíram da loja, Florence tirou a gata da gaiola. Inicialmente ela ficou vermelha, parecia bastante raivosa quando foi acordada, mas assim que a garota começou a acariciar atrás de sua orelha, a gata ronronou como um pequeno trator e sua cor mudou para roxo.

— Já sei qual vai ser seu nome; Nahla. – A gata pareceu gostar de Florence. Quando foi colocada no chão, se esfregou com força na perna da dona e começou a seguir as duas garotas pelo Beco Diagonal.

— É um nome lindo, Flor. – Falou Ginny, olhando para a outra com um olhar de agradecimento e com um sorriso que mal cabia em seu rosto. – Obrigado pelo mini-pufe, ele é lindo. Vai se chamar Arnold.

— É um nome engraçado. – Riu a loira – Mas eu gostei.

Ambas riram juntas em todo o caminho até a Floreios e Borrões. Mas, infelizmente, não eram as únicas pessoas que queriam entrar na livraria. Ao se aproximarem viram uma grande quantidade de gente que se acotovelava à porta da loja, tentando entrar. A razão disso estava anunciada em uma grande faixa estendida nas janelas do primeiro andar.

“GILDEROY LOCKHART

Autografa sua autobiografia

‘O MEU EU MÁGICO’

Hoje das 12:30h às 16:30h”

 

— Mamãe deve estar entre aquelas bruxas que estão se acotovelando na porta. – Falou Ginny. – Você sabe, ela tem um xodó por Lockhart.

De fato, depois que Florence pegou novamente a gata no colo, conseguiram encontrar a matriarca Weasley na fila onde Gilderoy Lockhart autografava seus livros junto com Fred, George, Percy e o Sr. Weasley. Ambas se olharam por alguns segundos e entraram de fininho atrás da família.

— Chegaram, finalmente! – Falou a Sra. Weasley, ofegante. - Onde conseguiu esse mini-pufe, Ginny? E esse gato, Florence?

— Florence me presenteou, mãe. Este é o Arnold, – O sorriso cheio de dentes da garota era reluzente. – E aquela é Nahla.

Ao entregar a ambas os seus materiais, Florence reparou que seus livros estavam novos em folha e organizados em uma caixa, já o que a senhora havia entregue a Ginny eram livros de segunda mão em um caldeirão. A ruiva abriu um sorriso amarelo para Florence e deu de ombros.

— Vamos vê-lo em um minuto... - exclamou a Sra. Weasley para Harry, Ron e Hermione, que tinham acabado de se espremer para chegar até eles.

Aos poucos, Gilderoy Lockhart se tornou visível, sentado a uma mesa, cercado de grandes cartazes com o próprio rosto, todos piscando e exibindo dentes ofuscantes de tão brancos.

O verdadeiro Lockhart estava usando vestes azul-miosótis que combinavam à perfeição com os seus olhos; seu chapéu cônico de bruxo se encaixava em um ângulo pimpão sobre os cabelos ondulados.

Um homenzinho irritadiço dançava à sua volta, tirando fotos com uma máquina enorme que soltava baforadas de fumaça púrpura a cada flash.

— Saia do caminho, você aí - rosnou ele para Ron, recuando para se posicionar em um ângulo melhor. - Trabalho para o Profeta Diário.

— Grande coisa - disse Ron, esfregando o pé que o fotógrafo pisara.

Gilderoy ouviu-o. Ergueu os olhos. Viu Ron - e em seguida viu Harry.

Encarou-o. Então se levantou de um salto e decididamente gritou:

— Não pode ser! Harry Potter!

A multidão se dividiu, murmurando agitada; Lockhart adiantou-se, agarrou o braço de Harry e puxou-o para frente. A multidão prorrompeu em aplausos. A cara de Harry estava em fogo quando Lockhart apertou sua mão para o fotógrafo, que batia fotos feito louco, dispersando fumaça sobre os Weasley, Hermione e Florence.

— Dê um belo sorriso, Harry - disse Lockhart por entre os dentes faiscantes. - Juntos, você e eu valemos uma primeira página.

Quando ele finalmente soltou a mão de Harry, ele tentou se esgueirar para junto dos Weasley novamente, mas Lockhart passou um braço pelos seus ombros e segurou-o com firmeza ao seu lado.

— Minhas senhoras e senhores - disse em voz alta, ao mesmo tempo em que pedia silêncio com um gesto. - Que momento extraordinário este! O momento perfeito para anunciar uma novidade que estou guardando só para mim há algum tempo!

— Quando o jovem Harry entrou na Floreios e Borrões hoje, só queria apenas comprar a minha autobiografia, com a qual eu terei o prazer de presenteá-lo agora. - A multidão tornou a aplaudir. - Ele não fazia ideia -, continuou Lockhart, dando uma sacudidela em Harry que fez os óculos do menino escorregarem para a ponta do nariz, - que em breve estaria recebendo muito, muito mais do que o meu livro O Meu Eu Mágico. Ele e seus colegas irão receber o meu eu mágico em carne e osso.

— Sim, senhoras e senhores, tenho o grande prazer de anunciar que, em setembro próximo, irei assumir a função de professor de Defesa contra as Artes das Trevas na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts!

A multidão deu vivas e bateu palmas, e Harry se viu presenteado com as obras completas de Gilderoy Lockhart. Cambaleando sob o peso dos livros, ele conseguiu fugir das luzes da ribalta para a periferia do salão, onde Ginny, ao lado de Florence, estava parada com o seu novo caldeirão.

— Fique com eles - murmurou Harry para a menina, virando os livros no caldeirão.

— Eu vou comprar os meus...

— Aposto que você adorou isso, não foi, Potter? - disse uma voz que Florence não teve problemas em reconhecer.

— O Famoso Harry Potter -, continuou Malfoy. - Não consegue nem ir a uma livraria sem parar na primeira página do jornal.

— Deixe ele em paz, ele nem queria isso - disse Ginny, com Arnold no ombro. Era a primeira vez que falava de verdade na frente de Harry. E olhava feio para Malfoy.

— Potter, você arranjou uma namorada! - disse Malfoy arrastando as sílabas. Ginny estava escarlate.

— Pelo menos ele tem uma e não é invejoso como você, Malfoy. – Falou uma irritada Florence.

— O que você sabe sobre mim, pequena Dursley? – Malfoy olhava-a com superioridade, mas ela não abaixou a guarda.

— Mais do que você pensa que sei... – Não sabia, mas não ia ficar calada perto do patife.

Pela visão periférica, Florence viu Ron e Hermione lutando para chegar até eles, sobraçando pilhas de livros de Lockhart.

— Ah, é você - exclamou Ron, olhando para Malfoy como se ele fosse uma coisa desagradável, grudada na sola do sapato. - Aposto como ficou surpreso de ver Harry aqui, hein?

— Não tão surpreso como estou de ver você numa loja, Weasley - retrucou Malfoy. - Imagino o que seus pais fizeram para conseguir tal proeza.

Ron ficou tão vermelho quanto a irmã. Largou os livros no caldeirão, também, e partiu para cima de Malfoy, mas Harry e Hermione o agarraram pelo casaco.

— Ron! - chamou o Sr. Weasley, que procurava se aproximar com Fred e George. - Que é que está fazendo? Está muito cheio aqui, vamos para fora.

— Ora, ora, ora, Arthur Weasley.

Era provavelmente o Sr. Malfoy, de cabelo loiro platinado como o de Draco e o mesmo homem de mais cedo. Estava parado com a mão no ombro de Draco, com um sorriso de desdém igual ao do filho.

— Lucius - disse o Sr. Weasley, dando um frio aceno com a cabeça.

— Muito trabalho no Ministério, ouvi dizer. - falou o Sr. Malfoy. – As pessoas com quem você anda, Weasley... E pensei que sua família já tinha batido no fundo do poço...

Ouviu-se um grande estardalhaço quando o Sr. Malfoy foi jogado de encontro a uma prateleira cheia de livros; o Sr. Weasley tinha lhe dado um belo cruzado de direta. Florence ofegou em seu lugar e rapidamente pôs-se a frente do ruivo furioso como um touro.

— Se-senhor Weasley! – Exclamou Florence, enquanto segurava com firmeza o braço do patriarca, que logo foi pego pela orelha pela mulher.

Lucius Malfoy tinha o lábio inferior cortado e encarava os Weasley como se desejasse matar a todos com um único golpe. Olhou enfurecido para a Dursley, que rapidamente fora puxada para longe pelo primo (“Devia tê-los deixado se atracar!”).

— Se o melhor que seu pai pode lhe dar é isso – Falou Malfoy, depois de se levantar, para Ginny, e pegou um de seus livros do caldeirão com desdém. – Deveria se orgulhar, com certeza.

            - Não se preocupe, Sr. Malfoy – Falou Ginny, ácida, de queixo erguido. – Eu me orgulho.

Olhando de esguelha para Ginny e depois para Florence, que estava parada ao seu lado, desvencilhou-se da mão de Hagrid que se erguia a sua frente, devolveu o livro a Ginny, chamou Draco e saíram da loja.

— Você devia ter fingido que ele não existia, Arthur - disse Hagrid, quase erguendo o Sr. Weasley do chão enquanto este endireitava as vestes. - Não vale a pena dar ouvidos a nenhum Malfoy. Vamos agora, vamos sair daqui.

O assistente parecia querer impedi-los de sair, mas mal chegava à cintura de Hagrid e pareceu pensar duas vezes. Subiram apressados a rua, os Granger tremendo de susto e a Sra. Weasley fora de si de fúria.

— Um belo exemplo para os seus filhos... Saindo no tapa em público... Que é que o Lockhart deve ter pensado...

— Ele estava satisfeito - informou Fred. - Você não ouviu o que ele disse quando estávamos saindo? Perguntou àquele cara do Profeta Diário se ele podia incluir a briga na notícia, disse que tudo era publicidade.

Mas foi um grupo mais sereno que voltou à lareira do Caldeirão Furado, de onde Harry, Florence, os Weasley e todas as compras iriam retornar à Toca, usando o Pó de Flu. Todos se despediram dos Granger, que iriam atravessar o bar para chegar à rua dos trouxas, do outro lado; o Sr. Weasley começou a perguntar ao casal como funcionavam os pontos de ônibus, mas parou de repente ao ver o olhar da Sra. Weasley.

Florence observou novamente Harry Potter sumir na lareira rumo à casa dos Weasley, e se perguntou se ela mesma um dia apreciaria o modo de viajar dos bruxos.


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Notas finais do capítulo

Ajudem essa autora e comentem ;)
Caso tenha algum ser lindo aqui que leu a antiga fanfic; você vai notar que o capítulo tá beeem parecidinho com o outro lá em FITD, não se assuste, às vezes isso acontece mesmo kkkk
Beijos de LUZZZ
Meg ♥



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