Pov Hyago

                Treinar parecia resumir toda a minha vida. Era como se as pessoas que eu mais me importava estivessem escrito o meu destino. - E isso me incomodava. - Eu não queria esse titulo de prodígio, que era o mesmo que ser perfeito e nunca errar. – Errar era algo que ninguém esperava que eu fizesse e isso me irritava. – Ter que ser perfeito o tempo todo, cansava.

                Nunca gostei de me envolver com as outras pessoas, pareciam não me entenderem e criarem ainda mais expectativas sobre mim. – Disfarça o que eu estava pensando também não era o meu forte, odiava fingir. Ainda mais quando alguém começava a puxar conversa sobre o meu desempenho. – E apesar de eu amar meu clã mais do que tudo e orgulharme dela, eu amava Konaha ainda mais, apenas pela admiração e agradecimento que eu tinha pela Hokage. – Mas era capaz de troca tudo isso pela família que eu havia ganhado, sobretudo o meu irmão, que apesar deu sempre estar deprimido e sozinho, ele fazia questão de estar sempre por perto. – Mas mesmo esses sentimentos novos e fortes, não conseguia apagar as lembranças que eu tinha daquele dia.

                A minha maior sorte era ter conhecido Ren Uchiyama, o pai de Sarah e meu melhor amigo. – Ele, junto da Hokage, eram os meus heróis de Konoha. – Eles haviam salvado a minha vida e se não fosse por mim, poderiam até ter salvado a minha mãe. – O que ainda me fazia lembrar do sangue dela em minhas mãos.

                Ren era a única pessoa que me conhecia antes do incidente, minha nova família apenas sabia que eu era um órfão do clã Uchiha. – Bem incomum se você fosse contestar. – Mas quem seria a pessoa de Konoha que iria contestar ou recusar-se de um pedido da própria Hokage? – Minha nova família com certeza não seria essa pessoa. – Mas Ren poderia até ser uma dessas, o que me faz ficar ainda intrigado pelos motivos que ele teria para não ter ficado com a minha guarda, se era tão próximo da minha família. – Se era como irmão do meu pai.

 E como todas as tardes depois do treino, pude observa o por do sol com as minhas antigas lembranças.

POV Raj

                A primeira vez que me contaram que eu era um Chinyu, fiquei animado imaginando se isso me fazia especial. O azar era que fazia.

                O chamamos de escola é o mesmo que os pais chamam de preparação para a academia. Mas apenas os herdeiros de clãs especiais podiam ser matriculados nessa escola. Apesar deu não ter conhecido os meus pais, meu sobrenome me fazia parte desses clãs poderosos. Outro azar era o fato deu não ser tão habilidoso assim.

                Não ser reconhecido na escola era uma coisa. Ser odiado por toda Konoha era tortura. – O vazio da minha casa era o único lugar que eu tinha paz no silencio dos ventos da floresta era onde eu poderia treinar em paz.

                Esforçava-me todos os dias nos meus treinos individuais na floresta para poder provar que eu era capaz de estar naquela escola como qualquer um deles. – Mas conseguia apenas chamar atenção com as minhas brincadeiras. – Mais de uma vez conseguia mais atenção na rua do que na escola. – E não eram atenções positivas. – Passando a ser normal ser esculachado dos comércios como um cachorro vira-lata.

                Talvez, se meus pais tivessem vivos, eu não tivesse que corre e me esconder.

POV Hime

                Não conseguia fazer ideia onde aquele menino poderia estar. Já estava tarde e não o encontrava em lugar nenhum. Onde aquele garoto poderia estar?

—Onde eu estaria numa hora dessas? – Fiz uma pergunta retorica, mas um idiota bêbado pareceu responder a minha pergunta. Dei um soco na cara do sujeito. - Era só o que me faltava. – Mas uma ideia surgiu. – O parque!

POV Raj

                Nunca havia reparado como aquele parque era frio à noite, mas eu devia ter percebido, já que havia passado varias noite naquele banco olhando para lua.

—A lua é linda não? –Perguntou Hime. Virei-me pra ela espantado. - Às vezes, antes deu dormi, me pego dando boa noite à lua.

—Ninguém dá boa noite à lua! – Resmunguei.

—Eu dou. Pra quem mais eu daria? – Perguntou pra si mesma, olhando para a lua.

—Acho que também não tenho ninguém para dá boa noite. – Ficamos em silencio por um tempo. Depois fiquei encarando ela. Não tinha como negar que ela era mais linda que Sarah.

—Raj... – Ela começou depois de um tempo.

—Sim?

—Posso passar essa semana na sua casa? – Perguntou. – Prometo ir embora depois disso. - Meu coração se animou um pouco com esse pedido. Mal pude responder.

—Sim! – Gritei. - Sim. Pode ficar o quanto quiser.

—Que bom! – Então ela me abraçou. – Estou feliz de esta aqui. – Fiquei todo vermelho. Apesar de Hime ser maior e mais velha que eu, ela era linda. Tão linda que até parecia uma deusa.

POV Sarah

                O único motivo deu manter uma relação de amizade com Henrique era por causa do seu irmão, Hyago. – Apesar disso, ele insistia em me fazer sua única amiga na escola, provocando grande revolta das meninas. E isso me irritava. – Resumindo, meus amigos consistiam em Henrique e Hyago.

                Nunca entendi a amizade que Hyago e meu pai tinham, mas me incomodava muito. – Eu era a única que sabia da história de Hyago e do massacre da família de Raj. – E saber significava ter pena. - Não gostava de sentir isso. – Então me fazia de idiota e que não sabia de nada. – Era mais fácil.

                Não é fácil saber sobre o passado de alguém. É como uma invasão a vida deles. – Hyago podia até lembrar-me do seu passado, mas Raj nem fazia ideia. – Eram situações diferentes, mas incomodava do mesmo jeito. – O que não me fazia gostar mais do Raj, apesar deu gostar muito de Hyago, também não me fazia querer oferecer simpatia a sua tristeza e infelicidade. Afinal, cada um tinha a sua própria.

                Mas uma coisa eu tinha inveja. – Primeiro que Hyago tinha uma família, que aprendeu a amar. – Ele não precisaria ficar triste todo o tempo, pois tinha alguém que o faria feliz, apesar de ser em curto tempo. Ele não precisaria começar tudo de novo, sozinho. Ele tinha alguém. – Segundo é que Raj nunca teve família para sentir qualquer saudade. Ele não sabia como era. E tinha a liberdade de aproveitar essa vida, que se acostumou a ter. – O meu caso era diferente. – Apesar deu ter um pai, quase nunca o via. Não tinha mãe e os únicos parentes que me sobraram eu nem tinha contato. – Estava sozinha. – Mas sempre aguardava alguém chega, enquanto escutava aquele maldito relógio.

                O curioso daquele relógio era que um dia, quando minha mãe estava gravida de mim, apareceu em frente a sua porta. Quem deixou lá era o mistério. – Meu pai desconfiou muito daquele relógio e verificou varias vezes se tinha algo naquele objeto insuportável. Mas não encontrou nada e continuou com o relógio a pedido da mamãe. – Papai havia me contado que ela adorava escutar aquele relógio e passava horas, enquanto o esperava olhando para os ponteiros. – O que me fazia me pergunta regularmente se ela era alguma idiota. – Definitivamente não havia como gostar daquele relógio.

                Uma das coisas que você aprende, ao morar sozinha e que ajuda a esquecer daquele barulho de ponteiros, era arruma a casa e cozinhar. – Aprendi a cozinhar tudo, reduzidamente. – E sabia organizar uma casa como ninguém. – Mas o que eu fazia de mais divertido era cuidar do jardim. - Amava flores. – E como minha mãe que nem cheguei a conhecer. – Lírios eram as flores que eu mais gostava. – Era o símbolo dos Uchiyama.

—Oi pequena! Recebi uma carta do seu pai. – Disse Hyago com cara simpática.

—Porque ele sempre manda noticias pra você e não pra mim? – Resmunguei.

—Essa é pra você! – Disse me ignorando.

                A carta, que havia o endereço de Hyago estava destinada a mim, com um S puxado. Ele havia escrito:

                Querida filha, sei que prometi aparecer no seu aniversário, mas dessa vez me mandaram fazer uma missão mais complicada na vila e terei que chega em casa mais cedo. – Pedi para Hyago passar uma semana na casa com você para que ele possa vigia-la caso alguém ameace a sua vida. Encare isso como proteção. Não estamos num momento muito bom e até a Hokage esta ficando preocupada. Prometo que não vai ser pra sempre, só até eu chega ai e resolver todos os problemas. Desculpa sempre tê-la que incomodar, sei que gosta de ficar sozinha. Mas é para o seu próprio bem. Com amor, seu pai.

                A primeira coisa que pensei foi “Que ótimo! Fica em casa com um desconhecido”— mas depois concluir que Hyago não era um desconhecido, o problema maior era que ele era um menino e eu gostava de ficar mais a vontade em casa e entrar em qualquer lugar da casa sem ter que bater e estava acostumada a cozinhar apenas pra mim. – Queria morrer com aquela situação.

—Meu pai é algum idiota? – Resmunguei novamente. Hyago só deu uma meia risada e parou ao vê a minha cara. – Isso vai ser BEM chato!

—Calma Sarah. Não sou nenhum pervertido, Prometo.

—Minha casa, minhas regras. – Concluir. – Vou pensar em algo e depois te digo.

—Ótimo. –Disse apenas.

POV Raj

                As coisas na escola pareciam piorar. – Ao fazer o teste de equilíbrio, cair de cara na agua e todos ria. – Fizemos lançamentos com a kunai, acertei apenas três de trinta. E todos riam. – Duelei com Inosai Yamamoto e perdi vergonhosamente. E mais risos. – Eu odiava ter que admitir, mas eu era o mais fraco entre aquele bando de metidos! – Mas aquilo não era o bastante para eu perde a confiança. – Só me fazia querer treinar mais. – Hime percebeu as minhas saídas à noite e decidiu me segui. Quando viu minhas habilidades não segurou e adivinha. – Ela riu.

—Você precisa usar as kunais contra elas mesmas para que você consiga desvia-las! – Disse apenas, antes de pular do tronco de cabeça pra baixo, acertando todos os alvos. – Viu?

—Uau! Você é incrível mesmo! – Ele riu mais uma vez.

—Porque agora não tenta? – Apenas assenti antes de tentar. Concentrei-me e Pingo! Acertei mais da metade do que estava conseguindo. Hime me aplaudiu. – Melhor! – Disse antes de sumir.

—Onde ela foi? – Fiquei procurando. -Às vezes ela me dá medo. – Concluir.

POV Sarah

                Nunca imaginei que passar alguns dias com Hyago seria tão ruim. – Quase o vi nu umas três vezes e só havia passado quatro dias. – E justamente no quarto dia, ele decidiu cozinha uma gororoba para pedir desculpa. – Era uma tragédia.

                Mas uma coisa que eu nunca confessaria pra ele, era o fato dele ser um gato. – Mas ele não era perfeito, pois conseguia ser tão ruim com as tecnologias quanto Raj. – O que me fazia rir com a comparação.

                No quinto dia, Havia chovido tanto, que me fazia tremer com cada som de trovão. – Não sei exatamente porque, mas no mesmo dia ele decidiu entrar no meu quarto e puxa conversa. – Isso me acalmou um pouco. Era bom. – E saiu me dando um beijo na testa. – Corei na hora. – Nem o meu pai fazia isso.

                No sexto dia estávamos mais íntimos, e por incrível que pareça, ele já conseguia seguir todas as minhas regras. – Chegou a comentar, enquanto tomávamos o café da manha que pressentia que o meu pai chegaria naquele mesmo dia. – Duvidei. – Até que a campainha tocou.

POV Ren

                O sol não dava trégua no meu percurso até Konoha. O mais cansativo foi encontrar um grupo que havia tentado nos eliminar, mas por sorte, conseguimos derrota-los e eu havia conseguido pegar um deles e traze-lo para ser examinado pelo clã Yamamoto. – Isso acabou sendo tão rápido, que havia chegado até um dia adiantado.

—Está animado, Uchiyama? – Perguntou Anju Hyuuga.

—Porque devia?

—Vai reencontrar sua filha, não? – Perguntou confusa.

—Todo o ano eu encontro, Anju. – Respondi indiferente.

                Quando chegamos à Hokage para atualiza-la dos últimos acontecimentos, pude observa seu rosto cansado, com uma idade avançada. – Sempre com uma expressão séria no rosto. – Mas ainda continuava bonita, apesar das rugas. – Devia ter uns setenta e sete anos. – Mas aparentava menos. – Ainda com cabelos negros, só que mais acinzentados e com os óculos de um vermelho desbotado. - Depois de notifica-la dos últimos acontecimentos, fomos liberados para três dias de descanso nas nossas casas antes da próxima missão.

                Não gostava de aparecer em casa, muito menos dormi lá. Tudo me lembrava a minha esposa Inorah Yamamoto. – Aquilo perturbava a minha cabeça e as memorias perturbavam o meu sono. Bastava apenas olhar para a minha filha para me lembrar de Inorah. – Tinham os mesmo cabelos negros e longos, a mesma voz e o mesmo jeito independente de encara a vida. -  Parecia até as mesmas pessoas, quando minha cabeça decidia brincar comigo e mistura a imagem de Inorah pequena e Sarah.

                Poderia ter sido mais fácil se eu tivesse aceitado a proposta da Hokage de deixa-la como guardiã da Sarah, mas teimosia era o meu maior carma. – E mesmo sabendo a descendência de Sarah e todos os periogos que ela, Hyago, Henrique e até o moleque irritante dos Nara, ignorei e agora estavam todos em perigo.

                Desdá liderança da Hokage Sarada Uchiha, Kaizen More estava atrás deles e de todos os clãs da guarda da Hokage. E isso me frustrava, pois poderia haver outra guerra e um mundo há muito tempo em paz poderia não ser capaz de aguentar essa destruição.

—Anju, posso te pedir um favor? – Perguntei ao percebe que ainda estávamos andando juntos.

POV Hyago

                Sarah era uma criança muito perceptiva e prática. Não gostava de enrrola e quase sempre dizia a verdade, mesmo que isso acabasse trazendo riscos de convivência social. – E eu gostava disso nela, era sincero e puro. – Não tão difícil de encontrar, mas mesmo assim, era único nela.

                Eu havia conhecido a mãe dela. Podia disser que era uma moça muito bonita, de longos cabelos pretos e olhos azuis. Sua pele era muito pálida, coisa que Sarah havia puxado. A personalidade de ambas também era semelhante, a única diferencia gritante entre as duas, era que Sarah cozinhava muito bem, Inorah não.

                Também havia conhecido seus avos, - Como havia comentado a Hokage sempre fora muito próxima a mim e sua filha, mesmo que nunca tivesse criado realmente ela. – Sarada Uchiha e Inojin Yamanaka era algo muito improvável. Quando Sarada deu a luz em Inorah, Sakura decidiu cria-la. – Mas Sarada sempre arrumava tempo para visitar a filha, mesmo depois de ter casado-se com Boruto Uzumaki.

                Não me lembrava de Sarada ter conhecido Sarah. – Muito mesmo de Sarah saber que ela era sua avó. – Mas nunca percebi qualquer curiosidade dela de querer saber. – Além das partes técnicas do seu limite, como por exemplo, as técnicas do clã Uchiha, Yamanaka e Uchiyama. – Mas ela ainda era muito nova para saber de tudo isso na prática, mesmo sendo habilidosa. – Ela era encantadora.

                Se houvesse alguém que havia conquistado o meu coração para sempre era Sarada, Ren, Henrique e Sarah.

                Os dias na sua casa foram muito divertidos pra mim, mesmo que Sarah apenas resmunga-se, sabia que ela havia gostado de ter uma companhia. – Pois como ela havia dito no seu quarto: - Ninguém gosta de ficar sozinha.

                Eu conseguia pressentir a presença de Ren na vila. – Era como um sexto sentido que nunca falhava. – Mas ao comentar a Sarah, ela havia apenas zombado, até a campainha tocar e ela arregalar os olhos em direção a porta e corre pra lá, vendo primeiro Anju e depois seu pai.

—Oi Anju, quanto tempo! – Saudou Anju, como sempre animada. Sarah não disse nada esperando seu pai se aproximar.

—Oi Sarah. – E entrou, ignorando-a completamente. Por alguns segundos a mais, Sarah nem havia se mexido, até fecha a porta.