POV Henrique

                Dias depois daquele incidente, tudo parecia ter voltado ao normal. Minha mãe parecia mais doce do que o normal e Hyago parecia estar mais atento comigo, sempre sorridente. Papai era o único que permanecia o mesmo.

—Irmão, porque não vamos para a floresta caça? – Perguntei. Hyago parecia surpreso.

—Esta bem. – Disse com um sorriso tranquilo no rosto.

                Passamos o dia e uma parte da tarde toda caçando juntos, até que conseguimos caçar uma andorinha, mas não a matamos. A mamãe fez com que tirássemos uma foto juntos com a andorinha. Meu irmão que ficou segurando-a, pelo rabo. Eu estava feliz, finalmente estávamos juntos novamente. E papai chegou há da mais tempo pra ele também.

                Meu irmão tinha dez anos e já era um shinobi de verdade. E apesar de termos cinco anos de diferencia, éramos muito parecidos. A mesma cor de cabelo, o rosto semelhante e as mesmas opiniões pra tudo. Realmente eu queria me torna alguém como o meu irmão um dia e estava satisfeito de querer segui-lo, mesmo que por enquanto como sua sombra. Pois eu sabia que um dia poderia andar ao seu lado e do papai também.

POV Hyago

                Meu irmãozinho parecia mais feliz nesses últimos dias. Estava contente de pode proporciona essa felicidade a ele. Mesmo que por um período curto. Era estranho ser um Jounnin tão novo. Às vezes até me recrutavam para as missões mais leves da ANBU, mas eu estava começando a desconfiar que seja para analisar o meu potencial. – Alguns até me chamavam de o próximo Itachi, isso me incomodava um pouco. – Não que fosse pela comparação, mas pelo peso da responsabilidade que isso carretava. – Tudo isso estava começando a me incomodar. – Meu pai deve ter percebido esse sentimento, e estava tentando de tudo para que eu desse o meu melhor. – Mas como disser não?

                Com o passar do tempo, aquilo começava a me incomoda. – Eu sabia o que eu era e a origem da minha família verdadeira. – E sabia também que Henrique não fazia ideia dessa verdade. – Era como roubar o seu lugar de filho mais velho só porque eu não tinha uma família. – E isso fazia com que toda aquela dor de vê os meus pais serem arrancados de mim voltasse.

                Ver Henrique podendo ter uma família de verdade, às vezes me enchia de ódio. – Ódio por não ter a minha família de verdade. – Entretanto, aquilo também me confortava, pois toda vez que eu via a alegria nos olhos de Henrique eu me sentia em casa. – Porque apesar deu negar todas as noites, Henrique havia se tornado alguém que eu amava, e aos poucos, havia tornado Henrique alguém especial. – Um irmão pra mim.

—Esta pensativo hoje Hyago. Que foi? desentendeu-se de novo com o seu irmão mais novo?

—Não, estamos bem.

—Que bom. Pelo menos alguém deve esta com bom humor. – Não expressei qualquer emoção e permaneci com os olhos fechados aproveitando o vento de Konoha. – Já pensou na proposta do Hokage?

—Sou muito novo para ter tal responsabilidade.

—Mas você apenas será o guarda-costas pessoal dele. Apenas permanecera ao seu lado. Duvido que tenha um combate rank S com a paz restabelecida de Sarada. E também duvido que ela permaneça mais uma década. Daqui a pouco seu filho com o Boruto deve se torna os próximos Hokage.

—Ainda tenho que pensar mais.

—Mas Hyago! Se eu fosse você eu teria aceitado essa missão na hora! Apesar da sua idade, você provou ser um prodígio maior que Itachi de sua época e...

—Já disse que preciso de mais tempo Gennusuki! – Cortei-o ameaçadoramente com os meus olhos de Sharingan.

—Sabe, é bem estranho você apresentar apenas o sharingan, sendo que é filho da Akichiha. Parece até que é adotado. – Resmungou baixo essa ultima parte.

—E quem disse que não sou? – Sussurrei antes de pular pra baixo.

—É?

                Odiava quando as pessoas descobriam, e decida não esconder esse fato. - A mentira é benéfica enquanto não machuca ninguém. – Um dia eles acabariam descobrindo. – Outra coisa que começava a me afetar era as comparações que eles faziam com Itachi Uchiha e eu.

                Apesar de Itachi Uchiha ter sido considerado um ninja muito leal a folha e um grande herói de Konoha, ele havia matado todo o seu clã e feito com que seu irmão que ele mais amava odiá-lo e por fim mata-lo. – Não conseguia imaginar a profunda frieza para fazer isso. – E ao olhar para o meu irmão e a minha nova mãe, não conseguiria imaginar como completar essa difícil missão. – Eu poderia ser considerado traidor por pensar assim? – Mas e se eu tivesse que fazer a escolha que Itachi fez? – Escolheria o clã ou meu irmão? – Não sabia responder a essa pergunta. – Às vezes eu...

—Odeio o Henrique! – Comentei pra mim mesmo. Eu estava em seu quarto, observando os seus desenhos. Uma me chamou a atenção. Éramos nós caçando andorinhas. Eu havia pegado uma grande e Henrique havia ficado fascinado. Seus olhos chegaram brilharam, como de um anime. Essa lembrança me fez rir. – Irmãozinho tolo!

POV Raj

                Havia amanhecido e o despertador insistia em me fazer levantar. A luz que passava pela janela, deixando o quarto todo iluminado também não ajudava em nada. – Que droga de luz! Que droga de despertador! – Eu resmungava. Não me lembrava de ter aberto as cortinas. Decidir ir até o banheiro escova os dentes e fazer minhas necessidades, então desci.

—Ah, então o dorminhoco decidiu acorda? Venha me ajuda a colocar isso na mesa! – Disse Hime, com um sorriso enorme no rosto e com algo muito pesado na mão. Na mesa havia varias coisas para café da manha. Por um momento fique paralisado e uma emoção tomou conta de mim. Ninguém nunca havia reparado o café da manha pra mim. Meus olhos começaram a arde e a vontade de chorar era imensa, mas apesar dessa reação, eu não estava triste. – Você esta bem, Raj?

—Ah, sim. Vou te ajudar. – Sair correndo ao seu encontro e colocamos as coisas no seu devido lugar. Sentamos a mesa.

—Itadakimasu! – Disse antes de começar a devorar a comida. A observei por alguns segundos e comecei a comer. Estava tão delicioso! Não tinha como não devorar a comida. – “Ter alguém em casa era muito bom. Mas como seria quando ela fosse embora?”.

POV Sarah

                Estava na biblioteca quando eu ouvir alguém reclamar sobre um livro que não haviam sido devolvidos. – Estava irritada e qualquer barulho estava me incomodando. – Então decidir andar pelos corredores. – Mas não percebi que uma mulher alta vinha na mesma direção que eu e acabamos nos esbarrando.

—Ai, ai. – Reclamamos juntas.

—Essa já é a decima quarta vez que eu caí essa semana! – A garota continuou a resmungar. Ela era muito bonita. Tinha um olho de cada cor e cabelos pretos. Ela era alta e aparentava ter dezoito anos.

—Desculpa moça! Não quis esbarra em você. – Fui até seu encontro ajuda-la a se levantar.

—Tudo bem, já estive em quedas maiores. Haha. – Deu uma risada sinistra. - Prazer sou Hime! – Disse com um belo sorriso estendendo a mão. Eu não a segurei.

—Me chamo Sarah Uchiyama. – Hime percebendo que eu não ia pegar em sua mão, pegou a minha e ficou segurando.

—Prazer. Então, me fale... Tem alguma prateleira sobre clãs por aqui? – Disse soltando a minha mão. Que estranha.

—Só no andar de cima.

—E livros médicos?

—Acho que no fundo da sala.

—Ah, que ótimo! Obrigada pela a ajuda. – Disse com um sorriso tímido. - Até, garota! Hehe. – E deu uma risada estranha pegando na minha mão. Com a aproximação pude vê seus olhos melhores. Era de cores diferentes de verde, mas eram lindos. Ela se virou e foi para o fundo do corredor.

—Que garota bonita. – Comentei pra mim mesma.

                Depois da biblioteca fui numa lanchonete por perto. Hyago Uchiha e Henrique Akichiha apareceram lá também.

—Sarah! – Gritou Henry.

— “Que garoto irritante!” – Pensei. – Oi, Henry. Hyago. – Respondi.

—Olá, Sarinha. Tudo bem? – Disse com um sorriso tímido. Hyago era tão bonito.

—Acho que hoje é o dia das pessoas bonitas e estranhas. – Disse a ultima parte olhando para Henrique.

—Por quê?

—Hoje eu vi uma garota estranha de olhos verdes e cabelo preto. Parecia uma estrangeira.

—Deve ser a Hime! – Animou-se Henrique. – Ela é muito bonita, não?

—Quem é essa?

—Parece ser uma andorinha. Acho que é amiga de Raj. – Respondeu Henrique.

—Raj? – Hyago quis afirma.

—Sim! –Respondeu novamente.

POV Raj

                                Hime havia me convencido a leva-la para conhecer os melhores lugares de Konoha. – Não estava com muito humor por isso, já que havia recebido um pelo sermão do professor que eu devia treinar mais se não quisesse ficar pra trás ao entrar na academia. – Aquilo me irritava profundamente, aquela falta de confiança, que todos pareciam expressar por mim. – Mas Hime me fazia até esquece isso, o que eu tinha que admitir que me fazia sorrir constantemente. – Mas essa felicidade durou pouco, pois como Hime havia me dito, entre o amor e o ódio havia apenas um passo para atravessa-lo.

                Estávamos andando pela rua comercial, quando eu reparei numa mascara da ANBU. – Aquilo havia me chamado tanta atenção, que Hime havia percebido o meu olhar e perguntou por que eu não comprava uma. – Hesitei.

—Mas porque Raj? Parece até bonitinha, mas as verdadeiras são bem mais bonitas confesso.

—Já viu uma de verdade?

—Ah, faz um tempo. – Ela pareceu sem graça, coçando a cabeça. – Vamos, pegue uma! Se não tiver dinheiro eu pago, como presente.

—Não preciso, eu consigo. – Criei coragem. Mas apenas fiquei parado encarando a loja. Não estava tão confiante. Aproximei da loja, escolhendo que mascara pegaria. Quando eu olhei para lado, o dono da loja apareceu e de repente, todos na rua pareciam observa a cena. O senhor que parecia muito velho pareceu não gosta da minha presença. Perguntou o que eu estava fazendo ali e que eu deveria ir embora. Hime pareceu confusa. As pessoas ao redor pareciam aumentar. Meu coração estava batendo muito forte e minhas veias pareceram que iriam explodir. – O senhor que pareceu não gosta da minha presença percebeu a movimentação em volta, parecendo ainda mais irritado. – SAI! – Gritou. Minhas pernas pareceram trêmulas, mas não me mexi. Fiquei mais imóvel ainda, encarando.  - Minha garganta pareceu seca. – Minha cabeça parecia não encontrar uma alternativa.

—Senhor! Ele apenas quer comprar uma mascara. Ninguém aqui vai roubar se é o que esta pensando! – Gritou Hime frustrada, me defendendo. Todos pareciam encara-la como se fosse louca. Não pude evitar me pergunta por que essas coisas aconteciam comigo.

                O senhor parecia ainda mais surpreso que a multidão ao redor. Então olhou para à mascara, praticamente arrancou a mascara do gancho que o prendia e jogo com toda a sua força até a minha direção. – A mascara quase atingiu o meu rosto, sendo apenas desviada pelo anel que Hime havia jogado na mesma hora para me proteger. – Logo em seguida, o senhor gritou que se era apenas isso que eu queria que levasse e fosse embora e nunca mais voltasse ali. - Hime ficou furiosa, pude sentir todo o seu nojo pelo senhor quando começou a discutir com ele. – Então todo o meu corpo começou a tremer de raiva. – Todos aqueles olhares, aquele ódio que todos transmitiam pra mim. – Toda aquela fixação comigo. – Não entendia o que eu tinha feito. – Então por quê?

—Deixa Hime! – Gritei, antes que ela fizesse algum escândalo maior ali. – Eu também odeio todos vocês! – Terminei antes de correr. Corri, mas não corri de medo ou tristeza, mas fúria e ódio. Um sentimento familiar, mas ainda dominador. Não havia dito uma mentira, mas também não conseguia aceita-lo como verdade, mas o sentimento estava claro, eu odiava todos de Konoha.