Bem Vinda a Faculdade! escrita por Babi Lemos


Capítulo 5
Capitulo 04 - Tudo na velocidade da luz.


Notas iniciais do capítulo

Entrando escondido pra postar mais um
138 leitores, e só 3 reviews? T.T
obrigada para as meninas que comentaram.



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Voltar pra casa era o fim. Voltar pro lugar onde tudo sempre dava errado, onde eu passei os últimos anos chorando, não era a melhor das coisas, principalmente quando a intenção era tentar tirar a coisa que eu chamava de padrasto, da cadeia.
O lugar tava imundo, tinha latinhas espalhadas por cada centímetro quadrado daquela casa que um dia já foi tão bonita e bem cuidada. Tudo ali fedia, tinha cheiro de álcool, whisk, cerveja, champanhe... Tinha cheiro de droga, aquela merda de cheiro que eu me acostumei a sentir durante a noite, quando o Kurt trazia um bando de vagabundos pra fumar dentro da MINHA casa. Não pude evitara lágrima que insistiu em cair, ao ver minha mãe meio sentada, meio deitada na parede, com uma garrafa de vodca quase vazia na mão. Sua pele estava pálida e as roupas sujas. Gustav largou as malas e foi tentar ajudá-la, não tive essa coragem, eu subi correndo, tropeçando nos meus pés e nos degraus que rangiam demonstrando a falta de cuidados. Entrei no meu quarto, ele ainda tinha o cheiro do perfume do Lucca, meu melhor amigo, que foi o último a entrar ali passar a noite comigo, comendo doce, pipoca, tomando coca e vendo filme, na minha despedida. Não tinha absolutamente nada diferente lá, parecia ser o único local da casa que não tinha ido abaixo. Sentei na cama e olhei uma foto que tinha no porta-retratos, eu mamãe e Gusti... Ela tava feliz, os olhos azuis reluziam, os cabelos louros brilhavam com o sol... O Kurt não existia em nossas vidas. Mais lágrimas surgiram, e atrás dessas, outras e mais outras. Gustav entrou, sentou ao meu lado e me abraçou apertado, ficamos abraçados por vários minutos, até ouvir a porta lá embaixo se abrir. Gusti pegou meu taco de baseball[N.A:Não sei se é assim que se escreve] e caminhou devagar, chegamos na ponta da escada e vimos a cabeleira vermelho-sangue que tanto me acostumei a puxar. Esquecendo dos defeitos na escada, desci correndo e pulei em suas costas, algo bom havia aparecido, meu anjo da guarda, meu Lucca.

O perfume citrico entrou no meu nariz com menos intensidade do que eu realmente precisava, só eu sei a falta que senti dele.

- Heey pimpo, vim te ver. - ele me deu um beijo na testa. A voz tentava esconder o verdadeiro motivo dele ter aparecido ali. 15 anos de amizade não permitiram. -

- Vou precisar de ti, como nunca precisei. - O abracei mais apertado. Poucas palavras foram ditas depois, ouvimos a minha mãe sair do quarto e descer as escadas cambaleando, quase caindo. Eu não tinha estomago pra ver aquela cena. Lucca me largou e foi ajudar o Gusti a levá-la de volta pra cima, mesmo a contra-gosto, no estado em que ela estava, nunca ia conseguir impedir os dois.
Dois dias se passaram, nós três tentávamos convencer minha mãe de que o Kurt não valia a pena, que a culpa de tudo aquilo, mas ela guardava o pior para o final. Mamãe estava grávida. Depois disso, perdi a noção do tempo, tudo aconteceu tão rápido que não consegui acompanhar, quando me dei conta, Kurt já estava solto, mamãe havia pago a fiança, com NOSSO dinheiro, com a única coisa que meu pai e o pai do Gusti faziam por nós. Adeus Flórida no fim da faculdade.
Alguém aí já leu as 100 leis de Muphy? Elas nunca falham, principalmente aquela que diz: "Não acredite que está na pior, pois sempre pode piorar." . Se Muphy for um filósofo, passei a odiar filosofia. Minha vida conseguiu piorar,e ganhar bala se você adivinhar por culpa de quem. Acertou quem disse Kurt.
Fazia mais ou menos 1 mês que nós havíamos voltado, Kurt estava em casa há 2 semanas, e como sempre, me seguindo a cada passo que eu dava. Seria possível que mamãe não percebesse o quanto esse cara é imbecil? O quanto ele não presta e como ele olha pra mim? Já era noite, e pela primeira vez, Gustav não ia dormir comigo. Ele foi tentar falar com o pai, e acabou ficando pela casa dele para passar a noite.

Kurt invadiu meu quarto. Eu tava no meu estado de dormindo/acordada, quando a gente ainda sabe o que se passa ao seu redor, sabe? Vi a sombra se aproximar e tocar meu edredom, tirando-o de leve.

- O que você tá fazendo aqui, Kurt? -eu me encolhi. -

- Caladinha.- ele tampou minha boca e se deitou em cima de mim. Eu não podia fazer nada, ele me segurava por inteiro, aquelas mãos nojentas passeavam pelo meu corpo e eu não podia fazer nada pra impedir. O desespero começou a me dominar, eu ficava imóvel na esperança de que ele me largasse, sei lá. Mas nada acontecia, eu já estava sem roupa, só de calcinha quando a porta estrondou.

- Larga minha filha! -ouvi a voz da minha mãe. Ele saiu de cima e a olhou, ela apontava uma arma pra ele, reconheci a antiga arma do meu pai. -

- Perae, meu amor...calma... - ele se levantou com as mãos pro alto. -

- Sai Kurt! - ela gritou.-

- Foi ela que se insinuou pra mim, você sabe como ela é! - ele se aproximou da minha mãe, e esta, numa atitude MEGA inesperada, o empurrou pela janela.-

Quando eu volto pra casa, minha vida sempre vai a mil por hora, tudo acontece tão rápido, que nunca consigo acompanhar. Kurt foi preso, fomos prestar depoimento, eu fui fazer exame de corpo e delito, tudo aquilo que acontece quando se sofre uma tentativa de estupro.

- Eu vou te pegar, Vicky. Você não me escapa. -Kurt sussurrou ao passar por mim. Senti medo, eu sempre soube do que aquele maníaco era capaz.


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Notas finais do capítulo

Antes que alguém fale alguma coisa, o cap é pequeno e a intenção de ter escrito muita coisa, é de ser como se tudo acontecesse muito rápido



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