Não vou negar e dizer que não gostei. O beijo do Bill é a coisa mais perfeita do mundo. Sinto o chão sair dos meus pés quando sinto aquele pircing encostando-se à minha língua, os lábios dele encostando-se aos meus, é como se nada mais existisse e...- PARA BILL!- gritei me separando dele depressa demais.-

- O que houve? – Ele continuou me abraçando pela cintura, mas eu o empurrei, fazendo-o me largar. –

-Isso...Isso não é certo. – Falei mais pra me convencer daquilo, do que para convencê-lo. -

- E eu posso saber por que não? – Ele voltou a se aproximar,mas eu encostei a mão no peito dele, impedindo-o de chegar mais perto. –

- Eu...Eu...Eu to ficando com o Tom. – BURRA,BURRA,BURRA!Como é que eu vou inventar pro meu melhor amigo,que to ficando com o IRMÃO GEMEO dele? Ai que ódio de mim! –

- É mentira. – Ele falou com os dentes trincados. – Você teria me contado.

- Como...Como mentira? - Gaguejei mesmo. O que leva este ser a achar que me conhece tão bem? Nós nos conhecemos não tem nem 6 meses!-

- Ainda sou seu melhor amigo. - Ele saiu andando. Pelo amor de Deus,quanta gente maluca aparece na minha vida! Tudo bem que eu complico bastante, afinal minhas amizades são as mais loucas possíveis, mas o Bill parece brincadeira! Garoto mais fora de sério, as vezes acho que o teste do pézinho dele não deu muito certo...Aposto que ele vai tirar satisfações com o Tom e...Mein Gott,O TOM! Liguei pra ele o mais rápido possível. -

- Fala. - A voz dele saiu ofegante. –

- Toomz... - Falei com a voz mansa.-

- Faaala pequena.- a voz dele se aproximou mas se afastou de novo. - Perae Hanna.

- Tá muito ocupado? - Grande merda,se ele tiver,vai ter que desocupar. –

- Pra você? Nunca,minha linda. 'Guenta só um minutinho. - ele tampou o bocal do celular - Hanna, depois a gente se fala, ok gata? - Ele pediu, melhor, mandou a menina vazar. -Não sei porque,mas a ideia de ver os meninos se pegando com outras meninas,me incomoda bastante. - Pode falar.

-O assunto é MUITO sério, vou precisar de um MEGA favor seu.- Tô começando a achar que essa idéia foi maluca demais.-

-Tudo que minha pirralha quiser. - Ele falou com uma voz fofa. Se o Tom não fosse tão sem-vergonha, até pensaria em ficar com ele. Ele é o cara mais gostoso que já vi, fora a lábia dele, que é fora de sério. - Manda.

- O Bill se declarou pra mim...

- Caraca velho,achei que meu irmão fosse gay!

- Sem zuar, ok?

- Tudo bem, meu amor. O que eu tenho a ver com isso?

- Eu disse que não podia ficar com ele porque tava ficando com você...

- VOCÊ DISSE O QUE?

- Não griiiiita!

- Você é maluca, FATÃO.

- Se ele for atrás de ti, por favor, confirma tudo...

- Com prazer, mas a gente vai ter que representar, não?

- Não tinha pensado nisso... - Que droga mermão! –

- Posso fazer tudo?

- TOM KAULITZ! - gritei mesmo. –

- Descuuuuulpa!

- Ok,vamos representar sim, mas ai de você se passar dos limites.Meto-lhe a mão na cara,ok?

- Ui, ela morde!

- Beijos Tom, ILD!

- Kuss amoore! ILDA! - desligamos.Ótimo,parte de tudo já arrumei.

voltei pro dormitório com as emoções todas misturadas. Não sabia se ria ou se chorava. De repente a resposta veio, eu devia chorar, principalmente ao chegar no meu quarto.

- Que merda é essa? - Quando cheguei, minhas malas estavam todas no corredor. -

- Você vai embora. - Sarah falou com ar esnobe. Vontade de plantar a mão na cara dela. Tive que me segurar pra não pular em seus lindos cabelos loiros. -

- E o que te faz pensar isso? - respira fundo Victorie, 1, 2, 3, você é uma garota muito bem educada. -

- Fora o fato de você ser uma estranha? - Ela me olhu de cima a baixo. - Me recuso a ser vista dormindo no mesmo quarto que uma garota que mais parece um homem.

- Estranha é a senhora sua mãe. - Falei me aproximando. -

- Você não tem noção de quem é minha mãe, não é mesmo? - ela sorriu de orelha a orelha. -

- Uma velha caquética e sem noção de como educar uma filha. - falei sarcástica. -

- Minha mãe é Fee von Zitzewitz, uma ex-miss Alemanha! - ela falou como se aquilo fosse uma coisa muito grandiosa. -

- Noooooooossa! Babei de inveja. -dei o meu sorriso mais falso. - E eu posso saber o que diabos sua mãe tem com essa história?

- Nada, admito.

- Então com licença, vou entrar no meu dormitório. - falei segurando minhas malas. -

- Aqui você não entra. - ela se esticou na porta. -

- Escuta aqui Barbie Paraguaia, vossa senhoria não manda em merda nenhuma aqui, então ou me deixa entrar nessa porcaria de quarto, ou faço esse rostinho de porcela vagabunda, ficar roxo de tantos hematomas. - me aproximei ameaçadora. Vontade de arrancar fio por fio daquela cabeleira loira, era o que não me faltava. Se ela me desse um bom motivo, teria de passar a usar perucas.-

- Que parte do "você não vai entrar", você não entendeu?

- Que parte do "você não manda em nada", você não entendeu?

-N.Ã.O V.A.I E.N.T.R.A.R - ela soletrou.-

-Que cuuuute,ela sabe soletrar! - eu ri. - Sai da frente,Sarah.

- NÃO!

- Que merda garota! - levantei a mão para lhe dar um tapa,mas sentir alguém segurar meu pulso. -

- Não ouse fazer isso. - a voz inconfundível do Tom,se fez ouvir.Rouca e calma. - Você não é dessas coisas.

- Você não sabe o que tá acontecendo. - falei puxando o braço com força. -

- Obedece ao gatinho, estranha. - ela sorriu. -

- Gatinho é... - eu ia avançar no pescoço dela, como ela ousa chamar MEU Tom de gatinho? Eu sei que não sou nada dele, mas se a gente vai fingir que tá ficando, acho bom cuidar do que é meu. Como disse IA avançar no pescoço dela.Ele me segurou pela cintura e não deixou. - Me larga Tom.

- E mais respeito, por favor. - ele falou sério com a Sarah. - O que houve, Vicky?

- Nada demais, esse projeto de Polly Pocket me expulsou do quarto! - falei com raiva. -

- Só isso? - ele sorriu, pegou minhas malas. - Com licença... - ele se aproximou da garota. -

- Ela não vai ficar aqui. - Sarah falou com os dentes trincados. -

- Sarah von Zitzewitz, é esse o seu nome, não é? - ele sorriu. - Ou deixa a Vicky entrar, ou eu mesmo me encarrego de acabar com sua raça. Por maior desperdício que isso seja.

- Você não bateria em uma dama...

- Em uma dama,certamente não. -ele falou sério e ela sorriu. - mas como você não é uma, não há nada que me impeça de fazer isso. - ele sorriu e ela fechou a cara em espanto.Não sei se por medo ou por falta de reação,mas o Tom entrou no quarto e deixou minhas malas em cima da cama. - Vim aqui pra falar com você, mas acho que você vai ficar um pouquinho ocupada. Nos falamos depois, então. - ele me deu um beijo no canto da boca e saiu. Preciso realmente descrever a cara da Sarah? Minha vontade era de gargalhar na cara dela, mas me controlei e entrei no quarto, começando a arrumar tudo de novo. Ela saiu e não voltou o resto da tarde.
Eu tava terminando de arrumar tudo quando meu celular começou a tocar.
"She's An Extraordinary girl In an ordinary world And she can't seem to get way [...]" (Extraordinary Girl - Greenday)

Não precisaria nem olhar no identificador, já sabia que era o Bill.Ele escolheu o toque pra quando ele ligasse,dizia que a música era a minha cara.

- Oi Bill... - tentei parecer o mais normal possível, mas pareceu não dar muito certo. –

- Achei que fosse pro Tom ligar, mas acabou sobrando pra mim... - ele falou seco - Temos ensaio em 20 minutos.

- Como assim "pro Tom me ligar?", é sempre você que me chama pros ensaios. - se ele ficar assim comigo, juro que desisto da faculdade e vou me isolar em algu,a ilha que não esteja no mapa. –

- Pois é,as coisas mudam. - ele continuou no mesmo tom de voz e eu soltei um gemido. - Esperam que você apareça.

-ESPERAM? Você não está incluído?

-Talvez não. - e desligou.-

Oivoumematarbeijosmeliga. Ahhhh, vou desmentir tudo e dizer que ele é minha vida e...LARGA DE SER MALUCA VICTORIE SCHÄFER! Você NÃO vai dizer nada disso ao Bill. Na verdade eu não tenho idéia do que eu vou fazer. E se o Tom me beijar na frente dele? Eu vou meter-lhe a mão na cara...Não, não posso fazer isso, afinal quando as pessoas ficam, geralmente elas se beijam, mas eu não tô ficando com o Tom, mas o Bill acha que eu tô e... AAAAAH ME MATEM, ME MATEM, ME MATEM!! Tem alguém batendo na porta,quem será? Larga de ser imbecil Vicky, é melhor você ir ver!

- Ah, oi Ros. -sorri amarelo. - Entra.

- Vai pro ensaio? - ela perguntou sorrindo.Nunca vi um ser pra sorrir tanto. Parece que nada afeta o humor dessa menina! -

- Acho que sim... - falei incerta.Minha vontade de dar de cara com o Bill e com o Tom ao mesmo tempo tava tão grande quanto a cabeça de um alfinete. -

-Como assim, acha? - ela levantou uma sobrancelha - Ow guria, - acho que não comentei que ela é brasileira,comentei?Pois bem,ela é brasileira e sabe Deus como, prima dos Kaulitz. - você sempre vai aos ensaios, o Bill é capaz de vir te arrastar se você não aparecer.

- Acho que não... - mordi o lábio. - O Bill se declarou pra mim,mas eu disse que tava ficando com o Tom.

- O Bill o que? - senti a voz dela tremer. –

- Não me faz repetir...- pedi de cabeça baixa. - Vamos logo pra esse maldito ensaio antes que alguém venha nos arrastar daqui. - me levantei e saímos juntas. No estúdio, o clima não era dos melhores. Tom e Bill se estranhavam e Georg e Gustav não entendiam nada. Foi tão ruim, que aquela coisa não durou nem uma hora. Saí de lá pior do que quando entrei, saí com raiva e me joguei embaixo da primeira árvore que vi. -

- Quê que minha pequena tem? - O Gustav sentou do meu lado. Minha única reação foi abraçá-lo e começar a chorar, chorei como há tempos não chorava. Minha cabeça tava girando numa velocidade de 1.000 km por hora. Brigar com meu melhor amigo, dizer que tô ficando com um cara com que sempre sonhei ficar, ser expulsa do quarto e a mais nova loucura, a suspeita de que a Ros é afim do Bill. E o pior de tudo, por mais que eu quisesse ficar com o Tom, e eu queria isso demais, alguma coisa martelava na minha cabeça, alguma coisa me mandava sair correndo e agarrar o Bill, dizer que havia me arrependido de não querer ficar com ele, que merda era aquela, desde quando eu me sentia atraída pelo Bill? Desde o dia em que a gente se conheceu, fato consumado. - Preferia que você me falasse o que você tem...Até mesmo porquê eu tenho uma péssima notícia pra te dar.

- Ah não Gusti... - supliquei. - O que foi?

- O caos se instalou lá em casa. - ele falou bufando. -

- Ah...O que foi dessa vez? - novidade, nossa casa sempre foi um caos. -

- O Kurt foi preso. - ele me olhou nos olhos. -

-Como é que é? - me assustei - E a mamãe?

- Tá feito louca pra tirá-lo de lá.

- Que merda ele fez?

- Foi pego com 30kg de maconha e 15 de cocaína.

- Noossa,coisa que ele sempre fazia. Tomara que morra preso.

- Só que isso não é o pior.

- Ai Jesus...

- Mamãe pegou todo o dinheiro que nossos pais colocaram na nossa poupança das viagens de fim de faculdade, e vai tirá-lo da cadeia.

- Meu Pai, Gusti! Que nós vamos fazer?

- Voltar pra casa, agora mesmo.