A Filha das Trevas - Marcados (LIVRO 2 - COMPLETO) escrita por Ally Faro


Capítulo 36
Capítulo Trinta e Seis - Homonculus


Notas iniciais do capítulo

O aniversário é meu, mas o presente é de vocês. :D
Espero que gostem.



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                A noite estava absurdamente nublada, algo que passava desapercebido por Belinda, que analisava cuidadosamente o desenho da mansão Lestrange, todos os cômodos conhecidos e as passagens secretas, as quais ela sabia onde encontrar, estampadas no pergaminho.

—É isso. –Disse pra si mesma.

                Belinda estava com a cabeça a ponto de estourar, não fora encontrar Dorian na noite anterior, o que ela tinha certeza que o deixara muito irritado, mas era arriscado tentar sair do dormitório naquela noite, já que Umbridge estava vagando pelos corredores do castelo.

—Achei você. –Hermione falou, surgindo ao lado da janela onde Belinda estava sentada.

—Oi, Granger. –Bell disse com calma, enquanto enrolava o pergaminho, sem perder o controle.

                 Se Hermione visse o que estava sendo desenhado, não compreenderia de qualquer modo, acharia que era apenas mais um de seus muitos desenhos.

—Vim ver como você tá. –A castanha falou, mordiscando o lábio.

—Estou bem. –Bell forçou um sorriso, que pela expressão de Hermione, ela soubera que não convenceu à amiga.

—Vamos jantar?

                 Belinda pensou em todos os olhares que receberia, a atenção que recairia sobre ela e isso a irritou imediatamente, mas somente suspirou e encarou a amiga.

—Vai na frente. –Falou enquanto se colocava de pé.

—Bell...

—Vou no quarto deixar minhas coisas. –Belinda se concentrou em dar um sorriso convincente.

—Quer que eu...

—Relaxa, Granger. –Puxou a mochila para o ombro. –Eu realmente estou bem, ou pelo menor irei ficar.

—Certeza? –Hermione a encarou de sobrancelha arqueada e Belinda soltou um leve riso.

—Essa é a lei da vida, não é mesmo? –Questionou. –Ou você se enterra na merda que tá vivendo ou supera?

                Belinda viu Hermione baixar os olhos, morder a parte interna da bochecha, colocar uma mecha do cabelo para trás da orelha e assentir.

—É, é sim.

—Então pronto, Mi. –Bell sorriu um pouco mais. –Não estou pronta para chafurdar nessa merda toda. –Esclareceu. –Bellatrix e os Lestrange, assim como Malfoy, não me definem. –Hermione a encarou novamente. –Eu mesma, pelas minhas ações me defino, Hermione.

                 Hermione viu a irritação nos olhos negros, aquela fúria que costumava ver nos olhos cinza-azulados de Draco, principalmente na última ronda, na noite anterior.

—É por isso que uma hora todos vão se desculpar com você. –Hermione garantiu.

                 Belinda deu um sorriso de canto.

—Não, não vão. –Assegurou. –E de verdade, eu não quero isso.

                 Hermione mordeu o lábio novamente.

—Bell...

—Não se preocupe, eu estou bem com isso. –Sorriu e começou a se afastar. –Nos vemos no jantar.

                Hermione não respondeu, apenas analisou a amiga, que se distanciava de cabeça erguida, ignorando completamente os olhares, cochichos e risinhos. Era notório o sofrimento e raiva da menina, mas ela fazia questão de ignorar a todos, o que Hermione não sabia dizer se era realmente bom ou não.

                Draco viu Belinda caminhar para as escadas vai-e-vem, lhe lançando o um olhar a distância e mudando seu curso, se dirigindo a ele e seu grupo.

—Hey, Bell. –Zabini cumprimentou, assim que ela se aproximou do grupo.

—Oi, Blás. –Ela deu um sorriso aparentemente tranquilo, ignorando Théo.

—Olá, Lestrange. –Théo a cumprimentou, zombeteiro. –Não cumprimenta mais?

                Draco viu os olhos negros fitarem gelidamente o rapaz de cabelo castanho, como se pudesse perfura-lo com o olhar.

—Nunca o cumprimentei, Nott. –Ela foi fria. –E nem tenho interesse em fazê-lo, então não se faça de meu amigo, porque não somos.

                Douglas surgiu de repente, passando o braço pelos ombros da menina.

—Fazendo amizades, Bell? –Ele brincou.

—Não, nem perto disso. –Ela respondeu, sem tirar os olhos de Nott, que estava vermelho de raiva.

—Você é uma...

—Eu teria muito cuidado com o que diria sobre ela. –Daniel alertou, encostado tranquilamente a parede, ao lado de onde o grupo estava.

—Qual é? Você...

—Nott, dá um tempo. –Draco cortou o que o rapaz dizia.

               Théo bufou e saiu marchando.

—Você realmente tem que parar de arrumar inimizades. –Daniel falou a encarando.

—Não estou fazendo. –Ela deu e ombros.

—Não, só tentando matar meus amigos mesmo. –Draco zombou, a fazendo dar um pequeno sorriso.

—Nott não pode ser considerado amigo de ninguém, nem seu, Draco. –Ela suspirou. –Ele é pior do que você tentando ser ruim.

—Cara, eu não sei se você tem que levar isso como elogio. –Douglas brincou.

—Eu não levo nada que a Belinda diga como elogio. –Draco revidou tranquilamente.

—Eu tento elogiar às vezes e...

—Você não tenta. –Draco a encarou sorrindo. –Você provoca, é diferente de elogiar, Black.

—Um absurdo sem tamanho. –Ela tentou devolver o sorriso.

—Vamos jantar? –Daniel quis saber, se alongando e atraindo atenção de várias garotas que passavam ali.

—Andar com vocês é constrangedor. –Ela comentou.

—Como você gosta de dizer. –Blás sorriu. –Um absurdo sem tamanho.

                Belinda riu um pouco.

—Vocês quatro são rapazes bonitos e safados, todas as garotas acabam se derretendo em algum momento. –Bufou.

—Você também? –Douglas brincou, se aproximando um pouco.

                Belinda rolou os olhos e empurrou o loiro.

—Nem que você fosse o último homem vivo, Tayner. –Ela alertou, o fazendo gargalhar.

—E eu?

                Belinda olhou para Daniel e fez careta.

—Tanto quanto eu pegaria o Tayner.

—É tão difícil ser comparado com ele. –Daniel bufou. –Me sinto magoado depois disso.

               Belinda sorriu um pouco e se apoiou em Draco, que passou o braço pelos ombros da menina.

—Como sabemos que o Malfoy é como um irmão pra você, ele nem entra no jogo. –Daniel falou. –Mas e o Blás?

              Belinda olhou para Zabini e sorriu.

—Bem, podemos chegar a um acordo? –Os rapazes riram da piada, contudo Belinda não sabia se realmente aquilo era somente uma brincadeira.

—Vamos jantar? –Douglas chamou por fim.

              Belinda franziu levemente o cenho e sentiu o leve aperto de Draco em seu ombro, lhe dando apoio.

—Eu estava indo até meu quarto, deixar minha mochila lá, quando encontrei o Draco. –Ela argumentou. –Vão na frente e eu vou...

—Fugir? –Daniel questionou, a encarando firmemente.

              Belinda pensou em mentir, mas simplesmente deu de ombros.

—Não estou afim de azarar nem um filho da puta por ai. –Ela resmungou. –Sem falar que tenho um trabalho da Vadia do Ministério pra acabar.

             Draco a pressionou levemente, ele sabia que era mentira, pois o trabalho em questão já estava pronto.

—Você precisa comer alguma coisa. –Ele declarou.

—Prometo que irei comer. –Ela o encarou, o fazendo notar que era uma promessa real.

—Se eu descobrir que você não comeu...

—Sem ameaças, Black. –Ela avisou, o que fez os demais rapazes rirem.

—Então a gente se vê depois, Bell. –Douglas informou, dando uma piscadela para a amiga.

—Até mais.

             Daniel a encarou profundamente, tentando desvendar o que realmente passava na cabeça da amiga, contudo Belinda estava ficando cada dia melhor em esconder seus sentimentos reais.

—Se cuida. –Daniel mandou.

—Farei o melhor possível.

—Acho bom.

—Vou com vocês. –Blás falou para a dupla.

             Belinda sorriu ao ver os três rapazes, um trio diferente do que se costumava ver pelos corredores, começarem a tomar distância.

—E então? –Draco quis saber, a soltando e virando de frente pra ela.

            Belinda bufou e olhou para o lado, mas por fim encarou os olhos cinza-azulados preocupados do melhor amigo.

—Eu realmente não quero ter que encarar todo mundo, não agora. –Ela suspirou e passou a mão no cabelo. –Sabe quando a paciência chega ao limite?

—Como você nunca teve muita, não acho difícil. –Ele tentou zombar.

—E eu preciso encontrar... –Ela deu de ombro. –Bem, você sabe de quem estou falando.

           Draco deu um sorriso de canto e se inclinou minimamente pra frente, até mesmo sua pose sugeria a piada que seguiria.

—Você está de caso com a Águia-Albina?

           O apelido, que Draco dera a Dorian, arrancou uma gargalhada da menina, algo que surpreendeu e agradou a Malfoy.

—Por Merlin! Não. –Ela ainda ria. –Não! –Disse novamente.

—Sei.

—É sério. –Ela bateu de leve no rapaz. –Agora deixa eu ir, já faltei ontem, se não for de novo, ele aparece aqui pra me azarar.

—Claro. –Draco manteve o sorriso cínico. –Por favor, use a poção correta, não quero ser chamado de ti...

—Vá se foder, Malfoy! –Ela disse, ameaçando bater no rapaz, que já se afastava aos risos. –IDIOTA!

—Toma cuidado! –Ele falou rindo, enquanto andava para o Grande Salão.

            Belinda rolou os olhos e correu escada acima, seguindo para seu dormitório.

            O Salão Comunal da Grifinória estava vazio, assim como seu quarto, a não ser por Rúnda e Bichento, que dormiam nas camas de suas respectivas donas. Bell acariciou levemente entre as orelhas de Rúnda e em seguida usou o portal para encontrar Dorian.

            Dorian a encarou de cenho franzido, os olhos lilases insondáveis, mas parecia decidir se valia a pena brigar com ela e por fim bufou.

—Eu realmente não sei o que fazer com teus atrasos ou com você chegando antes do previsto. –Ele declarou, quase rendido.

            O comentário pegou a menina de guarda-baixa e ela deu de ombros.

—Meus horários são confusos. –Ela deu de ombros outra vez. –Mas por eu ter faltado ontem, sabia que você estaria aqui mais cedo.

—Sua sorte é que nosso sistema funciona, não sei como, mas funciona.

             Belinda assentiu, sendo obrigada a concordar.

—Fiz o desenho. –Ela informou, puxando o pergaminho da mochila. –Agora você me ensina o feitiço Homonculus.

            Dorian a analisou gelidamente, mas por fim se aproximou da menina e começou a lhe ensinar.

            Foram horas de incontáveis erros e com Belinda quase queimando o pergaminho duas vezes, contudo, após muitas tentativas, o papel começou a ganhar vida, o que a fez arquear a sobrancelha de leve.

—Ao que parece temos uma reunião na Mansão Lestrange. –Dorian comentou, sentado ao seu lado no chão.

             Belinda analisou rapidamente o mapa, estavam todos concentrados na sala de jantar, mas um nome, um nome feminino e conhecido, chamou sua completa atenção.

—Puta que pariu! –Ela disse, arregalando os olhos.


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Notas finais do capítulo

Curtiram?

Espero que sim.

E então, de quem será esse nome que chamou atenção da Bell?

Beijos e até o próximo capítulo.



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